Esta semana teve início um novo projecto de arte parte da séries de projectos intitulados Art on the Underground que, como o nome indica, refere-se a projectos de arte presentes no metro de Londres. Este novo projecto por Michael Landy intitula-se "Acts of kindness" e tem como objectivo juntar testemunhos de pessoas que tenham feito ou presenciado actos de bondade entre pessoas durante a sua viagem no metro de Londres. Vao poder encontrar esta exposicao de testemunhos em várias estacoes de metro e comboios da Central Line (linha vermelha). Aqui ficam alguns exemplos dos testemunhos dados pelas pessoas que fazem parte deste projecto:
"In my local Tube station there was an LU worker standing at the barriers who used to say to me " you should leave the house a little bit earlier love" as every morning I would rush through - dropping my gloves, Oyster card, leaving my purse at home. One day I got a call on my mobile phone... we found your laptop in the lift... As I dash through I still look out for him - but he's no longer working there."
"I left my expensive new mobile on the seat at Kingsbury. When I got home I called it and a stranger picked up. He took a detour on his way home that night to meet me at the station and give me back my phone. Thank you!"
"My sister and I were coming home from a lovely evening out. The train wasn't very crowded, but someone spotted a bottle of bubbles that had been left behind on the seat by someone. To our amusement the guy started blowing bubbles in the carriage and then passed the bottle onto the woman next to him. We all took turns blowing bubbles in and carriage and giggling together. When it got to my turn, I took the stick and held it over the air conditioner, the bubbles that were formed floated down to the end of the carriage where more people laughed. The laughs we had that evening lasted all the way home."
"I fainted on a very hot, very busy tube. When I came round, a lady was supporting my head. I was upset and started crying. She got off the tube with me at the next stop and sat with me until I felt better. After I while I was ready to get back on the tube and go to work. The lady asked where I was going. She said that she wanted make sure I got to work ok so she got off at my stop with me at Holborn and walked me to work. So kind and totally selfless."
E há muitas mais histórias que podem ler no site da TFL, se nao as virem mesmo no metro. Se voces próprios tiverem histórias de bondade que queiram partilhar podem faze-lo através desse site.
Ao saber deste projecto isso fez-me pensar sobre que eventuais actos de bondade eu poderia falar. Para minha surpresa, e com um pouco de tristeza, verifiquei que nao me lembro de nenhum acto de bondade que eu própria tenha feito no metro, para além de dar o meu lugar a outras pessoas, o que nao conta por ser algo normal. Também nao me lembro de ter visto nenhum feito por outras pessoas. Consigo é lembrar-me de situacoes em que pessoas foram antipáticas umas para as outras. A última delas foi um tipo que nao gostou que o outro estivesse sentado muito próximo dele a ler o seu jornal sobre os ombros e até se demonstrou muito mal educado a pedir para o homem se afastar dele mais, quando estavamos num metro cheio em hora de ponta.
Em termos de actos de bondade lembro-me sim é de um que me fizeram a mim. Foi no dia em que eu me fui despedir da melhor amiga que eu tinha em Londres na altura, no dia em que ela decidiu voltar para Franca de vez (já lá vao uns 4 anos). Depois de a deixar para apanhar o comboio em Liverpool Street, fui para a fila para comprar o bilhete do metro e, estava tao triste que as lágrimas comecaram-me a escorrer pela cara. Na fila ao lado estava uma mae e a filha que devia ter os seus 7 ou 8 anos. A crianca tinha um chocolate na mao. Olha para mim, ve-me a chorar, e estica o braco para me dar o chocolate. Fiquei tao emocionada com a crianca que foi tao querida em dar-me o chocolate para eu me sentir melhor. Resultou. Eu parei de chorar e sorri. Acho que foi um dos actos mais queridos que já recebi.
Nem sabia que estavam a fazer novas carruagens, mas pelo menos 1 novo metro já anda pela linha, que foi o que me trouxe hoje da estação de Victoria. Reparei logo que era novo quando ainda estava do lado de fora do metro, pelos novos estofos que protegem os bancos da carruagem mas, infelizmente, a impressão não foi nada boa.
Digamos que os estofos dos bancos é daquelas coisas que geralmente me passa completamente ao lado. Na sua maioria são feios e basta, mas também nunca pensei muito sobre o assunto. Desta vez, no entanto, não pude deixar de pensar no assunto já que agora estamos a falar de todo um metro renovado por dentro, o chão, os vidros, tudo se nota que é novo. Mas se é novo, e se se deram ao trabalho e ao custo de criar e escolher estofos diferentes, porque raio é que escolheram à mesma uns tão feios e antiquados? Estamos no século XXI já há 10 anos! Porque é que as companhias do metro insistem em basear a sua decoração na década de 80 do século XX?
Estes novos têm umas riscas horizontais azuis escuras e azuis mais claras com um azul a modos que para o berrante. Mas OK, se fossem só assim, até que até dava. Mas porque é que têm que colocaram no desenho em cima dessas riscas, uns losangos cinzentos com quatro bolas vermelhas lá dentro?? Querem colocar cores vivas para as pessoas se sentirem bem dispostas? Será que é essa a razão? Acho muito bem colocarem cores vivas, mas não com aquela combinação e design de há 30 anos atrás. Mas que raio! São só uns estofos. Nunca perdi tempo a pensar no assunto e não devia perder tempo agora também, mas não consigo evitar de pensar que estes estofos foram criados por alguém recentemente para as novas carruagens e, mesmo assim foram incapazes de fazer melhorias. Será que eles não acreditam que uns estofos mais bonitinhos podiam trazer um efeito mais positivo à boa disposição das pessoas do que uns berrantes, feios e antiquados? Sem dúvida que as empresas do metro deviam mudar de quem quer que seja que lhe faz o design dos interiores da carruagem.
Em Setembro a TFL (Transport for London) teve a "brilhante" ideia de reformular o mapa do metro dado que muitas pessoas se tinham queixado de que o mapa estava demasiado cheio com a adição das linhas de comboio ao mapa e, portanto, complicado de se perceber. Ora então para resolver o problema, o que é que a TFL decide fazer? Nada mais nada menos do que tirar o rio Tamisa do mapa assim como a indicação das zonas do metro. Ou seja, não só as pessoas que ainda não conhecem bem o metro de Londres não vão saber que estações ficam a norte ou sul do rio, como também não vão saber que preço irão ter que pagar pela viagem.
Fantástico sim senhor. Ora mas que bela ideia que os tipos tiveram. Se o seu objectivo era diminuir a confusão da leitura do mapa essa foi sem dúvida uma bela forma de o fazerem! Até devem ter pensado é em todos os trocados extra que íam fazer através dos turistas ou residentes que não estejam habituados ao metro, que saiam numa certa estação e... SURPRISE! Foi cobrado dinheiro extra porque chegou à zona 3 sem querer. E lá ficam os directores da TFL a esfregar as mão de contentes com a quantidade de dinheiro extra que vão ganhar com estes enganos dos passageiros.
O argumento deles é que junto das máquinas de compra de bilhetes ou nas bilheteiras está explícito em que zona fica a estação para a qual pretendem ir. Mas e então a maior parte das pessoas que compra um passe? Não precisa de ir às máquinas cada vez que entra no metro. Vai olhar para o mapa se tiver dúvidas, claro. Mas agora se no mapa não estão as zonas, como raio é que é suposto as pessoas saberem se devem sair uma estação antes ou depois (caso não faça diferença)? E como é que as pessoas sabem em que estação sair para ir ter junto ao rio?
Felizmente o presidente da câmara de Londres desta vez teve o bom senso de discordar com a decisão da TFL e ordenou que novos mapas fossem impressos com o rio e possivelmente também com as zonas (aparentemente isso de voltar a colocar as zonas ainda não é certo). Os novos mapas estão previstos para entrar em circulação a partir de meados de Dezembro, aproveitando que também iriam ter que imprimir novos mapas devido à extensão da nova Circle Line. Sim, porque para quem não sabe a tão famosa Circle Line, famosa não necessariamente pela sua forma circular mas mais pelos seus constantes atrasos, obras sem fim e por ser uma das linhas mais incostantes da rede (proeza essa apenas alcançada ao nível, pela District e pela Hammersmith & City lines), vai mudar. Irá não só deixar de ser circular para ser mais em forma de caracol mas também ser mais fiável, rápida e constante (ou pelo menos é o que eles dizem. A ver vamos).
Basicamente a Circle line vai começar (ou acabar, como preferirem) em Edgware Road, irá fazer todo o circuito habitual mas em vez de acabar novamente em Edgware Road vai continuar estendendo-se ao longo da Hammersmith & City line até chegar a Hammersmith. Com esta mudança, a TFL indica que os metros irão ter um intervalo de 5 minutos entre cada um e que o serviço vai correr muito melhor de forma geral do que tem vindo a correr até agora.
Uma desvantagem da linha deixar de ser circular sem estações terminais é o fim do famosíssimo pub crawl da Circle line cujo objectivo era sair em cada uma das 27 estações da linha para beber num pub diferente. Claro que desconhece-se quem tenha conseguido passar da 8ª ou 9ª estação sem estar a cair para o lado de bêbado, mas o que conta é a ideia de fazer o pub crawl do circulo de estações.
O novo circuito entra em vigor no próximo dia 13 de Dezembro e a linha vai ter o novo aspecto em baixo:
Por várias razoes, inclusivie o despedimento de dois motoristas e o desejo do aumento salarial levaram os trabalhadores do Metro de Londres a fazer greve durante os últimos dois dias.
Esforcos tem sido feitos para que esta greve nao afecte muito os passageiros, tais como manter partes de algumas linhas do metro a funcionar e aumentar o número de autocarros, mas mesmo assim, o caos é evidente.
Ontem de manha pensei que talvez a melhor alternativa fosse mesmo ir de autocarro mas como é óbvio, com a falta de metro, TODA a gente decidiu levar carro para o trabalho! Resultado, apesar de ter saído de casa com meia hora de antecedencia da hora a que costumo sair, mesmo assim, com a congestionamento na estrada, consegui a proeza de chegar ao trabalho 35 minutos atrasada. Ou seja, o percurso que me costuma demorar 40 minutos de porta a porta, ontem demorou-me quase duas horas!! E isto porque a meio do caminho decidi sair do autocarro e continuar o resto do percurso a pé, porque senao teria sido mais demorado ainda.
O engracado é que, apesar de ter tido tanto tempo de atraso, mesmo assim ainda consegui ser a segunda pessoa a chegar no meu departamento.
Dado o resultado de ontem, hoje de manha achei que tentar novamente o mesmo percurso era capaz de nao ser boa ideia. Optei entao por apanhar o comboio até Victoria e o metro (que a partir dessa estacao já estava a funcionar) a partir daí. Sem dúvida uma melhor opcao! Apesar do comboio estar também apinhado de gente, ao menos já nao tive problemas de atrasos hoje de manha.
Mas é notável como a greve altera o dia-a-dia dos Londrinos - todas as paragens de autocarros estavam a abarrotar de pessoas, principalmente junto 'as estacoes de comboios; é motivo de conversa em todo o lado que se vá; inclusívie é motivo de conversa entre desconhecidos na rua; certas pessoas tem que ficar a trabalhar em casa, outras chegam atrasadas ao trabalho e outras tantas tem que sair mais cedo para nao apanharem a mega confusao da hora de ponta no transito; grupos organisados de ciclistas decidem partir de pontos estratégicos da cidade em direccao ao centro todos juntos de forma a que fosse mais seguro percorrer a cidade de bicicleta, principalmente para os ciclistas menos experientes; o ginásio estava quase vazio ontem depois do trabalho já que todos sabiam que íam demorar demasiado tempo na viagem para casa pelo que consideraram mais sensato fazerem-se ao caminho do que irem exercitar; reunioes sao alteradas para outras datas em que nao haja greve dos transportes; uff,... Londres está sem dúvida nenhuma muito dependente do Metro! É impressionante a diferenca que dois dias com algumas linhas de metro paradas faz na rotina das pessoas. Será que a situacao é identica quando trabalhadores dos metros de outras cidades fazem greve também?
Moi: “Bonjour Monsieur, est ce q vous parlez Anglais?”
Lui: “Non”
Moi: “Haaa, Okay,… hum… nous voudrons billet de metro.”
Lui: “Oui”
Moi: “Et, humm,… quelle est la station pur sortir pur aller a la zone turistique..?"
Lui: "Chatelet"
Uiii, como me custou desenrascar com o pouco Frances que sei, misturado com Ingles e Portugues sem qualquer cuidado gramatical. Bem, mas como as duas Suecas que estavam comigo ainda falavam pior, eu nao tinha mesmo hipotese senao tentar.
O fim-de-semana foi muito agradável e fiquei a adorar o pouco que vi de Paris. Já lá tinha estado 'a mais de 10 anos atrás e pouco me lembrava para além de subir á Torre Eiffel (isso acho que nunca se esquece) e ver o Arco do Triunfo.
Infelizmente a minha amiga e a amiga dela nao estavam tao interessadas em visitar a cidade quanto eu por isso acabamos por apenas ir num dos autocarros turísticos dar a volta a todos os principais monumentos. A meu entender, como nao tenho a oportunidade para estar em Paris com frequencia, queria aproveitar para andar por todo o lado e visitar tudo mas elas nao queriam parar junto a nenhum dos monumentos logo eu acabei por também nao o poder fazer o que foi pena. Lá ainda nao foi desta que fui subir ao Sacre Coeur...
Mas adorei andar junto ao Sena; adorei estar num carro a subir os Champs Elysee de noite com todas as lindíssimas luzes de natal nas árvores de ambos os lados da estrada e com o Arco do Triunfo 'a minha frente; adorei ver o brilhar do sol por entre a estrutura de aco da Torre Eiffel; adorei os edifícios e toda a atmosfera tao romantica da cidade; adorei o mercado de natal; adorei o croissant estaladico que comi no primeiro dia; adorei o brunch de domingo num cafezinho localizado na zona do Les Maire (acho que é assim que se escreve) tipicamente Frances, muito acolhedor e com uma seleccao fantástica já que era servido sob a forma de buffet e incluía crepes, pao, croissants, pan au chocolat, fruta, salsichas, omelete, salada, iogurte, sumos, etc. etc.
Aparte de todas as coisas boas fiquei com alguma ideia negativa do metro de Paris por achar que nao é “tourist-friendly”. O mapa é uma confusao já que as linhas sao geograficamente correctas, logo entrelacam-se umas nas outras tornando mais difícil de visualizar o seguimento de cada uma. Ainda mais, a sinalizacao dentro das estacoes de metro também nao está bem conseguida porque as indicacoes do sentido da linha remetem-nos para a última estacao dessa linha, o que para quem nao conhece, nao faz a mínima ideia se a zona “Bobigny” fica para norte ou para sul, por exemplo. Ou seja, as direccoes deviam estar indicadas como sentido Norte-Sul, Este ou Oeste, porque caso contrário é necessário andar sempre com uma mapa na mao (até porque nao havia um mapa do metro dentro da estacao nos locais em que precisavamos dele). Bem, mas o metro de Paris é enorme com as suas 380 estacoes que se espalham entre 14 linhas diferentes ao longo de 211km e, isto sem contar com as estacoes que sao so do RER (outro tipo de comboios que por lá há). E nesse sentido é muito bom visto que em qualquer local de Paris que se esteja existe uma estacao de metro num raio de 500m (de acordo com o nosso guia turístico do autocarro), o que é optimo! Já o metro de Londres, conta com 275 estacoes percorridas ao longo de 408km, ou seja, existem muitos locais em Londres onde podemos estar que ficam a kilometros de distancia da estacao mais próxima. Já numa de comparacao, nao posso deixar de mencionar que o nosso bonito metro de Lisboa (sem dúvida tem as estacoes mais recentes e arranjadas) detém 46 estacoes ao longo dos seus 39km de linha.
Mapa do Metro de Paris
Mapa do Metro de Londres
Mapa do metro de Lisboa
Quisemos também experimentar a noite Parisiense por isso no sábado comecamos por ir ao Buddha Bar (talvez nao seja o mais característico bar Parisiense mas como reconhecemos o nome e foi-nos indicado por outra pessoa, fomos lá parar) onde paguei o Vodka com limonada mais caro que alguma vez paguei sob a forma rechonchuda de €17!! Como o Buddha Bar de Paris perdeu a licensa de discoteca e nós queriamos dancar acabamos por ir para uma discoteca muito boa junto aos Champs Elysées que tinha nao so uma cantora que cantava ao vivo no meio da zona da pista de danca em algumas músicas como também noutras músicas havia a performance ao vivo de um baterista no meio da pista que tocava em substituicao do som da bateria gravada na música que estava a passar no momento. Espectacular mesmo! Essas sao ideias muito simples mas que trazem um ambiente totalmente diferente a uma discoteca. Gostei da experiencia.
No domingo passeamos por mais algumas zonas de Paris mas quase tudo estava fechado e as ruas semi-desertas o que estranhei já que afinal Paris é uma capital enorme, logo nao pensei que ao domingo fosse encontrar tao pouca movimentacao nas ruas. So encontrámos o Champs Elysées animado com o seu mercado de natal (onde algumas das barraquinhas tinham a bandeira Portuguesa) e com as suas várias lojas, restaurantes e cafés.
Fiquei triste por nao ter ido visitar o Sacre Coeur, mas sempre tenho mais uma desculpa para voltar a Paris proximamente.
Preparada para recomeçar mais uma semana de trabalho? Nem por isso, que mais um diazinho de fim-de-semana sabia muito bem, mas sem dúvida que a perspectiva de ir para o trabalho amanhã de manhã será melhor do que a experiência pela qual tive que passar na semana passada. É que como durante a última semana estive numa exibição na ExCel (a FIL cá do sítio) que só abria às 10h, apanhava sempre os transportes um pouco mais tarde do que é habitual. E que pesadelo que foi andar de transportes públicos pelo meio de Londres por volta das 9h da manhã! Eu pensei que ir mais tarde seria sinónimo de um menor número de pessoas nos transportes já que na maioria dos casos os horários de trabalho iniciam às 9h. Afinal estava enganada porque agora acho que a maioria das pessoas tem é horários flexíveis que lhes permite entrar à hora que bem entender já que depois das 9h encontrei os transportes ainda mais cheios do que costumo encontrar indo mais cedo. Mas será que a hora de ponta de Londres é assim tão má para justificar escrever um post sobre ela? Sim!!! É péssima! Felizmente geralmente saio de casa por volta das 8h por isso não costumo ter assim tantos problemas nos transportes e, quando tenho, se não consigo entrar logo no primeiro metro por estar demasiado cheio, geralmente ao 2º ou 3º metro consigo entrar. Claro que isso já é mau o suficiente, mas o tipo de confusão em que me envolvi durante a semana passada foi tal que sinceramente não sei como é que as pessoas conseguem lidar tão bem com essa situação TODOS os dias. É que todas as manhãs demorei cerca de 1h30 a 1h45 de casa ao centro de exposições ExCel, o que é uma viagem que, em situações normais se consegue fazer em 45min. O pior dia foi mesmo quando decidi ir apanhar o metro uma estação antes da minha porque achei que entrando antes não teria que esperar por tantos metros para conseguir entrar num, mas afinal quando lá cheguei deparei-me com uma fila enorme de pessoas fora da estação já que tinham fechado o acesso às plataformas por estarem demasiado congestionadas. Nunca tinha presenciado tal coisa naquela estação! Claro que já tinha visto isso muitas vezes acontecer em estações como a de Victoria por serem estações principais com grande afluência de pessoas entre os comboios e as várias linhas de metro, mas agora numa estação de metro pequena onde só passa uma linha? Isso ainda nunca tinha visto acontecer. Depois de cerca de 15 minutos estou dentro do metro em direcção a London Bridge. Trocando em London Bridge para a Jubilee Line, deparo-me com filas enormes que não só enchem as plataformas como ocupam também o corredor fora das plataformas que geralmente é usado só para passagem. Cada metro que passa consegue levar algumas pessoas, mas muito poucas de cada vez o que faz com que a espera e a ansiedade se tornem ainda maiores. Depois de 4 metros passarem lá finalmente consigo entrar num e fico esparramada contra a porta, costas curvadas para a frente, dado o formato da porta, e completamente apertada entre as pessoas que me rodeiam. Felizmente, 3 estações depois, a multidão sai do metro em Canary Wharf. Ao início até pensei que talvez o metro estivesse mais cheio do que o habitual por causa desta exibição que atrai todos os anos milhares de pessoas, mas pelos vistos não, isto é mesmo assim todos os dias! É ridículo! Bem, mas a viagem apesar de mais confortável ainda não tinha chegado ao fim. Duas estações depois e já em Canning Town tenho que trocar novamente para apanhar o DLR (Docklands Light Railway) de forma a prosseguir viagem. Mas com as mesmas intenções que eu, estavam já mais umas muitas dezenas (ou poucas centenas) de pessoas paradas na plataforma a empurrarem-se umas às outras porque todas queriam entrar no próximo comboio. Felizmente o DLR vem sempre da estação anterior quase vazio por isso aí conseguia entrar sempre no primeiro que aparecia embora, claro que tinha que passar a viagem novamente apertada até chegar à ExCel onde toda a gente saía.
Uff, isto tudo só para desabafar um bocadinho sobre o que é a hora de ponta em Londres. Exageradamente má! Mesmo muito para além do ridículo. E o pior é que a população de Londres só tem estimativas para aumentar ainda mais, tornando a rede de transportes cada vez mais insustentável. O nosso novo presidente da Câmara Boris Johnson, ainda por cima decidiu cancelar todos os planos de alargar as redes de transportes de Londres que tinham sido delineadas pelo presidente anterior. Tudo bem que fê-lo para poupar uns quantos biliões de libras, mas também não era necessário cancelar todos os planos. Podia só cancelar alguns e deixar os restantes serem construídos.
E nem quero pensar quando chegar a altura dos Jogos Olímpicos em 2012. Isso então, se agora já os transportes estão tão maus, vai ser o autêntico pânico, tão elevado será o número de pessoas pela cidade.
Bem, só tenho é que me dar de contente porque ao menos amanhã já vou estar no ritmo normal em que saio de casa mais cedo evitando a maior hora de confusão. Mais vale chegar mais cedo ao trabalho mas ao menos estar bem disposta.
imagino que não seja a única a partilhar da mesma opinião relativamente à insuficiente rede de transportes?
Tem acontecido tanta coisa nos últimos dias por cá que achei interessante colocar um post sobre os últimos acontecimentos Londrinos:
- As eleições para a Presidência da Câmara de Londres estão para breve e é já no próximo dia 1 de Maio que as urnas serão abertas aos votos do público. Ken Livingstone, representante do Labour Party, é o actual Presidente da Câmara de Londres e está nomeado novamente. Agora na semana passada foi revelado que Ken Livingston para além dos seus dois filhos com a mulher actual, tem mais duas filhas de outra mulher e um outro filho de uma terceira. Esta notícia surgiu repentinamente nos jornais 1 mês antes das eleições. Estipula-se que essa notícia poderá afectar a recandidatura de Ken Livingstone, embora o próprio diga que essa notícia não deverá influenciar os seus apoiantes. Por um lado ele escondeu o facto de ter 3 outros filhos da sociedade durante anos (será porque tinha medo que essa notícia poderia influenciar a sua carreira negativamente?) mas por outro lado o facto que ele tem filhos com o número de mulheres que quizer não influência a sua capacidade de governar a cidade. Será que esta notícia de facto vai influenciar o número de votos?
- Na quinta-feira passada houve um corte de energia em hora de ponta no metro Londrino na Jubilee line (linha cizenta) o que levou a que 9 comboios ficassem parados no meio dos túneis sem qualquer sinal poder ser trocado entre os motoristas e a estação de controlo. O metro que ficou mais tempo sem ser rescuado - quase 3 horas - estava localizado entre as estações de Green Park e Westminster. Um colega meu do trabalho esteve nesse metro e ele contou-me a sua experiência. O metro tinha apenas seguido cerca de 400 metros desde a estação de Green Park quando parou. O motorista não conseguia dar explicações do sucedido já que não conseguia contactar com a superfície nem com a estação de Green Park e estava constantemente a desculpar-se do sucedido mas infelizmente não havia nada a fazer senão esperar. As pessoas no metro entre si começavam a falar sobre as possíveis razões do que teria acontecido. Umas falavam em ataques terroristas outras falavam de algo sério que teria acontecido na superfície para que a electricidade tivesse sido cortada totalmente. Havia também já os que duvidavam se de facto Green Park teria conhecimento de que aquele metro estava ali parado. Após os primeiros comentários as pessoas simplesmente mantiveram-se em silêncio durante as longas 2 horas e meia de espera. Apenas quando se desligaram as luzes uma vez houve uma rapariga que gritou mas aparte disso não foram demonstradas outras indicações de pânico. Esperaram até que finalmente alguém veiu da estação de Green Park pelo túnel e abriu a porta traseira do metro para que os passageiros podessem calmamente sair por essa porta (ao contrário do metro de Lisboa que tem espaço dos lados entre as carruagens e a parede, o metro de Londres é um bocado mais "claustrofóbico" pelo que a única saída possível era mesmo através da porta traseira do comboio) até Green Park (tiveram ainda cerca de 10 minutos a andar no túnel). O meu colega que tinha entrado no metro por volta das 18:20h acabou por só sair de lá já às 21h.
- A chama Olímpica para celebrar os Jogos Olímpicos em Beijing está a cruzar várias cidades do mundo até chegar a Beijing na data em que dará início aos jogos. Este fim-de-semana passou por Londres e, tal como esperado, os protestos a favor da libertação do Tibete pela China continuaram em força. Se por um lado alguns argumentam que os jogos olímpicos simbolizam a paz e que manifestações políticas não deverão ser realizadas durante os jogos, por outro lado, este é o momento em que o mundo inteiro está a olhar para a China e para os jogos olímpicos, logo os protestos neste momento têm muito maior influência do que teriam noutra situação. Mas será que isto será o suficiente para levar à libertação do Tibete? Será que os líderes mundias se sentiram influenciados e farão frente a um país tão poderoso como a China?
- Bem e aparte das notícias da actualidade já fui aproveitar o meu jantar pago pela empresa a partir da competição que ganhei. Aceitei a sugestão do Wask e fui aproveitar o meu jantar delicioso com as vistas sobre a cidade no restaurante da OXO Tower. Sempre tive curiosidade em lá ir mas já me tinham dito que a comida não era muito boa por isso estava na dúvida. Mas acho que precisava era de ter um comentário positivo sobre a OXO Tower para me levar lá. E de facto foi muito bom. A comida era deliciosa (claro está servida num prato enorme com um bocadinho de comida lá no meio e decorada com uns molhos serpenteandos pelo prato e umas folhas verdes espalhadas como toque final) hehe! Mas sim, de facto estava tudo muito bom desde as entradas às sobremesas de chocolate divinais. Mas o que preferi mesmo foi o facto de termos ficado numa mesa mesmo junto ao vidro (o restaurante tem um dos lados totalmente forrado a vidro de cima a baixo para facilitar a visualização da paisagem) e de poder ter apreciado a vista maravilhosa sobre Embankment e a zona da City incluíndo a St. Paul´s Cathedral. Muito bonito mesmo e extremamente agradável.
O metro pode estar apinhadíssimo de manha, mas ao meu lado, em pé, com os bracitos bem encostados ao corpo e cara esborrachada na porta do metro, estava um rapaz Ingles engravatado com uma mao a agarrar numa marmita com a sandes para o almoco e a outra mao a agarrar um livro aberto, encostado 'as costas da pessoa 'a frente. É preciso gostar mesmo muito de ler para faze-lo nestas condicoes!