E quem é que eu vejo a correr ao longo do Regent's Canal num dia da semana passada?
Boris Johnson, o Presidente da Câmara de Londres, claro está. Ele vive em Angel e, lá de vez em quando dá umas corridinhas pelo canal. Esta é a segunda vez que me cruzo com ele durante as nossas respectivas corridas, mas sei que já lá foi visto mais vezes. Desta vez, parece que ele também se cruzou com algum jornalista do Evening Standard, já que o jornal capturou o momento em fotos.
Não deve ser lá muito agradável para ele ser fotografado durante a sua corrida matinal, mas acho positivo que, mesmo sabendo que existe essa possibilidade, ele opta por ir correr localmente, ao ar-livre, em vez de frequentar um qualquer ginásio de elite.
Em Setembro a TFL (Transport for London) teve a "brilhante" ideia de reformular o mapa do metro dado que muitas pessoas se tinham queixado de que o mapa estava demasiado cheio com a adição das linhas de comboio ao mapa e, portanto, complicado de se perceber. Ora então para resolver o problema, o que é que a TFL decide fazer? Nada mais nada menos do que tirar o rio Tamisa do mapa assim como a indicação das zonas do metro. Ou seja, não só as pessoas que ainda não conhecem bem o metro de Londres não vão saber que estações ficam a norte ou sul do rio, como também não vão saber que preço irão ter que pagar pela viagem.
Fantástico sim senhor. Ora mas que bela ideia que os tipos tiveram. Se o seu objectivo era diminuir a confusão da leitura do mapa essa foi sem dúvida uma bela forma de o fazerem! Até devem ter pensado é em todos os trocados extra que íam fazer através dos turistas ou residentes que não estejam habituados ao metro, que saiam numa certa estação e... SURPRISE! Foi cobrado dinheiro extra porque chegou à zona 3 sem querer. E lá ficam os directores da TFL a esfregar as mão de contentes com a quantidade de dinheiro extra que vão ganhar com estes enganos dos passageiros.
O argumento deles é que junto das máquinas de compra de bilhetes ou nas bilheteiras está explícito em que zona fica a estação para a qual pretendem ir. Mas e então a maior parte das pessoas que compra um passe? Não precisa de ir às máquinas cada vez que entra no metro. Vai olhar para o mapa se tiver dúvidas, claro. Mas agora se no mapa não estão as zonas, como raio é que é suposto as pessoas saberem se devem sair uma estação antes ou depois (caso não faça diferença)? E como é que as pessoas sabem em que estação sair para ir ter junto ao rio?
Felizmente o presidente da câmara de Londres desta vez teve o bom senso de discordar com a decisão da TFL e ordenou que novos mapas fossem impressos com o rio e possivelmente também com as zonas (aparentemente isso de voltar a colocar as zonas ainda não é certo). Os novos mapas estão previstos para entrar em circulação a partir de meados de Dezembro, aproveitando que também iriam ter que imprimir novos mapas devido à extensão da nova Circle Line. Sim, porque para quem não sabe a tão famosa Circle Line, famosa não necessariamente pela sua forma circular mas mais pelos seus constantes atrasos, obras sem fim e por ser uma das linhas mais incostantes da rede (proeza essa apenas alcançada ao nível, pela District e pela Hammersmith & City lines), vai mudar. Irá não só deixar de ser circular para ser mais em forma de caracol mas também ser mais fiável, rápida e constante (ou pelo menos é o que eles dizem. A ver vamos).
Basicamente a Circle line vai começar (ou acabar, como preferirem) em Edgware Road, irá fazer todo o circuito habitual mas em vez de acabar novamente em Edgware Road vai continuar estendendo-se ao longo da Hammersmith & City line até chegar a Hammersmith. Com esta mudança, a TFL indica que os metros irão ter um intervalo de 5 minutos entre cada um e que o serviço vai correr muito melhor de forma geral do que tem vindo a correr até agora.
Uma desvantagem da linha deixar de ser circular sem estações terminais é o fim do famosíssimo pub crawl da Circle line cujo objectivo era sair em cada uma das 27 estações da linha para beber num pub diferente. Claro que desconhece-se quem tenha conseguido passar da 8ª ou 9ª estação sem estar a cair para o lado de bêbado, mas o que conta é a ideia de fazer o pub crawl do circulo de estações.
O novo circuito entra em vigor no próximo dia 13 de Dezembro e a linha vai ter o novo aspecto em baixo:
O Presidente da Câmara de Londres Boris Johnson, no ano passado teve a "brilhante" ideia de retirar o tema central de "anti-racismo" do único grande festival de música gratuito de Londres - Rise Festival. Ora isto significa que este ano as empresas que costumavam patrocinar o evento porque queriam estar ligadas à ideia de anti-racismo e à multiculturalidade de Londres já não querem patrocinar o festival dado que já não existe o tema principal razão para o seu investimento.
O resultado, é que no passado mês de Abril o nosso presidente decidiu acabar por completo com a realização deste festival para este ano, dada a falta de patrocínios.
Estive lá no ano passado e como foi um dia tão bem passado que incluiu pic-nic, boa música e diversão, estava a contar voltar lá este ano. Bem, mas se esta decisão do Boris Johnson fôr em frente então é que não vai haver festival gratuito para ninguém.
Ele fala em lançar um novo festival gratuito intitulado "Rhythm of London", mas estando nós já em Maio concerteza que se tal festival acontecer, não será este ano. E segundo me parece essa é apenas uma forma que o presidente encontrou para abafar os descontentes com a situação que não são nada poucos. Mas não vai conseguir calar-nos porque neste momento está a passar uma petição na Internet com o objectivo de angariar o maior número de assinaturas possível a serem apresentadas ao presidente dentro de 3 dias na tentativa de que ele volte com a sua decisão atrás.
Para quem quizer participar nesta petição podem colocar a vossa assinatura através deste site intitulado "Save Rise Festival"
Para os interessados em saber sobre os últimos acontecimentos relacionados com esta petição podem seguir o grupo no Twitter ou no Facebook.