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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

A abertura do país à vida pós pandemia

Desde o dia 17 de Maio que a vida em Inglaterra parece um pouco mais normal e, devo dizer, que me tem sabido muito bem. Tão bem, que reparei agora que já não vinha aqui escrever à um mês!  A minha ausência tem sido a combinação entre ter tido mais horas diárias a trabalhar - em média estou nas 10-11h diárias, pelo que quando termino só me apetece descansar. E aos fins-de-semana só quero aproveitar para fazer muitas das coisas que não podia fazer durante o último ano e isso sabe bem. O que me faz falta agora é mesmo a possibilidade de dançar livremente, mas para já, isso é que ainda não é possível. No entanto, as vacinações estão a dar frutos em termos de resultados positivos com muito menos hospitalizações por cada 100 casos do que no início do ano, e isso é sinal de que estamos no caminho certo. 

 

Desde que as regras ficaram mais relaxadas em Maio, já pude ir passar um fim-de-semana fora num ambiente diferente, tenho voltado a experimentar diferentes cafés e restaurantes, passei algumas manhãs a trabalhar em cafés locais, visto que o escritório ainda não está oficialmente aberto. Pude finalmente conhecer os meus colegas, após 11 meses nesta empresa por termos feito um evento em pessoa. Pude também celebrar o aniversário de amigos junto deles e em locais que tinham muitas mais pessoas. Os passeios que dava com amigos durante o último ano, também poderem finalmente ter um destino, que não se baseavam apenas em andar às voltas do parque. Pude também ir ao meu primeiro concerto ao vivo o que soube maravilhosamente. Até o facto de poder ir ver um jogo de futebol com muitas pessoas à minha volta me soube bem. 

 

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Quando se passa tanto tempo sem essas pequenas coisas a que estávamos tão habituados notamos o quanto essas coisas nos faziam sentir bem. Um dos momentos em que me apercebi disso, foi no primeiro fim-de-semana em que pude ir celebrar o aniversário de uma amiga a um bar. As regras que se mantêm é que apenas podemos ter 6 pessoas por mesa num espaço ao ar-livre com pessoas que não vivem juntas, mas todo o bar pode estar cheio de outras pessoas, o que foi o caso. E apesar de estarmos todos separados por mesa, sabe bem estar num ambiente com outras pessoas na proximidade. E foi no momento em que estive na fila para a casa-de-banho desse bar, e que comecei a conversar com uma outra rapariga que estava na fila e que não conhecia, que me apercebi do quanto eu sentia falta daquilo - sim, sentia falta de falar com estranhos na fila da casa-de-banho! 

 

Umas semanas depois começaram os jogos do Euro, e marquei para ver o primeiro jogo de Inglaterra com alguns amigos numa cervejaria local. Não sabia bem como ia ser a distribuição de mesas mas tinham-as colocado, mesas compridas para 6 pessoas em fila umas atrás das outras e direccionadas para o ecrã gigante. Como não podia deixar de ser, todas as mesas estavam cheias e, quando Inglaterra marcou o seu golo, todo o espaço vibrou com pessoas a saltar nos seus lugares e abraçarem os amigos. Foi outro daqueles momentos em que me apercebi o quanto sentia falta daquela animação de estar junto a um grupo de pessoas. A energia recebida quando se está num grupo em que a maioria está a torcer pela mesma equipa é inexplicável. Traz-nos aquela alegria interna que sobe pelo corpo e nos faz sentir bem. 

 

Adoro, adoro poder voltar a estar nestes ambientes com outras pessoas e sentia mesmo muita falta deles. Só espero podermos continuar nesta trajectória e que não tenhamos que voltar a ter mais restrições. A maioria dos habitantes no Reino Unido deve ter a sua segunda vacina até ao fim do verão, portanto, mesmo com o vírus por aí, se nos conseguirmos manter protegidos e não formos afectados seriamente, a nossa vida em conjunto com a sociedade vai poder continuar.

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