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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

1 dia na Malásia e lua-de-mel arruinada

Já estamos de volta em Londres, e de facto ainda deveríamos estar na nossa lua-de-mel até este fim-de-semana. E não, não tivemos nenhum problema com o coronavirus. Percorremos as 12 horas de avião até Kuala Lumpur apenas para concluir que o passaporte do meu Inglês apenas tinha 4.5 meses de validade restantes e que são necessários 6 meses para poder entrar no país. Caiu-nos tudo! 

 

Ao princípio ainda nos disseram que se conseguíssemos ter um cidadão da Malásia a vir servir de nosso credor, que nos deixavam entrar no país, mas depois de telefonar a todos os nossos possíveis contactos locais e eventualmente termos conseguido que alguém aceita-se, afinal disseram-nos que já não aceitavam o credor. Decidimos então que eu ia sair do aeroporto para poder ir à embaixada no dia seguinte tentar tratar do assunto com a produção de um documento de viagem de urgência. 

 

Durante todo o tempo em que tivemos a tentar resolver o assunto entre os agentes da imigração e os telefonemas que fizemos, conseguimos manter a calma e o sangue frio, mas foi quando cheguei ao quarto do nosso hotel e vi lá uma fatia de bolo com 'happy honeymoon' escrito que deixei de me conseguir conter. Foi uma sensação de vazio, de perda e de aperto tão grande, que não consigo bem explicar. Estava ali, no destino escolhido, para a nossa viagem de lua-de-mel de que estávamos ansiosos à espera à tanto tempo, e estava sozinha. 

 

Descobrimos no dia seguinte que o documento de urgência que a embaixada podia oferecer, também não ia permitir a entrada no país pela imigração da Malásia. Por isso não tivemos outra solução senão voltar para casa. 

 

A British Airways sentiu-se responsável por nos ter deixado viajar sem a validade no passaporte necessária por isso trouxeram-nos de volta nessa mesma noite. Se eles tivessem mesmo não nos ter deixado viajar, ainda teríamos tido tempo para pedir um passaporte de urgência e viajar uns 3 ou 4 dias mais tarde para ainda conseguir aproveitar a maioria da viagem planeada. Mas tendo perdido o tempo na viagem já não nos pareceu dar o tempo suficiente/força de vontade para passar por todo aquele stress de forma a voltar o mais depressa possível. 

 

OK, agora sabendo o que sabemos, claro que ficamos com aquela sensação de que deveríamos ter verificado tudo relativo ao passaporte antes, mas como não fazíamos ideia de que os 6 meses eram necessários, tal não nos passou pela cabeça. Tínhamos marcado a viagem através de uma agência que nos tinha pedido cópias dos passaportes para verificar (e foram palavras deles) que os passaportes estavam em ordem para podermos viajar, mas não nos disseram nada de que não estavam em ordem! E agora claro que estão a querer fugir à responsabilidade por trás de uns termos e condições legais para os quais tínhamos que clicar em 3 links antes de os poder ler, onde estava escrito que é da responsabilidade dos passageiros verificar a validade dos passaportes. Bem, nós verificamos. Estavam ambos válidos. Como é suposto sabermos a situação de que necessitam estar válidos por 6 meses se nunca ouvimos falar nisso antes? 

 

Enfim, foi o que aconteceu. Fiquei ainda a aproveitar um dia em Kuala Lumpur, fiz uma excursão que já tínhamos planeada e aproveitei um pouco da piscina do hotel antes de voltar para Londres. Ao chegarmos, de estarmos tão chateados/tristes com a situação, fomos passar o fim-de-semana a um hotel no sul de Inglaterra, só para ainda aproveitarmos um bocadinho do que supostamente seriam uns dias deliciosos de lua-de-mel. Foi agradável, e demos uns passeios no campo bonitos apesar do frio da Inglaterra, mas claro que ainda nos custa toda esta situação. Ainda queremos fazer uma lua-de-mel, mesmo que seja de pequena duração, mas agora também com este surto do coronavirus torna-se mais complicado saber para onde poderemos marcar viagem, sem que venha a vir cancelada porque não se sabe como a situação se vai desenvolver nos próximos tempos. 

 

Devo concordar que este início de 2020 não tem sido propriamente dos mais fáceis. Mas o que fazer? Não vale a pena chorar pelo leite derramado. Há que continuar em frente, tentar esquecer o que aconteceu, evitar pensar no que perdemos, e continuar com a vida em frente. Afinal, são apenas férias. Ninguém adoeceu, não houve problemas maiores e conseguimos estar uns dias juntos num hotel agradável de qualquer forma. OK, perder aqueles dias de lua-de-mel foi chato, sentimo-nos uns idiotas por não ter pensado no assunto, mas temos que engolir o sapo e continuar em frente.

Ficam umas fotos do meu 1 dia em Kuala Lumpur. 

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E do fim-de-semana pelo sul de Inglaterra, na zona de Littlehampton e Amberley que é cheia de casas rurais bonitas como as que estão em baixo.

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E o destino da nossa lua-de-mel é...

Malásia! 

Quase 7 meses depois do facto, finalmente vamos partir para a nossa lua-de-mel. OK, nós fizemos uma 'micro lua-de-mel' de fim-de-semana prolongado em Brugges após o nosso casamento oficial em Londres, e fizemos uma 'mini lua-de-mel' de 5 dias no Alentejo logo após o casamento simbólico/festa oficial em Sintra, mas ainda faltava termos uma lua-de-mel.  Daquelas luas-de-mel com tudo a que os noivos têm direito com mais tempo para descobrir novos locais, passar muito tempo juntos e descansar também muito para sentirmos mesmo fora do nosso dia-a-dia e dedicarmos a nós próprios. 

 

Só não estávamos a contar que durante a altura da nossa tão desejada viagem de lua-de-mel estivesse a haver um surto de coronavirus Covid-19 na Ásia. Tem-nos mantido mais calmos com a viagem o facto de na Malásia a situação ter estado relativamente controlada ao que parece. Até ao momento a Malásia tem 29 casos de pessoas identificadas com o vírus mas 22 dessas pessoas já recuperaram e não há casos de fatalidades. Na zona onde vamos passar a maior parte do tempo no Borneo, as autoridades não permitem a entrada de ninguém que tenha visitado a China recentemente e, nessa zona ainda não se verificaram quaisquer casos, por isso parece que a probabilidade de entrarmos em contacto com alguém que tenha o vírus seja pequena. De qualquer forma, levamos as máscaras para o avião, e vamos ter cuidado para usar desinfectantes etc. 

 

Para além do Covid-19, para nos preparar-mos para a Malásia, compramos repelentes de insectos fortes para usarmos principalmente na zona florestal que vamos visitar, tomar algumas vacinas contra doenças que têm algum risco na Malásia e preparar certas roupas compridas mas frescas, devido aos insectos e também por respeito à cultura local que segue, maioritariamente a religião muçulmana. 

 

Apesar de todos os preparativos e cuidados a ter, mal posso esperar pela nossa viagem. Já há muito que estamos ansiosos pela nossa pequena aventura pela Malásia e vai começar já amanhã! Como tal, o meu próximo post será apenas quando voltar, mas se tiverem interessados em ver algumas imagens da viagem, planeio partilhar locais interessantes que encontrar pelo caminho on Instagram

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Orangotago em Sabah, Malásia