Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Como aprender a esquiar da forma mais dorida

E já terminaram as minhas pequenas férias na neve. Mal posso acreditar que ainda ontem estava a caminhar por cima de neve com montanhas branquinhas que me rodeavam e hoje já estou numa Londres solarenga de volta ao dia-a-dia normal. De forma geral gostei bastante da viagem e de estar num ambiente completamente diferente durante os últimos dias. Se consegui aprender a esquiar desta vez? - Mais ou menos.

 

stanton_mountain.JPG

 

 

A parte positiva é que, sem dúvida, achei o ski mais fácil de aprender-lhe o jeito do que o snowboard, mas de qualquer forma ainda não saí de lá experiente na coisa. Dizem que a melhor forma de aprender é não ter medo de cair e deixar-se ir. Bem, eu não tive medo de cair, mas quem me dera que tivesse um pouco mais medo porque assim talvez não tivesse caído tantas vezes e não estaria tão dorida e tão cheia de nódoas negras como estou agora. Penso que o meu primeiro problema é que não cheguei a tempo de ter aulas no primeiro dia. Assim sendo, fui logo para cima da montanha e tentei descer aquilo tudo sem ter técnica nenhuma para além das dicas que a minha amiga me deu. Resultado, eu ganhava imensa velocidade, não conseguia parar, e espetava-me de poucos em poucos metros. Mesmo assim consegui fazer quase uma pista inteira, tendo passado o resto do tempo no après-ski, que passado aquelas 2 primeiras horas de esqui nesse dia já não tinha capacidade para me levantar mais uma vez que fosse do chão. 

 

No segundo dia as escolas de ski estavam encerradas por isso eu não podia mesmo ter aulas. Voltei para cima de outra montanha e lá comecei a descer uma das pistas que me parecia um pouco mais fácil. No entanto, passado uns metros, essa tal pista fácil transformou-se numa descida muito íngreme que, obviamente resultou numa grande cambalhota, parti os óculos de esqui e fiquei a sangrar do lábio. Digamos que não estava lá muito feliz depois desse sucedido e comecei a ficar muito nervosa e desanimada com a minha performance por não ser capaz de esquiar como todas aquelas centenas de pessoas incluíndo criancinhas que estavam ali a passar sem qualquer problema em descer a montanha graciosamente nos seus esquis. 

 

Já estava quase a chegar ao elevador mais abaixo que me iria levar novamente para outra montanha mais acima, mas depois daquela queda, só a ideia de ter que ir voltar a descer outra pista sem noção de quando poderia voltar a encontrar o elevador que me levaria de volta para a vila, não me pareceu nada boa ideia. por isso mesmo, em vez de continuar para baixo, decidi, tirar os esquis e andar tudo para trás a subir aquela pista íngreme a carregar os esquis porque ao menos lá em cima, sabia que estava o tal elevador que voltava à vila. Claro que ninguém sobe uma montanha numa pista de esqui. A ideia é sempre descer, logo eu bem notei nos ares de estranheza que as pessoas me davam ao passarem por mim, mas eu queria lá saber. Estava frustrada e só queria voltar a terra bem firme e seca na vila. Depois de 45 minutos a subir a pista, lá entrei no elevador e fui acalmar-me para a vila com um chocolate quente. Nessa altura tinha duas hipóteses - ou ia tirar as botas de esqui e passar o resto do dia a dar uma volta pela vila e ler um livro enquanto esperava pela minha amiga que andava pela montanha, ou ganhava coragem e ia praticar para as pistas pequenas junto à vila. Optei pela segunda hipótese e lá fui continuar a minha tentativa de aprender a esquiar. Depois de fazer essas pistas algumas vezes senti-me muito melhor comigo própria por ter conseguido manter a velocidade e descer a colina sem cair. Isso animou-me bastante e, no terceiro e último dia lá fui finalmente ter aulas.

 

Quando me apercebi que o meu grupo ia começar a aula na mesma pista onde eu tinha dado a grande queda no dia anterior só me apetecia voltar para trás, mas lá me forcei a fazer essa pista novamente. Ainda caí várias vezes, mas finalmente, a meio da manhã, e depois de muita paciência do meu instrutor, algo fez sentido e finalmente apercebi-me do que é que o meu corpo tinha que fazer para conseguir parar os esquis nas pistas íngremes. A partir daí, o número de vezes que caí reduziu consideravelmente e finalmente comecei a gostar da experiência de esquiar a descer a montanha.

 

Acabei o dia muito mais confiante e com vontade de continuar já que finalmente lhe tinha apanhado o jeito, mas esse foi o meu último dia de esqui e tive que voltar ontem de manhã. Ao menos fiquei contente porque sei que é possível eu aprender e, para uma próxima vez, acho que vou ter a possibilidade de apreciar muito mais a experiência. 

 

Dicas para quem também quer aprender - tenham aulas logo no primeiro dia e escolham um resort com pistas verdes. Acho que se eu tivesse tido aulas no dia 1 teria vindo com muito menos nódoas negras, e infelizmente o facto de ter ido para St. Anton que é um resort que não tem pistas verdes também não ajudou. Note-se que a cor da pista reflecte o seu nível de dificuldade, sendo que as verdes são menos íngremes e ideias para principiantes, as azuis são consideradas "fáceis" mas têm zonas muito íngremes, as vermelhas têm um grau de dificuldade intermédio e as negras são pistas quase verticais, para o pessoal bem mais confiante nas suas habilidades de esquiadores ou snowboarders. 

 

stanton-apres.JPG 

 

Aparte das dificuldades no esqui, gostei muito dos meus dias de férias na neve. A paisagem é lindíssima, o ambiente neste tipo de locais é bastante animado e social, e as festas de après-ski, onde muitos dançam em cima das mesas a cantarolar muita música Alemã e não só, são muito divertidas. Quero voltar para o ano e estou confiante que para a próxima, a experiência de ski vai correr muito melhor. 

2 comentários

Comentar post