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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Sem estagiária

Se bem se lembram deste post uma das estagiárias que trabalha comigo esteve duas semanas na Espanha e Holanda para tratar das coisas relacionadas com o falecimento da mãe. 

 

Quando ela volta ao trabalho, claro que se nota que estava menos animada do que era costume, mas continuou a fazer o trabalho normalmente. Eventualmente nessa sexta-feira apanha uma intoxicação alimentar e fica uns dias sem vir ao trabalho. Depois diz-me que está com dúvidas se é capaz de ficar em Londres. Com tudo o que aconteceu, mais a doença, tudo ao mesmo tempo e estando sozinha no país, parece ter sido demais para ela aguentar. Acabei por falar com ela na sexta-feira passada e o inevitável aconteceu que foi ela desistir do estágio e decidir voltar para a Holanda. Ela própria dizia que achava que se ía arrepender por tomar esta decisão já que vai ter que voltar a fazer um estágio todo de novo de forma a poder concluir o curso dela, mas neste momento não conseguia mesmo estar mais tempo longe da família. 

 

Foi uma situação complicada e não é nada fácil de lidar mas compreendo perfeitamente a situação dela. Acho que o máximo que podia fazer, e foi o que fiz, foi deixar-lhe as portas abertas tanto para ficar como para ir, sem a pressionar a tomar nenhuma das decisões, mas aconselhando-a da melhor forma possível, falando sobre os factores positivos e negativos de qualquer das decisões para ela poder balançar melhor a sua decisão. O que quer que eu tenha dito, de qualquer forma, parece que lhe passou um pouco ao lado, porque apercebi-me lá para o fim da conversa, de que ela já tinha a decisão bem tomada antes de falar comigo.

 

Tive pena que ela tivesse desistido a meio, mas lá teve que ser, e agora é altura de voltar a procurar novo estagiário, o que é a parte mais chata de todo o processo, mas lá terá que ser. Se alguém conhecer um estudante com conhecimentos óptimos da língua inglesa escrita, que necessite de um estágio em marketing para concluir o seu curso e que possa começar imediatamente, por favor peçam para essa pessoa entrar em contacto comigo para o mail indicado no perfil o quanto antes.

Más notícias

Ontem recebi um e-mail da estagiária que está a trabalhar comigo com o mesmo título deste post. Fui logo ler o que era, mas imaginei que fosse algo relacionado com a impossibilidade de ela voltar ao trabalho. 

 

Começou por dizer que tinha recebido péssimas notícias de que a mãe dela tinha tido um acidente e estava no hospital por isso ela teve que lá ir visitá-la. Ao chegar ao hospital apercebeu-se que a mãe estava em coma com hemorragias cerebrais e que o médico não lhe dava mais que 3 dias de vida. Ao ler esta parte apetecia-me logo chorar. Não podia ser um tipo de notícias piores, e nem consigo bem, nem quero, imaginar o quanto difícil deve ser para alguém receber notícias deste género.

 

Ela continuou com o email de forma que eu achei um pouco estranha. Ela disse que pede imensas desculpas porque imagina o inconveniente que isto me possa causar já que ela não vai poder vir ao trabalho pelo menos durante esta semana, mas que ela até está disposta a trabalhar semanas extra no verão se fôr necessário. - O inconveniente que isto é para mim???? A mãe dela está a morrer de uma forma horrível. Só o facto de ela se ter conseguido lembrar de que me tinha que enviar um e-mail para avisar que não vinha trabalhar já é bom. Eu nem sei se numa situação desse género eu conseguia pensar direito em coisas prácticas como essa. Mas dizer que é um inconveniente para mim...

 

Acho que isto reflecte um pouco as diferenças culturais das pessoas. Ela sendo Holandesa, talvez tenha tido uma educação mais racional em que os sentimentos são segunda prioridade, não sei. De qualquer forma espantou-me mesmo ela ter colocado essa palavra no e-mail. Claro que lhe respondi a dizer para ela só voltar quando se sentisse preparada, mas quase que aposto que voltará mais tardar na segunda-feira da semana seguinte.