Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Meetups com estranhos

Recentemente houve duas noites em que não tinha nada planeado, mas apetecia-me sair. Então em ambas as ocasiões, tendo sido a última delas hoje mesmo, decidi ir a um Meetup. 

 

O Meetup em que fui a umas poucas semanas atrás foi organizado pelo grupo London International Meetup. Pensei que sendo um grupo internacional ía ter muitas pessoas novas em Londres, entusiasmadas por cá estar que apenas querem conhecer pessoal novo. Além do mais tinha um grande número de confirmados e era apenas para nos encontrarmos para bebidas num pub por isso achei que seria uma boa alternativa a ir para casa. Não era membra desse grupo antes mas pesquisei na listagem de todos os eventos a decorrer em Londres nessa sexta e esse pareceu-me o mais interessante.

 

Desta vez optei por ir a um encontro de Natal de um grupo, ao qual já pertenço à alguns anos, mas ao qual ainda só tinha ido a um meetup, relacionado com pessoas interessadas em ver música ao vivo

 

A comparação? Em ambos conheci pessoas completamente diferentes do meu habitual grupo de amigos. Afinal são eventos abertos a toda a qualquer pessoa, por isso é normal que se encontre uma grande variedade de pessoas. No entanto, gostei mais da experiência do grupo de hoje do que do grupo do pub de algumas semanas atrás. O facto é que ir a um meetup tão generalista como "friday night drinks" que era o caso, atraí uma variedade muito maior de pessoas. Tinha pouco em comum com a maioria das pessoas que lá estam, por isso era difícil manter uma conversa. Tentei conversar com a maior parte das pessoa presentes para me aperceber melhor do grupo, mas não conseguia encontrar um link comum entre elas, e apenas com algumas consegui manter conversas interessantes mais prolongadas. Conheci lá o médico Alemão acabado de chegar ao páis, o Espanhol também acabado de chegar que mal conseguia falar Inglês, a professora que não tem paciência nenhuma para educar as crianças dos outros, o Inglês que foi dar a volta ao mundo durante o maior tempo que pôde e, desde que voltou, não sabe o que fazer com a sua vida, e muitos mais,...

 

No meetup de hoje, no entanto, notava-se que existia um interesse em comum - música. E como tal, era mais fácil estabelecer conversas e fazê-las prolongar. Sem dúvida que ainda havia uma grande diversidade de pessoas, mas o factor diferença não era tão óbvio como no meetup anterior. Acabei até por receber a lista das "melhores músicas de 2016" de acordo com um dos organizadores do grupo (a sua selecção pessoal). Fica aqui a playlist se tiverem curiosidade para ouvir o que outras pessoas consideram o seu top 100 do ano. Eu estou a ouvi-la agora. Para já, algumas considero também boas. Outras, não tanto, mas penso que seja uma boa oportunidade para ficar a conhecer nova música de qualquer forma. 

 

Em resumo, os meetups podem ser interessantes e divertidos, mas convém ir a metups com uma temática de interesse, para que os seus participantes tenham algo em comum porque senão, os eventos generalistas são um "hit or miss", ou seja, serem bons eventos depende apenas do factor sorte. 

 

Meetup-Logo-Font.jpg

 

 

De volta aos meetups

Já há bastante tempo que não ía a um meetup. Se bem me recordo o último a que fui foi já à mais de 1 ano e meio, mas nesta semana apeteceu-me fazer algo diferente, conhecer pessoas diferentes e, por isso, lá fui ao site e pesquisei por eventos a acontecerem no dia que eu queria. Deparei-me com meetups de espiritualismo, meetups em que se tinha que pagar £15 para entrar num bar XPTO, até que lá encontrei um encontro num bar para conhecer novas pessoas que tenham interesses de fazer passeios de fim-de-semana. Perfeito!

 

Após o trabalho lá fui eu a este tal encontro e assim que identifiquei a zona onde se encontravam as pessoas do meetup comecei a meter conversa e passado pouco tempo já conhecia um pouco sobre várias pessoas que ali estavam. E que misturada de pessoas... De facto esta coisa dos meetups principalmente estes que têm carácter mais geral, agrupa pessoas que possivelmente nunca seriam amigas num contexto normal. Ali ficam no mesmo espaço a conversar durante pelo menos algumas horas, o que não deixa de ser interessante.

 

Entre as pessoas que lá estavam conheci um rapaz de Hong Kong que odiava cada vez que alguém lhe perguntava o que é que ele faz na vida porque acha que de imediato as pessoas o estavam a catalogar (era um estagiário numa empresa de informática, já agora); um homem que tinha um negócio de venda de salsichas no mercado de Waterloo (aparentemente a banca dele era num mercado muito pequeno em Waterloo oposto ao Old Vic, mas agora já desistiu desse negócio e não se chegou a saber o que anda a fazer no momento); outro era um Americano cinquentão muito simpático que farta-se de viajar pelo mundo e aproveita sempre o coachsurfing para ficar alojado onde quer que ele vá; havia um agricultor de pimentos que se fartou de falar mal da agricultura biológica sendo que, segundo ele, os pesticidas que a agricultura biológica usa são muito piores que os normais; um rapaz que trabalha em investimentos bancários e já viajou pelo mundo à conta do trabalho; um Australiano muito simpático e brincalhão que gostava muito de falar sobre as noitadas de bezanas que ele tinha tido;... apesar de todas as diferenças, a pessoa mais diferente de todas teve que ser a Debra. A Debra andava de um lado para o outro com um urso de peluche tipo mochila até que o Australiano lhe perguntou o porquê disso. Ela então lá nos explicou sobre o bearsac. Ora o Bersac é o nome do urso de peluche que ela tinha com ela que, segundo a mesma, vai fazer 13 anos no próximo mês que ela o tem. Toda entusiasmada a contar-nos sobre o bearsac, ela aponta para o cinto que ela trazia com ela e carregou num botão junto ao cinto para vermos aparecer em letras neon na zona da fivela do cinto, a passar o seguinte endereço de website: www.bearsac.com. Depois lá nos explicou que também escreveu um livro sobre o bearsac e costuma vende-lo no metro de Londres. Além disso, sempre que vai viajar para alguma lado tira fotos de pessoas com o bearsac e coloca-as depois no site. Ao ver o site apercebi-me que a Debra tem o Sindroma de Asperger (está explicado o que é no site).

 

O bom nestes meetups é que geralmente há um número de pessoas significante presentes e, após a conversa inicial com alguns deles acaba-se por encontrar (nem sempre, mas muitas vezes) pessoas que têm interesses semelhantes e que de facto poderiam combinar voltar a encontrar-se novamente. É geralmente com essas pessoas que cada qual acaba por decidir ficar a conversa durante e maioria do tempo que lá está. Eu pelo menos já fiz uns 1 ou 2 bons amigos que conheci através de meetups no passado.

 

Sinceramente não sei se volto a outro tão cedo, mas de vez em quando, para ser diferente, vale a pena.