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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Comprar casa em Londres - Parte II

Como tinha indicado neste post, escrito no fim de Novembro, demos início à procura de nova casa este Outono. Desde então conseguimos visitar mais umas 10 casas durante o mês de Dezembro, e fizemos mais uma oferta noutra casa que gostamos. A nossa oferta também não foi aceite pela segunda vez. Desta vez foi porque estamos numa 'chain', ou seja, temos um apartamento para vender antes de podermos comprar a próxima casa. Inicialmente até pensamos que tal não fosse preciso, mas quando colocamos a oferta nesta segunda casa, falamos com um 'mortgage adviser' que nos informou que, se não vendermos o nosso apartamento primeiro, vamos pagar o dobro do stamp duty. Ah, pois! Não sabíamos nada disso. E, por esta altura, mesmo que fossemos encontrar uma casa em Dezembro, provavelmente já não iríamos a tempo de conseguir fazer troca de contratos antes do final da 'stamp duty holiday', ou seja a isenção de imposto na compra de casa que o governo está a oferecer até Março, porque geralmente demora mais que 3 meses para se finalizar a compra de uma casa. Isto explica uma das razões porque os agentes imobiliários continuavam a insistir de que deveríamos falar com um 'mortgage adviser' o quanto antes (para sabermos informações desse género, e porque queriam introduzir-nos aos seus parceiros para receberem comissão na introdução, mas essa é outra história). 

 

Enfim, cá nos encontramos então numa nova situação - sabemos agora que vamos ter que vender o nosso apartamento antes de poder comprar nova casa. Porque para já, ter este apartamento, faz-nos compradores menos 'fortes' em comparação com outros que não tenham casa para vender, ou seja, estejam 'chain-free', e portanto, mais disponíveis para tratar do processo de compra mais rapidamente. Geralmente, os vendedores preferem sempre compradores que estejam dispostos a trocar contratos o mais depressa possível, principalmente se eles próprios estiverem numa chain, ou seja, têm que vender a sua propriedade, para poderem comprar outra. 

 

Assim sendo, a decisão foi feita por nós de que temos que vender primeiro. Então lá comecei o processo, e chamei um agente cá a casa para nos fazer a avaliação do valor do nosso apartamento. Em 4 anos o seu valor subiu £15000 o que não é mau de todo, mas como só comprei uma pequena percentagem da casa, apenas vou receber essa percentagem do aumento do valor, menos as despesas em advogados, taxas de venda etc, o que significa que provavelmente vou ficar com zero de lucro, mas desde que me cubra as custos da venda, seria muito bom. E se não perceberem o que quero dizer com ter apenas uma percentagem da casa, podem ler mais sobre shared ownership neste post.

 

Como este apartamento possuo em shared ownership, tenho que dar a oportunidade à organização que me vendeu o apartamento através deste esquema, para vendê-lo primeiro. Assim sendo, como o próximo passo, eles vão anunciar o apartamento e têm 8 semanas para o venderem. Se ao fim das 8 semanas ainda não conseguirem ter vendido, podemos então tentar vender no mercado aberto e escolher os nossos agentes imobiliários, mas sinceramente, espero que eles o consigam vender nas 8 semanas porque isso ia evitar taxas adicionais de venda através de um agente imobiliário. O problema que também temos, é que podemos encontrar alguém rapidamente para comprar este apartamento visto ser tão bem localizado perto do centro, do canal, de parques etc, mas ainda não termos encontrado uma outra casa para nos mudarmos. E aí é que a coisa se torna mais complicada. Porque ou temos que fazer o nosso comprador esperar, ou temos que nos mudar para acomodação alugada até encontrarmos a nossa próxima propriedade. De qualquer forma nenhuma dessas hipóteses é ideal, mas a ver vamos. A saga continua a partir de Janeiro. 

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1º Aniversário na nova casa

Mal posso acreditar que já passou um ano desde que me mudei para o meu apartamento. Há exactamente um ano atrás, por esta hora (20:30h) estava eu no IKEA de Edmonton duvidosa sobre as várias opções de mobílias que tinha visto, com o meu namorado chateado a dizer que eu me tinha que despachar que já estava mais que farto de estar ali  Claro que acabei de sair de lá só mesmo quando fecharam a loja e nos mandaram embora, mas saí sem tudo aquilo que queria e, com a pressa, ainda acabei por trazer umas coisas de que mais tarde me arrependi. 

 

Eventualmente aos poucos e poucos lá fui encontrando as coisas que queria e hoje, um ano mais tarde, sinto-me confortável nesta casa e consegui decorá-la da forma que mais ou menos imaginei ao início. No entanto, ainda não está tudo. Faltam principalmente alguns quadros na parede e um tapete para a sala, mas tenho que ter uma nova onda de energia para voltar a andar à procura deles. 

 

Mantenho-me contente com a decisão de ter comprado em 'shared ownership' e recomendo para quem está na dúvida se essa será uma boa opção. No meu caso ainda não vi qualquer factor negativo relativamente a ter comprado em 'shared ownership' em vez de por inteiro, e bem sei que é uma dúvida que balança muitas pessoas, quando se encontram na fase de comprar casa. Valorizo tanto a localização que tenho a certeza que não iria ter gostado tanto de viver numa casa equivalente mas que fosse totalmente minha, numa zona mais distante onde o valor total da casa fosse mais alcançavel para mim. 

 

No primeiro dia em que fui buscar as chaves e entrei no meu apartamento pela primeira vez, sentei-me no chão da varanda com uma garrafita de vinho branco. 

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Um ano depois, estou a celebrar na mesma varanda com um copo de gin e tónico, com a diferença que desta vez já não me tenho que sentar no chão.

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Começam os primeiros problemas com a possível compra da casa

A situação da casa ainda não está nada resolvida e, afinal está a ser muito mais complicada e stressante do que o que inicialmente o agente me fez pensar. Stressante devido ao empréstimo bancário que tenho que pedir para o pagamento do apartamento. Quando eu disse que queria avançar com a casa e fiz a entrevista com o consultor de financiamento (é assim que se chama em Português a um Independent Mortgage Advisor?), ela disse que o banco que oferecia melhor taxa de empréstimo seria o Santander. Então lá fiz o pedido de empréstimo com o Santander. Passado um dia, o banco confirmou que o meu empréstimo tinha sido oferecido. Fiquei toda contente e descansada porque assim já podia avançar e comecei por pagar o serviço da consultora de financiamento, a entrada para os advogados e o depósito inicial para o apartamento. Dois dias depois de ter feito isso, a consultora volta-me a contactar e diz que afinal o Santander fez um erro no seu acesso e que afinal já não me vão dar um empréstimo! A consultora disse-me que tinham feito um erro quando analisaram o meu 'credito score' (qual o termo utilizado para credit score? Pontuação de crédito?) e que, afinal não era bom o suficiente para eles me concederem um empréstimo. 

 

- O quê?! Mas podem assim mudar de ideias sem mais nem menos? E porque raio é que o credit score não lhes agrada?? Nunca antes tinha pedido crédito e raramente uso o meu cartão de crédito. 

 

Aparentemente o facto de não estar cheia de dívidas é mau para o credit score. O que os bancos querem ver é que eu já tenha pedido dinheiro emprestado frequentemente e pago as dívidas. Mas isso tem alguma lógica?? Não será muito melhor emprestar dinheiro a alguém que sabe gerir o seu dinheiro de forma natural dentro das suas poses em vez de ter que estar a pedir dinheiro emprestado??

 

Enfim, lá a consultora disse-me que a segunda melhor alternativa era tentar pedir o dinheiro ao Barclays. Eu disse que sim, mas depois estive a fazer umas contas e vi que o HSBC oferecia condições muito melhores. Como tal, disse que já não ía em frente com o Barclays e que ía tentar com o HSBC primeiro. No entanto, o problema é que o HSBC é muito mais demorado no seu processo e, agora como já tinha dado a instrução aos advogados, já tenho uma data limite para fazer o contrato daqui a duas semanas e meia. mas estou com medo se o HSBC não trata das coisas até essa data. E se não tratar também não sei quais serão as consequências. Estou a tentar obter toda essa informação, mas devo dizer que isto é tudo muito stressante. 

Eu disse que sim!

O agente respondeu-me a todas as minhas questões, na sua maioria de forma positiva, como tal, eu disse-lhe que sim, que ía em frente. 

 

Agora o próximo passo é encontrar-me com o 'Independent Mortgage Adviser' (IMA) que eles aconselham para que me faça uma entrevista financeira para verificar se efectivamente tenho possibilidades de contribuir com pagamentos regulares. Depois dessa entrevista posso escolher qualquer outro Mortgage Adviser mas eles dizem que tenho que apresentar a minha aplicação para o empréstimo bancário (a mortgage) dentro de 2 dias após a entrevista. Ora isso faz-me pensar que eles estão a limitar o prazo exactamente para que eu não tenha tempo de procurar outra alternativa, o que me irrita. Em princípio gostaria de ir com o HSBC que, aparentemente tem as melhores taxas actuais. Já fui falar com eles e, estão actualmente a cobrar apenas cerca de 1.89% o que é excelente, portanto a ver se o IMA me consegue encontrar uma taxa melhor. De qualquer forma, segundo o que tenho lido, as taxas agora estão de forma geral, muito baixas, sendo o momento ideal para pedir um impréstimo. 

 

Apesar de tudo isto, agora, mais que nunca, tenho andado num corropio a ver sites de casas para vender. Quero ter mais bases para comparação e saber se estou mesmo a fazer a escolha certa ou se haverá por aí um apartamento melhor, maior, com uma melhor vista e bem localizado a um preço mais baixo. Claro que parecem pedidos a mais, mas acho importante fazer esta comparaçäo neste momento em que ainda não paguei nada e posso pensar melhor em todas as hipóteses. 

 

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O apartamento volta a ser uma possibilidade

E no último post tinha dito que o tal apartamento não me tinha sido alocado, mas entretanto recebi um e-mail a informar que o apartamento já estava novamente disponível porque a pessoa a quem tinha sido alocado mudou de ideias. Como tal, o apartamento é meu se eu quiser!! 

 

Mas com essa notícia, também surge a dúvida - será que quero mesmo este apartamento? Será que esta é a melhor opção? Será que eu devia esperar mais algum tempo para ver se encontro um apartamento que possa comprar por inteiro em vez de shared ownership? E se fôr, será que o apartamento e o bloco de apartamentos tem todas as coisas que preciso - por exemplo parque seguro para a minha bicicleta (não quero ter que andar a acartar com ela para cima e para baixo todos os dias)?; A rua junto ao edifício vai ser cortada para não haver passagem de carros?; Vem com seguro de construção?;... fiz uma grande lista de questões que já enviei ao agente. Dependendo das respostas que ele der, eu logo vejo se vou em frente com o apartamento ou se não. Ao mesmo tempo, tenho andado numa euforia a olhar para tudo quanto é site de propriedades para ver o que mais está por aí à venda. Quero poder comparar preços, qualidade, localização, espaço, etc., para verificar se esta será a melhor decisão. Mas estou entusiasmada!

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