Lembram-se dos meus primeiros posts quando falei sobre a iniciação do processo de comprar casa em Londres a partir de finais de 2020? Podem lê-los aqui:
No total, o processo de compra de casa foi longo! Começamos entusiasmados e vimos 63 casas desde o início do processo a 17 de Outubro de 2020 até meados de Abril de 2021, quando verificámos, que vender o meu apartamento não ia ser tão fácil quanto esperava, como indiquei no post Parte V. Nessa altura, parámos a nossa procura de casa e parámos também a tentativa de vender o apartamento até que as coisas com as medidas que tinham que ser feitas no apartamento avançassem.
Voltei a colocar o apartamento à venda em Setembro de 2021 quando já tinha a situação mais resolvida, e recebi uma oferta da primeira pessoa que o visitou nessa altura, que felizmente avançou para a frente e entreguei as chaves do meu apartamento à nova dona a 25 de Março de 2022.
Quando recebemos a oferta no apartamento recomeçamos a procura de casa, mas desta vez já sabíamos melhor o que queríamos na próxima casa, por isso só visitamos aquelas que tinham mesmo potencial, e desde essa altura até ao dia 5 de Fevereiro de 2022 vimos mais 16 casas. Desta segunda ronda de visitas a casas também verificámos que os preços das casas tinham subido cerca de 10% do valor que tinham no ano anterior quando iniciámos a procura! Os preços começaram a ficar ridículos e estávamos a ver que se não conseguíssemos encontrar nada rapidamente, iríamos que ter que começar a procura noutras zonas de Londres. O problema que parece haver de momento é que, talvez um efeito da pandemia, há de momento muitas mais pessoas a querer comprar casas com mais espaço, mas as pessoas que vivem em casas grandes, mesmo quando já não precisam delas, não querem vender para evitar os grandes custos com mudança tais como o imposto do Stamp Duty. Não existe qualquer incentivo financeiro para que pessoas mudem para propriedades mais pequenas por isso elas não o fazem. Resultado - a oferta de casas é pequena, e a procura é muito elevada, logo os preços sobrem a níveis disparatados.
Fizemos outra oferta na casa #79. Sete outras pessoas fizeram uma oferta para a mesma casa, mas a vendedora queria vender apenas a compradores que estivessem 'chain free', o que reduziu a sua escolha a dois compradores - nós (a tal venda do apartamento foi sem dúvida importante) e um outro casal que podia pagar em dinheiro. Apesar de termos feito uma oferta superior, como a vendedora queria fazer uma venda o mais rapidamente possível, escolheu os outros que podiam pagar a dinheiro e que, portanto, ofereciam menos risco do que nós que ainda tínhamos que ter o empréstimo bancário resolvido. Lá perdemos essa casa, e voltámos a continuar a pesquisa. Duas semanas depois, e passada a visita a mais 6 casas, recebi uma chamada do agente da tal casa #79 a dizer que os outros compradores decidiram voltar atrás com a compra porque outra casa que eles queriam mais tinha voltado ao mercado, e como tal, a casa era nossa se quiséssemos!
Começou então finalmente a burocracia de compra com todas as papeladas e afins que se tem que resolver. Encontrávamo-nos na base de uma cadeia entre 5 compradores e vendedores, ou seja, estávamos numa grande 'chain', em que todos tinham que acordar a fazer a finalização da venda no mesmo dia para que todos pudessem mudar de casa nessa altura. Ora essa era portanto, a razão pela qual a nossa vendedora queria mesmo vender a alguém que não estivesse numa 'chain' porque não a queria aumentar ainda mais. E com 5 pessoas na 'chain' já havia uma grande probabilidade para que alguma coisa corresse mal no processo, e bastava uma pessoa no meio mudar de ideias ou não poder efectuar a compra para a cadeia toda cair e ter-se que começar de início novamente.
E como não podia deixar de ser, claro que houveram problemas! Uma das pessoas não estava a conseguir ter a aprovação do banco para o empréstimo da casa, o que começou a adiar o processo. Enquanto todos não estivéssemos alinhados e com os fundos organizados, a troca de contratos não seria possível e, enquanto não houvesse troca de contratos, tudo podia cair e ficávamos sem a casa. Essa é uma das grandes diferenças entre o processo de compra e venda do Reino Unido e o processo de Portugal ou da maioria dos outros países, é que por cá, o processo de compra pode cair passados meses de se estar no processo, quando se estiver quase no final da troca de contratos. Até à troca de contratos, que geralmente não se faz antes de 3 meses da data da oferta ter sido feito, ninguém tem que colocar depósito nenhum e portanto, podem decidir voltar atrás se assim o entenderem. Isso claro que torna tudo mais complicado, mas passado os problemas e atrasos que tivemos na nossa cadeia, na segunda semana de Junho conseguimos fazer a troca de contratos e, nesta passada quinta-feira recebemos as chaves da nossa nova casa!
Foram 21 meses, 85 casas no total visitadas, e stress e dores de cabeça pelo meio, mas finalmente o processo está finalizado! E vamos voltar a viver em Hackney como queríamos.
Acabámos por comprar uma casa que precisa de uma redecoração total, por isso ainda não nos podemos mudar para já, mas vai começar esta semana a experiência do processo de modernização da casa.
Já há algumas semanas que não fazia um update da mudança para a nova casa, porque sinceramente, não têm havido grandes updates.
A organização que gere a minha Shared Ownership tinha o direito de promover directamente o apartamento durante um período de 8 semanas. A primeira pessoa que viu a casa fez uma oferta, mas não passou aos requerimentos financeiros da organização, e como tal, não pude proceder com a venda. Mas como a organização quase não fez promoção nenhuma, acabei por só ter duas pessoas a verem o apartamento, e como tal, não vendeu.
Ao fim das 8 semanas tenho o direito de vender o apartamento através de um agente imobiliário e ao preço total - portanto sem ser em shared ownership. Então contactei alguns agentes, e com todos os detalhes acordados, o apartamento foi colocado novamente no mercado na quinta-feira passada.
Nesse mesmo dia tive uma reunião dos residentes com a nossa organização de gestão do edifício e eles deram-nos as notícias de que identificaram que o material colocado no chão das varandas não é seguro de acordo com as novas regulações de prevenção de fogos em prédios. Como tal vão ter que ser substituídas e ainda não nos conseguem dar uma data certa de quando isso vai acontecer.
Resultado? Agora tenho todas as dúvidas sobre se devo continuar com a tentativa de venda antes desta situação estar resolvida. Isto é altamente negativo não só porque é um risco de fogo, os eventuais compradores provavelmente não estão interessados a comprar até a situação estar resolvida, e os bancos provavelmente não vão emprestar dinheiro a compradores quando o apartamento em questão está em risco de pegar fogo mais facilmente que outros.
Vou falar com o agente amanhã mas o mais provável vai ser mesmo ter que adiar esta nossa venda e compra por um período indefinido até nos resolverem esta situação. É muito desanimador quando já estávamos tão entusiasmados com a ideia de nos mudarmos para uma casa com mais espaço. São coisas que acontecem e que, infelizmente não são do nosso controlo o que torna a coisa ainda mais frustrante porque efectivamente não podemos fazer nada a não ser esperar que a organização resolva o assunto. Agora estou para ver é quanto tempo é que isto vai demorar...
Na continuação do meu post anterior, passei o início da semana ansiosa para saber a resposta do vendedor. Na segunda-feira ficamos a saber que a tal casa tinha recebido mais 3 outras ofertas, e que a outra que também tínhamos visto e de que tínhamos gostado recebeu duas outras ofertas. Decidimos fazer uma oferta para essa também, visto as nossas hipóteses não serem tão boas com a outra. Em ambos os casos, o agente pediu-nos para dar-mos a nossa 'melhor e final oferta' até ao dia seguinte. Isto faz parte do processo habitual, para dar hipótese aos compradores de fazerem a oferta mais alta que poderem se quiserem mesmo aquela casa, e também para dar ao vendedor o maior valor possível.
Infelizmente, como o mercado está agora - em que há muito poucas novas propriedades a sair no mercado, mas há muitas pessoas a quererem mudar para um espaço maior devido ao lockdown - não me parece que vamos conseguir encontrar qualquer propriedade em que não tenhamos concorrência na oferta.
Lá pensamos naquilo que podíamos/queríamos oferecer como valor máximo por cada uma das casas e enviamos as nossas ofertas finais no dia seguinte.
Para a casa que tinha mais duas ofertas, recebemos uma resposta nesse mesmo dia - o vendedor tinha aceito a oferta de outro comprador que colocou uma oferta acima da nossa, e acima do preço anunciado, e que não tinha nenhuma casa para vender, portanto, supostamente poderia proceder ao contrato mais rapidamente que nós.
Para a casa que tinha mais três ofertas, só recebemos a resposta na quarta-feira - também foi uma resposta negativa. O comprador que teve a sua oferta aceite colocou uma oferta ao mesmo valor que nós, e também acima do preço anunciado, mas não tinham uma casa para vender.
A conclusão é que esta coisa de ter uma propriedade para vender nota-se muito problemática porque, quando em competição com outros, aquele que não estiver numa 'chain', ou seja, que não tenham uma casa para vender, vai estar sempre em vantagem.
Na quinta-feira, o nosso apartamento entrou no mercado. E já não era sem tempo, porque enquanto o tivermos, acho que não vamos conseguir comprar nada. O problema agora vai mesmo ser quanto tempo a venda vai demorar. O meu vizinho de cima que tem um apartamento do mesmo tamanho e que começou a publicitá-lo em Dezembro, ainda não recebeu nenhum interesse de potenciais compradores, e isso preocupa-me.
Lembro-me que na altura em que andei à procura de apartamentos em shared ownership, há cinco anos atrás, eu tanto procurava novos edifícios como apartamentos em segunda-mão, e a procura era imensa que, assim que aparecia um no mercado, era vendido quase imediatamente. Como o apartamento está em perfeitas condições, é espaçoso para um apartamento de 1 quarto, e a localização é óptima em termos da proximidade ao centro e a muitas zonas populares em Hackney, achei que não haveria dificuldade nenhuma em vender, mas agora com o exemplo do meu vizinho estou com medo que a pandemia tenha afectado essa possibilidade.
De qualquer forma, acho que agora o melhor será mesmo esperar até pelo menos começar a ver algum interesse no apartamento antes de nos dedicarmos novamente à procura de nova casa. Não temos urgência em sair mas claro que, agora que temos em mente a ideia de podermos ter uma casa com mais espaço e mais divisões onde poder trabalhar de casa, é desanimador ter que adiar essa mudança.
Se conhecerem alguém interessado em comprar o seu primeiro apartamento em shared ownership, não deixem de entrar em contacto
Este mês ainda não tinha vindo escrever sobre a situação actual da procura de casa, mas só parámos de procurar mesmo nos dois fins-de-semana do Natal e Ano Novo. Mas devo dizer que o mercado tem estado fraquito neste início de ano. Não me surpreende muito visto estarmos em lockdown, e talvez os vendedores prefiram deixar esta fase passar antes de ter várias pessoas a entrar nas suas casas, mas não deixa de ser um bocadinho desmoralizante quando não se vê nada interessante a aparecer no mercado. Mesmo assim, apesar de terem aparecido poucas propriedades, conseguimos encontrar duas semelhantes de que gostamos - a primeira está em óptimas condições mas a localização não é ideal em termos de distância a andar para locais de que gostamos, e também é um pouco mais distante dos nossos respectivos escritórios, quando eventualmente abrirem.
A segunda precisa de renovações logo de início, mas preferimos a sua localização. Quando as vimos pela primeira vez, em dias diferentes, estávamos quase convencidos de que queríamos fazer uma oferta à primeira, mas ao visitarmos ambas pela segunda vez no mesmo dia apercebemo-nos de certas outras vantagens que a segunda tem comparativamente com a primeira, para além da localização. Como tal, decidimos fazer uma oferta na segunda propriedade.
Já vai ser a terceira oferta que fazemos. Adorava que fosse desta que conseguíssemos que a oferta fosse aceite, mas já sabemos de pelo menos mais outra oferta que foi feita, e haviam mais 4 pessoas a fazer uma segunda visita tal como nós, por isso imagino que vamos ter bastante concorrência.
Depois ainda temos a desvantagem de que o meu apartamento ainda não está no mercado. Já deveria estar, que a avaliação e as fotos tão tratadas. Só falta mesmo à associação que me vendeu a casa colocá-la no mercado porque, sendo vendida em esquema de shared ownership, é a associação que deve publicitá-la durante as primeiras 8 semanas, e só se não conseguir é que eu posso utilizar um agente.
Inevitavelmente, cada vez que faço uma oferta numa casa, até saber a resposta do vendedor fico ansiosa pela resposta, começo a imaginar-me a viver lá, e claro que, cai-me tudo quando a resposta é negativa.
Não sei se recebo a resposta já amanhã. Imagino que não seja uma decisão imediata, mas espero que não demore muito que agora só quero saber se vamos conseguir ficar com aquela casa ou se não.
Como tinha indicado neste post, escrito no fim de Novembro, demos início à procura de nova casa este Outono. Desde então conseguimos visitar mais umas 10 casas durante o mês de Dezembro, e fizemos mais uma oferta noutra casa que gostamos. A nossa oferta também não foi aceite pela segunda vez. Desta vez foi porque estamos numa 'chain', ou seja, temos um apartamento para vender antes de podermos comprar a próxima casa. Inicialmente até pensamos que tal não fosse preciso, mas quando colocamos a oferta nesta segunda casa, falamos com um 'mortgage adviser' que nos informou que, se não vendermos o nosso apartamento primeiro, vamos pagar o dobro do stamp duty. Ah, pois! Não sabíamos nada disso. E, por esta altura, mesmo que fossemos encontrar uma casa em Dezembro, provavelmente já não iríamos a tempo de conseguir fazer troca de contratos antes do final da 'stamp duty holiday', ou seja a isenção de imposto na compra de casa que o governo está a oferecer até Março, porque geralmente demora mais que 3 meses para se finalizar a compra de uma casa. Isto explica uma das razões porque os agentes imobiliários continuavam a insistir de que deveríamos falar com um 'mortgage adviser' o quanto antes (para sabermos informações desse género, e porque queriam introduzir-nos aos seus parceiros para receberem comissão na introdução, mas essa é outra história).
Enfim, cá nos encontramos então numa nova situação - sabemos agora que vamos ter que vender o nosso apartamento antes de poder comprar nova casa. Porque para já, ter este apartamento, faz-nos compradores menos 'fortes' em comparação com outros que não tenham casa para vender, ou seja, estejam 'chain-free', e portanto, mais disponíveis para tratar do processo de compra mais rapidamente. Geralmente, os vendedores preferem sempre compradores que estejam dispostos a trocar contratos o mais depressa possível, principalmente se eles próprios estiverem numa chain, ou seja, têm que vender a sua propriedade, para poderem comprar outra.
Assim sendo, a decisão foi feita por nós de que temos que vender primeiro. Então lá comecei o processo, e chamei um agente cá a casa para nos fazer a avaliação do valor do nosso apartamento. Em 4 anos o seu valor subiu £15000 o que não é mau de todo, mas como só comprei uma pequena percentagem da casa, apenas vou receber essa percentagem do aumento do valor, menos as despesas em advogados, taxas de venda etc, o que significa que provavelmente vou ficar com zero de lucro, mas desde que me cubra as custos da venda, seria muito bom. E se não perceberem o que quero dizer com ter apenas uma percentagem da casa, podem ler mais sobre shared ownership neste post.
Como este apartamento possuo em shared ownership, tenho que dar a oportunidade à organização que me vendeu o apartamento através deste esquema, para vendê-lo primeiro. Assim sendo, como o próximo passo, eles vão anunciar o apartamento e têm 8 semanas para o venderem. Se ao fim das 8 semanas ainda não conseguirem ter vendido, podemos então tentar vender no mercado aberto e escolher os nossos agentes imobiliários, mas sinceramente, espero que eles o consigam vender nas 8 semanas porque isso ia evitar taxas adicionais de venda através de um agente imobiliário. O problema que também temos, é que podemos encontrar alguém rapidamente para comprar este apartamento visto ser tão bem localizado perto do centro, do canal, de parques etc, mas ainda não termos encontrado uma outra casa para nos mudarmos. E aí é que a coisa se torna mais complicada. Porque ou temos que fazer o nosso comprador esperar, ou temos que nos mudar para acomodação alugada até encontrarmos a nossa próxima propriedade. De qualquer forma nenhuma dessas hipóteses é ideal, mas a ver vamos. A saga continua a partir de Janeiro.
Como indiquei neste post, o lockdown fez-nos aperceber o quanto é importante vivermos num local com mais espaço do que o nosso pequeno apartamento, e como tal, decidimos que era tempo de fazer um upgrade ao local onde vivemos. Desde o momento em que tomamos essa decisão, temos dedicado todos os sábados a visitar casas, e em 7 semanas, desde que começamos este processo, já vimos 24 casas e fizemos 1 oferta.
Mas não, não tenho novidades para dar, porque essa oferta parece ter sido posta de parte já que a casa em questão teve várias outras ofertas e nem sequer tivemos mais notícias do agente. Até percebia o seu desdem se tivessemos feito uma oferta a um preço abaixo do pedido, mas fizemos a oferta ao preço pedido. Imagino que devem ter havido várias outras ofertas ao preço acima do pedido. Na noite em que fiz a oferta mal consegui dormir com a excitação da possibilidade de morar lá, mas com o passar dos dias, sem notícias, cheguei à conclusão que não tinhamos sido os compradores escolhidos.
Este é um dos problemas que estou a notar que se tem por Londres. Ou existe qualquer coisa de errado com a casa/apartamento que torna difícil encontrar um comprador, e a propriedade fica semanas ou até meses à procura de comprador, ou é vendida de imediato, logo na primeira semana em que tem visitas, e algumas vezes até é vendida sem ter chegado a ser publicitada.
Um facto em que também reparei durante estas semanas em que temos andado à procura, é que chega ao fim-de-semana, e noto que já vi todos os anúncios de todas as casas possíveis em todos os sites e todas as agências que cobrem a nossa área de procura, mas por volta de terça-feira da semana seguinte, são lançadas sempre novas casas nos websites, pelo que é o melhor dia para fazer nova pesquisa, para conseguir marcar logo a visita para o sábado seguinte, antes que a dita propriedade e os agentes tenham o calendário completamente lotado de visitas.
Nesta altura, está a haver um certo boom de compra e venda de propriedade porque o governo eliminou temporariamente até Março do próximo ano, o imposto do Stamp Duty que se paga sempre que se compra uma casa. Mas de momento, e até Março, quem comprar casa está isento de pagar esse imposto caso a casa em questão tenha um valor inferior a £500,000 ou o comprador recebe um desconto no imposto se o valor da casa for superior a esse valor. O governo tomou essa decisão para ajudar a fomentar o mercado imobiliário que como tantas outras industrias também foi afectado com a pandemia. E tem estado a resultar porque de repente tem havido uma emergência de muitas pessoas para aproveitar este período para comprar casa. O mercado está cheio de compradores e vendedores, e como tal os agentes nem se dão ao trabalho de dar notícias aos compradores sobre o estado da sua oferta, visto que têm tantos outros como potenciais clientes
Apesar de ser uma procura mais ou menos constante todas as semanas, até que tenho achado a experiência interessante porque adoro ver casas e ver diferentes estilos de decoração e tenho achado interessante descobrir o interior de tantas casas, apartamentos, maisonettes, lojas convertidas em casas,... Temos visto de todo o tipo de propriedades, e quanto mais vemos, mais nos conseguimos aperceber daquilo que definitivamente não gostamos (por exemplo ser localizada numa rua com muito trânsito), e daquilo que definitivamente não queremos deixar de ter (por exemplo um espaço exterior maior que a nossa varanda actual). Mas sabemos que vamos ter que provavelmente fazer alguns compromissos porque simplesmente há sempre qualquer coisa que não é ideal em todas as propriedades que temos visto. Mas também temos acordado que só fazemos uma oferta quando ambos nos sentimos entusiasmados e que um não deve tentar influenciar o outro, para não haver arrependimentos. Isso também pode significar que nos vai demorar bastante tempo para encontrar o local certo, mas é melhor demorar mais tempo e estarmos ambos mesmo contentes com a nossa decisão, do que a situação oposta. A saga continua...
Gostei muito da enorme parede cheia de quadros deste apartamento que visitei
E finalmente estou a chegar ao momento em que a ideia da nova casa finalmente se vai poder concretizar. Estou a uma semana de fazer as mudanças, e este fim-de-semana comecei a tratar de empacotar as minhas coisas. Pensei que fosse arrumar quase tudo este fim-de-semana mas ainda longe disso. Demorou-me imenso tempo para começar, e uma vez que me decido que vou, por exemplo, arrumar tudo das prateleiras, quando essa tarefa acaba vem a dúvida sobre qual a melhor zona onde continuar.
Entre tudo já tenho umas 9 caixas cheias, algumas malas, e ainda quase não toquei na minha roupa nem nas coisas da casa de banho e também ainda tenho algumas coisas da sala para arrumar. Parece que isto nunca mais acaba e já passei imensas horas em arrumações. Mas também tenho tido cuidado para tentar identificar as coisas de que não vou precisar para poder dar para uma loja de caridade ou levar para a próxima 'clothes swap' que costumo fazer com as minhas amigas.
O engraçado é que quem me vai substituir no meu quarto atual vai ser uma rapariga também Portuguesa que ficou a saber que o meu quarto ia estar disponível a partir do blog e, calhou que os meus flatmates gostaram dela e que as nossas datas de mudança calharam certo.
Neste momento estou a escrever do meu quarto a olhar para a janela e vem-me uma certa nostalgia porque adoro esta casa e este quarto. Gosto muito de olhar para as casas do outro lado da rua e ver a trepadeira que se estende sobre uma das paredes. Estou aqui a viver à 3 anos, anos esses que foram cheios de experiências e, o fato de viver nesta zona contribuiu imenso para que todas essas experiências pudessem decorrer. Vou ter saudades de viver aqui, mas ao mesmo tempo estou muito entusiasmada com a ideia de viver sozinha. Acho que é bom sinal sentir esta nostalgia, mas mal posso esperar para ter o meu espaço sem o ter que partilhar.
Estas é a fase de empacotamento em que me encontro de momento:
Ontem tive o tal telefonema com o HSBC. Não durou muito tempo porque assim que lhes expliquei que tinha que fazer contrato em pouco mais de 2 semanas, eles disseram-me que seria impossível que a aplicação tivesse feita e aprovada nessa data, sendo que normalmente demoram 3 meses, e em casos rápidos demoram 2 meses. Portanto tive que desistir do HSBC.
Nesse momento reparei que tinha duas opções - ou avançava com o Barclays ou desistia da casa. Olhei novamente para os valores do Barclays e, com tudo, ao final dos 2 anos do período de taxa fixa, iria pagar um valor total apenas de mais £100 que o HSBC. Isto porque, apesar do Barclays ser mais caro mensalmente, eles oferecem um cashback de £1000 o que é bom e balança logo as coisas. Tenho é que certificar-me de que coloco estes £100' de parte para efectivamente não sentir tanto o peso do empréstimo bancário.
Telefonei à consultora e disse-lhe para ir em frente com o Barclays. Ela agora vai submeter mais papelada e, eventualmente lá me diria se fui aceite ou não. Essa é que é a grande questão!
Entretanto, enquanto isto avança e não avança, vou reflectir sobre o assunto para o Cambodia. É uma viagem que já tinha marcado em Dezembro e que finalmente está para chegar. Muito entusiasmante visto que nunca antes fui à Asia. A parte menos agradável é que o voo vai demorar quase 24horas!!! Parto amanhã de manhã cedo, e só chego a Pnhom Phen, a capital do Cambodia por volta das 13:30h do dia seguinte (que corresponde às 6:30 do horário Britânico). Tenho hotel para as duas primeiras noites e depois disso,... não sei. Vou à descoberta com a mala às costas.
A situação da casa ainda não está nada resolvida e, afinal está a ser muito mais complicada e stressante do que o que inicialmente o agente me fez pensar. Stressante devido ao empréstimo bancário que tenho que pedir para o pagamento do apartamento. Quando eu disse que queria avançar com a casa e fiz a entrevista com o consultor de financiamento (é assim que se chama em Português a um Independent Mortgage Advisor?), ela disse que o banco que oferecia melhor taxa de empréstimo seria o Santander. Então lá fiz o pedido de empréstimo com o Santander. Passado um dia, o banco confirmou que o meu empréstimo tinha sido oferecido. Fiquei toda contente e descansada porque assim já podia avançar e comecei por pagar o serviço da consultora de financiamento, a entrada para os advogados e o depósito inicial para o apartamento. Dois dias depois de ter feito isso, a consultora volta-me a contactar e diz que afinal o Santander fez um erro no seu acesso e que afinal já não me vão dar um empréstimo! A consultora disse-me que tinham feito um erro quando analisaram o meu 'credito score' (qual o termo utilizado para credit score? Pontuação de crédito?) e que, afinal não era bom o suficiente para eles me concederem um empréstimo.
- O quê?! Mas podem assim mudar de ideias sem mais nem menos? E porque raio é que o credit score não lhes agrada?? Nunca antes tinha pedido crédito e raramente uso o meu cartão de crédito.
Aparentemente o facto de não estar cheia de dívidas é mau para o credit score. O que os bancos querem ver é que eu já tenha pedido dinheiro emprestado frequentemente e pago as dívidas. Mas isso tem alguma lógica?? Não será muito melhor emprestar dinheiro a alguém que sabe gerir o seu dinheiro de forma natural dentro das suas poses em vez de ter que estar a pedir dinheiro emprestado??
Enfim, lá a consultora disse-me que a segunda melhor alternativa era tentar pedir o dinheiro ao Barclays. Eu disse que sim, mas depois estive a fazer umas contas e vi que o HSBC oferecia condições muito melhores. Como tal, disse que já não ía em frente com o Barclays e que ía tentar com o HSBC primeiro. No entanto, o problema é que o HSBC é muito mais demorado no seu processo e, agora como já tinha dado a instrução aos advogados, já tenho uma data limite para fazer o contrato daqui a duas semanas e meia. mas estou com medo se o HSBC não trata das coisas até essa data. E se não tratar também não sei quais serão as consequências. Estou a tentar obter toda essa informação, mas devo dizer que isto é tudo muito stressante.
E no último post tinha dito que o tal apartamento não me tinha sido alocado, mas entretanto recebi um e-mail a informar que o apartamento já estava novamente disponível porque a pessoa a quem tinha sido alocado mudou de ideias. Como tal, o apartamento é meu se eu quiser!!
Mas com essa notícia, também surge a dúvida - será que quero mesmo este apartamento? Será que esta é a melhor opção? Será que eu devia esperar mais algum tempo para ver se encontro um apartamento que possa comprar por inteiro em vez de shared ownership? E se fôr, será que o apartamento e o bloco de apartamentos tem todas as coisas que preciso - por exemplo parque seguro para a minha bicicleta (não quero ter que andar a acartar com ela para cima e para baixo todos os dias)?; A rua junto ao edifício vai ser cortada para não haver passagem de carros?; Vem com seguro de construção?;... fiz uma grande lista de questões que já enviei ao agente. Dependendo das respostas que ele der, eu logo vejo se vou em frente com o apartamento ou se não. Ao mesmo tempo, tenho andado numa euforia a olhar para tudo quanto é site de propriedades para ver o que mais está por aí à venda. Quero poder comparar preços, qualidade, localização, espaço, etc., para verificar se esta será a melhor decisão. Mas estou entusiasmada!