Páscoa em Londres e Inglesa tresloucada
Ao contrário do que é costume, este ano não fui a Portugal na Páscoa. Inicialmente pensei que queria aproveitar a Páscoa para fazer qualquer outra viagem algures em Inglaterra, mas quando as férias se aproximaram acabei por não marcar nada e já na última semana foi anunciado mau tempo por todo o país e obras nas linhas de comboio, por isso acabei por decidir a ficar mesmo por Londres.
Ora cá tivemos feriado na sexta e na segunda, logo foram 4 diazinhos bons para o descanso. Na sexta aproveitei para ver 2 amigos que já não via à imenso tempo, passei a tarde com um deles e passei a noite com a Teresa que é minha ex-colega da universidade, recentemente chegada a Londres para experimentar estas novas paragens. Levei-a ao On Anon, um bar/discoteca em Picadilly Circus que naquele dia estava um autêntico "meat market", ou seja, os rapazes andavam "à caça" a tentar a sua sorte com cada rapariga que lhes passava à frente. Coitadas de nós que tivemos que levar com cada pergunta parva em cima, mas também foi da maneira que saímos de lá mais depressa.
No sábado depois de uma tarde passada num pub local (por sinal muito agradável) que descobri nesse dia, o Alex levou-me a ver a celebração do 10º aniversário do grupo de música clássica Mobius. A celebração passou por um concerto clássico com músicas escolhidas especialmente para o dia por cada um dos músicos do grupo que decorreu no Wigmore Hall localizado nas traseiras da loja de Departamento John Lewis de Oxford Street. Sem dúvida uma noite bem passada.
No Domingo de Páscoa andei a passear pelo Barbican Centre que de facto é muito interessante. Estranhamente já lá tinha passado mas nunca tinha entrado e de facto lá existem sempre exibições interessantes, espectáculos, tem uma biblioteca e é também um bom local para ir beber um café com vista para as fontes que rodeiam o centro (digamos que é uma espécie de Centro da Gulbenkian em Lisboa).
Seguindo do Barbican Centre fomos para o Museum of London onde também nunca tinha estado. Este é mais um dos muitos museus gratuitos de Londres. E pelo nome é fácil perceber que retrata a história de Londres. Sem dúvida a exibição que maior interesse me despertou foi mesmo a do grande fogo de Londres em 1666 já que não conhecia muitos detalhes sobre esse incêndio (agora já sei). Vale a pena visitar!
Hoje, segunda-feira e último dia das mini férias da Páscoa que temos por cá, fui aproveitar para tomar cafézinho com a Cromossoma X e com o Tiago sendo nós os únicos resistentes Tugas a ficarem por Inglaterra nas férias da Páscoa. Aproveitamos assim para meter a conversa em dia no Nero de Pimlico já que os dois cafés Portugueses em Pimlico onde queriamos ir inicialmente estavam fechados (possivelmente os donos e empregados foram também de férias para Portugal).
Bem, estafoi a parte boa deste meu fim-de-semana prolongado. Quanto à parte má, claro que não podia deixar de ser a parvalhona da Inglesa com quem eu moro que só sabe chatear o pessoal.
Então o meu outro flatmate, o Holandês (Michiel) tem andado na última semana com aquele vírus do estômago que se farta de vomitar o tempo todo. Ora quando ele começou com o vírus, mais para o início da semana a Inglesa começou-me logo a dizer que ele vai à casa de banho e que não lava as mãos por isso ela pode facilmente pegar a infecção. Bem, tudo bem, claro que aí o rapaz até devia lavar as mãos, mas a parte má é a atitude dela relativamente ao assunto. Então a gaja tem-me o quarto imundo com roupa e tralha espalhados por tudo quanto é sítio que nem sequer se vê o chão, e manda vir com a higiéne dos outros! Bem, tanto ela se queixou de que podia pegar o virus que no domingo de manhã a ouço a berrar "o Michiel não leva as mãos e agora também tenho o virus dele. Não estou nada contente!" Isto dizia em alta voz para o namorado de forma a se certificar de que o Michiel ouvia também. Depois claro que lá foi mandar vir com o rapaz sobre isso.
No domingo à noite ela apanha-me no corredor e vem contar a história toda de que se sente tão mal e de que foi o Michiel que lhe pegou o vírus. Ao que eu pergunto, "então mas tens andado a vomitar?" E ela "ah não, estava quase mas eu forcei-me para não vomitar". Ora claro que se ela de facto tivesse apanhado o virus do Michiel ela não conseguia evitar vomitar porque é esse o principal sintoma do vírus. Simplesmente tem uma dor de barriga e talvez uma constipação e anda o culpar o miúdo por isso. O Michiel é super calmo e fica sempre na dele e deu perfeitamente para eu perceber que ele não está nada confortável com a situação dela andar aos gritos pela casa a culpá-lo. Tanto ele se sente mal que quase não tem aparecido nas zonas comuns do apartamento e tem passado os últimos 2 dias ou no quarto ou na rua.
Claro está que ela viu que ele era assim fraquito e ela como é mesmo desse género de pessoas que gosta de maltratar as pessoas mais fracas, então vai de andar com esta agora.
A adicionar a isto do vírus foi o facto do Michiel ter estragado o Kettle (para quem não sabe, kettle é um recipiente ligado à electricidade usado para aquecer a água muito rapidamente) da Inglesa. Aiii que ela ía partindo a loiça toda quando deu com o kettle estragado! O incidente do kettle foi antes do incidente do virús, logo acho que ela estava tão chateada com ele por causa do kettle que depois até lhe soube bem culpá-lo pela gripesita que ela apanhou.
A adicionar a isto tudo vai uma conversa que tive com ela no fim-de-semana em que ela me disse que já tinha tido feito cursos de bruxa. Mas de magia branca disse-me ela porque segundo ela só quer saber fazer o bem. Depois disse-me coisas do tipo que não se devem ter espelhos virados para a porta porque retiram as boas energias de casa, ao que eu: "ai é? (ainda tava na dúvida se ela estava a dizer aquilo na brincadeira ou a sério), mas ela "isto é mesmo verdade! Não dúvides, é mesmo a sério!" e eu só respondo "está bem". Cá para mim, a mulher é assim um bocado pró doida, supersticiosa e irritada demais para eu sequer ir perder tempo a discutir o assunto com ela.
Acho piada é como quando ela fala dos seus espíritismos ela fala de uma forma muito calma como se fosse uma muito boa pessoa que só quer o bem e que não faz mal a ninguém etc., mas na realidade farta-se de queixar de tudo e mais alguma coisa (arranja pelo menos uma coisa nova para se queixar todos os dias) fala a gritar com as pessoas, responde mal ao namorado, etc. Vá lá que ainda não tentou essa brincadeira da gritaria comigo mas ela que nem tente que leva logo com uma resposta torta. Então? Deve pensar que é dona e senhora de tudo e de todos, não?
Bem ao menos com o namorado cá (ele voltou no sábado de férias) ela tem dormido no quarto em vez de dormir na sala. A ver até quando é que isto dura. Que paciência que eu tenho que ter para aturar esta gente!