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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Primeiro Natal celebrado em Londres

OK, eu sei que o título deste post é um pouco enganador porque também celebrei o Natal em Londres em 2020 quando estivemos em lockdown, mas não sei bem se consigo contar com esse ano por ter sido tão diferente da experiência de um Natal num ano normal. Portanto, em condições normais, posso contar com este como o primeiro que celebrei em Londres. 

 

Era a vez de irmos passar com os meus pais. Vamos alternando os anos, entre visitar os meus pais ou os pais do meu Inglês. Para os pais dele já lhes custa muito viajar, mas os meus pais ainda estão felizmente bem o suficiente para viajar por isso, quando lhes propusemos virem passar a nossa casa este ano, após pensaram um pouco no assunto, decidiram aceitar. Adorei a ideia de poder passar as celebrações cá por casa e ser eu a receber e preparar as decorações, a comida, etc. 

 

Eles chegaram na quinta-feira à noite por isso, na sexta ainda tivemos oportunidade de ir passear ao centro - ver uma exposição, passear pela Southbank e terminámos o dia a ver o Show Musical 'Tina' que retrata a vida da Tina Turner. Sendo um musical, e como os meus pais já conheciam a história dela, apesar de não saberem falar Inglês, conseguiram perceber tudo o que estava a acontecer e gostaram muito do espectáculo. Musicais, de forma geral, costumam ser uma boa opção de shows a ver quando há uma barreira de língua, mas é sem dúvida melhor, quando conseguem seguir a acção por já conhecer a história que está a ser contada em palco. 

 

Os dias de Sábado e Domingo foram passados em casa ou na nossa zona local, entre preparativos para o Natal e colocar a conversa em dia. 

 

No dia 24 quisemos celebrar a Consoada como fazemos em Portugal, por isso os meus pais trouxeram bacalhau para podermos comer nessa noite. Mas decidi que gostava de lhes apresentar o Natal Britânico por isso, tudo o resto foi passado mais à tradição local - abrimos os presentes na manhã de Natal e fizemos o assado tradicional. A minha sogra também tinha feito o bolo de Natal tradicional de frutas que nos ofereceu, por isso também chegaram a experimentar essa sobremesa.

 

Foi um Natal bem passado e adorei celebrá-lo em Londres, em casa, com calma, sem os stresses e a perca de tempo com as viagens. Não sei se vamos voltar a passar outro por cá nos próximos anos por isso foi bom ter podido experimentar este ano. 

 

Tirei também esta semana entre o Natal e o Ano Novo de férias. Muitas pessoas preferem trabalhar esta semana e guardar as férias para outras alturas em que possam viajar. Eu percebo perfeitamente isso mas sinceramente, esta é talvez a única semana do ano em que posso tirar férias em que posso mesmo desconectar do trabalho. Em qualquer outra altura do ano, quando vou de férias, tenho sempre que estar a olhar para os emails e para as mensagens de Slack, que há sempre algo urgente; há sempre alguma questão que está há minha espera e eu não quero atrasar os projectos por estar de férias. Mas agora, há calma... E adoro esta calma. Esta manhã acordei mais tarde, fui correr, e na volta parei num café local para ler as notícias e ver a manhã passar. Agora estou a aproveitar para, finalmente, fazer um update no blog e de seguida tenho mais algumas actividades que quero fazer no computador que nunca tenho a oportunidade de fazer hoje em dia. Ando sempre a 1,000! Sempre a correr. Nunca tenho tempo para os meus projectos porque passo a maior parte a trabalhar e, quando paro, não quero olhar mais para o computador, por isso todos os meus projectos pessoais, acabo por atrasar, ou simplesmente não fazer.

 

Por isso, sim, sem dúvida que quis tirar esta semana de férias e ficar por casa estes dias, em que, dedico os meus dias aos meus projectos pessoais e, algumas noites posso encontrar-me com amigos que tenham também ficado por cá.  É uma semana calma, mas útil, e também relaxante e divertida em iguais quantidades. Adoro!

 

Espero que passem esta altura do ano da melhor forma para vocês, e desejos de um ano de 2024 com tudo o que mais desejarem!

 

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E acabou a esperança - O Reino Unido está oficialmente fora da União Europeia

Ainda mal posso acreditar mas já está feito. Depois de todos os inúmeros acontecimentos dos últimos 3.5 anos de conflitos, discussões, manifestações, incluindo os mais recentes acontecimentos de 2019 de que relatei aqui, que demonstraram o quanto este país está dividido quanto ao Brexit, o momento que era, afinal, infelizmente inevitável, decorreu às 23h no dia 31 de Janeiro de 2020. 

 

O que ainda não está definido é o tal acordo com a União Europeia. Afinal há acordo ou não há acordo? Ao que parece, ainda agora vão decorrer mais negociações com a União Europeia para se conseguir chegar ao tal acordo que seja de benefício mútuo em termos da movimentação de pessoas, bens e trabalho, mas ainda nada está certo, e ainda mais, com o Boris Johnson como Primeiro Ministro, já não me admiro se não conseguirmos acordo nenhum. Agora entramos no período de transição, em que tudo se mantém igual quanto a esses três aspectos, mas serão esperadas novas regras a partir do final do período de transição a 1 de Janeiro de 2021.

 

As únicas coisas que até agora estão definidas que serão alteradas a partir 1 de Janeiro de 2021, são as seguintes:

  • Os cidadãos Europeus que pretendem continuar a viver no Reino Unido têm que se aplicar ao Settled Status ou outra documentação pode ser requerida dependendo da situação individual. Para idenficarem a vossa situação, o site do Governo Britânico oferece informações aqui.
  • Para movimentação de bens entre o Reino Unido e a União Europeia, as empresas terão que fazer declarações alfandegárias. Irão necessitar de ter um número EORI para fazer essas declarações.
  • Cidadãos com carta de condução da UE podem conduzir no Reino Unido com essa carta durante 12 meses se tiverem mais de 65 anos ou até 5 anos se tiverem menos de 65 anos, e após esse período devem trocá-la por uma carta do Reino Unido. Verifiquem o que é necessário na vossa situação específica a partir daqui e podem ler mais informações aqui que se aplicam para já mas ainda não temos certeza se se irão manter após o período de adaptação.
  • As condições dos cidadãos do Reino Unido a viver noutros países da União Europeia estão dependentes das regras do país onde vivem. É possível que tenham que se aplicar para ter permissão permanente para residir nesse país ou que tenham que pedir cidadania. Verifiquem directamente com as autoridades do país.

 

Para ficarem a par de todas as negociações acordadas para terem efeito a partir de dia 1 de Janeiro de 2021, podem subscrever à mailing list específica oferecida pelo Governo Britânico.

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Foto do mural de Banksy em Dover

 

2019 em política no Reino Unido

Este ano houve tanta mudança, acontecimentos importantes e até chocantes ao nível político no Reino Unido, que se eu escrevesse sobre o assunto, iam ter post para ler até vos doerem os olhos. Como tal, optei por representar o ano político em revista com um infográfico que espero que consiga transmitir bem a confusão em que este país se meteu neste ano: 

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Se não conseguirem ler bem, podem aceder ao PDF aqui

 

As últimas do Brexit - a saga continua

Os últimos votos no parlamento Britânico relativamente ao Brexit indicaram que os deputados não querem aceitar o acordo negociado pela Primeira Ministra mas também não querem sair sem um acordo.

 

Estamos a pouco mais de uma semana para a data em que temos de activar o processo de saída da união europeia, mas o parlamento votou a favor de prolongar essa data. No entanto, a Ministra insiste que quer que o governo aceite o acordo estabelecido por ela por isso vai lançar um terceiro voto ao seu acordo e até lá, vai tentar novamente convencer os seus deputados que essa é a melhor opção. A União Europeia, entretanto, está furiosa com a decisão de Theresa May, porque não lhe vai dar o tempo suficiente para fazer uma boa decisão relativa à permissão da extensão. Donald Tusk, Presidente do Concelho da Europa está disposto a oferecer ao Reino Unido uma longa extensão da sua saída da União Europeia para dar tempo aio Reino Unido para estabelecer unanimidade no país e repensar a sua posição relativamente à União Europeia, mas não estava preparado para que a Theresa May tentasse ganhar o voto do seu acordo uma terceira vez! 

 

Se Theresa May conseguir que os deputados acordem desta vez no seu acordo proposto, vai então pedir uma extensão do prazo de saída da saída da União Europeia para 30 de Junho apenas para preparar o actual acordo melhor antes da saída. Mas se os deputados não acordarem ou se o governo europeu não oferecer a extensão requerida, ainda estamos com a possibilidade de encarar uma saída a 29 de março sem qq acordo, ou então colocasse a opção do Reino Unido extender a data de saída da UE para uma data indefinida.

 

A União Europeia está a aconselhar que façamos outro referendo no Reino Unido relativamente à nossa presença na União Europeia. Na sexta-feira alguns dos deputados tentaram fazer com que votassem contra a total possibilidade de haver um segundo referendo mas felizmente o 'speaker' do parlamento evitou que isso acontecesse. Digo-vos, adorava que houvesse novo referendo relativo ao Brexit. E desta vez eu poderia votar! Assim como muitos mais Europeus que entretanto, como eu, também tiraram a cidadania Britânica. Mas a minha esperança que isso aconteça ainda é muito, muito pequena. A quantidade de tempo, dinheiro público e recursos em geral que têm sido gastos no Reino Unido nos últimos três anos para prepararem a saída do país da União Europeia tem sido imenso, e nem que seja pelo simples facto de orgulho do Partido Conservador, parece-me que nunca que eles vão dar o braço a torcer e deixar o povo votar novamente quando já investiram tanto no Brexit. Caso o voto desta vez fosse para permanência, o que eu acredito que fosse, este partido e Governo nunca seria esquecido na História do Reino Unido por todas as más razões. 

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Imagem retirada do site theconversation.com

A data do Brexit está a chegar, e agora?

Absolute shambles! É a expressão a ser utilizada mais frequentemente pelos Britânicos em referência ao estado actual do Brexit. 

 

O referendo decorreu em Junho de 2016. Quase 3 anos mais tarde e, a 2 semanas da data final em que supostamente teriamos que começar o processo de saída da UE, ainda não foi alcançado qualquer acordo com a União Europeia sobre a nova relação entre o Reino Unido e a UE após Brexit. Em Janeiro, o acordo negociado pela Primeira Ministra foi altamente rejeitado pelo Parlamento, principalmente pelo facto de que o acordo näo ía garantir a paz entre Irlanda e a Irlanda do Norte por trazer barreiras entre os dois países. Entretanto a Primeira Ministra alcançou mais algumas mudanças no acordo com a UE e este acordo foi novamente a votos ontem. Como não podia deixar de ser, a proposta do seu acordo foi altamente rejeitada. 

 

Portanto, não temos acordo, mas a data de saída da UE está marcada para dia 29 de Março. Ora, isso levanta a pergunta - saímos da UE mesmo sem acordo? Isso levou a outro voto no Parlamento hoje, e a maioria dos deputados votaram a favor de não sairmos sem acordo. Surprendeu-me que esse voto não tenha tido uma margem maior do que a que teve, mas assim foi. 

 

Agora amanhã vai haver um outro voto no Parlamento relativamente a pedir a extensão da data para a saída da UE. Basicamente os votos terão que ser de acordo a pedir uma extensão, porque senão, com 2 semanas à frente, sem querer sair sem acordo, mas sem haver acordo nenhum possível para além daquele que a Primeira Ministra negociou, o que mais se poderá fazer? 

 

Shambles, é o que vos digo, a situação deste país está ridícula.

 

 

Life in the UK - O teste está marcado

O meu plano era estudar para o teste do Life in the UK até me sentir preparada e depois marcar o teste. Já li o livro todo, tirei as minhas notas, mas dos 11 testes de prática que fiz até agora só passei 4. Ou seja, isto não está a resultar. Portanto decidi marcar o teste a sério para ver se, com uma data fixa eu consigo dedicar-me mais à coisa. Sem data marcada, estava a estudar de vez em quando, e cada vez que voltava a fazer um teste já me tinha esquecido de muitas das datas, reis, batalhas e outras coisas que tinha aprendido antes, por isso acho que só mesmo fazendo mais pressão vai ajudar. Agora está marcado para o final do mês portanto tenho mais dois fins-de-semana para me dedicar à coisa. A ver se consigo melhorar. 

 

 

Dia de eleições

Hoje é o grande dia das eleições para decidir o próximo governo. Quando a actual Primeira Ministra Theresa May, convocou este dia em meados de Abril, todo o país estava certo de que o seu partido dos Conservadores iria ganhar a larga maioria, principalmente porque o líder do partido Trabalhista tinha uma imagem muito negativa. 

 

Foi interessante ver o desenrolar destas últimas semanas porque a situaçāo mudou um pouco e, actualmente, apesar de ainda ser provavel que os Conservadores ganhem as eleições, as sondagens demonstram que o Partido Trabalhista está a ter muitos mais adeptos e o seu líder Jeremy Corbyn cada vez é melhor visto pela populaçāo. 

 

Gostava muito de poder votar, mas sinceramente, mesmo que votasse acho que o meu voto nãiria contar assim tanto porque, ao contrário do que acontece em Portugal, onde o número de deputados eleito é propocional ao número de votos para o partido. No Reino Unido os deputados são eleitos, um por constituiçāo, sendo que é a maioria dos votos da constituiçāo que conta em vez da maioria dos votos de todo o país. Penso que em Londres a maioria dos votos nāo seja para o Partido Conservador, mas o mesmo nāo posso dizer das constituições em muitas outras partes do país. 

 

A ver vamos os resultados ao final do dia. Estou curiosa pelos resultados. 

 

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E começa o início do fim: Theresa May assina o Artigo 50

Quando o David Cameron decidiu sair da posição de Primeiro Ministro depois do voto do Brexit ter vencido, e foram apresentados os novos candidatos ao cargo, eu sinceramente pensei que Theresa May iria encontrar forma de evitar Brexit. Estava enganada. Hoje, ela assinou os documentos que oficializaram o interesse do Reino Unido de deixar de fazer parte da União Europeia. Até agora, tudo o que se ouvio falar foram rumores do que poderia eventualmente acontecer - os Europeus vão precisar de Visas para ficar no país? Vai deixar de haver livre circulação de mercadoria? As empresas Europeias vão decidir mudar de sede para a União Europeia? Os produtos vão ficar mais caros? Os preços das casas vão cair? Todas e muitas mais perguntas e sugestões do que pode acontecer, são apenas teorias. O facto, é que só a partir de hoje é que as negociações vão começar, e são esperadas decorrer ao longo de dois anos até à sua decisão definitiva entrar em vigor. A partir de agora, é que tudo o que sair das reuniões com a Europa vai ter mais fundamento e poderá eventualmente acontecer. Estou nervosa, estou triste, estou zangada. Ainda mal posso acreditar que o público Britânico votou desta maneira e sinceramente acredito que, hoje em dia, depois de ter havido toda esta especulação e informação sobre os efeitos negativos do Brexit, que muitos votariam de forma diferente. Mas é tarde demais. Vamos ficar atentos aos próximos meses, e ver o que vai acontecer. 

 

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 Fonte da imagem: BBC

Com residência permanente no Reino Unido

Não fazia ideia do que me esperava para ir buscar aos correios, e mal seria o meu espanto quando vi que era um envelope do Home Office. Tinha enviado a minha aplicação para residência permanente apenas à um mês atrás e sabia que iria demorar cerca de 3-4 meses até receber uma resposta por isso fiquei um pouco nervosa quando vi um envelope deles. Será que já tinham encontrado quaisquer impedimentos para a minha aplicação? Mas não - lá dentro encontrei todos os documentos que tinha enviado, acompanhados de um cartão que certifica o meu direito a residência permanente no país. Fiquei contente e aliviada de imediato. Não sei se foi tão rápido porque efectivamente alocaram mais pessoal para tratar da quantidade elevada de aplicações ou se simplesmente ajudou no processo o facto de ter enviado tudo muito organizado na minha aplicação, mas o que importa é que já está. 

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De qualquer forma, para quem tenha interesse em também submeter a sua aplicação para residência permanente aconselho o seguinte:

  • Enviar documentos que provem que vivem cá durante 6 anos (se fôr o caso) em vez do mínimo requerido de 5 anos, porque ao provarem os 6 anos, estão automaticamente aprovados para pedirem a cidadania, só pelo sim, pelo não.
  • Se tiverem quaisquer condições especiais que precisem de explicar, adicionem uma carta que coloquem no topo dos documentos da aplicação, que explique de imediato a vossa situação especial, e relacionando essa situação a quaiquer número de secções do formulário que sejam relevantes para o que precisam de explicar.
  • Adicionem um post-it ou uma página em branco entre cada papelada que está anexada para compravar diferentes secções do formulário, escrevendo nesse papel separador ao que é que os próximos documentos correspondem (por exemplo, documentos comprovativos de residência ou comprovativos de emprego).
  • Sempre que tiverem que continuar a preencher uma tabela numa folha aparte, criem essa folha numa página de Word para que tudo se apresente bem formatado e com uma apresentação semelhante à tabela respectiva do formulário. 

Simplesmente achei que quanto mais fácil eu tornasse a revisão dos documentos que estava a enviar, maior probabilidade teria de que não encontrassem empedimentos para me darem o cartão. Não sei se isso efectivamente ajudou na decisão e rapidez para o meu caso, mas o importante é que o cartão já cá canta.

Novo documento revela direito dos Europeus residirem cá pós-Brexit

Hoje a Primeira-Ministra Britânica, Theresa May, avançou com o primeiro documento oficial que indica os 12 princípios fundamentais que ela pretende colocar em prática para que Brexit tenha efeito. Entre esses princípios, está a indicação do que ela pretende que suceda com os Europeus que actualmente estão a viver no Reino Unido. Aguardei a manhã ansiosa para poder ler o que estava escrito nesse documento, mas afinal o que lá indicava, não era nada mais do que os princípios fundamentais do Brexit, que já anteriormente tinham sido anunciados pela Primeira-Ministra - de que o Reino Unido pretende assegurar o direito dos actuais residentes da UE se manterem no país e dos actuais Britânicos de viverem no estrangeiro, de permanecerem lá. Isso já sabíamos, mas o documento ainda não dá quaisquer garantias aos actuais residentes. 

 

No entanto, o Secretário do Brexit, David Davis, ao anunciar a informação do documento disse - "I will not be throwing people out of Britain." E no documento está escrito que o Governo Britânico reconhece a contribuição que os membros da UE têm feito para a economia e comunidades do país". Tudo isso é indicativo de que efectivamente não pretendem fazer uma evacuação em massa. Mas não há garantias, não há detalhes sobre possíveis critérios de selecção ou excepções à regra. A mesma situação de alguma incerteza mantém-se e cada vez mais ouço de amigos que já começaram o seu processo de aplicação ao cartão de residência permanente no Reino Unido.

 

Um facto interessante que ivi hoje e me surprendeu um pouco é que os Portugueses ocupam o 3º lugar no maior número de imigrantes provenientes de um país da UE a viver no Reino Unido (notem que o gráfico em baixo não apresenta a República da Irlanda. Se contasse, a República da Irlanda estaria no 2º lugar e Portugal em 4º). O número de Portugueses no Reino Unido é enorme em comparação com tantos outros países que têm uma população total muito maior que a Portuguesa. Mais de 200,000 Portugueses fizemos do Reino Unido como o nosso país de escolha. Pensava que o número de Franceses, por exemplo, estivesse muito à frente do número de Portugueses até porque ouço Franceses na rua muito frequentemente, enquanto que é menos frequente ouvir Português. Imagino que esse talvez seja um factor influenciado pelo facto de estar em Londres. Talvez os Portugueses estejam mais espalhados um pouco por todo o país enquanto que os Franceses se tendem a concentrar mais em Londres. Mas mais surpresa ainda fiquei com o número de Polacos que vivem no Reino Unido que é um volume consideravelmente superior a qualquer uma das outras nacionalidades, vivem cá tantos Polacos quanto Romenos, Portugueses, Italianos, Lituanos e Eslovacos juntos. De qualquer forma, sejamos muito ou poucos, o facto é que estes cidadãos da UE decidiram fazer do Reino Unido a sua casa, criando laços familiares e económicos no país, contribuindo significativamente para o desenvolver da sua economia, e quer venha Brexit quer não venha Brexit, agora o Reino Unido não pode simplesmente dizer adeus a todos os 2.9Milhões de Europeus que cá vivem. Ainda estamos para ver como a situação se vai desenrolar.

 

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