Talvez se lembrem de que já danço Lindy Hop há vários anos. E quem diz danço, quer dizer, dançava... antes da pandemia, mais ou menos regularmente. Sendo totalmente sincera, nos últimos 2 ou 3 anos antes da pandemia também já só ia dançar ocasionalmente. Deixei de ir todas as semanas como fazia durante um certo período da minha vida quando estava completamente obcecada por aquele hobby que adorava. Ainda adoro, mas ao fim de vários anos, as pessoas que conheci na dança e com quem ia dançar regularmente, começaram a ter bebés, e tornou-se muito mais difícil de nos encontrarmos regularmente. Como também conheci o meu Inglês por essas alturas e ele não era de muitas danças, acabei inevitavelmente por também ir menos frequentemente. Mas no outro dia, voltei a ir dançar.
Foi uma ida espontânea porque estava a combinar com uma amiga (das que conheci há anos através da dança) ir tomar uma bebida ao pub nessa noite. Entretanto vi um convite para um evento no Facebook pelo mesmo músico que organizava a noite que frequentávamos regularmente. A noite com o mesmo tema, mas num novo estabelecimento, estava planeada para essa mesma noite. Perguntei-lhe se queria ir lá em vez de irmos ao pub. E fomos.
Quando a banda começou a tocar e as pessoas começaram a levantar-se para dançar pensei se ia ser impossível ter a mesma espontaneidade de dança que tínhamos antes da pandemia. Afinal, dançar a pares é talvez das actividades menos seguras em termos da probabilidade de se apanhar Covid que há por aí. Imaginei que os dançarinos presentes podiam preferir manter-se a dançar com os amigos com quem vieram por questões de segurança por isso também não queria ir pedir por danças para evitar fazer alguém sentir-se desconfortável. Não me importava muito. Eu consigo mais ou menos liderar a dança por isso podia dançar um pouco com a minha amiga, e o resto do tempo podíamos passar na conversa e a apreciar a banda e ver as pessoas dançar que era bem agradável. Mas estava enganada. Não demorou muito para que o primeiro viesse pedir para dançar e rapidamente apercebi-me de que todas as pessoas estavam a dançar com outros desconhecidos. Desconhecidos, como quem diz, porque, até que reconheci muitas pessoas que lá estavam desde há anos atrás. A comunidade de Lindy Hop não é assim tão grande, e como não deve ter havido muitas pessoas a aprender a dançar nos últimos dois anos, então continuasse a reconhecer as mesmas caras.
Dancei uma, duas, três, e acabei por continuar a noite a dançar. Devo admitir que a minha capacidade de recuperação entre cada dança já não é tão eficaz como era há uns anos atrás e queria descansar entre cada uma, mas de forma geral, a sensação de euforia e felicidade foi idêntica há que tinha há 11 anos atrás quando comecei a dançar swing. Adorei! Tinha saudades.
Ao voltar para casa nessa noite de bicicleta senti-me bem e cheia de energia. É interessante como dançar pode-nos fazer sentir assim tão bem e também é interessante como dançar é como andar de bicicleta. Não se esquece. Parecia que não tinha passado assim tanto tempo quanto passou desde a última vez que estive numa noite daquelas. Agora quero mais!
Ontem fui ao primeiro baile de Swing do ano aqui por Londres. O título da noite foi Meet the Scene ball e era dedicado aos iniciados de dança Swing com o objectivo de dar-lhes a conhecer melhor a cultura de dança Swing em Londres. Estava aberto a todos, não só iniciados da dança, e os bilhetes ficaram esgotados ao atingir o limite de 500 pessoas que cabiam no Shoreditch Town Hall.
Com todos vestidos a rigor, uma banda ao vivo, várias performances de grupos coreografados e muita dança, foram os ingredientes para uma noite diferente, vintage e muito divertida. Quer dizer,... havia um pequeno senão. É que o facto de ser um baile dedicado aos iniciados, significou que haviam lá muitos deles. Como haviam tantas caras diferentes era difícil saber se eram iniciados ou não antes de começar a dançar com eles, ou seja, acabei por dançar os passos básicos uma quantidade de vezes com os diferentes dançarinos. Não era bem aquilo que esperava do baile, mas de facto, o baile foi publicitado com o objectivo de atrair iniciados, por isso é normal que assim tenha sido. Mal posso esperar pelo próximo (que não seja maioritariamente para iniciados).
Na segunda-feira fomos ensaiar a coreografia e a coisa não estava muito melhor para o meu lado, com o meu parceiro a continuar a fazer mesmo muitos erros. Para o final ele já estava um pouco melhor, mas mesmo assim nós eramos visivelmente o pior par a dançar a coreografia. Claro que estava um bocado triste para o final da noite, mas nessa mesma noite em casa tive uma óptima ideia para solucionar os meus problemas - eu dançar duas vezes. É que como temos mais raparigas que rapazes, o grupo já ía dançar 2 vezes de qualquer maneira à excepção de um ou dois dos rapazes. No dia seguinte mandei logo um e-mail aos professores a perguntar se tal seria possível, ao que eles responderam que isso se podia arranjar sem qualquer problema e que até já tinham pensado no assunto (porque obviamente toda a gente sabe que o meu parceiro não é bom dançarino nem de perto nem de longe).
Ficou resolvido o meu problema e a minha tristeza. Assim, não só estou mais contente por dançar com o Stephane, como não é necessário desistir da performance e decepcioná-lo, como já me tinha passado pela cabeça, e ao menos tenho a oportunidade de numa das vezes realmente tentar dar o meu melhor.
Hoje já treinei com novo parceiro e a diferença é enorme! E entretanto acho que o Stephane deve ter andado a practicar em casa porque ele próprio também já estava bem melhor e já conseguimos fazer a maioria dos passos sem muitos enganos.
Uff, que alívio!! Agora só espero que as coisas corram bem durante a performance propriamente dita. Ah e entretanto hoje gravei um vídeo dos professores a fazerem a nossa coreografia para poder ir olhando para ela quando estou nos transportes para relembrar os passos.
Aqui fica o vídeo. Agora imaginem dançar isto com um parceiro que não sabe dançar...
Tal como tinha sugerido no post relativo ao que fazer em Londres em Outubro, eu participei na Silent disco do evento Free to Dance e foi muito giro. A minha escolha foi pelo slot de música dos anos 50 para poder dançar o Swing. Fui sozinha porque nesta coisa do Swing ainda sou relativamente nova e ainda não conheço muitas pessoas. Mas foi sem problema nenhum porque passado pouco tempo de lá ter chegado já estava a dançar e deu ainda para conhece umas quantas pessoas. Foi pena não terem estado tantas pessoas como pensei que fossem estar, mas sendo que se trata de swing também é normal que não seja das danças mais populares. Mas foi muito divertido.
Ao entrar emprestaram-me uns auscultadores para poder ouvir a música. Daí o facto de ser silent disco, já que para todos os que estão a ver, parece que se está a dançar sem música. Dentro da zona do evento, as pessoas tinham bastante espaço para dançar e, no palco, encontrava-se o Ben Hammond a fazer a sua maratona de 6 dias sem parar de dançar para poder entrar para o livro de records do Guiness e, consequentemente, ajudar a comunicar a situação política em Burma.
Quem quizer, ainda pode lá participar até domingo (amanhã) à tarde. Aqui encontram o calendário dos slots de tipos de música para poderem escolher ir nas horas que mais vos agrada. Não é necessário pagarem nada nem marcar com avanço. Basta passarem pelo Scoop (junto ao City Hall e Tower Bridge), deixam £10 de depósito para poderem utilizar os auscultadores e dançar. Ao sairem e entregarem os auscultadores devolvem-vos as £10.
Aqui fica um pequeno vídeo da noite:
Entretanto, a aproveitando o facto de que estou a falar de swing, no dia do meu aniversário tinha aqui indicado que entrei para um grupo de swing e pretendia fazer a coreografia que eles tinham planeada para uma demonstraçãocom todas as classes da companhia onde estou a ter aulas. Pois é, ainda estou envolvida nisso, mas diga-se de passagem que a coreografia é difícil como tudo! Pior, falta só uma semana para a noite da performance e ainda nem sem bem a rotina, nem sei quem é que vai ser o meu parceiro. Amanhã vamos ter novo ensaio e aí é que vamos ficar a saber quem vai ser já que os professores é que vão escolher os parceiros para todos aqueles que não tinham ninguém com quem à partida quizessem dançar. Estou curiosa para saber com quem é que me colocaram. Espero que seja um dos "bons dançarinos", como é óbvio, mas mesmo que não seja, a maioria até que não está nada mal como dançarinos. Portanto desde que não me coloquem com um parceiro mais baixinho que eu, já que isso é que era um bocado chato, já fico contente. A ver vamos...