Passei duas semanas em Portugal agora em Julho. Soube-me muito bem, e não foi só pelo facto de ter tido lá aquele calorzinho bom que fez tanta falta no Reino Unido durante o mês de Julho (que aparentemente foi o mais frio dos últimos 8 anos).
Queria passar um pouco mais tempo do que é habitual mas ia ser difícil tirar duas semanas seguidas de férias. Como tal, tirei a primeira semana de férias, e a segunda fiquei a trabalhar a partir da 'terra do meu pai' no Alentejo.
Então, pensando que queríamos ficar a uma distância relativamente pequena da zona de Montemor-o-Novo, decidi marcar a nossa primeira semana na Comporta visto que já há muito que não ia lá e tem boa praia. Mas o que eu não estava era nada à espera do que por lá encontrei.
Em vez da pequena aldeia Alentejana que tinha em mente, deparei-me com uma aldeia altamente gentrificada com imensos restaurantes de alta qualidade, bares giros que passavam música soft-jazz que nos embalou naquelas noites quentes, e um grande número de estrangeiros, não só turistas como também residentes.
Rapidamente cheguei à conclusão de que a Comporta é uma das zonas da moda do momento. Se se é um estrangeiro com cultura o suficiente para conhecer este pedaço do Alentejo, vai estar lá; e se se é Português e vive em Cascais, também vai para lá. Isto para dizer que umas férias na Comporta, ao contrário do que esperava, não é propriamente barato. Só consegui encontrar dois restaurantes que tinham preços mais razoáveis relativamente ao que se espera de um restaurante numa aldeia da costa Alentejana. Tudo o resto tinha os preços bem elevados a cerca de £20-£30 por um prato principal de uma dose que efectivamente só dá para uma pessoa.
E eu que dizia ao meu Inglês que ele podia esperar grandes doses de comida muito boa a uma pechincha. Nada disso! OK, a comida era boa, sim senhora, mas o preço é que não.
Depois na praia, se queria almoçar, ou tinha que ir às 16h ou tinha que marcar mesa assim que chegasse à praia, e o melhor era marcar logo para vários dias seguidos se queríamos almoçar numa mesa lá fora. A alternativa seria ir comer ao segundo restaurante que lá está ao lado, mas esse parece ser ainda mais formal e não tem a decoração agradável que o Comporta Café tem, nem as mesas na areia, nem o DJ nem nada disso. Portanto, se querem ir almoçar ao sítio mais giro, há que fazer reserva. Nunca eu antes tive que fazer reserva para almoçar em nenhum bar de praia!
Na primeira noite em que lá chegámos eu tinha pensado em reservar mesa para jantar por ser o nosso aniversário de casamento civil, logo queria ter garantido um restaurante que achasse que fosse bom. Tinha encontrado no Google o Sublime Beach Club que, ficava um pouco mais distante da aldeia da Comporta mas que parecia valer a pena o percurso de carro. E valeu! Foi perfeito para uma jantar especial a ver o pôr-do-sol. na praia e a ocasião assim o merecia. O que eu não esperava é que aquilo viessem a ser restaurantes especiais quase todas as noites porque são os únicos tipos de restaurantes que lá há.
Mas entre os restaurantes e bares giros, e as lojas de decoração e design cheias de coisas bonitas que apetece levar tudo mas que na realidade não se sabe o que se vai fazer com aquilo que a sua funcionalidade é mais visual do que factual, ouve outro factor que me surpreendeu. - Os empregados dos variados locais falavam connosco imediatamente em Inglês sem verificar primeiro se éramos estrangeiros ou se não. E quando eu lhes falava primeiro em Português, muitas vezes respondiam-me em Inglês na mesma, ou respondiam em Português mas com um sotaque estrangeiro, porque efectivamente eram estrangeiros. Resultado, as minhas expectativas de colocar o meu Inglês (marido) a praticar o Português para sair destas duas semanas com um melhor vocabulário, foram altamente postas de lado ao verificar que metade da Comporta não falava Português.
Outra surpresa - com esta situação de encontrar uma aldeia tão atraente e com tanto potencial de investimento ficámos curiosos para ver o preço das casas que afinal, nada como encontrar uma aldeia Portuguesa com bom potencial de crescimento onde apostar numa casinha para alugar. Mas qual potencial?! Os preços das casas já estão mais que avançados que parece que todos já tinham chegada à conclusão de que esta aldeia era bom investimento à uns anos atrás e agora toca de lucrar com o assunto. Provavelmente há uns 5-10 anos atrás compraram uma casa pequena de três assoalhadas sem piscina por uns €200.000, e agora já estão a mais de €700.000. É ridículo!
Resultado, a minha estadia na Comporta foi uma caixinha de surpresas com todo este desenvolvimento inesperado.
Se não gostei de lá estar? Gostei, sim senhora! OK, não gostei nada dos preços que já escrevi uma quantidade de parágrafos a desbaratar sobre os mesmos, mas adorei passar férias por lá. A aldeia está bonita, bem arranjada, é agradável de se estar em qualquer restaurante ou bar, o serviço foi impecável em todo o lado incluindo o hotel onde ficámos, o Alma Lusa, onde fomos recebidos com sorrisos simpáticos e até a gerente nos veio dar as boas-vindas à entrada. Depois temos a praia excelente ali ao lado, e muitas coisas para visitar na zona. Era difícil não gostar. É certo, a aldeia está gentrificada, e isso sempre vem com várias desvantagens principalmente aquelas associadas ao preço, mas o desenvolvimento da aldeia foi feito com o cuidado de preservar o seu aspecto original em vez de simplesmente construirem imensos edifícios altos como muitas vezes fazem para atrair o máximo de turismo mas sem nenhum respeito pela história da zona. Acho que esse desenvolvimento ao menos foi bem feito para já e proporcionou-nos uns dias calmos e super agradáveis na zona.
E está feito. Após tantos meses de organização e planeamento, o dia do casamento passou bem rápido e é agora uma boa lembrança na minha memória.
Felizmente correu tudo bem sem grande stress, os convidados adoraram, os meus pais ficaram satisfeitos e aliviados, que bem deu para perceber que eles estavam mais nervosos do que eu. No dia seguinte ao casamento ainda fizemos um BBQ para os convidados que foi muito divertido, e no dia seguinte, fomos direitinhos para o Baixo Alentejo onde ficámos a descansar o resto dos dias que nos soube tão bem. Voltámos a Londres na sexta-feira à noite e ontem, Domingo, fomos ao casamento de outros amigos aqui em Inglaterra que também foi muito divertido. Hoje voltámos para casa, e devo dizer que mal entrei na porta de casa só me apeteceu chorar. Acho que foi aquele 'crash' de ter uma felicidade imensa durante vários dias, em que tínhamos constantemente algo novo com que nos entusiasmar e, ao chegar a casa hoje, ao pensar que já tudo tinha acabado e que a partir de amanhã voltava ao dia-a-dia normal, de repente senti uma tristeza tão grande que não me consegui controlar e tive que deixar as lágrimas rolar.
Agora, mais composta, e pensando bem sobre tudo o que se passou, apercebo-me de que claro que é perfeitamente normal sentir uma quebra de emoções depois de ter tido uns dias tão bons. Imagino que não seja a primeira vez que esta 'montanha-russa' de emoções aconteça a uma noiva após o casamento, e possivelmente não será a última. Também não será só após um casamento que este tipo de emoções opostas se apresentem. - Isso quer dizer que as coisas que estão para vir são menos boas? - Não. Simplesmente são diferentes. Eu sei que é preciso olhar em frente, pensar no futuro e ficar com as boas memórias do passado, mas também sei que é OK, aceitar a tristeza quando ela vem, e deixar as emoções saírem até nos sentirmos mais calmos novamente.
E sinceramente, faz-me bem escrever sobre isto mesmo. Passar o que estou a pensar para a escrita ajuda a deitar tudo para fora e sinto-me até mais contente por pensar nas memórias do casamento sem ficar triste.
Quanto ao casamento em si, foi muito giro. O local de escolha foi a Quinta do Pé da Serra, na zona de Colares em Sintra. A quinta é muito bonita, situada num sopé da Serra onde tinha uma boa vista para a Serra e para o mar (ou teria se não tivesse chegado uma grande neblina à hora do cocktail). Como já nos tínhamos casado oficialmente em Londres, a nossa cerimónia foi simbólica e fomos nós próprios, com ajuda do nosso Mestre de Cerimónias (um amigo nosso) e da Internet, que preparámos o texto para a cerimónia, escolhemos os votos que queríamos dizer, etc. A cerimónia foi super pessoal e bonita e decorreu nos jardins da quinta, para permitir facilmente que todos os eventos do dia decorressem no mesmo local. Como já tinha mencionado antes, nem sempre a comunicação com a quinta foi fácil, mas no dia e nos dias anteriores foram extremamente prestativos, simpáticos, atenciosos e já perdi a conta de quantas vezes os convidados nos disseram o quanto adoraram o serviço prestado pelo staff de catering.
Decidimos contratar uma banda de jazz para proporcionarem a música do casamento e, devo dizer, que eles foram espectaculares! Adorámos a banda e os convidados também os adoraram. Escolhemos Canon in D Major de Pachelbel tocada pelo piano para a entrada da cerimónia, depois o trio de jazz tocou durante o cocktail, e toda a banda com uma cantora na voz tocaram durante a festa uma mistura de canções conhecidas mas com aqueles tons de jazz. Chamam-se L.Bond, portanto fica a dica para os interessados.
Na nossa opinião existem três elementos essenciais para uma boa festa de casamento - a música, a comida e a bebida, e para que tudo corra bem, devem haver pelo menos dois desses elementos em qualquer momento do dia para que a festa decorra bem. Não tínhamos photo booths nem jogos, nem outro tipo de entretenimento, e acho que nada desse tipo de entretenimento seria tão necessário como estes três elementos.
Para os presentes dos convidados, oferecemos azulejos Portugueses com uma base de cortiça onde os nossos nomes e data do casamento estavam marcados, que servem como bases para copos. O fornecedor foi a Fábrica do Azulejo, e também foram muito simpáticos e prestativos.
Casamento terminado, e como muitos dos convidados viajaram propositadamente para o casamento, quisemos organizar também um BBQ no dia seguinte para os convidados que ainda estavam em Sintra nesse dia. O local escolhido foi a Casa do Valle, que tem um jardim enorme, tinha todo o equipamento para BBQ e foi o local onde muitos dos convidados ficaram acomodados. Para o BBQ tive a ajuda da família a organizar e também correu tudo muito bem, e com muitos dos convidados ainda ficámos por lá o dia todo para aproveitar a piscina.
Quanto à mini-moon, decorreu numa acomodação de nome, Paraíso Escondido, num monte Alentejano no Baixo Alentejo, próximo da Zambujeira do Mar. Só queríamos relaxar depois do casamento e aquele local foi perfeito para o efeito. Até tinha um Estúdio de Yoga com uma vista espectacular para os montes Alentejanos e que, pelo menos enquanto lá estivemos, pareceu só ser utilizada por mim durante as manhãs, o que adorei.
E foi assim, uma sequência de eventos que formou um dia e uma semana a não esquecer.
Hoje acordei cheia de saudades. Saudades dos meus pais, da minha família, de Lisboa, de Portugal. O facto é que, pela primeira vez, desde que estou em Londres, que não marquei férias para ir a Lisboa no verão. O plano era ir só em alturas da Web Summit, já que vou lá em Novembro. Má ideia! Eu não quero passar tanto tempo longe. Olhei para o meu calendário, e sinceramente tenho algo combinado a fazer nos próximos fins-de-semana, todos os fins-de-semana até meados de Outubro!! Não existe um único fim-de-semana pelo meio onde não tenha nada planeado. nenhum, à excepção deste próximo fim-de-semana que está para vir.
Fui ver vôos para este fim-de-semana e devo dizer que não estão nada baratos - ir para Lisboa num fim-de-semana em época alta, não é própriamente a escolha de fim-de-semana mais inteligente para fazer uma visita a Lisboa. Mas também quando fôr em Novembro não vou pagar viagem e, já desde a Páscoa que lá não vou, por isso achei que valia a pena pagar o extra. E acabei de marcar! Yeah! Estou contente, vou a Lisboa este fim-de-semana :-)
Eu vinha escrever sobre outro assunto, mas quando li o artigo de frente de página do Sapo de hoje não pude deixar de escrever sobre este tema, para deixar sair para fora o meu descontentamento com mais uma decisão dos políticos Portugueses, que a meu ver é negativa. Será que quem votou contra a despenalização da morte assistida, nunca conheceu directa ou indirectamente, alguém que tenha estado num sofrimento tal que preferisse a morte ao resto de uma vida a sofrer?
Na semana passada estava a falar com uma amiga sobre isso mesmo. O Pai dela está a lutar há anos contra vários problemas inclusive um cancro. Ele tem mais de 70 anos e à duas semanas atrás desistiu de lutar. Não existe forma alguma de poder recuperar e pediu aos médicos que lhe parassem toda a medicação porque só queria passar o resto dos seus dias em casa com a família sem tubos nem medicamentos. Está com dores e sofrimento constante, mas está lúcido e só queria acabar com o sofrimento rapidamente. A família percebe, e apoiaria a decisão dele de ter uma morte assistida se essa fosse permitida no Reino Unido. Mas não é. E estando em casa, se ele morresse por qualquer outro factor que não fosse uma morte natural, a mãe dela iria presa em suspeita de assassinato.
Um caso desses apareceu nos jornais locais de uma vila no centro de Inglaterra à uns tempos, onde o marido estava doente e queria morrer, mas não queria que a mulher ficasse com a culpa, por isso ela foi viajar durante o fim-de-semana quando ele decidiu efectuar o suicídio. A terra toda condenou a mulher por ter deixado o homem doente sozinho, e a polícia investigou-a de qualquer maneira, mas foi a única forma que o casal encontrou para acabarem com o sofrimento sem que ela pudesse ser a culpada. É justo deixar que famílias passem por isto?
A medicina tem o poder para ajudar as pessoas a ir sem dor, com cuidado. Como é que é possível que tal não seja permitido e que seja considerado melhor deixar as pessoas sentirem os seus próprios orgãos a falhar e sofrer de maneiras horríveis?
Claro que tem que haver controlo e que sejam estabelecidos processos para evitar decisões bruscas, mas infelizmente há pessoas que beneficiariam do direito à eutanásia. Não percebo como tantos países podem negar tal direito às pessoas. Actualmente a eutanásia só está legalizada na Bélgica, Canadá, Colômbia, Holanda, Índia e Luxemburgo e o suicídio assistido está legalizado na Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Suíça, e alguns estados dos Estados Unidos da América.
Acredito que custe aprovar tais decisões, talvez eu até não tenha toda a informação dos efeitos negativos que tal decisão possa trazer para um país, mas a legalização parece-me a solução mais humana e custa-me a acreditar como não há mais países a possibilitar esse direito.
Nos dias anteriores ao Dia de Portugal, inclusive, podem visitar a Portugal Expo International a decorrer no maior centro de exposições de Londres, a ExCel.
A feira conta com informação de interesse a quem pretende investir em Portugal ou ficar a conhecer mais sobre o país de forma geral incluindo informações sobre turismo, imobiliário, culinária, etc. Os bilhetes custam €10 para adultos e podem ser adquiridos aqui.
Foi muito pouco tempo mas, durante esta minha curta visita ao Porto deste fim-de-semana, deu para passear pelas zonas principais e ficar com um cheirinho da cultura local do Porto. Novamente, muito obrigada à Isa, à Cabeça no Ar, à Andreia Ferreira, aos outros leitoresanónimos do blog e também à @susana__martins no Instagram que me deram óptimas dicas que utilizei durante a viagem. Para quem segue o @tugaemlondres no Instagram terá visto nas 'stories' por onde me aventurei, mas de forma geral, foram assim os meus dias por lá:
Dia 1:
Ao chegar, gostei tanto do airbnb que tinha marcado que quase não me apetecia sair para a rua chuvosa. Localizado no topo de um edifício recentemente renovado, o apartamento tinha uma decoração moderna e de bom gosto, com imensas janelas, inclusivé uma vista para os Clérigos da janela do quarto. Mais barato que um hotel razoável, e muito mais agradável e espaçoso que um quarto de hotel. Vale a pena na vossa próxima viagem pesquisar por apartamentos no airbnb que, sem dúvida, que se encontra umas pérolas por lá.
O passeio do primeiro dia começou por São Bento, passando pela Rua das Flores e parando lá para uma Francesinha na Cantina 32. Muito bom!! Fiquei com imensa vontade de experimentar os outros pratos que tinham por lá também que tinham um aspecto de chorar por mais, mas queria mesmo ir para a Francesinha que achava que não ía encontrar nos restaurantes que tinha marcado para a noite. Valeu bem a pena que era deliciosa.
O passeio continuou pela Ribeira e tive de passar a Ponte D. Luís muito rapidamente para fugir à chuva. Eventualmente do lado de lá, a chuva abrandou até parar. Tive pena de não conseguir ter feito um visita a nenhuma das caves porque ou não estavam abertas no feríado ou porque estavam esgotadas para visitas esse dia, mas ainda aproveitei uma prova de vinhos do Porto no Porto Cruz, seguido de uma visita ao terraço, para aproveitar os raios de sol que, entretanto, apareceram.
Nessa noite, o restaurante escolhida foi o Porta 4, e devo dizer que foi a experiência em termos de restaurante, de que gostei de mais durante a estadia. Tal como a 'cabeça no ar' tinha indicado, o restaurante é mesmo muito pequenino, com apenas 5 mesas, mas o facto é que, isso o tornava super charmoso, e o dono era extremamente simpático, e fez-nos sentir como se tivesses em casa dele a jantar com amigos. O menú era de petiscos de cozinha moderna, de bom valor e deliciosos. Gostei muito.
A noite foi mesmo na Rua Cândido de Reis, onde fomos a um dos bares antes de recolher.
Dia 2:
No segundo dia tinha todas as boas intenções de ir à Livraria Lello logo de manhã, mas assim que lá cheguei já estava uma fila que descia a rua toda e dava a volta à esquina!!! Mas o pessoal está maluco? Eu até percebo que a livraria seja bonita e que os fãns do Harry Potter gostem de visitar um dos lugares que inspiraram a autora dos livros, mas vá lá ter paciência! Um bocadinho de fila, tipo esperar 5 ou vá, 10 minutos, ainda ía, mas aquela fila tinha pelo menos 1 hora de espera, se não mais. Escusado será dizer que não a visitei.
Tentei ir à parte do brunch no Brick Clérigos, mas descobri que afinal só abre pelas 13h e como tal não iria dar para brunch. Assim sendo decidi ir andar para o lado da Rua da Conceição porque queria ir à loja Mercado 48, e passei pelo Diplomata que me pareceu ter bom aspecto, mas tinha uma fila que saía para a rua por isso não pareceu valer a pena. Acabei por ir tomar o pequeno almoço ao Café Progresso, mas achei um bocadinho decepcionante porque tinham um menú muito normal e reduzido à escolha entre pastelaria ou pequenos almoços com ovos tipo omelete ou semelhante.
Depois do pequeno-almoço andei um pouco à nora pelas ruas a tentar encontrar lojas interessantes onde conseguisse encontrar um presente de anos para a minha mãe, mas nem me lembrei de ir à Rua de Santa Catarina. Então acabei por não visitar nem essa zona nem o Mercado do Bolhão, de que tive pena, mas só me lembrei mais tarde.
Voltando para a zona da Ribeira, apanhámos o eléctrico no. 1 até à Foz e o passeio da tarde foi por ali. Achei muito giro passear por lá, ainda mais porque o mar estava bravo o que fazia uma vista impressionante ao bater por trás do farol. Não cheguei a descobrir mais coisas de interesse por ali aparte do passeio marítimo, mas aproveitei uma das esplanadas à beira-mar que era muito gira.
Nessa noite o jantar foi no Museu d'Ávó de que também gostámos em termos de decoração e comida, seguido das Galerias de Paris.
Foi muito agradável mas soube a pouco. Para a próxima o Museu de Serralves está na lista.
Vou ao Porto! Tenho estado com tanta vontade de visitar a cidade do Porto, após mais de 10 anos desde a última vez que lá fui, que no outro dia decidi ir lá no fim-de-semana da Páscoa. Chego sexta de manhã e fico lá até Domingo de manhã, quando apanho o comboio para Lisboa para ir passar o almoço de Páscoa com a família.
Queria ficar numa zona que fosse perto do centro para poder passear principalmente a pé. Acabei por encontrar um apartamento entre a estação de São Bento e a Batalha que me pareceu ser uma boa zona? Como não vou ter muito tempo no Porto penso dar uma volta pelo centro, passar pelos Clérigos e a zona da Miragaia, ir à livraria Lello, aos Aliados, à Ribeira, à Foz, quero ir ver as lojas da Rua da Conceição, passar a ponte D. Luís e fazer uma prova de vinhos a Gaia.
Para os conhecedores do Porto, acham que consigo ter tempo para visitar tambem outras zonas? Se sim, que zonas podem recomendar? E nas zonas que indiquei, conhecem alguns restaurantes, cafés ou bares bons que vale a pena visitar? Pela descrição que li das lojas da Rua da Conceição, parece que vou gostar de visitá-las. Se conhecerem outras semelhantes noutras zonas, adorava ficar a saber delas também. E para a prova de vinhos, existe algum local bom que possam recomendar? E onde ir num sábado à noite? Sabem se vão haver alguns eventos especiais a decorrer no fim-de-semana de Páscoa?
Adorava quaisquer recomendações que possam dar. São todas muito bem vindas. Entretanto fico ansiosa até à visita ao Porto.
Quando escrevi o post sobre o que achei da cidade de Lisboa durante a minha última visita, eu mencionei que sabia de uns colegas que estavam a pensar ir visitar Lisboa. Mas desde então, quase que não ouço falar noutro destino de férias senão Portugal. Nem mesmo nos dias de popularidade do Algarve, nunca me lembro de um ano, desde que estou em Londres onde tenha ouvido tantas pessoas falarem em visitar Portugal. Oram são os meus colegas (são já 7 deles este ano que eu saiba, e um deles, que ainda está para ir, escolheu Portugal como o seu destino para a Lua-de-Mel); ora são pessoas que ouço falarem em visitar Portugal na rua; ora são pessoas que sigo no Instagrama como o @mattpike, o @gallucks, e o @b.local.london que me lembro de ver publicarem fotos de Portugal recentemente.
Uma publicação partilhada por M A T T P I K E (@mattpike) a
Não pode ser só coicidência que de repente tantas pessoas visitem Portugal. Então fui fazer uma pequena pesquisa para tentar perceber esta mudança.
Em Julho deste ano, quando o Primeiro-Ministro Português, António Costa, fez a inauguração da extenção do aeroporto de Faro, apresentou estatísticas que comprovem o que tenho notado recentemente - houve um aumento de 20% de turismo em Portugal nos primeiros 6 meses deste ano, inclusivé no Algarve com 18% de crescimento entre Janeiro e Maio, o que contraria o que é habitual, da maioria do turismo Algarvio se verificar no período de verão. Este factor, conjunto com o aumento de chegadas aos outros aeroportos internacionais principais do país, indica que o turismo não vem só à procura de praia e sol, mas sim da cultura, e beleza natural que Portugal tem para oferecer.
Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), o Programa Revive que oferesse concessão de projectos de turismo a privados, assim como o investimento que o governo tem feito em infrastrutura de inovação e tecnologia relacionada com o turismo, são dois factores importantes que ajudaram neste crescimento.
Mas achei particularmente interessante a explicação dada pelo Público, que indica que este crescimento não foi assim tão súbito. Para que o turismo se sinta atraído por Portugal é preciso que a infrastructura esteja disponível para receber bem os turistas. O primeiro grande impulso relacionado com o investimento na infrastrutura deu-se com a Expo 98, mas foi com o surgir das companhias aéreas low cost, que o turismo começou a aumentar. Com o aumento de viajantes, justificou aos Portugueses investirem mais na infrastrutura, desde hotéis, a restaurantes, área paisagista das cidades, limpeza das cidades e afins. Portanto, de repente temos um país cheio de bom clima, linda paisagem, pessoas simpáticas, boa comida e vinho, óptimos locais onde ficar a dormir, comer e divertir. A infrastrutura está no sítio para que, quem vá a Portugal tenha uma boa experiência e passe a palavra para os amigos quando regressa a casa. Ora da próxima que os tais amigos estão a pensar ir de férias, e vão pesquisar por inspiração à Internet, deparam-se com publicidade digital pelo Turismo de Portugal que promove as variadas experiências que podem ter no país. E assim, o 'amigo' fica convencido de que quer ir a Portugal também.
Este ano o Turismo de Portugal decidiu investir os seus €10Milhões do orçamento de marketing, em marketing digital, e resultou! Afinal hoje em dia a larga maioria de pessoas pesquisa por férias online, e não só a forma como investiu e o tipo de comunicação que está a fazer tem sido extremamente bem sucedido em termos de angariação de turismo, mas agora temos a infrastutura que garante que efectivamente o turista consegue ter o nível de experiência que lhe foi 'vendida' na Internet, fica contente, coloca as suas fotos nas redes sociais criando publicidade gratuita para o país, e a ronda de turismo assim tem continuado a crescer.
Fico muito contente que Portugal tenha dado esta volta à sua imagem. Há 10 anos atrás quando dizia a alguém que era de Portugal, falavam-me no Algarve e não se lembravam do nome da nossa capital. Há 5 anos atrás, quando lhes falava de Portugal perguntavam-me sobre a crise e o desemprego. Hoje em dia, digo que sou de Portugal e respondem entusiasmadamente falando-me sobre a sua última visita à cidade 'trendy' de Lisboa ou Porto, e de como adoram Pastéis de Nata e bacalhau.
Está cada vez melhor! Estive de visita durante a semana passada por cerca de 5 dias e devo dizer que descobri vários locais diferentes, e gostei bastante da nova atmosfera. Lisboa está cada vez uma cidade mais cosmopolita, os residentes estão a aproveitar os edifícios bonitos da cidade como espaços para novos estabelecimentos interessantes mas mantendo o seu carácter original. Nota-se que há um cuidado maior e apreciação pela cidade e por manter a tradição, se bem que com um toque mais moderno e original. Já tinha ouvido pessoas dizerem que Lisboa é considerada a nova Berlim, e parece-me que têm razão. Lisboa está a tornar-se mais apelativa como cidade de residência para artistas e pequenos empresários, que conseguem obter rendas de estabelecimentos e residência mais baratas que nas outras principais cidades Europeias, enquanto que tem a vantagem do bom clima, comida e simpatia dos Portugueses. Este factor está intimamente ligado ao aumento do turismo. Lembro-me que nos primeiros anos em que cá estive, sempre que ouvia alguém dizer que ía a Portugal, estavam a referir-se ao Algarve, mas hoje em dia, ambos Lisboa e Porto são frequentemente mencionados como as cidades de destino quando vêm a Portugal.
Parece-me que o Porto até está um pouco mais avançado em termos de ter estabelecimentos interessantes e apelativos ao turismo e aos residentes, pelo que tenho ouvido falar, mas já não vou ao Porto desde a minha época de universidade, por isso está na minha lista de locais a revisitar em breve.
No outro dia estava eu a tomar uma bebida no Broadway Market, quando ouço a conversa de um casal jovem Britânico ao meu lado que estavam a contar aos amigos como tinham apresentado a sua demissão no trabalho e se íam mudar para Lisboa, explicando todas as vantagens que eles encontram por se mudar para lá, tais como as que mencionei acima.
A minha chefe de Nova York também tem planeado fazer uma visita de 2 semanas com a família este verão por Lisboa, Porto e Algarve, e duas outras colegas de NYC também planearam uma viagem de 1 semana a Portugal este verão. Tenho outro casal amigo que foi passear ao Porto na semana passada, outro casal tinha vindo à duas semanas a Lisboa, etc, etc, etc. Só para verem a frequência com que isto está a acontecer. Adoro saber que os estrangeiros estão a apreciar cada vez mais visitar o nosso país, e depois desta minha passagem por Lisboa, ainda tenho mais locais para recomendar.
Alguns dos locais onde fui pela primeira vez que desconhecia incluem:
O bar da Duna da Cresmina com uma vista espectacular para o Guincho e com um DJ a animar o ambiente
Bar Procópio nas Amoreiras - já existe há muitos anos mas ainda não conhecia. Ambiente vintage e cocktails deliciosos
Embaixada LX no Príncipe Real - todo o carácter deste edifício do século XIX com lojinhas, restaurantes e bares muito giros e altamente populares
Pão à Mesa no Príncipe Real - restaurante com bom ambiente e cozinha
Vários bares e restaurantes no Cais do Sodré, perto da Rua Cor-de-rosa
O pessoal do Zaask.pt contactou-me no outro dia a perguntar se aceitava ‘guest posts’. O interessante do site deles é que, à semelhança do buzzfeed, eles têm jornalistas que escrevem sobre tudo e mais alguma coisa e ofereceram para escrever um post sobre um tópico à minha escolha. Não tive que pensar duas vezes. Como o meu tempo livre nos últimos tempos tem sido maioritariamente passado a pensar e procurar por peças de decoração, pedi-lhes para escreverem um post que oferece-se dicas sobre como decorar um casa moderna com uns toques Portugueses. Eles aceitaram a ideia, e aqui fica o resultado:
Azulejos: Quem é que não conhece os azulejos tipicamente portugueses? Mesmo numa casa moderna, é possível enquadrá-los na decoração, por exemplo, colocando-os na linha de topo dos azulejos existentes na casa de banho. Além do mais, existem vários padrões à escolha, por isso, servem para todos os gostos.
Bibelots que representem figuras tradicionais portuguesas: Quer sejam em porcelana, cerâmica, vidro ou madeira, existem imensos bibelots muito engraçados que representam figuras portuguesas bem conhecidas, como o Zé Povinho ou o Galo de Barcelos. E não são nada difíceis de encontrar, basta irmos a uma das imensas feiras de artesanato que estão espalhadas pelo país. Nas férias, ou numa ida a Portugal, visitar uma destas feiras pode ser um excelente programa!
Objectos em cerâmica: Também estes representam bem a essência do nosso povo. Se virmos bem, os nossos pais e os nossos avós até têm objectos destes, principalmente os que pertencem aos conjuntos do Bordalo Pinheiro. Uma casa tipicamente portuguesa costuma ter estas porcelanas em forma de couves, frutos e animais!
Porcelanas: Para serem usadas ou apenas para servirem como adereços, o certo é que as porcelanas portuguesas, sobretudo as da marca Vista Alegre, são reconhecidas no mundo inteiro. E existem em padrões tão variados (até mesmo baseados em autores portugueses, como o Fernando Pessoa) que, numa casa moderna, ainda lhe dão um maior requintes.
Tecidos tradicionais: Um clássico da tradição Portuguesa são os lenços dos namorados, cheios de erros ortográficos (propositadamente feitos assim) e esses existem bordados numa variedade de tecidos. Por exemplo, ficam mesmo bem numa mesa, num quadro, ou a servirem de forro numa almofada.
Rendas: Nem todos gostam de usar naperons feitos em renda, muito menos ter as rendas colocadas em quadros, mas a verdade é que esta arte faz parte da tradição portuguesa e temos que reconhecer todo o mérito a quem elabora estes trabalhos. Curiosamente, até se enquadram muito bem num ambiente caseiro, é só preciso saber onde colocá-los.
Decoração com chita: A chita é também algo que nem todos apreciam, especialmente pelos seus padrões muito coloridos. Mas quem gosta de cores mais leves tem sempre a opção da chita de Alcobaça. E quem pensa que um forro ou um tecido com a decoração em chita destoa na decoração moderna está bem enganado!
Papel de parede alusivo a Portugal: Dar um toque português a uma casa também passa pelas pinturas interiores. Por isso, é uma óptima ideia mandar personalizar um papel de parede para a sala, ou até para o quarto, com paisagens das cidades portuguesas favoritas, de uma paisagem marcante, ou de algo puramente português que tenha realmente significado.
Instrumentos de música portugueses: Podem não ser propriamente baratos, mas dão um certo estilo a uma divisão, sem a mínima dúvida. E, para quem gosta de música, certamente que vai adorar ter uma guitarra portuguesa ou um cavaquinho exposto como elemento decorativo.
Peças de mobiliário portuguesas: Se houver possibilidades financeiras para isso, aqui está outra grande sugestão. Para além de existirem peças de mobiliário muito elegantes, acabam também por ser bastante úteis dentro de uma casa. Sem esquecer, claro, que se ajuda uma empresa portuguesa, que é igualmente importante.