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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Viver com o fundador do Spareroom

Hoje passei um bocado da noite entretida a ver o desenrolar da procura de flatmates pelo dono do Spareroom, e gostei. Para quem não ouviu falar, o fundador do Spareroom.co.uk está à procura de dois flatmates com quem partilhar a sua casa em Spitafields. E como não podia deixar de ser, está a utilizar esta decisão de arrendar os seus quartos como uma oportunidade de relações públicas para promover o seu site. Está a resultar, pelo menos comigo, que achei os episódios apresentados engraçados de tal forma que decidi colocar aqui. Como é que ele está a criar a atenção dos candidatos - a casa é muito gira e optimamente localizada. A renda a pagar é mínima. Criou um vídeo promocional para se dar a conhecer como flatmate e, os candidatos tiveram que submeter um vídeo sobre eles. Todas as entrevistas estão a ser filmadas, e a sequela está apresentada em pequenos clips divertidos no canal do youtube do Spareroom. E de facto, está a ser bem feito. De tal forma que carreguei play num dos vídeos que apanhei no facebook só por curiosidade, e acabei por vê-los a todos. 

 

Os vídeos começam com o anúncio do fundador do Spareroom - o Rupert - a falar um pouco sobre si, sobre a sua paixão por animais embalsamados e como gostava de ter um flatmate que lhe ensinasse a tocar piano ou que lhe fizesse o jardim. Depois são apresentados 3 vídeos com excertos divertidos dos vídeos dos candidatos a apresentarem-se. Para mim, sem dúvida que ninguém fez um anúncio tão bom como o Pawel. Isso sim é que é uma candidatura que vale a pena! Encontram o vídeo do Pawel neste em baixo:

 

 

Depois vieram os vídeos das duas primeiras rondas de entrevistas. Também estão engraçadas. A sequela ainda não terminou porque os flatmates vencedores ainda não foram encontrados, mas agora fiquei curiosa para continuar a ver os próximos episódios.

 

A rede social para encontrar casa em Londres

Enquanto esta história do trabalho anda e não anda queria aqui informar quem está à procura de casa em Londres que descobri um novo website muito interessante para encontrar quartos em casas partilhadas em Londres. Chama-se weroom.com e o conceito é permitir, não só fazer a listagem de todos os quartos dentro do vosso critério de pesquisa, mas fazer o "matchmaking" entre vocês e potenciais flatmates através de um conceito de rede social. 

 

Isto significa que, primeiro têm que criar uma conta com o vosso perfil indicando qual é o vosso orçamento mensal e zona de pesquisa. Isso irá permitir-vos receberem notificações por email sempre que um novo quarto dentro do vosso critério é anunciado. Depois escrevem sobre vocês incluíndo uma pequena descrição, línguas que falam, podem indicar cartas de referência e até podem verificar o vosso passaporte ou fazer a ligação com o vosso LinkedIn se quizerem. Isto porque o site quer evitar as situações de scam que se tem visto acontecer muito noutros sites e, ao verificarem o vosso documento de identificação com o site terão um selo de aprovação junto ao vosso perfil que ajuda a que os outros acreditem que vocês estão genuinamente à procura de quarto ou a alugar quarto. 

 

Uma vez que têm a conta criada podem então ver todos os anúncios de quartos incluíndo os perfis detalhados dos flatmates que vivem em cada casa, entrar em contacto com eles por mensagem ou directamente através dos comentários na listagem tal como numa rede social. O objectivo do site é colocar pessoas em quartos que pretendem lá resider a longo prazo mas também poderão fazer estadias mais curtas, dependendo das casas. 

 

Outra vantagem é que, através do sistem social do site, permite que formem um grupo de pessoas online para encontrarem uma casa inteira juntos. Também para ajudar a encontrar flatmates com quem se queira viver, o weroom.com organiza eventos todos os meses num bar no centro de Londres onde oferecem snacks e bebidas gratuitamente durante toda a noite e, onde tanto pessoas que têm um quarto, como pessoas que procuram quartos vão lá para tentar encontrar novos potenciais flatmates. Eu fui convidada para ir ao evento mensal deles que decorreu esta semana num bar no Soho e foi lá que descobri sobre os detalhes do website. Para saberem dos próximos eventos deles podem segui-los no Facebook. Tirei a foto em baixo no tal evento (era temática, daí a fatiota de Wally):

 

weroom.JPG

O mistério da mobília está revelado

Orá já descobri o que o meu novo flatmate decidiu fazer com toda aquela mobília - decidiu mesmo deixar parte dela no espaço em frente aos nossos quartos. 

 

OK, não é assim tão mau quanto soa. De facto era agradável ter aquele espaço em aberto, mas sinceramente, ter ali uma cómoda, que foi o que ele deixou de fora, até que não faz assim tanta diferença e ao menos ele sempre fica mais confortável no quarto. Até gostei do toque final que ele lhe deu por ter colocado uma planta em cima da cómoda, por isso, vá lá, menos mal. Ficou assim:

 

movel_corredor.JPG

 

Talvez com flatmate, talvez não?

Na quinta-feira à noite veiu um rapaz Holandês cá a casa ver o quarto. Mora aqui perto, originário de Amesterdão, está em Londres à pouco mais de um ano e trabalha numa empresa de caridade. É simpático, educado, interessante e adorou a casa. Assim que ele saíu eu e o meu flatmate actual não precisámos de discutir nada para saber que ambos estariamos contentes se ele se mudasse cá para casa. Passado uma meia-hora ele telefonou ao meu flatmate James, que vai sair da casa, para dizer que queria ficar com o quarto. Nós dissemos que sim. 

 

De momento, está em conversas com a agência, mas até ter passado todas as verificações de referências e ter pago o depósito, ainda tudo pode falhar. Por isso mesmo ainda vimos as três pessoas que já tinhamos marcado para virem ver a casa ontem. Assim, se tudo o resto falhar com o Holandês, ainda poderíamos ter estas hipóteses. Obviamente não é a situação ideal para quem ver a casa por já estár em desvantagem a partir do momento em que oferecemos o quarto a outra pessoa, mas é mais seguro tomar esta opção. Dissemos-lhes também que só tomariamos uma decisão por volta de terça-feira, para conseguirmos ter tempo para saber como a situação com a agência se desenrola. 

 

Esta situação é práctica normal quando se procura por novos flatmates por isso ficam a saber caso precisem de procurar novos flatmates ou no caso de vocês próprios estarem à procura de casa. Geralmente se vos derem um prazo de dias grande para tomarem uma decisão pode ser porque já tenham oferecido o quarto a outra pessoa e estão a colocar-vos como segunda opção caso o resto falhe. Convém estarem atentos a isso para não ficarem muito esperançosos por essa casa e continuarem à procura. Até terem um firme SIM e terem pago o depósito, a situação pode sempre falhar por qualquer um dos lados. 

 

Para as pessoas que me contactaram entretanto àcerca do quarto, apesar deste em princípio já não estar disponível, tenho uma amiga que tem um quarto barato (não sei bem quanto ao certo mas é menos de £500) para arrendar na zona 4 no norte de Londres. Se alguém estiver interessado é só contactar-me para o email que está no perfil. 

 

 

Sem flatmate e sem tempo

O meu flatmate Inglês comprou um apartamento já há alguns meses, mas como tudo relacionado com a papelada demora algum tempo a resolver, só agora em Março é que ele se vai mudar. Ele já sabia que esta seria a data da sua mudança à mais de 1 mês, mas só no fim-de-semana passado é que ele arranjou pessoas para virem ver o quarto. Nós vimos 5 pessoas, e dentro dessas 5 gostámos de 3 delas. 

 

Todas tinham urgência em se mudar por isso era perfeito já que nós precisamos de alguém que se mude no próximo domingo. 

 

Contactámos no final de domingo passado a rapariga de que gostámos mais e ela disse que tinha encontrado um quarto mais barato. Como também tinhamos gostado de outras duas tirámos à sorte e oferecemos então o quarto a uma delas. Ela respondeu que afinal o senhorio dela não a deixa mudar-se tão cedo. 

 

Contactámos a terceira e ela disse que tinha encontrado um quarto maior. 

 

O quê??? Mal podia acreditar que estávamos com este azar visto que a casa, localização e o quarto são bons. Pensei que fosse facílimo arranjar alguém rapidamente. 

 

Visto isto, a sugestão que os meus flatmates fizeram foi alugar a curto prazo e encontrarmos alguém permanente para Abril. Quanto mais penso nessa hipótese, menos gosto dela. Há várias razões pelas quais não me agrada ter uma pessoa desconhecida em casa quando eu não estou lá. Mandei um e-mail ontem à noite a pedir ao meu flatmate para pagar por mais uma semana para dar tempo para encontrar-mos um flatmate permanente. Ele ainda não me respondeu. Não sei se não lhe agradou muito a sugestão, mas o facto é que ele é que deixou para a última da hora para encontrar um substituto por isso acho que não é justo ele colocar-nos nesta situação de ter que ficar com alguém temporário quando não deu tempo o suficiente para encontrar uma nova pessoa para viver conosco. 

 

A ver como a situação se desenrola...

 

flatmate_wanted.jpg

                                                                                   Fonte: https://jakemcmillan.wordpress.com/ 

 

Dividir renda em Londres

Parece inacreditável, mas já vai fazer 1 ano em Julho que me mudei para a actual casa onde moro. Como o novo ano, novo contrato e, inevitavelmente o senhorio decidiu aumentar a renda. Felizmente não foi um aumento muito exagerado, mas são cerca de £70 a mais cada mês a dividir entre nós os 3. Mas esta nova renda  veiu fazer com que quizessemos rever a repartição das rendas também. Isto porque temso cá em casa 3 quartos com tamanhos diferentes, mas os residentes de dois dos quartos estavam a pagar o mesmo valor enquanto que só o quarto maior pagava mais. Ora isso traz tanta injustiça para a pessoa do quarto maior como para a pessoa do quarto mais pequeno por estar a pagar o mesmo que a pessoa que tem o quarto médio. 

Entre nós, foi inevitável haver discussøes porque não conseguiamos bem chegar a acordo no valor mais justo para casa um dos residentes. Talvez se não nos conhecessemos, seria mais fácil de fazer a divisão dos valores dado que bastava basear os valores no tamanho dos quartos. Mas não era o nosso caso, portanto outros factores colocam-se em questão e devem também ser considerados quando se pensa na divisão das rendas. Fica aqui uma listagem de critérios que vos possa ajudar a decidir a divisão das vossas rendas, caso, tal como nós, estejam a alugar a casa toda (e não o quarto) directamente com o senhorio, visto que, se esse fosse o caso, seria o senhorio que estabelecia o valor da renda para cada quarto e a discussão não seria colocada em causa. 

 

Comecem por verificar o valor sugerido através de um website imparcial como este https://www.splitwise.com/calculators/rent

 

Essa divisão poderá ser justa considerando que não existem quaisquer outros critérios para comparação. No entanto, podem querer considerar também os seguintes factores para tornar as rendas mais próximas devido a factores que não tenham sido considerados pelo website, tais como:

  • Quem é que trata das contas da casa? - a pessoa que tiver a responsabilidade para tratar das contas, se fôr só uma pessoa, merece um desconto no valor da renda.
  • Quem é que limpa a casa? São todos assiduamente, ou existe alguém que trata da casa mais frequentemente?
  • Existe alguém que passe vários dias fora de casa ou porque vai viajar com o trabalho frequentemente ou porque passa o tempo em casa do namorado/a ou familiar?
  • Para que lado são virados os quartos? Um tem melhor vista que o outro? Ouve mais barulho da rua que outro? Apanha mais sol que o outro? 
  • Algum dos residentes tinha muitos utensílios de cozinha, electrodomésticos, etc., que vai partilhar com os outros?

Todos os critérios indicados em cima são relativos, não se aplicam para todas as casas e nem todas as pessoas dão a mesma importância a uns e outros critérios. Sem dúvida que a decisão sobre a potencial partilha pode ser complicada principalmente quando alguma das partes não está disposta a ceder. Mas para tentarem resolver as coisas da forma mais simples e rápida possível, preparem-se para a conversa com os vossos flatmates com uma listagem de todos os critérios que considerem relevantes e, face aos mesmos, o valor final da divisão que vos parece justo para todos.

 

Pensem sempre no outro lado também. Se fossem vocês na situação dos outros flatmates, iriam achar justa a proposta que lhes vão fazer? Explicando tudo muito bem, nós conseguimos chegar a acordo cá por casa. Mais que tudo, é preciso ter calma nestas conversas e estar abertos a alcançar um meio termo com que todos fiquem relativamente satisfeitos. 

 

Será que a história se volta a repetir?

Os leitores mais atentos, talvez se lembrem da experiência por que passei numa das casas onde vivi, onde um dos meus flatmates mudou a namorada para viver lá em casa sem ter avisado ninguém. Pois é, estou a suspeitar que a história se está a repetir agora. No início do verão, a minha mais recente flatmate perguntou-nos a mim e ao meu outro flatmate se não nos importavamos que o namorado dela ficasse por cá a viver um mês, enquanto ele não tinha a residência de estudante dele. Nós dissemos que não teria qualquer problema. Afinal, era só um mês, não custa nada ajudar o rapaz e ele até é calminho e simpático, por isso tudo OK. Mas, isto era por um mês. Passado esse primeiro mês ele lá saiu, mas vinha frequentemente cá ficar a casa. Agora, tenho estado a prestar atenção ao assunto e, nas últimas duas semanas, acho que ele só não ficou cá em casa 1 ou 2 noites. - "Ora, tem a santa paciência, minha amiga, mas não achas que o teu namorado já está a prolongar a estadia um pouco em demasia? Ou ele já está mesmo de mala e cunha a viver cá?" Acho que chegou o ponto de falar com ela sobre o assunto já que ela não diz nada sobre isto. 

 

Uma coisa é verdade, e também parte da razão que tenho adiado falar com ela sobre o assunto - é que o rapaz não me faz quase nenhuma diferença por estar cá porque quase nunca o vejo. Ao início chateava-me um bocado porque era um bocado desarrumado, mas ao que parece o meu outro flatmate falou com ele sobre a desarrumação e ele agora, simplesmente não deixa rasto. De qualquer forma, não deixa de ser mais uma pessoa a tomar banho, que vai querer o aquecimento ligado durante o dia porque ele está a estudar portanto passa mais tempo em casa que qualqer outro de nós. E isso tudo claro que vai calhar nas nossas contas. Alguém dos custos associados, acho que a única coisa em que ele me chateia mesmo é que me bebe o café todo e não repõe. Típico!

 

É chata esta situação já que, mais uma vez, vou ter que ser a má da fita que vai pedir explicações por o rapaz estar cá a viver sem consento prévio. Enfim, faz parte das relações a viver com flatmates. É assim,... há que lidar com a situação.  

Nova flatmate e novo estagiário

A tal nova flatmate já se mudou cá para casa este fim-de-semana. Ainda não posso comunicar muito sobre a experiência de viver com ela porque, ao fim de 4 dias ainda só a vi 2 vezes no máximo durante 10 minutos ao todo. Algo me diz que esta vai-me sair parecida com a Caroline (a rapariga que ela vem substituir), ou seja, passa em casa practicamente só o tempo de ir dormir, e é quando passa. Mas se assim fôr devo dizer que não me importo mesmo nada. É que acho que essa até era uma das razões porque gostava tanto de viver com a Caroline - como nunca estava em casa também nunca fazia desarrumação, quando estava era super conversadora e simpática. Era impossível ter qualquer coisa de que me queixar dela. Além disso assim eu fico mais vezes com a casa para mim quando o meu outro flatmate também não está, o que de vez em quando também sabe bem. Esta também do pouco tempo que tive com ela foi muito simpática. Portanto, será mesmo uma questão de deixar o tempo passar para ver como será a experiência de viver com ela. 

 

Em simultâneo, no início deste mês também recebi um novo estagiário lá no trabalho. Nos últimos meses não tenho falado sobre a experiência com os actuais estagiários porque foram impecáveis e não eram mal-cheirosos como o outro. Coitado do rapaz, lá estou eu outra vez a falar do assunto após estes meses todos, mas efectivamente, a experiência a esse nível foi tão má que é difícil de esquecer.

 

Os dois estagiários dos últimos 6 meses eram ambos Franceses, um rapaz e uma rapariga. A rapariga era mais calada e dava-se bem com o trabalho e com os colegas, mas é o rapaz que sobressaiu muito. Ele só se vai embora no final do mês mas acho que para ele toda a gente do escritório vai ter pena ao despedir-se dele já que o rapaz é mesmo um amor de pessoa. Anda pelos seus 21 anos e tem uma carinha ainda meio adolescente, sempre com um sorriso de orelha a orelha. Também se tenta integrar em tudo o que é evento da empresa (tipo idas ao pub após o trabalho) e rapidamente ficou a conhecer todas as pessoas da empresa. Além de que agora já está um expert em tudo o que é actividade necessária e por isso, vai-me custar também vê-lo partir no fim do mês.

 

Quanto ao novo estagiário (também ele Francês) vem substituir a Beatrice que já terminou o estágio antes do Natal. Com este novo estagiário é que ainda não estou muito convencida. Mão sei não mas estou com receio de que desta vez tenha escolhido mal. Ele parece ser um bocadinho difícil. Diz que sim, que percebe, a tudo, mas depois quando termina as actividades reparo que ele afinal não percebeu assim tão bem. Mas faço figas para que esta só seja uma impressão inicial e que vá melhorar com o treino. O tempo dirá. Se eu não escrever mais sobre ele será um bom sinal, agora se ele fôr complicado, não vou ter escolha senão desabafar por aqui para deixar sair as frustrações.

De férias e sem flatmate

E já está! Estou de férias e quase a postos para ir para Portugal :-) Mal quero pensar nas "quinhentas" horas que vou ter que passar em viagem amanhã porque lá tive que, novamente, comprar o bilhete do voo com escala em Madrid já que ficava £80 mais barato que qualquer um dos voos directos. Achei que podia fazer algo melhor com esse dinheiro tal como comprar mais presentes de Natal para a família, por isso não me arrependo da escolha apesar de ir ter que passar a tarde e a noite inteira quase em viagem. 

 

Agora no novo ano uma parte da vida actual vai ser nova porque vou ter uma nova flatmate. No outro dia a Caroline disse-nos que ía haver um quarto disponível a partir de inícios de Janeiro em casa de uns amigos e que ela queria ir morar com eles. Assim sendo lá ela teve que encontrar uma pessoa que a substituí-se para o quarto dela. Ela rapidamente encontrou uma rapariga interessada no quarto mas nós teriamos que ainda a conhecer antes da decisão final dela ficar cá em casa ser tomada. Da forma com que a Caroline a descreveu ela parecia ser uma rapariga muito simpática. Conheci-a ontem e, efectivamente, é simpática e parece ser calma o que é sempre uma boa característica de um flatmate, na minha opinião. Mas devo confessar que quando ela me disse que acabou o curso dela neste verão fiquei um bocado surpreendida. Claro que a questão seguinte  que lhe fiz foi inevitavelmente, que idade é que ela tem. 22! 22!!! Sinceramente não me apetecia mesmo nada viver com uma pessoa em inícios dos 20. Tudo bem que ela é simpática e tudo mais, mas acho geralmente mais agradável estar a conviver com uma pessoa de idade mais próxima à minha. isto faz-me lembrar um pouco quando eu vim para Londres e, aos 22 anos também estava a morar com pessoas com 20 e tal anos. Na altura achei o máximo. Estava toda contente por ser a mais nova. Agora está a acontecer o contrário e já não acho piada nenhuma. Se calhar os meus flatmates na altura também acharam o mesmo de mim ao início e que eu era nova demais, mas só agora é que conheci a sensação. 

 

E ainda por cima, a rapariga disse-me que até já tinha ido à agência tratar de papelada e tudo. Já foi à agência?? Mas eu e o meu outro flatmate ainda não tinhamos sequer confirmado que ela podia vir morar conosco. Ainda não a tinhamos sequer visto, e já estavam os papéis em ordem?!?Essa não achei mesmo nada bem. Mas enfim, para além da idade ela não apresentou características nenhumas que me façam pensar que não vou viver bem com ela por isso, pode ser que tudo corra OK. A ver como as coisas correm quando ela se mudar.

 

Bem, mas agora voltando ao espírito Natalício, nos últimos dois dias tenho-me fartado de ouvir música de Natal o dia todo no escritório. Deixámos a televisão ligada no canal de música e aquilo era só música de Natal que nunca mais acabava. Como entrei bem no espírito com tanta música, vou aqui deixar uma delas, a versão Santa Claus is Coming to Town, do meu adorado Michael Bublé:

 

Pensava eu que este ano não haviam despedidas

Estávamos em casa do Stefan. Ele, sentado à sua secretária está a ler-me o e-mail da rapariga Austríaca que, em princípio, viria a ser a nossa terceira companheira do apartamento que tínhamos acabado de encontrar em Camberwell. Ainda nenhum de nós a conhecia e ela vinha direito da Áustria. "Espero que ela seja loira" - dizia ele. "Adorava poder dizer que moro com uma morena e uma loira".

 

Duas semanas depois já estávamos todos a morar juntos naquele apartamento que ía ser a nossa casa durante um ano. Ela não era loira como o Stefan queria, mas não ficou nada desanimado. Com eles passei o meu primeiro ano a viver em Londres cheio de boas lembranças - a house party em que pensávamos que não viesse ninguém e que se tornou inesquecível; as conversas no nosso pub local, o Old Dispensary; as noitadas em Old Street; o meu primeiro Thames Festival; os aniversários celebrados em casa com o bolo e presente à espera do aniversariante; o famoso Tiramisu da Gertraud; as conversas nas escadas; os choros e desabafos; todos os bons momentos passados a três que não vou esquecer,...

 

Quando o senhorio decidiu vender o apartamento, a Gertraud acabou por ir viver para outra casa mas sempre continuamos a encontrar-nos e passar tempo juntas. Agora, à duas semanas atrás no dia em que eu estava a ir para Portugal de férias, recebo um telefonema dela 
com as novidades de que vai voltar para a Áustria.

 

A despedida foi hoje, em Old Street, como não podia deixar de ser. Custou-me. Mais uma que se vai. Mais uma que se cansou de Londres ou da vida que vive por cá. Mais uma cujas saudades de casa se tornam superiores ao desejo de viver o estilo de vida Londrino. E com ela, se vai uma das poucas pessoas que ainda conheço cá desde os meu primeiros tempos nesta cidade.

 

Muito boa sorte Gertraud! You will be missed.