O campeonato de ténis de Wimbledon já comecou, e este ano, contamos com a presenca de uma representante Portuguesa de 16 anos que, aparentemente já é considerada uma jogadora prodígio - Michelle Larcher de Brito.
Pois, eu sei, nao fosse o "De Brito" final eu também nao a ía achar muito Portuguesa. O pai é Angolano e a mae Sul-Africana e, apesar de ter nascido em Lisboa, Michelle mudou-se para os Estados Unidos quando tinha 9 anos onde pode treinar com alguns dos melhores profissionais de Ténis.
Ela já tem participado em várias competicoes a nível mundial e já tem tido várias vitórias, no entanto, nesta momento ela é uma das jogadoras mais faladas nos jornais Ingleses, nao pelos seus dotes ao nível desportivo, mas pelos gritos que ela dá quando está a jogar Ténis. O facto é que ao bater na bola a Michelle dá uns gritos "de forca" e já está a ser alvo de comentários relativamente aos níveis de decibeis que ela está a mandar acima do que é permitido. Dizem que estes gritos sao uma forma de batotisse já que ela está a distrair a oponente do outro lado do campo. Parece incrível, nao parece?
Para terem uma ideia do quanto ela está a ser falada por cá, basta verem os títulos dos artigos dos jornais do momento:
A este tipo de comentários a Michelle já respondeu 'a letra: ""I could (stop grunting), but, you know, it won't feel natural. I'm a woman: we're not designed to shut up."
Passado quase um mês desde a data da minha festa de anos cá em casa finalmente encontrei o dono dos famosos ténis Converse que alguém deixou cá na festa.
Na quinta-feira à noite quando cheguei a casa do trabalho tinha esta nota na minha porta:
O Andy é o meu vizinho do andar de baixo que apareceu cá em casa com um amigo no dia da festa e apresentou-se a mim e ao meu flatmate.
Eu bem perguntei a várias pessoas que tinham vindo à festa se alguém se tinha esquecido de uns ténis cá em casa mas ninguém se acusou e passado algum tempo da data da festa, um dia quando eu estava a arrumar a casa agarrei nos ténis e mandei-os para o lixo. Ora eu não ía ter aqui ténis a ocupar espaço em casa e não podia esperar eternamente que alguém se lembra-se que lhe faltava um par de ténis. Também estavam demasiado velhotes para irem para uma loja de caridade, por isso achei que o lugar deles seria mesmo o caixote do lixo. Agora que sei que os ténis eram do Andy, de facto faz sentido que fossem dele já que seria muito estranho qualquer outra pessoa ter ido para casa descalça, mesmo que fosse de carro. Como ele vive logo lá em baixo era sem dúvida a pessoa mais provável, mas nem nunca me passou pela cabeça que ele não tivesse deixado os sapatos em casa dele.
Bem, assim que li o bilhete toquei-lhe à porta e dei-lhe as más novidades. A primeira expressão dele foi um ar de espanto, mas quando digeriu a informação disse que não tinha problema nenhum, que os ténis também já eram velhos e precisava de comprar outros. Pois, ele disse isso mas...
... lá se vão as minhas boas relações com a vizinhança.
Geralmente prefiro passar o meu aniversário com os amigos e a família em Portugal, mas como estive em Portugal na semana passada para o casamento da minha amiga e não ía lá dois fins-de-semana seguidos, decidi aproveitar para celebrar o meu aniversário em Londres numa festa cá em casa. Eu só faço anos hoje mas a festa já foi no sábado.
Passei a tarde a fazer pastéis de bacalhau, pataniscas e croquetes para os convidados já que lhes tinha prometido uns “Portuguese nibbles” e ainda coloquei na mesa uns pastéis de nata e bolinhos sortidos que, escusado será dizer, foram os primeiros a desaparecer da mesa.
A partir das 20h, aos poucos e poucos os convidados começaram a chegar e passado pouco tempo a cozinha estava a abarrotar de tanta gente. Mas o facto é que, como eu tinha colocado um papel na porta da cozinha a pedir para não levarem copos de bebidas escuras para a zona com carpete, o pessoal concentrou-se na cozinha agarrados aos seus copos e bem próximos da comida.
Também, apesar de eu ter pedido às pessoas para me avisarem de eventuais terceiras pessoas que também trouxessem à festa, isso não funcionou lá muito bem visto que a certa altura fui abrir a porta e estavam lá fora cinco pessoas das quais não conhecia nem uma. Pensei que talvez fossem amigos do meu “flatmate” mas eles disseram-me que eram amigos de outro rapaz amigo meu, apesar de não terem vindo com ele. Assim, entre convidados meus e do meu flatmate e convidados dos nossos convidados, quando estive a contar as pessoas que estavam nas fotos cheguei ao número 54. Como não cheguei a fotografar toda a gente, suponho que o número de pessoas que passaram por minha casa no sábado passou as 60.
Bem, mas foi tão, tão divertido! Adorei a minha festa de anos!
Adorei todos os presentes tão lindos que me deram e com as quais nem sequer estava a contar.
Adorei o momento em que me cantaram os parabéns em Inglês, e depois o pessoal Tuga cantou-me os parabéns em Português, seguidos do pessoal Espanhol que me cantou também os parabéns na língua de Cervantes.
Adorei o facto do pessoal ter respeitado o pedido para não saírem com bebidas escuras fora da cozinha e terem todos descalço os sapatos à entrada.
Adorei as duas zonas da festa em que, na cozinha conversava-se e na sala quem estava lá era para dançar.
Adorei o facto do meu vizinho do andar de baixo mais o amigo dele se terem também juntado à festa apesar de ainda nunca os ter conhecido – tal como eles disseram, nao íam conseguir dormir com a música, por isso mais valia juntarem-se ‘a festa.
Adorei quando a sala estava cheia de pessoas a dançar e a cantar.
Adorei que os convidados se tenham divertido e me pedido para fazer uma nova festa proximamente.
Adorei que a festa tenha durado 7 horas e adorei o facto dos vizinhos do lado não terem chamado a polícia para acabar com o barulho.
Fui-me deitar às 5h e às 11h de domingo já estava em pé pronta para ir limpar a casa (ou talvez não). Bem, a imagem da cozinha de manhã foi mesmo muito má com tanta garrafa vazia, copos por todo o lado e chão peganhento, mas com a ajuda da Restelo (muito obrigada pela ajuda!) conseguimos deitar para o lixo tudo o que era necessário em pouco tempo. Depois foi uma questão de fazer todas as restantes limpezas em profundidade de toda a casa. Só acabei às 4h da tarde mas ficou tudo num brinquinho e felizmente a carpete manteve-se sem nódoas nenhumas. Mesmo assim demorei tanto tempo porque o meu flatmate estava com uma ressaca de todo o tamanho e que, por acaso, só se levantou quando eu tinha acabado de limpar tudo. Humm,…
A coisa mais estranha foi mesmo quando reparei que tinham sobrado uns sapatos ténis da festa. Ou seja, algum dos convidados deve ter ido para casa descalço?!?! Bem, caso a pessoa que se esqueceu deste par de ténis cá em casa seja alguém que costume ler aqui o blog ao menos podem reclamá-los aqui de volta.