No outro dia houve uma discussão num dos meus grupos de amigas no WhatsApp. Duas das minhas amigas têm opiniões divergentes sobre a vacinação contra o Covid e, quando uma menciona sobre a temática relativamente aos efeitos negativos da vacina, a outra manteve-se sempre calada sobre o assunto apesar de não se sentir confortável com o tema. Mas no outro dia, depois de mais um comentário negativo, a outra amiga rebentou e enviou uma longa mensagem para o grupo sobre como não concordava com a opinião da primeira dando-lhe quase uma lição de moral sobre o assunto e a pedir para não falarmos de assuntos contraditórios no grupo. Resultado, a recipiente da mensagem saiu imediatamente do grupo por se sentir ofendida e sem perceber como é que os seus comentários podem ter chateado tanto a outra. Um dos problemas nesta situação refere-se à falta de comunicação porque, se a segunda amiga tivesse pedido para evitarmos falar sobre o assunto, a outra provavelmente nunca teria continuado a enviar mensagens sobre o mesmo e, como tal, não íamos chegar ao ponto em que chegámos.
Claro que a situação foi um choque para o grupo e alterou um pouco as nossas conversas habituais porque tínhamos menos um membro no grupo e não sabíamos bem como rectificar a situação ou se alguma vez se vai conseguir rectificar.
Assuntos relacionados com o Covid, Brexit e política, têm sido provavelmente dos mais contraditórios dos últimos anos e o facto é que, apesar de assumirmos que a maioria das pessoas que consideramos nossas amigas têm opiniões semelhantes às nossas, isso nem sempre é verdade. E o que temos que perceber é que não há certo ou errado. OK, algumas pessoas podem estar melhor informadas do que outras, mas cada pessoa é diferente, tem um ponto de vista diferente, e como tal as opiniões têm que ser respeitadas. Mas é também importante aperceber-nos da sensibilidade de cada um para certos assuntos e por vezes é preciso colocar um filtro naquilo que dizemos para não magoar outras pessoas.
Acho importante discutir assuntos importantes como esses mencionados com amigos e ouvir a lógica que cada um tem acerca das suas opiniões mas quando noto que as nossas opiniões divergem bastante prefiro parar a conversa e concordarmos em discordarmos. Afinal, amizades são formadas por variadas razões e haver desacordo num específico tema nem sempre significa que já não existe base para uma amizade.
É triste termos chegado a esta situação, mas experiência ensina que nada como ser cuidadoso com temáticas contraditórias.
Com toda esta história do Brexit, estamos a chegar à recta final para que os Europeus que queiram ter o direito de ficar a trabalhar e viver no Reino Unido possam fazer a aplicação do Settled Status que termina já no fim deste mês, a 30 de Junho de 2021. Isto significa que, se algum Europeu que tenha entrado no país antes de 31 de Dezembro de 2020, ou se tiver entrado depois mas fôr familiar de outra pessoa que já tenha o settled ou pre-settled status antes de 31 de Dezembro de 2020, ainda pode ir a tempo de efectuar a aplicação para pre-settled status que permite ter o direito a ficar no país durante 5 anos. Ao fim dos 5 anos consecutivos no país (não pode viver por mais de 6 meses consecutivos fora do país para ser considerado) poderá depois enviar a aplicação para Settled Status que lhe vai dar o direito de ficar a viver no Reino Unido indefinidamente.
Para todos os outros que tenham entrado depois de 31 de Dezembro de 2020 já não vão poder aplicar-se para o pre-settled ou settled status. Em vez, precisam de ter um visto de emprego ou estudo tal como qualquer outro cidadão de um país fora da União Europeia para poderem entrar com direito a ficar no país.
Para quem vem para o país em turismo ou visitar família/amigos:
Pode entrar sem visto desde que tenha prova de bilhete de volta dentro menos de 90 dias
O Cartão do Cidadão deixou de ser um documento permitido de entrada no Reino Unido, pelo que todos necessitam de ter um passaporte com mais de 6 meses de validade.
Estava a ouvir o podcast do Guardian no outro dia e, infelizmente, parece que o controlo de emigração no Reino Unido tem sido muito exigente com os novos requerimentos de entrada no país e, se não tiverem um bilhete de volta dentro dos 30 dias, nem um visto, vão ser interrogados e têm o risco de que a vossa entrada no país não seja permitida. Podem ouvir a experiência pela qual uma Irlandesa passou, no podcast 'Is Britain Becoming a hostile Environment for EU citizens?'
No início do mês a minha mãe fez 70 anos. Era suposto ter estado em Portugal para todos fazermos uma grande festa mas claro que isso não foi possível. Como tal quis ao menos enviar-lhe um presente para ter no dia dos anos. Queria-lhe dar um fio mas queria enviar juntamente com um cartão escrito por mim para ser um presente bonito. Se eu comprasse directamente de Portugal, viria numa caixa sem estar embrulhado nem nada, portanto fui ver quais as minhas opções para poder enviar a partir de cá, sabendo que hoje em dia, com o Brexit, enviar encomendas não é tão fácil ou rápido como costumava ser. Mas também não esperava que fosse assim tão mau.
Pesquisei primeiro pelas companhias de entrega e verifiquei que, apesar do Brexit, estavam-me a dar uma estimada data de entrega de 3 dias para Portugal. Encontrei um fio de que gostei a partir do Etsy, e enviei primeiro para minha casa, para poder embrulhar o presente e colocar juntamente com um cartão.
Como a transportadora dizia que só demorava 3 dias para entrega, mesmo assim, decidi enviar com o dobro da antecedência só para ter a certeza de que chegava a tempo. A transportadora cobrou £35 pela entrega.
Um dia depois de ter enviado, telefonaram-me da central da transportadora no Reino Unido a dizer que eu tinha que colocar a factura de alfandega com a encomenda porque senão não a deixavam passar. Nessa factura tem que estar indicado o conteúdo e valor da encomenda - Eu já tinha ouvido falar da necessidade de enviar tal factura, mas pensei que só seria necessário com os correios porque com a transportadora eles teriam toda essa informação através do código de barras que tive que colar no pacote. Mas afinal, tal não é suficiente, e a factura de alfandega será sempre necessária quando se enviar o que quer que seja para fora do Reino Unido, apesar de não me terem indicado que tal seria preciso quando fiz o pagamento da encomenda. Mas lá a enviei por email, e a transportadora confirmou que a colocou com a encomenda.
Uma semana e meia depois de ter enviado a encomenda e, 5 dias depois do aniversário da minha mãe, a minha mãe recebe uma mensagem da alfândega a dizer que tem uma encomenda que está retida na alfandega porque o número de referência da encomenda tinha um número a menos do que é normal. Como tal tinha que lhe enviar a prova de pagamento da encomenda para verificar o número de referência.
Lá eu lhes enviei a tal prova. No dia seguinte pediram-me também o número de contribuinte.
Um dia depois pediram-me que lhes enviasse a factura de alfândega (outra vez). Lá enviei.
E que tal me terem pedido tudo o que precisavam de uma vez só em vez de pedir cada coisa em dias separados, não?
Seis dias depois recebi uma confirmação de que a encomenda estava a ser despachada para entrega e que, ao ser recebida, tinha que pagar uma nova factura de custos de gestão de alfândega, no valor de,... esperem por esta... €107!!! €107!!! Mal podia acreditar!
Ainda enviei um email de volta para tentar fazer com que eu pagasse o valor para que não pedissem à minha mãe para pagar isso, mas já foi tarde demais, e a entrega já tinha sido feita e a minha mãe tinha pago pelos custos administrativos. Claro que depois lhe paguei, mas ela acabou por ficar a saber o custo da alfândega e o custo do presente porque estáva indicado na factura de alfândega que estava anexada à encomenda.
Resultado, não só a entrega do documento custou-me no total mais do que o presente em si, como demorou, não 3 dias como tinham indicado, mas 3 semanas. Portanto, a conclusão é que se poderem evitar enviar qualquer encomenda que seja para dentro ou fora do Reino Unido, evitem.
Ainda mal posso acreditar mas já está feito. Depois de todos os inúmeros acontecimentos dos últimos 3.5 anos de conflitos, discussões, manifestações, incluindo os mais recentes acontecimentos de 2019 de que relatei aqui, que demonstraram o quanto este país está dividido quanto ao Brexit, o momento que era, afinal, infelizmente inevitável, decorreu às 23h no dia 31 de Janeiro de 2020.
O que ainda não está definido é o tal acordo com a União Europeia. Afinal há acordo ou não há acordo? Ao que parece, ainda agora vão decorrer mais negociações com a União Europeia para se conseguir chegar ao tal acordo que seja de benefício mútuo em termos da movimentação de pessoas, bens e trabalho, mas ainda nada está certo, e ainda mais, com o Boris Johnson como Primeiro Ministro, já não me admiro se não conseguirmos acordo nenhum. Agora entramos no período de transição, em que tudo se mantém igual quanto a esses três aspectos, mas serão esperadas novas regras a partir do final do período de transição a 1 de Janeiro de 2021.
As únicas coisas que até agora estão definidas que serão alteradas a partir 1 de Janeiro de 2021, são as seguintes:
Os cidadãos Europeus que pretendem continuar a viver no Reino Unido têm que se aplicar ao Settled Status ou outra documentação pode ser requerida dependendo da situação individual. Para idenficarem a vossa situação, o site do Governo Britânico oferece informações aqui.
Para movimentação de bens entre o Reino Unido e a União Europeia, as empresas terão que fazer declarações alfandegárias. Irão necessitar de ter um número EORI para fazer essas declarações.
Cidadãos com carta de condução da UE podem conduzir no Reino Unido com essa carta durante 12 meses se tiverem mais de 65 anos ou até 5 anos se tiverem menos de 65 anos, e após esse período devem trocá-la por uma carta do Reino Unido. Verifiquem o que é necessário na vossa situação específica a partir daqui e podem ler mais informações aqui que se aplicam para já mas ainda não temos certeza se se irão manter após o período de adaptação.
As condições dos cidadãos do Reino Unido a viver noutros países da União Europeia estão dependentes das regras do país onde vivem. É possível que tenham que se aplicar para ter permissão permanente para residir nesse país ou que tenham que pedir cidadania. Verifiquem directamente com as autoridades do país.
Para ficarem a par de todas as negociações acordadas para terem efeito a partir de dia 1 de Janeiro de 2021, podem subscrever à mailing list específica oferecida pelo Governo Britânico.
Este ano houve tanta mudança, acontecimentos importantes e até chocantes ao nível político no Reino Unido, que se eu escrevesse sobre o assunto, iam ter post para ler até vos doerem os olhos. Como tal, optei por representar o ano político em revista com um infográfico que espero que consiga transmitir bem a confusão em que este país se meteu neste ano:
Na sexta-feira a Theresa May finalmente demitiu-se do seu cargo de Primeira-Ministra. Nem implantou Brexit no pais como queria, nem manteve o seu partido unido durante o procedimento. Para a complicação de incerteza relativamente ao Brexit, levou com ela o partido Trabalhista, com quem tem andado em discussões à várias semanas para tentar chegar a um possível acordo relativo ao Brexit, mas também sem qualquer sucesso. O que fez foi com que os cidadãos do país se sintam ainda com menos confiança nos dois principais partidos políticos e isso reflectiu-se nos resultados das Eleições Europeias de ontem à noite. O partido Conservador teve um dos seus piores resultados da história política do Reino Unido, e o Partido Trabalhista também teve resultados fracos perdendo o lugar de um deputado no Parlamento Europeu.
Quem saiu surpreendentemente vitorioso foi o Brexit Party, um partido que foi formado apenas à cerca de um mês atrás pelo antigo líder do partido de extrema direita UKIP, Nigel Farage, com 32% dos votos. Os Brexiteers estão a aproveitar este resultado para dizer que é um sinal que os cidadãos querem sair da União Europeia o mais rapidamente possível sem a necessidade para estabelecer um acordo negociado com a União Europeia. No entanto, se olharem bem para os resultados, os partidos que são extremos contra o Brexit, foram aqueles que também saíram vitoriosos, tais como o Partido dos Liberais Democratas, e dos Verdes que tiveram os seus melhores resultados históricos. No total pode-se contar com cerca de 40% dos votos entre partidos que são contra o Brexit. O problema é que, para quem não quer que o país saia da União Europeia, vai querer votar no partido, cujas políticas sente mais relevantes para representar o país na Europa, enquanto que quem votou no Brexit Party apenas está a querer sair da UE e não quer saber de políticas nenhumas. Votaram no Brexit Party, porque o seu próprio nome indica que vai fazer de tudo para querer sair do Parlamento Europeu. E devo dizer, que o Brexit Party foi inteligente quanto à imagem estabelecida para ajudar a influenciar as pessoas a votar neles. O logotipo deles era brilhante. Repararam bem nele? É uma casa virada para a direita, que se apresenta também como uma seta a indicar onde o voto deve ser colocado nos papéis de voto.
Reparem também que, devido ao logo do Partido Change UK não ter sido aprovado a tempo, aparecem no papel sem qualquer logo, quase parecem inexistentes.
Uma outra consideração é que, os cidadãos quer de uma opinião ou de outra relativamente ao Brexit, querem que o partido onde votem tenha uma posição mais definitiva e, neste momento, nenhum dos principais partidos tinha essa posição. Tanto os Conservadores como os Trabalhistas não sabem o que fazer e têm demasiado medo de tomar uma posição definitiva porque sabem que têm uma grande representação de opiniões divididas entre os seus eleitores. Mas por isso mesmo, os seus habituais eleitores decidiram não votar neles desta vez, e votaram antes nos partidos mais extremistas.
Dos partidos alternativos, o que me surpreendeu mais pela falta de votos foi mesmo o partido Change UK, por ter sido formado exactamente por deputados do partido Conservador e Trabalhista que, estando descontentes com a posição dos respectivos partidos na sua posição para o Brexit, decidiram formar este novo partido que apoia manter o país dentro da União Europeia, mas este não chegou a conseguir nem um lugar no Parlamento Europeu. Talvez a falta de logo também tenha influenciado...
Estas eleições portanto, apenas confirmaram o que nós já sabíamos, o país continua extremamente dividido relativamente ao Brexit. O que me assusta é que, com estes resultados eleitorais, e com o Partido Conservador ainda no poder, sendo que na sua maioria, os Conservadores são mais a favor do que contra o Brexit, agora vão possivelmente querer ter uma opinião mais extrema relativamente ao Brexit, o que pode ser já transmitido na eleição de um substituto da Primeira-Ministra para um candidato como o Boris Johnson que é altamente a favor do Brexit. E se acabarmos com um Primeiro-Ministro como ele, é mais possível que ele avance com o Brexit na data de 31 de Outubro sem qualquer acordo negociado com a União Europeia e isso, seria pior do que o acordo que a Theresa May tinha proposto.
Reino Unido à parte, de forma geral, o que me agradou nestas eleições Europeias é que houve uma redução da eleição de Partidos de extrema direita, o que me estava a assustar um pouco durante os últimos anos. Ainda existe uma forte presença destes partidos na Itália e França, e também um pouco pela Alemanha e Polónia, mas a sua força já não é tão significativa quanto se estava a ver nas eleições locais anteriores. No entanto, tal como no Reino Unido, também se viu o incremento de votos para partidos pequenos como os verdes ou os Liberais Democratas (ou equivalentes nos respectivos países), e isso indica que os Europeus querem-se manter numa Europa Unida, mas reformada.
Em Portugal também se viu que a esquerda teve mais força, não só com o PS, mas também através de um considerável número de votos nos verdes e bloco de Esquerda, no entanto o problema que se continua a ver em Portugal é que, quem está descontente, se abstém, e houve uma enorme percentagem de abstenção nestas eleições. Não consigo perceber porque é que em Portugal os eleitores pensam que essa seja a melhor opção? Ao não votarem, simplesmente estão a deixar as outras pessoas, com as quais talvez nem concordem, decidir a representação do seu país.
Os últimos votos no parlamento Britânico relativamente ao Brexit indicaram que os deputados não querem aceitar o acordo negociado pela Primeira Ministra mas também não querem sair sem um acordo.
Estamos a pouco mais de uma semana para a data em que temos de activar o processo de saída da união europeia, mas o parlamento votou a favor de prolongar essa data. No entanto, a Ministra insiste que quer que o governo aceite o acordo estabelecido por ela por isso vai lançar um terceiro voto ao seu acordo e até lá, vai tentar novamente convencer os seus deputados que essa é a melhor opção. A União Europeia, entretanto, está furiosa com a decisão de Theresa May, porque não lhe vai dar o tempo suficiente para fazer uma boa decisão relativa à permissão da extensão. Donald Tusk, Presidente do Concelho da Europa está disposto a oferecer ao Reino Unido uma longa extensão da sua saída da União Europeia para dar tempo aio Reino Unido para estabelecer unanimidade no país e repensar a sua posição relativamente à União Europeia, mas não estava preparado para que a Theresa May tentasse ganhar o voto do seu acordo uma terceira vez!
Se Theresa May conseguir que os deputados acordem desta vez no seu acordo proposto, vai então pedir uma extensão do prazo de saída da saída da União Europeia para 30 de Junho apenas para preparar o actual acordo melhor antes da saída. Mas se os deputados não acordarem ou se o governo europeu não oferecer a extensão requerida, ainda estamos com a possibilidade de encarar uma saída a 29 de março sem qq acordo, ou então colocasse a opção do Reino Unido extender a data de saída da UE para uma data indefinida.
A União Europeia está a aconselhar que façamos outro referendo no Reino Unido relativamente à nossa presença na União Europeia. Na sexta-feira alguns dos deputados tentaram fazer com que votassem contra a total possibilidade de haver um segundo referendo mas felizmente o 'speaker' do parlamento evitou que isso acontecesse. Digo-vos, adorava que houvesse novo referendo relativo ao Brexit. E desta vez eu poderia votar! Assim como muitos mais Europeus que entretanto, como eu, também tiraram a cidadania Britânica. Mas a minha esperança que isso aconteça ainda é muito, muito pequena. A quantidade de tempo, dinheiro público e recursos em geral que têm sido gastos no Reino Unido nos últimos três anos para prepararem a saída do país da União Europeia tem sido imenso, e nem que seja pelo simples facto de orgulho do Partido Conservador, parece-me que nunca que eles vão dar o braço a torcer e deixar o povo votar novamente quando já investiram tanto no Brexit. Caso o voto desta vez fosse para permanência, o que eu acredito que fosse, este partido e Governo nunca seria esquecido na História do Reino Unido por todas as más razões.
Absolute shambles! É a expressão a ser utilizada mais frequentemente pelos Britânicos em referência ao estado actual do Brexit.
O referendo decorreu em Junho de 2016. Quase 3 anos mais tarde e, a 2 semanas da data final em que supostamente teriamos que começar o processo de saída da UE, ainda não foi alcançado qualquer acordo com a União Europeia sobre a nova relação entre o Reino Unido e a UE após Brexit. Em Janeiro, o acordo negociado pela Primeira Ministra foi altamente rejeitado pelo Parlamento, principalmente pelo facto de que o acordo näo ía garantir a paz entre Irlanda e a Irlanda do Norte por trazer barreiras entre os dois países. Entretanto a Primeira Ministra alcançou mais algumas mudanças no acordo com a UE e este acordo foi novamente a votos ontem. Como não podia deixar de ser, a proposta do seu acordo foi altamente rejeitada.
Portanto, não temos acordo, mas a data de saída da UE está marcada para dia 29 de Março. Ora, isso levanta a pergunta - saímos da UE mesmo sem acordo? Isso levou a outro voto no Parlamento hoje, e a maioria dos deputados votaram a favor de não sairmos sem acordo. Surprendeu-me que esse voto não tenha tido uma margem maior do que a que teve, mas assim foi.
Agora amanhã vai haver um outro voto no Parlamento relativamente a pedir a extensão da data para a saída da UE. Basicamente os votos terão que ser de acordo a pedir uma extensão, porque senão, com 2 semanas à frente, sem querer sair sem acordo, mas sem haver acordo nenhum possível para além daquele que a Primeira Ministra negociou, o que mais se poderá fazer?
Shambles, é o que vos digo, a situação deste país está ridícula.
Estou a uma semana para o dia do meu primeiro teste do Life in the UK. Digo o primeiro, porque sei lá se vou ter que voltar a fazer novamente. Eu já tinha lido o livro todo e tirado notas, mas mesmo assim estou sempre a esquecer-me das datas e do que aconteceu em cada batalha e afins. Ou seja, de vez em quando passo os testes de prática, outras vezes não passo. Como isto vai ter mesmo que ser mais relacionado com memorizar do que perceber, tenho adiado o estudo porque acho que vá ser mais fácil ao estudar próximo da data do exame. Então ontem dediquei a tarde à coisa. Reli a parte de história, tomei notas mais sumarizadas e por ordem cronológica para tentar fazer com que a leitura mais visual de forma cronológica, ajude a memorizar. Consegui passar os 4 testes que fiz depois da sessão de ontem, mas agora vou ter que continuar a fazer testes todos os dias para não me esquecer, e ainda me falta reler o resto do livro que trata de informação mais específica sobre política e o dia-a-dia da sociedade actual, se bem que essa parte já me parece mais fácil.
Acho que valeu a pena fazer o download da aplicação oficial do teste, intitulada também Life in the UK test. Custa £4.99, mas conta com informação de estudo e testes práticos, onde se podem fazer testes só sobre uma das secções do teste em que se tenha maior dificuldade. Eu fiz maioritariamente os testes de história, exactamente por essa ser a parte em que preciso de decorar mais informação.
Para terem uma noção do tipo de questões, ficam aqui os exemplos de algumas questões que falhei nos testes de prática que fiz. Tentem responder às questões antes de ver os resultados que coloquei no final do post.
1 - What do Sir William Golding, Seamus Heaney and Harold Pinter have in common?
A) They are all famous British athletes
B) They have all been Prime Ministers
C) They were part of the first British expedition to the North Pole
D) They have all been awarded the Nobel Prize in literature
2 - A very impressive hill fort can still be seen today at Maiden Castle, in the English county of ______
A) Danesbury
B) Cornwall
C) Dorset
4) Sussex
3 - Which of these forts were part of Hadrian's Wall?
A) Housesteads
B) Skara Brae
C) Sutton Hoo
D) Chesters Hill
4 - What happens when a Member of Parliament (MP) dies or resigns?
A) The post remains vacant until the next general election
B) Their party chooses someone to fill the post until the next General Election
C) A by-election is held to replace the MP
D) A neighbouring MP looks after the constituency
5 - The Civil War between Charles I and Parliament in the mid-17th century led to Oliver Cromwell becoming King of England
A) True
B) False
6 - King Richard III of the House of York was killed in the Battle of Bosworth Field in:
A) 1485
B) 1490
C) 1495
D) 1498
7 - Big Ben bell, housed in the Elizabeth Tower is over ____ years old and is a popular tourist attraction
A) 150
B) 180
C) 200
D) 210
8 - ___________ abolished slavery throughout the British Empire
A) The Abolition Act
B) The Emancipation Act
C) The Freedom Act
D) The Slavery Act
9 - The most serious cases in Scotland, such as murder, are heard at a _______ with a judge and a jury
A) Crown Court
B) Magistrates' Court
C) High Court
D) Youth Court
10 - There are _____ who are specialists in particular areas, and their knowledge is useful in making and checking laws
A) House of Commons
B) House of Lords
C) MPs
D) Peers
Algumas das notas que me entretive a tirar ontem
As respostas correctas são:
1 - D
2 - B
3 - A
4 - C
5 - B - é falso porque Oliver Cromwell ficou como lider da república, no entanto, a forma como a frase está construída é enganadora, porque ao ler rapidamente, parecia que iria ser uma resposta positiva, caso não se tenha atenção e não se repare na parte que se refere ao facto de o chamarem de rei. Já encontrei muitas questões enganadoras semelhantes.
6 - A
7 - A
8 - B
9 - C
10 - D
Então que tal? Passavam com mais de 60% se vos aparecessem estas perguntas no teste? (O teste real tem 24 questões, mas estas questões dão uma boa noção do nível de dificuldade)
Quanto mais testes faço melhor fico, mas sem dúvida que não é fácil passar sem se estudar.
O meu plano era estudar para o teste do Life in the UK até me sentir preparada e depois marcar o teste. Já li o livro todo, tirei as minhas notas, mas dos 11 testes de prática que fiz até agora só passei 4. Ou seja, isto não está a resultar. Portanto decidi marcar o teste a sério para ver se, com uma data fixa eu consigo dedicar-me mais à coisa. Sem data marcada, estava a estudar de vez em quando, e cada vez que voltava a fazer um teste já me tinha esquecido de muitas das datas, reis, batalhas e outras coisas que tinha aprendido antes, por isso acho que só mesmo fazendo mais pressão vai ajudar. Agora está marcado para o final do mês portanto tenho mais dois fins-de-semana para me dedicar à coisa. A ver se consigo melhorar.