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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Como o segundo lockdown difere do primeiro

O país pode estar novamente em lockdown, mas a sensação deste lockdown 2.0, é certamente diferente do primeiro. Enquanto que no lockdown em Abril as pessoas ficavam a maior parte do tempo em casa, reservavam a sua via social a chamadas em video conferência, e tinham receio de apanhar o virus muito facilmente, neste lockdown todos parecem um pouco mais relaxados, até as pessoas que seguiram todas as regras rigidamente durante o primeiro lockdown.

Estive a pensar nas razões que podem estar a afectar esta diferença e cheguei à seguinte conclusão:

 

As regras são mais relaxadas - durante o primeiro lockdown, o pedido foi para ficarmos em casa, pura e claramente, e só sairmos no máximo uma vez ao dia para fazer exercício e ocasionalmente para irmos às compras. Desta vez o Governo está a tentar manter os empregos que possa manter activos, pelo que não existe a mesma exigência de se estar sempre em casa, e como tal, mesmo as pessoas que podem trabalhar de casa, estão a aproveitar para sair sempre que quizerem. 

 

As pessoas estão mais habituadas à ideia de viver numa pandemia - em Abril, este virús ainda era muito recente, conheciamos pouco dele, e a ideia de que se apanhava tão facilmente por tocar qualquer coisa, ou estar próximo de outra pessoa, afectou mesmo o comportamento dos indivíduos - Algumas pessoas paravam no corredor do supermercado à espera que outras escolhessem um produto, porque não queriam ter que passar junto a elas (eu deparei-me comigo própria a fazer isso por querer respeitar ao máximo a regra de 2 metros);  outras limpavam profundamente todas as compras do supermercado (eu também fiz isso até recentemente, e de vez em quando ainda faço). Claro que também se via agrupamentos de pessoas no parque nos dias solarengos, mas mesmo assim verificava-se um certo respeito das regras de forma geral. Neste lockdown, parece que as pessoas simplesmente se habituaram a viver numa pandemia, e que portam não estão tão cuidadosas. Todos andam com as suas máscaras, uma em cada mala ou casaco, para não se esquecerem delas, e todos os que podem trabalhar de casa estão a fazê-lo, mas aparte disso,... vê-se muito pouco de lockdown por Londres. Este fim-de-semana que foi solarengo, os parques estavam cheios, todas as ruas com lojas agradáveis onde existam cafés e restaurantes abertos para takeaway, tinham filas de metros; certas zonas no centro de Londres estava ao rubro, e não se via muito essa sensação de que as pessoas estavam a fazer um esforço para se desviar umas das outras, como faziam por altura de Abril. Mas todos querem aproveitar o seu fim-de-semana, e com certeza de que não saem de casa a pensar que querem ir para um ambiente cheio de pessoas, mas como todas pensam da mesma forma, é esse o resultado.

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Victoria Park no meio do lockdown a 22/11

A ideia de uma vacina para breve - já foi anunciado que foi encontrada uma vacina que tem probabilidade de oferecer um certo nível de segurança contra a prevenção do virús, o que levou a um certo optimismo da população, e muitos parece que ajem como se essa vacina já estivesse a ser distribuída. 

 

Encontramo-nos na altura de festas do ano - estamos na altura do ano reconhecida pelas suas festas - geralmente o mês de Novembro enche-se de festas de prémios profissionais, começam as festas de Natal, começam os encontros de grupos de amigos no pub para variadas celebrações natalícias e pub roasts. E como as pessoas já perderam todas as festas e animação de verão, não estão dispostas a perder também toda a animação da época Natalícia.

Nota-se uma atitude diferente, e o que imagino que vá acontecer se o Governo estender o lockdown para além do dia 2 de Dezembro, será que muitas pessoas simplesmente discordem com a situação e quebrem as regras. E o problema de fazerem isso é que, uma vez que quebrem regras maiores como essa (neste momento só estamos autorizados a escontrar-nos com um amigo fora de casa), será mais fácil às pessoas continuarem a quebrar regras após o Natal. E o Governo sabe disso, elo que deve querer evitar que isso aconteça. O que eu penso que vai acontecer é que, o lockdown não vai ser estendido depois de dia 2, ou se tiver que ser estendido será somente em certas partes do país onde os casos estejam mais significativos, o que não é o caso de Londres. Mas imagino que passemos à regra de 6, como o número máximo de pessoas com quem nos possamos encontrar em espaços ao ar-livre, excepto durante a semana do Natal onde nos poderemos encontrar dentro de casa para a celebração do Natal. Imagino que para o Ano Novo apenas voltem a ser permitidos encontros ao ar-livre para evitar grandes festas em casa. Dessa forma, também se está a ajudar os negócios durante o mês do ano em que tradicionalmente têm mais lucro, o que lhe poderá ajudar a compensar os custos que têm tido durante os meses de lockdown. Com isto tudo, quando chegarmos a Janeiro, possivelmente os casos vão novamente aumentar, e entramos novamente em lockdown. Não é a mais positiva, mas é a minha previsão para os próximos dois meses. Concordam com esta previsão?

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