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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Um processo de aplicação sem fim

Dediquei-me a preencher a papelada para a tal aplicação para residência permanente este fim-de-semana e basicamente foi isso que fiz este fim-de-semana. Demorei 4 horas à volta daquilo no sábado e 7 horas no domingo! Impressionante o tempo que tudo me demorou e, mesmo assim, ainda näo está tudo acabao. Agora ainda tenho que ir tirar fotos passe, comprar uma ordem postal para pagamento, imprimir as cartas que tive que escrever para explicar mais detalhes, tirar fotocópias de tudo e ainda tratar de outros detalhes antes de poder enviar tudo. Impressionante! Eles concerteza não precisavam de tanta coisa como comprovativo, mas o que querem é tornar o processo o mais complicado possível para que as pessoas desistam a meio ou não possam apresentar todos os papéis necessários. 

 

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Entre tudo, a maior parte do que fiz no sábado foi andar à procura de comprovativos de todas as minhas viagens fora do país nos últimos 6 anos. Fiquei a saber que existem sem dúvida países onde viajo mais frequentemente, e que ainda há muito país na Europa por onde não tenho passado recentemente ou nunca passei. Ora nos últimos 6 anos foram estas as viagens que fiz:

  • Fui 14 vezes a Portugal
  • Fui 3 vezes à Itália, Estados Unidos e Alemanha
  • Fui 2 vezes à Espanha, Austria, Grécia e França
  • Fui 1 vez à Croácia, Suécia, Holanda, Camboja, China e Canadá

Ao menos com estas horas todas de burocracia fiquei a saber algo interessante. 

 

Li nuns comentários que precisaram também de enviar o comprovativo de nascimento e eu não estava a contar enviar isso. Agora estou na dúvida se será preciso também. Tenho que ir voltar a ler novamente. 

Londres manifesta-se e os primeiros efeitos do referendo

Ontem eu, e mais uns milhares de pessoas fomos para Trafalgar Square manifestar contra o resultado do referendo Europeu - "Brexit No" - gritavam, com posters que indicavam "We  EU"; "Europe Forever" e outros tantos. As bandeiras Europeias encheram a praça, e o sentimento era de revolta e descontentamento pelos resultados. Quando a concentração dos manifestantes foi maior, as pessoas movimentaram-se aos milhares para a frente do Parlamento de forma a mostrar a sua indignação perante os políticos que governam o país. 

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Alguns dizem que não vale a pena ir a manifestações porque o governo já sabe que Londres está maioritariamente descontente com os resultados e que queríamos ficar na Europa, mas na minha opinião, se não houver barulho nas ruas, e consecutivas manifestações a apresentar descontentamento, os políticos poderão simplesmente deixar-se ir com os resultados da maioria dos votos por acreditar que as pessoas não se sentem tão contrariadas com o resultado. 

 

Para quem estiver interessado em juntar-se à próxima manifestação, vai haver uma outra marcha para o Parlamento em oposição do resultado, no sábado. 

 

Agora, para além dos resultados negativos que o referendo já trouxe para o país, tais como a queda do poder da Libra e instabilidade financeira, uma fator que nos afecta directamente e imediatamente aos Europeus e emigrantes de forma em geral que vivem no Reino Unido é o racismo que se tem apresentado brutalmente nas ruas. Tenho ouvido já imensas histórias e, sinceramente não tenho vontade nenhuma de sair de Londres para outras partes do país onde estas situações de racismo são ainda mais evidentes. 

 

Uma amiga minha que é Britânica, nascida aqui, de origem Asiática/oriental ante-ontem foi verbalmente atacada num autocarro em Londres por um homem que lhe gritou que os resultados já sairam e que ela devia ser deportada para de onde veio. 

 

Hoje apareceu no jornal a história de uma senhora Alemã que já está a viver em Chester, no norte de Inglaterra desde os anos 70, que ligou para uma estação de rádio a chorar a dizer que já não sai de casa à 3 dias com medo dos atos xonofóbicos na rua porque diz que já lhe deixaram um monte de fezes à porta de casa e gritaram que já era tempo de ela sair do país. 

 

Estamos numa situação horrível neste momento, em que a população pouco educada do reino Unido, que não são tão poucos assim, simplesmente acha que, o resultado do voto significa que a maioria do país apoia-os no descontentamento da quantidade de imigração existente no país e, como tal, sentem-se no direito de insultar os imigrantes ou todos que, de alguma forma, sejam diferentes do típico Britânico de pele branca. É terrível e, sinceramente não imaginei que chegassemos a estes termos. De qualquer forma, esse tipo de pessoas não representam de forma alguma os Britânicos que conheço e com quem convivo no dia-a-dia, por isso não quero apresentar isto como um estereótipo representativo do país. Há muitas pessoas cá que nunca tomariam esse tipo de atitudes, mas infelizmente, há também muitas pessoas que as tomam, e os seus atos, sendo tão ofensivos, sobresaem mais.  

 

Ainda estamos para saber o que vai exactamente acontecer com a situação política do país, mas a Angela Merkel já afirmou que, se o Reino Unido quizer continuar a ter acesso ao mercado livre Europeu, também vai ter que deixar que continue a existir livre abertura de movimentação de cidadãos Europeus para o Reino Unido. 

O fim de uma era - Reino Unido fecha as portas à UE

Mal posso acreditar. Chorei ao ler a notícia. O meu Whats App não pára com mensagens entre os meus grupos de amigos a prestar desgosto pela situação. A maior parte são Britânicos que vivem em Londres e, tal como indicado pela maioria dos votantes da zona de Londres, queriam que o Reino Unido ficasse na União Europeia. Alguns dos comentários são:

 

"Crazy. Just woke up, can't sleep. Sad, sad day."

 

"52% of my country men are complete idiots. I'm sorry..."

 

"Farage declaring Independence Day makes me sick in my stomach"

 

"I've been crying this morning. I feel ashamed of our country!!!"

 

"I think London should revolt and become a member of the EU on its own"

 

"I feel ashamed of being British"

 

"The realisation that my daughter will not know us being part of the EU and may know a world with Boris and Donald in power is dawning on me. Am I dreaming?"

 

O Primeiro-Ministro que, neste momento já anunciou que vai denunciar ao cargo disse que não vão haver mudanças imediatas para os Europeus a viver no Reino Unido. A grande maioria dos deputados, que estavam a favor do Sim vão fazer força para que o Reino Unido se mantenha na zona do mercado único que continuaria a permitir aos Europeus livre abertura de movimentos e trabalho no Reino Unido. Mas para já, são tudo estipulações, e ainda vamos ter que ver o que está para vir, as decisões a tomar e, como essas vão afectar todos aqueles que, como eu, são cidadãos Europeus, não Britânicos.

 

Uma coisa não tenho dúvida - o número de aplicações para o Passaporte Britânico vai aumentar significativamente, e a minha vai ser uma delas. Quem me dera que já a tivesse feito. Pergunto-me também se, esse volume de aplicações vai fazer com que seja ainda mais restritivo poder obtê-lo.  

 

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União Europeia: O debate do referendo

Esta semana fui ver um debate organizado pelo Guardian relativo ao referendo da potencial saída do Reino Unido da União Europeia. No palco encontravam-se Alan Johnson, que lídera a campanha do Sim para o Reino Unido se manter na Europa; Nick Clegg, o anterior líder da coligação parlamentar a representar o partido liberalista, que também apoia o Sim; Andrea Leadsom que é uma deputada do partido Conservador a apoiar o Não e Nigel Farage, o líder do partido nacionalista britânico - UKIP, também apoiante do não.

 

A primeira pergunta colocada aos panelistas, era talvez aquela que eu tinha mais interesse em ouvir - o que é que vai acontecer efectivamente, se o Reino Unido sair da União Europeia. Ninguém soube responder, porque simplesmente não é algo que está planeado de forma que possa ser feita pública. Só a partir do momento em que a saída do Reino Unido fôr uma realidade é que o Governo Britânico vai entrar em negociações com a UE para que essas decisões possam ser tomadas. Uma coisa é certa. Se sairmos, não vai ser tão fácil para haver movimentação de novas pessoas a imigrar para o Reino Unido como é actualmente. 

 

Em termos das diferentes temáticas discutidas, digamos que, se houvessem vencedores, esses não teriam sido os adoptos do Não concerteza. Simplesmente porque eles não conseguiram providenciar argumentos que fossem fortes o suficiente para justificar a sua decisão. Os seus comentários basearam-se na crítica à imigração, no perigo de que a Turquia venha a fazer parte da UE em breve e, como tal o Reino Unido terá que ajudar e receber muitas pessoas provenientes desse país; e referiram-se também à falta de poder de decisão político visto que muitas regras são ditadas pela UE. 

 

Os representantes do Sim, referiram aos benefícios dos negócios com empresas da UE, à facilidade de movimentação, não só para dentro do Reino unido, mas para a Europa Continentalal, a força e suporte militar, e o facto de estarmos mais fortes e mais envolvidos agora, sendo que actualmente o Reino Unido também pode ter influência nas deciões polícas da UE, sob as quais não terá qualquer contolo se a população decidir sair. 

 

O evento não me respondeu à questão que tinha em mente, mas também agora sei que não existe uma resposta actual para a questão do que vai acontecer exactamente aos actuais e futuros imigrantes provenientes de países da União Europeia. 

 

Uma facto que considerei positivo é que a maior parte da audiência (e estavam ali cerca de 2,000 pessoas) estava a dar mais apoio aos comentários do Sim, do que do Não. 

 

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O Boris não é amigo cá da malta

OK, estava errada. O Boris afinal decidiu apoiar a Brexit - campanha de saída da União Europeia. Continuo a acreditar que a maioria dos Londrinos vai continuar a votar para ficar na UE, mas não deixa de ser um pouco preocupante o facto do Presidente da Câmara de Londres apoiar a saída. Concerteza irá influenciar alguns dos seus eleitores. Estamos para ver qual o poder da sua influência. 

Em resposta aos comentários colocados no post anterior, de facto não penso que a possível saída da UE indique que de repente vão mandar todos os emigrantes Europeus reencambiados para os seus países de origem. Isso seria impossível para o país fazer já que iria levar muitas empresas à falência, mas também não acredito que a situação vá ficar igual. Irão haver burocracias, chatisses, entraves,.. Ainda nada está certo acerca do que vai acontecer exactamente no caso do Não ganhar, mas sem dúvida que me quero informar melhor sobre os detalhes de ambas as campanhas. Já comprei bilhetes para ver um debate ao vivo em meados de Março. Depois venho cá escrever o que descobrir por lá. 

Com isto tudo fico mesmo com vontade de tirar o passaporte Britânico só para poder votar no dia. Quero poder ter o poder de influência e parece-me muito injusto que o futuro do país em que vivo, que sinto como se fosse o meu país, e da minha relação com ele, vá ser decidida por outros. 

 

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Reino Unido na União Europeia? Começou a contagem decrescente

O Primeiro Ministro Britânico, David Cameron, anunciou que a data do referendum para a saída do Reino Unido da Europa está marcado para Quinta-Feira dia 23 de Junho. É um dia de uma decisão fundamental para todos os cidadãos emigrantes que decidiram mudar para o Reino Unido ao abrigo das leis de livre movimentação de pessoas e trabalho na União Europeia. As consequências para quem já cá vive relativamente a uma potencial saída ainda são incertas, mas o facto é que as condições não serão as mesmas se a maioria dos cidadãos Britânicos votar Não para a UE. 

 

A vantagem é que o David Cameron está a apoiar para que o país fique na Europa, afirmando que conseguiu negociar algumas das condições que pretendia com Bruxelas e que, portanto afirmou ontem - "A escolha está nas vossas mãos. Mas a minha recomendação é clara. Eu acredito que a Grã-Bretanha vai ficar mais segura, forte e melhor ao permanecer numa União Europeia reformada." 

 

Na mesma entrevista, David Cameron apelou ao Presidente da Câmara de Londres, Boris Johnson, para não se juntar à campanha Brexit (=Britain+Exit) e, apoiá-lo na sua campanha de manter o Reino Unido na União Europeia. Segundo o Guardian, o Boris Johnson ainda está duvidoso quanto ao lado a apoiar e vai anunciar a sua decisão sobre quem apoiar hoje à noite.

 

Eu ficaria surprendida se o Boris Johnson não apoiar a campanha do Sim, mas fico a aguardar anciosamente os resultados. Acredito que uma campanha apoiada pelo Primeiro Ministro e Presidente da Câmara de Londres vai ter um peso significativo para a campanha do Sim. Começa a contagem decrescente,...

 

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'Better together' - Escócia vota Não!

Os resultados do referendo relativos à independência da Escócia indicaram uma significativa maioria a apoiar o Não. O Sim apenas saiu vitorioso em 4 districtos do país - Glasgow com 53%; West Dunbartonshire com 54%; Dundee com 57% e North Lanarkshire com 51%. No total, de acordo com o jornal Guardian esta manhã, 55% dos votos escolheram o Não contra 45% que escolheram o Sim, e como tal a Escócia irá continuar a fazer parte do Reino Unido. Apesar dos resultados, este referendo histórico não deixa de ser uma vitória para quem queria uma Escócia independente visto que, como parte da campanha para o Não, o Primeiro Ministro Britânico David Cameron tinha prometido que a Escócia iria passar a ter mais direitos a nível legal e político do que tinha anteriormente, se se mantivesse no Reino Unido.

 

Esta manhã, um amigo meu Escoçês que vive em Londres e, portanto não pôde votar, mas que tem feito campanha para o Sim nas suas redes sociais já desde o início do ano, colocou esta mensagem na sua página do Facebook:

 

Dear Scotland

I see you've decided that it's a NO Vote for you. Despite it not being my preferred vote, I'm glad it was an overwhelming majority for you because I want you all to stay together and work together as Scots. Whichever country or ethnicity your people historically came from, yer aw Scots and must work together and continue to feed an appetite to involve yourself in your country, its politics and feed that newfound appetite to change our country for the better.

I don't live there anymore. You are the guardians of that place all Scots call home.

Look after it well, back up your decision with action and good luck with the many challenges that come. Lang may yer lum reek.

 

 

Os resultados do referendo pela independência Escocesa

Britain in a Day

Este sábado que passou foi o dia do Britain in a Day.

 

O que é que isso significa? Singnifica que foi um dia em que centenas, ou talvez até milhares, de pessoas residentes no Reino Unido fizeram filmagens de vários acontecimentos do seu dia.

Que tipo de acontecimentos? Qualquer coisa. Podia ser a comer, a ter um bébé, a casar, a ver televisão, lavar a roupa,... qualquer coisa. O importante era capturar em filme alguma coisa que se estivesse a fazer. 

Qual é o objectivo? Um productor pretende criar um filme através da montagem dos muitos curtos filmes das vidas das pessoas residentes no Reino Unido para retratar como é um dia típico na Grã Bretanha. 

Se eu participei? Claro que participei. A minha gravação não foi da mais interessante já que o meu dia se passou na biblioteca, a ver os fogos de artifício do Lord Mayor of London e num bar com amigos. Mas até poderia ter conseguido uma boa filmagem se a qualidade da câmara fosse melhor, mas infelizmente ficou tudo um pouco escuro, logo acho que o meu vídeo não vai ser seleccionado pela escuridão das partes nocturnas. Ora mas valeu a tentativa.

 

Estou curiosa para ver o resultado final. 

 

Para mais informações podem visitar o site oficial do britain in a Day aqui: http://www.bbc.co.uk/programmes/p00kqz5p

Um escândalo digno dos tabloids de jornal mais populares do Reino Unido

Quando à duas semanas o meu colega me disse que o flatmate dele, que trabalha para a News International, lhe mandou uma mensagem a informar que o jornal News of the World teria a sua última edição no domingo seguinte, eu não queria acreditar. O News of the World que já existe desde 1843 era o jornal escrito em Inglês mais vendido do mundo. Sem dúvida que de qualidade muito duvidosa dado o seu carácter de notícias populares, escândalos, cusquisses sobre celebridades, assim com um nível um bocadinho mais abaixo do Correio da Manhã (para quem não conhece já fica com uma melhor ideia). Mas não deixava de ser um jornal muito vendido e lido por milhares de pessoas. Acabar assim sem mais nem menos?

 

Claro que agora já todos sabemos a razão de fecho do jornal dado que várias linhas telefónicas tinham sido postas em escuta secreta pelo jornal para que os jornalistas conseguissem saber sobre toda a privacidade de celebridades, vítimas de crimes, etc. que poderia gerar informação para bons títulos de jornal, atraentes para a sua venda lucrativa. 

 

Parece inacreditável que um jornal tenha feito algo deste género, mas para que o podesse fazer também tinha que ter o poder para o fazer. E quem é que tem acesso a essas escutas? A polícia, os políticos,... Ainda não há efectivos culpados, mas o que é um facto é que para que tal tenha sido possível, muita gente tem que ter estado envolvida. O jornal foi fechado levando centenas de pessoas para o desemprego, a Chefe Executiva do grupo Rebecca Brooks demitiu-se, a chefe do grupo Dow Jones nos EUA membro também da News Corporation, também se demitiu, o ex. chefe de comunicação do Primeiro Ministro Britânico David Cameron, também já se tinha demitido mais cedo no ano quando as primeiras alegações de escutas telefónicas do News of the World o envolveram, o que levou a suspeitas de que o Primeiro Ministro podia estar ocorrente da situação. Entretanto representantes do grupo de segurança MI5 também já se dizem estar envolvidos no assunto, diz-se que o News of the World terá pago a esses representantes do MI5 e outros membros da polícia para permitirem o acesso às escutas telefónicas. Um dos primeiros ex-jornalistas do News of the World que denunciou as escutas do jornal entretanto foi encontrado ontem morto em casa. A Rebecca Brooks já confirmou hoje que sabia da existência de detectives privados para descobrirem certas notícias mas ainda afirma que não sabia das escutas secretas. O chefão da News Corporation entretanto foi hoje atacado com espuma de barbear enquanto se encontrava em interrogatório,...

 

Violação de privacidade, crime, vítimas, escândalo, polícia e media corruptos, poder, dinheiro, influência,... é uma história que parece ter sido tirada de um filme mas que retrata uma realidade dos dias de hoje.

 

Obviamente é o assunto do momento e fala-se de pouco mais do que sobre estes acontecimentos no Reino Unido e um pouco por todo o mundo, mas a única coisa que consigo ver como positiva no meio disto tudo, é que, apesar de talvez ter demorado um pouco de tempo a que isto,  tudo fosse descoberto, o facto é que foi. Apesar de todo o poder que o Murdoch e a sua corporação de média gingatesca tenham, estão a ser questionados, membros de influência da polícia estão a ser questionados, até o Primeiro Ministro está a ser colocado em dúvida e a população Britânica agora não ficará satisfeita até que alguém seja tomado como responsável ou responsáveis pelos eventos ocorridos e que alguém pague por isso. Estou curiosa para ver o desenrolar dos acontecimentos, mas para já, penso que a justiça neste país irá efectivamente ser feita mais cedo ou mais tarde. E quando se vive num país onde há justiça aplicável até aos mais altos níveis de poder é sinal que se está num país com integridade.

Os Britânicos e o resto do Mundo

Parece impressionante como os Britânicos adoram ser diferentes! É provavelmente a característica mais distintiva que têm é mesmo o facto de se quererem diferenciar dos restantes países, principalmente dos restantes países Europeus.
Sim, claro que o Reino Unido é um país pertencente à Europa, e não só à Europa como também à União Europeia, mas o engraçado é que quando eles falam da Europa estão a falar da Europa continental como se a ilha deles não fizesse também parte da Europa.
 
Mas o engraçado, engraçado é quando nós, restantes Europeus vimos visitar esta ilha e vamos na nossa primeira experiência às compras. Ora queremos ir comprar uns sapatos da moda e, claro está, se estivermos na capital Londrina não se pode sair daqui sem um par de sapatos novos. Encontramos o par ideal e quando vamos a pedir o número 38, a assistente da loja olha para nós com um olhar desconfiado. Voltamos então a pedir o número 38, desta vez mais alto já que pensamos que ela não ouviu, ao que ela responde que está confusa e que não sabe que número de sapato é esse.
Depois lá mede o teu pé a olho e traz uma caixa de sapatos do tamanho 6. OK, neste momento percebes que a numeração dos sapatos é um pouco diferente, mas tudo bem. Gostaste dos sapatos e olhas para o preço: £63.990. Dá-te logo uma coisinha de cair para o lado e dizes em voz alta- "sessenta e três mil libras, novecentos e noventa???" Novamente a assistente olha para ti como quem diz "esta deve ser mas é parvinha, coitada" e afirma "A senhora está um bocadinho equivocada. Se lêr bem está aqui indicado o preço de sessenta e três libras e noventa e nove cêntimos. Pois apercebeste então que os Britânicos com a mania de serem diferentes, em vez de separarem os milhares com um ponto e as unidades das decimais com uma vírgula, fazem exactamente o oposto. A assistente da loja decide entao informar-te de que deves ter em atencao outras medidas que sao diferentes no Reino Unido - Os pesos sao em "pounds" e o comprimento mede-se em "feet". Ficas completamente baralhado e pensas que estas no pais mais atrasado do mundo ja que ainda se pesam em pedras e se medem aos pes, tal como se estivessemos na idade media.
Bem, com tudo isso esclarecido vais então sair da loja com os teus sapatos novos e antes de atravessar a estrada olhas para o teu lado esquerdo, dás o primeiro passo e um carro apita e trava a fundo. Lembraste então que no Reino Unido os veículos andam na estrada na faixa do lado esquerdo em vez de ser na faixa do lado direito como em todo o resto da Europa. Não te aconteceu nada de mal nem a ti nem ao carro para além de teres que ouvir uns palavrões da gíria Inglesa que não percebeste muito bem, vindos do condutor do automóvel que quase te ía a atropelar. Decides então a partir daí olhar sempre para o lado esquerdo e direito pelo sim pelo não antes de atravessares uma estrada.
Com toda essa agitação decides então sentar-te num pub tipicamente Britânico para beber uma cervejinha e relaxar um bocadinho a ler o jornal local. Ao pedires uma cerveja, o empregado saca de um copo de meio litro e desata a pôr cerveja lá para dentro. Tu olhas para aquilo e dizes logo “Olhe desculpe lá, mas eu não pedi uma caneca de cerveja, queria mesmo só uma cerveja de tamanho normal”. Ao que ele olha para ti com um olhar de quem se sente ofendido com o comentário e pergunta-te se achas que ele te está a servir alguma cerveja anormal. Continua a dizer que aquele é o tamanho de uma “pint” e homem que é homem é isso que bebe, mas que se quiseres uma cerveja de ½ pint como as mulheres ele também te pode servir uma. Respondes que estás habituado a cervejas mais pequenas mas que não tens problema nenhum em beber uma caneca e pedes para ele continuar a encher. Quando te afastas com a cerveja na mau para ires para o teu lugar numa mesa lá fora já que não é permitido fumar em nenhum local fechado em Inglaterra, ouves o empregado da loja dizer: “bloody foreigners”.
Finalmente sentado e prestes a ler o jornal, logo na segunda página aparece a previsão do tempo o que te faz ficar de boca aberta ao veres a previsão para o dia seguinte de 59º. Mas isso é um calor horrível, principalmente no Reino Unido é praticamente impossível tal acontecer. Mas depois reparas que em frente ao número 59 aparece-te um Fº. Hum,… esta é a temperatura em Fahrenheit. Olhas melhor e reparas que tem lá 15Cº. OK, mistério resolvido. Afinal ainda não ía ser já no dia seguinte que o aquecimento global iria afectar o Reino Unido.
Começas então a ler as notícias do jornal e entre muitos assassínios, violências e desgraças que quase parece o telejornal da TVI, lês uma pequena nota sobre o Tratado de Lisboa em que o primeiro ministro Britânico, Gordon Brown, foi o único representante de todos os países da União Europeia que chegou atrasado ao evento. Como se não bastasse não quererem aderir ao Euro ainda por cima chegam atrasados aos importantes tratados da União Europeia que é para não terem que estar a socializar por muito tempo com representantes de outros países.
Desistes rapidamente do jornal que só te informa de notícias que não beneficiam em nada a imagem negativa que já estás a criar dos Britânicos. Como não queres ficar com essa ideia dos Britânicos decides então voltar ao hotel, porque estás cansado e já se faz escuro embora sejam só 16h, ou como os Britânicos diriam 4pm. Já que ouviste dizer no hotel que o jantar começa a ser servido às 18h e como já começas a ter fome, vais então jantar por lá a essa hora, para depois ires aproveitar a noite.
Às 20h já estás na rua prestes a entrar num bar para fazer tempo para ir para a discoteca mais tarde. Está um frio de rachar, tipo uns 5Cº e queres ir rapidamente para dentro de um bar para aquecer, mas surpreendeste quando vês uma quantidade de raparigas Inglesas a andar na rua de mini saia, top e sandálias sem casaco prestes a entrarem numa discoteca. Depois de recuperares do factor surpresa visto não acreditares como é que alguém possa andar assim na rua quando estão 5ºC, ficas curioso sobre a razão que leva aquelas raparigas a entrarem para uma discoteca às 20h. Decides ir entrar também para ver o que é que se passa lá para dentro e quando chegas deparas-te com uma autêntica discoteca, absolutamente a abarrotar de gente, com o pessoal todo a dançar, muitos deles já bêbados tal como se já fossem 3h da manhã. Olhas bem para o relógio, perguntas as horas a outra pessoa só para confirmar mas é mesmo verdade, ainda são só 20h. À meia-noite já estás mais que cansado e decides ir para o hotel aproveitando para apanhar o último metro como toda a gente faz.
No dia seguinte acordas e relembraste das inúmeras coisas das quais te apercebeste no dia anterior que fazem do Reino Unido um país tão diferentes dos outros países Europeus que já conheceste. Ficas então contente e aliviado por saber que vais voltar para o teu país em breve.