Como trabalho numa empresa muito internacional, havia muitos colegas que ainda nunca tinha conhecido pessoalmente. Adicionando a situação da pandemia e a impossibilidade de viajar durante a maior parte do tempo que tenho estado a trabalhar para esta empresa (comecei por cá em Julho de 2020) isso tornou as coisas ainda mais difíceis. Tenho também o problema que trabalho muito com pessoas da costa Oeste dos Estados Unidos. Ou seja, as nossas 17h são as 9h da manhã deles, o que significa que tanto eu tenho que trabalhar bem depois das 18h quase todos os dias, quanto os meus colegas têm que começar a trabalhar bem cedo antes das 8h da manhã muitas vezes. Então os meus fins de tarde são sempre cheios de reuniões atrás de reuniões, e como todas têm na maioria 30minutos, para tratar de certos assuntos em que são necessárias várias pessoas, assim que começamos a estar mais dentro do assunto e a conversa começa a ser mais útil, já está o tempo da reunião a acabar. Logo, temos que continuar numa próxima reunião que não será até mais uns dias porque entretanto os calendários estão cheios, e as decisões acabam por demorar muito mais tempo a ser tomadas por causa desta situação. A tecnologia claro que ajuda muito a fazer o trabalho mais colaborativo entre o sistema de mensagem interna com o Slack, as videoconferências com o Zoom ou tecnologia de projectos como Asana, MAS... e isto é um grande MAS,... nenhuma delas consegue perfeitamente substituir a iteração em pessoa e a facilidade como se consegue chegar a decisões quando todas as pessoas que precisam de estar envolvidas se encontram num mesmo espaço.
Então finalmente tive a oportunidade de me encontrar com alguns dos meus colegas com quem trabalho mais frequentemente na semana passada. Encontrámo-nos em Santa Barbara, na Califórnia, onde temos um dos nossos escritórios. E foi tão útil!! Adorei poder finalmente conhecer pessoalmente pessoas com quem tenho andado a trabalhar virtualmente durante mais de um ano e alguns dos executivos com quem ainda não tinha interagido muito. Do grupo que lá esteve, ainda só tinha conhecido duas pessoas pessoalmente.
É sempre uma situação muito interessante aquele primeiro momento em que nos encontramos pessoalmente com alguém com quem falamos quase todos os dias e que temos visto no pequeno ecrã do computador durante tanto tempo. Há sempre aquela parte de surpresa relativamente à altura de uma pessoa (geralmente são eles surpresos com a minha altura que não esperam uma Portuguesa ser tão alta quanto eu); depois há aquela oportunidade para ter conversas fora do trabalho para efectivamente permitir conhecer melhor um indivíduo, principalmente depois de uns dois copos de vinho ao jantar, que ajudam sempre as pessoas a ficarem um pouco mais abertas. E principalmente aquela oportunidade para estarmos várias horas juntos a discutir assuntos que geralmente demoram semanas a acordarmos, e que, de repente, em duas ou três horas, e depois de um quadro branco cheios de gráficos e palavras, conseguimos chegar a conclusões, ideias, efectivamente fazemos progresso!
Esta viagem fez-me relembrar o quanto eu gosto de trabalhar num escritório e o quanto eu gosto da iteração com uma equipa que, sinceramente, tem sido muito pequena nesta empresa. Fazemos tudo online. Não ajuda que eu seja a única pessoa da equipa de marketing que tem a base em Londres, mas até com os meus outros colegas de outros departamentos que também têm como base o escritório de Londres, ninguém quer vir para o escritório. E desde que eu mudei de casa até que estou a minutos a pé de caminho até ao nosso escritório, mas para já, ainda só lá fui duas vezes desde que me mudei para este novo apartamento. Simplesmente os meus colegas estão demasiado confortáveis em casa e não querem vir para o escritório. Aparentemente, a situação era diferente antes da pandemia. Já havia a cultura de se trabalhar de casa mas, na maioria dos dias, as pessoas vinham para o escritório. Mas desde que se habituaram a ter um espaço mais permanente em casa, são poucos os que estão interessados em vir trabalhar a partir do escritório. Não ajuda o facto de que muitos vivem fora de Londres, e outros tantos tiveram bebés recentemente, logo todos parecem ter uma boa desculpa para não virem frequentemente. Muitas vezes, tenho sido eu sozinha no escritório, ou só com mais uma ou duas pessoas. É apenas nos dias em que há um evento oficial, ou que algum executivo vem a Londres, que as pessoas fazem o esforço de ir trabalhar a partir do escritório. Por um lado, eu até preferia que terminassem o nosso contrato com o escritório actual e que nos colocassem num escritório de co-working, porque ao menos, para aqueles que gostam de ir ao escritório, como eu, teríamos uma base, onde haveriam outras pessoas com quem interagir. Mas assim sendo, mantemo-nos com um espaço grande e vazio.
Imagino que ainda há muitos de vocês que estejam em situações semelhantes? A vossa vida de trabalho continua virtual desde a pandemia? Para mim, pelo menos, não acho ideal, mas ao menos, se poder começar a viajar um pouco mais frequentemente, ao menos já valerá mais a pena. Fica uma foto da margem da praia de Santa Barbara onde fui quase todas as manhãs antes do trabalho na semana passada, que é uma zona simplesmente linda com o mar dum lado, a pequena cidade e as montanhas do outro. A temperatura também estava de verão. Adorei lá passar uns dias.
Hoje foi um dia complicado no trabalho. Apeteceu-me escrever sobre o assunto porque quero deitar fora o que tenho cá dentro. Desde os despedimentos que houve na empresa por finais do ano passado que um dos membros da minha equipa, de que falei nesse post que lidou muito mal com a notícia, nunca mais foi o mesmo. Ele basicamente mudou-se para outra equipa onde o seu chefe estava baseado nos EUA e nunca acho que a nova equipa dele lhe deu a direcção que queria, nunca voltou a estar satisfeito ou sentir-se realizado e, pelo contrário, estava descontente com as diferenças que a nova função trouxe. Eu conseguia ver isso e falei com ele várias vezes sobre o assunto, mas nunca havia uma resolução imediata. Ele queria que as coisas voltassem como estavam antes, mas infelizmente isso não era possível. Estava desmotivado e isso notava-se no dia-a-dia. Mesmo nos projectos que trabalhava com a nossa equipa, não dava o seu 100% como costumava dar antes. Ele próprio era vocal sobre o seu descontentamento e dizia não ter trabalho o suficiente, o que é importante que tenha apresentado para que as coisas podessem mudar. Mas isso também contribuiu para o facto que a minha chefe ontem me desse a notícia de que íam fazer a função dele desaparecer da empresa e, como tal a sua função já não ía ser necessária.
Custou-me saber isso e, apesar de perceber toda a lógica da decisão, eu tenho trabalhado com ele ao longo dos últimos 2 anos e meio, ele foi a primeira pessoa que contratei, já passámos por muita coisa juntos na empresa, por isso a ideia de que ele não vai estar lá mais, principalmente numa situação destas em que basicamente ele vai ter que sair por decisão da empresa, custa ainda mais.
Desta vez não era eu que ía ter que ter essa conversa, mas eu estive nervosa o dia todo a pensar na reação dele ao ouvir as notícias ao final do dia. E tive que passar o dia a conversar com ele de forma normal como se nada estivesse a acontecer. Não foi fácil.
Quando ele saiu da reunião onde eu soube que ele ía ser informado, eu perguntei-lhe se ele queria conversar, o que ele quiz. Felizmente ele viu a decisão como algo positivo para ele e tratou tudo de forma muito menos emocional do que tratou a situação das últimas vezes quando houveram despedimentos na empresa. Ele sabia que queria sair, e este foi o empurrão que precisava, para além de que lhe dava o tempo que precisava para procurar novo emprego enquanto continuava a ser pago. Eu sei que ele não vai ter problema nenhum em encontrar novo emprego por todas as qualidades que ele tem, mas não consigo deixar de sentir um aperto no peito por o deixar ir. Obrigada Mark, por tudo.
Podem pensar pelo título que vou fazer generalizações neste post, e é que vou mesmo. OK, nem todos são assim. Mas são assim, muitos!! Passo a explicar - ora tenho este colega no trabalho, um Nova Zelandês giro, engraçado, inteligente e muito simpático que é solteiro. Durante muito tempo fiquei convencida que era um garanhão de primeira. Fala nesta e naquela, daquele encontro e do outro. De tantas histórias que ele tem, nós até tínhamos conversado um dia sobre a possibilidade de ele criar um canal no YouTube onde ia colocar vídeos com os momento das suas primeiras linhas de engate que seriam secretamente filmados por um amigo. Com tanta história concerteza o seu canal ia ser um sucesso no YouTube.
Fonte: Pinterest @weheardit.com
Ele nunca chegou a fazer o tal canal no YouTube, mas entretanto os meses passavam e, apesar de tantas histórias ainda não tinha uma namorada. Será que ele queria ser o típico solteiro que só quer 'one night stands' e que não está preparado para uma relação? O facto é que, segundo ele, não é nada disso que ele queria. Efectivamente ele ia a cada encontro com a esperança que essa fosse a sua futura ex-mulher (palavras dele), mas nunca se aproximou da parte do casamento nem pouco mais ou menos.
Na nossa festa de Natal da empresa acabámos num bar a dançar. Ora nesse bar estava também uma rapariga que aproximou-se dele, veio dançar um bocadinho, falou um bocadinho. Mesmo assim não havia grande proximidade e ele não lhe dava muita conversa o que eu até que achei estranho já que ele também parecia interessado. Mas ela não desistiu e, passado um pouco, quando ele estava no bar, ela foi também ao bar pedir uma bebida ao lado dele. Mesmo assim ele não lhe deu grande conversa e, assim que pagou a sua bebida foi lá para fora fumar com outro colega. Quando voltou ela já lá não estava. Notou-se que ele andou a olhar pela pista como se à procura dela e pareceu um pouco desapontado. Pegou nas suas coisas e foi-se embora. (E sim, eu posso falar dos pormenores porque eu e outra colega minha estávamos atentas ao desenvolver de toda a situação).
Passado um bocado ela voltou. "Ahhh, e ele agora foi-se embora e não trocou número com a tal rapariga". Mas a situação era óbvia. Ambos estavam interessados, ele amedrontou-se e não lhe pediu o número. Ele pensou que ela se tinha ido embora e foi-se embora também. Afinal ela ainda ali estava por isso eu fiz aquilo que achei que qualquer colega, como boa amiga também, deveria fazer - eu pedi o número da rapariga para lhe dar a ele. Ela concordou de imediato e perguntou-me se ele era solteiro e que idade tinha e depois disse algo do género "pode ser que corra bem". Portanto confirma-se, ela sem dúvida que estava interessada.
Uns dias depois quando tive a oportunidade, falei com ele sobre o assunto e dei-lhe o número dela. Ele ficou todo contente mas disse que pensou que ela não estivesse interessada. - What???? Como é que ela não estava interessada? Homens - se uma mulher começar a vir dançar com vocês e for para o bar colocando-se convenientemente ao vosso lado quando lá estão, é um sinal de que ela está interessada!! Mas isso não é mais que óbvio? De acordo com ele, não era nada óbvio e ficou muito surpreso que ela tenha dado o número mas disse que claro que a ía contactar.
Passado uns dias perguntei-lhe como é que iam as coisas - "ah, não cheguei a mandar-lhe mensagem".
- "humm?! Mas porque é que não lhe mandas-te uma mensagem?
- "já tinham passado muitos dias e ela de certeza que já não se ia lembrar de mim e blá blá blá"
Então mas este que é o garanhão, afinal é só garanhão através do Tinder, e não consegue tomar uma iniciativa simples como mandar uma mensagem a uma rapariga da qual ele gostou, que demonstrou que também estava interessada nele, quando ele diz que quer mesmo encontrar alguém com material de potencial namorada?
Essa história passou e umas semanas depois estávamos no pub ele começou a conversar com outra rapariga que estava ali connosco mas que ele conheceu nessa noite pela primeira vez. Novamente, parecia interessado, mas notei que a sua conversa envolvia muito expressões do género "eu sou parvo", "eu não sou capaz de fazer isto ou aquilo", etc. Ou seja, estava a ter uma conversa nada representativa do tipo de pessoa que ele normalmente é, visto que geralmente é sempre super divertido e bem-disposto, e pelo contrário estava ali a apresentar-se negativamente junto a uma rapariga que ele acabou de conhecer e pela qual parecia interessado. É este o tipo de comportamento que ele tem sempre que está interessado em alguém?
Fez-me lembrar outros amigos que têm atitudes semelhantes - gostam imenso de falar sobre os muitos encontros que têm e tudo mais, mas no fundo, quando o momento da verdade aparece, ou sentem-se nervosos, ou não sei bem porque será, mas parece que se sentem desconfortáveis e não conseguem fazer com que a coisa ande para a frente. É pena porque estes que tenho em mente são todos muito boas pessoas que de certeza que muitas raparigas iam adorar ter como namorados, mas como infelizmente o que eles têm é muito paleio, pouca acção.
Comecei o novo emprego na terça-feira e devo dizer que, para já estou muito contente com este meu novo emprego. Claro que tinha aquelas dúvidas iniciais:
Será que vou gostar do emprego?
Será que me vou dar bem com os colegas?
Será que vou ter o tipo de responsabilidade que quero?
Será que não me vou arrepender?
...
Claro que estas dúvidas ainda não estão completamente de parte já que só lá passei 4 dias, mas para já, estou satisfeita com o que tenho encontrado.
Em termos da função em si comecei a planear as actividades para o ano em antecedência a conhecer o resto da equipa de marketing daqui a 2 semanas quando fôr à nossa sede. Por isso, em termos de trabalho, para já está a ser muito interessante já que tenha a oportunidade de moldar os meus próximos 11 meses da forma que eu considero que vá trazer melhores resultados para a empresa.
Em termos dos colegas, eles são todos muito simpáticos. Logo no primeiro dia fomos juntos tomar um copo ao pub após o trabalho para nos conhecermos melhor, e durante a semana deu para perceber que eles são todos super entusiasmados, o que transmite um bom ambiente de trabalho onde as coisas se fazem mais rápida e eficientemente.
Em termos do escritório em si, como eles tinham-se acabado de mudar para um novo escritório à 2 semanas atrás, estamos na fase em que vamos pintar o logotipo da empresa nas paredes, e transformar o espaço num local com ar muito moderno e 'coo' já que essa é a ideia que a empresa quer transmitir aos clientes que lá vão. Uma desvantagem a meu ver, à qual ainda me vou ter que habituar é que eles todos gostam de ouvir música enquanto trabalham. Para mim, isso nem sempre dá, já que muitas vezes preciso de estar concentrada no que estou a escrever e a música tende-me a distrair um bocado. Até temos uma playlist no Spotify partilhada onde todos podemos colocar lá música para ouvirmos as nossas preferências. Eu já lá coloquei umas músicas mais Indie mellow (como eu lhes costumo chamar) tipo Lorde e Chvrches para ter uma música mais calminha já que, a meu ver, me ajuda mais em termos de concentração. Claro que se me distrair mesmo muito em certas ocasiões terei que lhes dizer, mas como a música também não está sempre ligada, para já ainda não foi problemática.
Depois outra coisa é que lá todos trabalham com computadores Mac que é coisa a que não estou nada acostumada. Aos poucos começo-me a habituar a usá-lo, mas já tenho tido que fazer várias pesquisas online sobre como efectuar certas coisas no Mac, que são diferentes no PC (como fazer delete; onde está o símbolo £; como guardar favoritos; como guardar ficheiros; etc.; etc.; etc.)
Portanto, estou num modo de aprendizagem geral, quer em termos da nova empresa, da indústria, da função e até do computador. Primeiras impressões? Positivas. Espero que assim se mantenham por muito tempo.
Demorou-me cerca de 8 horas a fazer o tal vídeo mas valeu bem a pena. Quando fiz a apresentação do vídeo após o jantar de Natal só se ouviam gargalhadas. no dia seguinte quiseram voltar a ver o vídeo no escritório e ficar com cópias.
Quanto à festa em si, sinceramente foi a melhor festa de Natal da empresa a que fui até agora. O local escolhido foi óptimo, a decoração estava muito gira, tinhamos um palco onde deu para fazer as apresentações dos jogos e dos prémios, e o espaço para dançar. Quando esse local fechou quizemos continuar a festa que se prolongou por um bar seguido de after-party em casa de um colega. Não é a típica festa de natal de empresa por se ter prolongado tanto, mas só dá mesmo porque efectivamente o ambiente entre colegas é mais ambiente de amizade do que propriamente o que acontece na maioria das empresas, em que o ambiente se restringe maioritariamente a relações profissionais.
Claro que, como não podia deixar de ser, a festa contou com os típicos acontecimentos das festas de Natal de empresas em que algum pessoal fica muito "próximo" e depois arrepende-se no dia seguinte. Foi o caso de um casalinho que foi apanhado em flagrante na foto em baixo a dar um beijo. Inevitavelmente foi um dos acontecimentos falados no escritório no dia seguinte. É um bocado chato para eles, mas é daquele tipo de histórias que acontecem em quase tudo o que é festa de Natal de empresa.
Bem ao menos foi uma boa distração do imenso trabalho que ainda tenho para fazer até às férias. O problema é que só faltam mais 4 dias para as férias e o trabalho tem que estr feito. Enfim,... tem-se umas coisas boas, outras coisas stressantes,.. faz parte acho, mas estou ansiosa para conseguir acabar tudo e passar as férias em Portugal.
Na passada quarta-feira houve lá na empresa o que chamámos de "O dia de desporto da empresa".
Acabámos o trabalho pelas 13h, tivemos almoço todos juntos no escritório e depois saímos para o Hyde Park fazer uns jogos típicos de escola primária. Sendo que íamos fazer jogos de escolinha, havia uma temática geral para a forma como deviamos estar vestidos que era de farda escolar. Tinhamo-nos dividido em equipas posteriormente e cada uma decidiu entre si que características a sua equipa iria ter que os diferencia-se dos restantes. Na minha equipa decidimos ir à estudantes "geeks" com óculos de fundo de garrafa. Houve outro grupo que decidiu ir vestido à estudantes numa aula de desporto e o terceiro grupo decidiu levar fitas vermelhas na cabeça.
Foi uma típica tarde de "team building" mas com um budget apertado, daí não termos ido fazer rafting, kyaking ou as típicas actividades campestres/de aventura que as empresas costumam fazer nos dias de "team building". Mas devo dizer que foi muito engraçado. Desde a corrida em sacos de batatas, a montar uma tenda em equipa e até o jogo em que se leva o ovo numa colher, foi uma tarde cheia de jogos que já nenhum de nós fazia à muitos anos. Mas digamos que apesar de sermos todos adultos, parecíamos mesmo uma crianças porque a batotísse foi coisa que não faltou. No meu grupo começamos por perder todos os primeiros jogos o que claro que é sempre chato. Eventualmente lá ganhámos um ou outro, e quando chegou a minha vez de jogar um e tinha que correr lado a lado com a pessoa da equipa oposta é que reparei na batotísse que para alí havia. Este era o jogo em que se vai a correr até um pau, agarramos no pau na vertical com a base no chão, colocamos a testa junto à ponta de cima do pau e giramos em torno do pau 10 vezes e corremos de volta para a nossa equipa. Ora eu pensei que este jogo era facílimo mas à 5ª volta estava tão tonta que já quase caía para o lado. No entanto reparei que o meu colga da equipa oposta deu 3 voltas no pau e voltou a correr para a equipa. Fiquei fula. Batotísse descarada. Mas tenho que confessar que no último jogo do ovo a minha equipa ganhou também pela mesma razão. Quando já todas as pessoas tinham corrido com o ovo estava um tête-à-tête entre um colega da minha equipa e um de uma das equipas opostas. Como estavam mesmo no final começaram a correr com o ovo na colher a ver quem chegava primeiro. Ao correrem claro que o da equipa oposta deixou o ovo cair, mas o colega da minha equipa conseguiu vir a correr em sprint e miraculosamente conseguiu não deixar cair o ovo. Milagre? Nahh!
Acabámos por volta das 16:00h e como não poderia deixar de ser, fomos recarregar energias para o pub. Após longas horas no pub e no bar seguinte, não foi de admirar que alguns tivessem que ficar a "trabalhar" a partir de casa no dia seguinte. E não, eu não tive que ficar em casa nesse dia. Mas lá está, uma vez não são vezes.
Hoje houve uma reunião importante lá na empresa entre os gerentes de vendas e os directores de um evento que é um potencial cliente nosso. Esses directores são baseados em Espanha e, inicialmente era suposto virem para a reunião na quarta-feira. Na terça afinal avisaram que só vinham na sexta, ontem decidiram que vinham hoje à tarde, e entre ontem à noite e hoje de manhã conseguiram avisar que afinal planeavam vir hoje ao final da manhã. Ora esta mudança de planos tanta vez não é nada habitual aqui por terras de Sua Majestade. Então, da última vez que o gerente de vendas disse à equipa dele que afinal os clientes vinham mais cedo, eles não conseguiram evitar o comentário "pois, são Espanhóis, outra coisa não seria de esperar. Devem ter decidido vir mais cedo para depois ainda irem a tempo de dormir a sesta".
Quando os dois chegaram, ela não sabia falar nada de Inglês e o nível de Inglês dele também era um pouco reduzido. Foi chamado um colega meu Italiano que não se desenrasca muito mal no Espanhol para ir também à reunião para ajudar com a comunicação.
Quando finalmente a reunião acabou umas 5 horas depois, o gerente de vendas veiu completamente extenuado, a dizer que foi uma das reuniões mais cansativas que alguma vez teve. Isso claro que só levou a uns comentários menos simpáticos dos meus colegas a associar o ritmo lento de vida que se leva em Espanha ao facto da reunião ter durado tanto tempo. E criou-se ali uns 2 minutos de conversa à volta dos hábitos Espanhóis, obviamente com a sua conotação um tanto ou quanto negativa.
Enquanto ouvia a conversa isso só me fez pensar como, na opinião deles (entenda-se Ingleses) o que é para os Espanhóis, aplica-se aos Portugueses, já que para eles os hábitos dos povos de países do Sul da Europa são todos os mesmos. Nunca tinha ouvido os meus colegas fazerem comentários do género (ou pelo menos nada que fosse levado tanto pela negativa), e certamente numa se notou qualquer tipo de comentário negativo relativo ao facto de não ser Britânica para mim ou para nenhum outro colega estrangeiro, mas o facto é que as percepções dos diferentes povos e dos seus estereótipos não deixam de estar intrísecas.
Eu não comentei no assunto, mas não consegui deixar de pensar como estes mesmos estereóticos estão tão vincados que não dá para fugir deles. Ainda mais com estes clientes a fazerem aquela quantidade de trocas de horários e datas para a reunião claro que também não ajuda nada a retirar esse estereótipo. Afinal estes têm que ser baseados no seu quê de realidade, e o caso de hoje só demonstra que pelo menos alguns desses estereótipos lá têm o seu fundamento.
No outro dia fui recambiada para fora da minha secretária lá no trabalho. Primeiro foi o estagiário que foi mandado dali para fora para uma mesa no escritório ao lado. Uma semana depois fui eu. Isto porque cada semana estava a ser contratada uma nova pessoa para as vendas no meu departamento que se íam sentando nos nossos lugares para estarem todos os vendedores na mesma sala.
Sinceramente, não me faz diferença até porque gosto bastante dos colegas com quem estou nesta sala apesar de não trabalhar muito com eles aparte de um. Ou melhor, não me fazia diferença até começar a conhecer a rapariga que se está agora a sentar no meu antigo lugar e, de tão irritante que ela está a ser, que não me apetecia mesmo nada ter saído de lá. Sinal que ela não teria entrado.
Sabem aquelas pessoas que entram numa empresa e pensam que são as mais inteligentes e mais competentes do mundo? E pior ainda é quando se lembram de falar de um assunto de interesse "estratégico" para a empresa e se apercebem que o chefe delas fica super entusiasmado com a ideia, e como tal não se calam com o assunto e tentam inseri-lo em tudo o que é oportunidade. E então se esse assunto vos toca directamente ao vosso trabalho de uma forma negativa?
É mesmo daquelas pessoas que vocês começam a ver com desconfiança, não será? Umas raposas que fucinham em tudo e se querem destacar entre os uivos da noite, sem medo de morder outras raposas para que o seu uivo seja mais alto que as das outras.
Aiii, não se irritam com pessoas que são assim?
E o pior que tudo é que esta senhora descobriu esta oferta de emprego através de um anúncio que coloquei numa das newsletters que enviei. Ou seja, indirectamente a culpa é minha por ela ter sido contratada.
Hoje quando estava com os colegas no pub, após o trabalho, descobri algo do qual não fazia a mínima ideia - um dos meus colegas é o vencedor de um "reality tv show" nos Estados Unidos.
Quando ele começou a contar a história até pensei que estivesse a brincar, mas após ouvi-lo a contar ao pormenor a sua entrada e participação no programa já fiquei a acreditar que realmente seria verdade. Claro que aproveitando que estou ligada à Internet já fui verificar a história e, efectivamente é verdade. OK, pensado bem nele que é uma pessoa bastante social, muito simpático, com pinta de playboy e bem jeitoso, de facto não é assim tão estranho que ele tenha participado num dos "reality TV shows" românticos, mas apanhou-me um pouco de surpresa.
Ao início ele tinha-se candidatado ao programa "Bachelor" da rede televisiva ABC. Já estava entre os últimos 5 candidatos durante o casting, mas entretanto foi convidado a ir a um casting para outro programa televisivo da Fox, fez uma entrevista e ofereceram-lhe logo o lugar de um dos concorrentes. Por isso mesmo, e apesar do "Bachelor" ser um programa mais conhecido, como ainda não tinha nada garantido no "Bachelor" e já tinha um lugar garantido no outro novo programa sobre o qual não sabia mais nada para além de que era um "dating reality TV show", acabou por aceitar este último.
E assim Banks teve a sua participação no programa "Playing it Straight". O programa decorreu numa quinta no Estado do Nevada onde participavam 1 mulher e 14 homens. A maioria dos homens eram homosexuais, mas não era o caso de todos. De qualquer forma, todos eles tentavam convencer a concorrente feminina de que eram heterosexuais visto que ela ía eliminando aqueles que ela suspeitava serem homosexuais, sendo que o seu objectivo era ficar no fim com um homem heterosexual. Se ela escolhesse corretamente ambos partilhavam o dinheiro do prémio ficando cada um com $500,000. Caso ela acabasse por escolher um homosexual, ele ficava com todo o dinheiro de $1milhão, e ela ficaria sem nada.
A Jackie, que era o nome da concorrente feminina, acabou por escolher o Banks no final (o meu colega) e não só partilharam o pote de dinheiro mas acabaram por ficar mesmo numa relação que ainda durou dois anos. Acabou por ser uma história bonita, pelo menos durante algum tempo. Fica um clip que encontrei da série. O Banks aparece ao início com camisa aos quadrados e mais para o final com a camisa preta.
Estava tudo bem planeado. O primeiro webinar do Reino Unido e Irlanda ia decorrer na quinta feira dia 29, e o webinar da zona da Asia-Pacifico (APAC) ia decorrer no dia 30 as 14h das respectivas horas locais.
No webinar do Reino Unido eu ia começar a introduzir o topico mas passava logo para o director da empresa da zona da EMEA (Europe, Middle East and Africa) que ia fazer todo o resto da apresentacao do topico tratado. Ja no webinar da APAC ia ser a minha colega responsavel pelo escritorio da Nova Zelandia a iniciar a apresentaçao, e o director da zona da APAC, que tem base na Australia, a efectuar o resto da apresentaçao.
Ora tinha eu criado todo o power point de apresentacao e enviado o documento com as notas guia sobre tudo o que cada um tinha que dizer com uma semana de antecedencia para ter a certeza de que estavam todos bem preparados, mas afinal, a coisa nao foi tao linear quanto eu estava a espera.
Começou a complicar quando, na terça-feira o director Europeu diz-me que afinal tem uma reuniao na hora do webinar e, por isso, pediu ao gestor de vendas da nossa equipa para fazer o webinar na vez dele. Tudo OK. O unico problema é que ele teria menos tempo para preparar a apresentacao e, ele nao tem um perfil tao bom e especifico para o assunto que ia ser tratado no webinar, mas nao era muito grave. Passei-lhe os slides e notas e pedi-lhe para estudar a apresentaçao.
O segundo problema veiu no dia seguinte, quando o director da Australia se lembra de me dizer que ainda nao tinha tido tempo para estudar a apresentaçao e, como tal, queria adiar o webinar. Eu tentei explicar-lhe da melhor forma possivel que isso nao seria possivel, visto que, para alem de ser extremamente pouco profissional, ia fazer com que o primeiro webinar ficasse muito proximo do segundo, o que tambem nao seria positivo. Combinamos entao ter uma conversa telefonica no dia seguinte com a representante do escritorio da Nova Zelandia tambem para discutir o assunto. Diga-se de passagem que eu estava verde com esta sugestao dele de adiar. Mas na quinta de manhanzinha (isto de trabalhar com pessoas no outro lado do mundo é tudo muito giro, mas a parte que me toca de ter que levantar mais cedo para poder ter um telefonema com eles é que ja nao é nada bom. Bem, mas la falamos sobre o assunto e, fiquei feliz quando ele me disse que decidiu que nao queria adiar e que me estava disposto a ajudar. Fiquei logo toda contente, mas a minha felicidade nao durou muito porque foi o tempo de ele explicar que o que sugeria era que eu fizesse toda a apresentaçao do webinar, sendo que ele e a Nova Zelandesa podiam comecar a apresentacao e intervir durante o webinar quando fosse necessario :-S Eu????? Apresentar eu o webinar da APAC??? Eu nem sequer estava a pensar estar online a essa hora para dar apoio. Estava mais a contar estar a dormir!! Pois é que, 14h na Australia, que era a hora para que o webinar estava marcado, sao 5h da manha no Reino Unido. O que significa que tinha que acordar o mais tardar as 4h para despertqr bem, preparar o inicio do webinar, etc. Que caraças mais para o raio do Australiano com a ideia fabulastica dele. Mas eu tinha alguma hipotese? Nao! Ou fazia o webinar ou ele adiava. Entao que remedio tive senao aceitar.
Acabada a conversa com eles chega o gerente de vendas ao escritorio.
Eu: Entao, ja estas bem preparado para o webinar de hoje?
Ele: Ahh, eu dei uma vista de olhos para a apresentaçao e para as tuas notas. Esta tudo muito bom por isso vou simplesmente ler as tuas notas durante a apresentaçao.
Eu: Hamm? Vais ler? Mas se leres, a audiencia repara que estas a ler e isso nao parece nada bem. Vamos entao la fazer um treino para ver como estas a apresentar e para te sentires mais comfortavel...
Resultado, ele ao practicar a apresentaçao verificou que nao se sentia nada comfortavel, e ha e tal que esta nervoso, ha e tal que eu sabia a apresentacao tao bem,... OK, eu percebi a dica - queres que eu apresente o webinar por ti? - perguntei-lhe eu. - Ah nao, tudo nao. Que tal fazermos metade cada? - perguntou-me ele.
Conclusao da historia, eu que supostamente ia so fazer uma introduçaozinha no webinar do Reino Unido, acabei por nao so apresentar mais de metade deste, como ainda tive que acordar as 3:30h da manha do dia seguinte para ter tempo para estar bem disperta para apresentar tambem o webinar Australiano.
Enfim, ate correram bem por isso fiquei contente quando ambos acabaram, mas que seja a primeira e ultima de ter que ajudar o pessoal da Australia na realizacao dos proximos webinars, que esta coisa de noites muita mal dormidas, principalmente quando se tem uma viagem combinadas para o dia seguinte, nao sabe mesmo nada bem.