Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

União Europeia: O debate do referendo

Esta semana fui ver um debate organizado pelo Guardian relativo ao referendo da potencial saída do Reino Unido da União Europeia. No palco encontravam-se Alan Johnson, que lídera a campanha do Sim para o Reino Unido se manter na Europa; Nick Clegg, o anterior líder da coligação parlamentar a representar o partido liberalista, que também apoia o Sim; Andrea Leadsom que é uma deputada do partido Conservador a apoiar o Não e Nigel Farage, o líder do partido nacionalista britânico - UKIP, também apoiante do não.

 

A primeira pergunta colocada aos panelistas, era talvez aquela que eu tinha mais interesse em ouvir - o que é que vai acontecer efectivamente, se o Reino Unido sair da União Europeia. Ninguém soube responder, porque simplesmente não é algo que está planeado de forma que possa ser feita pública. Só a partir do momento em que a saída do Reino Unido fôr uma realidade é que o Governo Britânico vai entrar em negociações com a UE para que essas decisões possam ser tomadas. Uma coisa é certa. Se sairmos, não vai ser tão fácil para haver movimentação de novas pessoas a imigrar para o Reino Unido como é actualmente. 

 

Em termos das diferentes temáticas discutidas, digamos que, se houvessem vencedores, esses não teriam sido os adoptos do Não concerteza. Simplesmente porque eles não conseguiram providenciar argumentos que fossem fortes o suficiente para justificar a sua decisão. Os seus comentários basearam-se na crítica à imigração, no perigo de que a Turquia venha a fazer parte da UE em breve e, como tal o Reino Unido terá que ajudar e receber muitas pessoas provenientes desse país; e referiram-se também à falta de poder de decisão político visto que muitas regras são ditadas pela UE. 

 

Os representantes do Sim, referiram aos benefícios dos negócios com empresas da UE, à facilidade de movimentação, não só para dentro do Reino unido, mas para a Europa Continentalal, a força e suporte militar, e o facto de estarmos mais fortes e mais envolvidos agora, sendo que actualmente o Reino Unido também pode ter influência nas deciões polícas da UE, sob as quais não terá qualquer contolo se a população decidir sair. 

 

O evento não me respondeu à questão que tinha em mente, mas também agora sei que não existe uma resposta actual para a questão do que vai acontecer exactamente aos actuais e futuros imigrantes provenientes de países da União Europeia. 

 

Uma facto que considerei positivo é que a maior parte da audiência (e estavam ali cerca de 2,000 pessoas) estava a dar mais apoio aos comentários do Sim, do que do Não. 

 

eu_referendum.JPG

 

 

O Boris não é amigo cá da malta

OK, estava errada. O Boris afinal decidiu apoiar a Brexit - campanha de saída da União Europeia. Continuo a acreditar que a maioria dos Londrinos vai continuar a votar para ficar na UE, mas não deixa de ser um pouco preocupante o facto do Presidente da Câmara de Londres apoiar a saída. Concerteza irá influenciar alguns dos seus eleitores. Estamos para ver qual o poder da sua influência. 

Em resposta aos comentários colocados no post anterior, de facto não penso que a possível saída da UE indique que de repente vão mandar todos os emigrantes Europeus reencambiados para os seus países de origem. Isso seria impossível para o país fazer já que iria levar muitas empresas à falência, mas também não acredito que a situação vá ficar igual. Irão haver burocracias, chatisses, entraves,.. Ainda nada está certo acerca do que vai acontecer exactamente no caso do Não ganhar, mas sem dúvida que me quero informar melhor sobre os detalhes de ambas as campanhas. Já comprei bilhetes para ver um debate ao vivo em meados de Março. Depois venho cá escrever o que descobrir por lá. 

Com isto tudo fico mesmo com vontade de tirar o passaporte Britânico só para poder votar no dia. Quero poder ter o poder de influência e parece-me muito injusto que o futuro do país em que vivo, que sinto como se fosse o meu país, e da minha relação com ele, vá ser decidida por outros. 

 

EU_UK_flags_LATEST.gif

 

 

Reino Unido na União Europeia? Começou a contagem decrescente

O Primeiro Ministro Britânico, David Cameron, anunciou que a data do referendum para a saída do Reino Unido da Europa está marcado para Quinta-Feira dia 23 de Junho. É um dia de uma decisão fundamental para todos os cidadãos emigrantes que decidiram mudar para o Reino Unido ao abrigo das leis de livre movimentação de pessoas e trabalho na União Europeia. As consequências para quem já cá vive relativamente a uma potencial saída ainda são incertas, mas o facto é que as condições não serão as mesmas se a maioria dos cidadãos Britânicos votar Não para a UE. 

 

A vantagem é que o David Cameron está a apoiar para que o país fique na Europa, afirmando que conseguiu negociar algumas das condições que pretendia com Bruxelas e que, portanto afirmou ontem - "A escolha está nas vossas mãos. Mas a minha recomendação é clara. Eu acredito que a Grã-Bretanha vai ficar mais segura, forte e melhor ao permanecer numa União Europeia reformada." 

 

Na mesma entrevista, David Cameron apelou ao Presidente da Câmara de Londres, Boris Johnson, para não se juntar à campanha Brexit (=Britain+Exit) e, apoiá-lo na sua campanha de manter o Reino Unido na União Europeia. Segundo o Guardian, o Boris Johnson ainda está duvidoso quanto ao lado a apoiar e vai anunciar a sua decisão sobre quem apoiar hoje à noite.

 

Eu ficaria surprendida se o Boris Johnson não apoiar a campanha do Sim, mas fico a aguardar anciosamente os resultados. Acredito que uma campanha apoiada pelo Primeiro Ministro e Presidente da Câmara de Londres vai ter um peso significativo para a campanha do Sim. Começa a contagem decrescente,...

 

EU_UK_flags_LATEST.gif

 

Como um empregado de sapataria ajuda a Grécia a sair do sofrimento

Como todos sabemos, a situação económica e financeira na Grécia encontra-se actualmente na sua situação mais difícil desde que se conta a história do país:

  • Dívida total aproximada de 3Bilhões € que não podem pagar aos credores;
  • Estabelecimento recente de limites de levantamento de dinheiro em caixas multibanco ao máximo de 60€ por dia;
  • O risco do país ser forçado a sair da moeda única e da união Europeia;
  • O referendo Grego de domingo indicou que o povo não quer aceitar as propostas da União Europeia de ajudar o país com mais alguns bilhões de Euros em troca de mais severas medidas de austeridade;...

 

Os Gregos foram fortes com a sua decisão de apoiar o 'Não' neste referendo,...mas qual é a alternativa? Sem o dinheiro Europeu como é a Grécia vai conseguir sair da actual miséria de dívidas em que se encontra e fomentar a economia do país? Ainda não se sabe e vai ser interessante ver o desenvolver dos próximos acontecimentos.

 

Enquanto esperamos pelas notícias das decisões políticas, houve um homem que tomou uma iniciativa para ajudar a Grécia já. Esse homem chama-se Thom Feeney e é um Inglês de 29 anos que vive em Bethnal Green em Londres e que, até à 2 semanas atrás trabalhava como empregado numa loja de sapatos. Há 8 dias atrás o Thom decidiu que estava farto e triste de ouvir falar sobre a situação que a Grécia está a pensar no momento e lembrou-se que, o problema deles poderia estar resolvido se o povo Europeu se unisse para os ajudar. Se todos os Europeus doassem apenas 3€ à Grécia, seria possível angariar o dinheiro suficiente no valor de 1.6Bilhões € para retirar a Grécia da sua actual situação. Com o apoio dos cidadãos Europeus em mente, o Thom decidiu então, criar uma página no site de angariação de fundos Indiegogo, com o objectivo de conseguir reunir os tais 1.6b € para doar à Grécia. Em 8 dias, a página já conseguiu angariar 1.9M € doados entre 108,101 pessoas (no momento em que escrevo). Parece incrível a rapidez e solidariedade que o povo Europeu tem tido para esta campanha desde que foi criada. O facto é que os líderes políticos não estão a conseguir resolver o assunto, mas o povo unido pode conseguir. 

 

Eu fiz ontem a minha doação assim que li sobre esta campanha e achei por bem partilhar. Afinal, o povo Português bem sabe o quanto custa viver numa economia difícil, mas se a situação do nosso país já é má, imaginem como será viver na actual Grécia.

 

Se fizerem uma doação e, na data final da campanha em Agosto, o objectivo dos fundos não tiver sido alcançado, o dinheiro será devolvido a todos os que contribuiram. Se no entanto o objectivo de se conseguir angariar uma soma tão elevada de dinheiro, conseguir ser alcançada, teremos contribuído para a maior campanha de angariação de fundos de que há história (pelo menos uma história de que eu tenha ouvido falar) em ajuda à população de um país inteiro. 

 

Os interessados podem ajudar a Grécia aqui.

 

greek_flag.png

 

As Eleições Legislativas Britânicas 2015

Nas últimas semanas, aqui pelo Reino Unido, só se tem ouvido falar sobre as "General Elections" que vão decorrer já na próxima quinta-feira dia 7 de Maio. Os principais partidos destas eleições são os Conservatives (Centro, Direita), o Labour (Centro, Esquerda), os Liberal Democrats (têm algumas ideias de esquerda, outras de direita, por isso classifico-os como o partido mais central de todos), os UKIP (Extrema Direita, que basicamente só se preocupam com a saída do Reino Unido da UE) e o Green Party (não os considero extrema esquerda, mas são mais à esquerda que o Labour). 

General-Election-2015.jpg

Nestas eleições os membros da União Europeia residentes no Reino Unido podem votar nas eleições locais para a Junta de Freguesia onde vivem mas não podem votar nas Eleições Legislativas. É através das Eleições Legislativas que vão ser definidos quantos deputados de cada partido vão estar presentes no Parlamento e, consecutivamente, quem vai actuar como Primeiro Ministro, dentro do partido que receber mais lugares de deputados no Parlamento. 

 

Acho importante ter uma noção do que cada um dos principais partidos está a planear fazer para o país, principalmente no que se referre à sua opinião relativamente à imigração e à presença do Reino unido na União Europeia, por isso fui pesquisar essa informação para os dois principais partidos e passo a colocá-la em baixo:

 

 

 

Conservative 

 

Labour
Principais prioridades

- Eliminar o deficit

- £8b extra para o NHS acima da inflação

- Extender o direito a comprar casa para mais pessoas em apoios sociais

- Legislar o trabalho exercido a 30 horas semanais em salário mínimo esento de impostos

- Estabelecer um mínimo de 30 horas semanais de cuidados a crianças gratuitos

- Fazer um referendo sobre a presença do Reino Unido na UE

 

 

- Cortar no deficit todos os anos

- £2.5b extra para o NHS acima da inflação, subsudado maioritariamente pelo aumento das taxas de mansões com valor acima dos £2M.

- Aumentar o ordenado mínimo para £8/hora até 2019.

- Não aumentar o IVA nem os impostos no rendimento

- Apoio aos cuidados de crianças das 8h-18h.

- Congelar os preços das empresas de energia.

 

Imigração

- Manter a imigração anual no máximo das dezenas de milhares de imigrantes

- Estabelecer que os imigrantes da UE terão que esperar 4 anos antes de poder pedir benefícios do Estado assim como acomodação social

- Não permitir que sejam pagos benefícios a dependentes que vivam fora do Reino Unido

- Estabelecer regras mais fortes para deportar criminosos e dificultar a sua reentrada na União Europeia

 

 

- Adicionar 1000 novos cargos para controlo nas entradas ao país

- Manter um número máximo de trabalhadores provenientes de fora da UE

- Tornar ilegal que os empregadores desconsiderem os trabalhadores Britânicos para preferenciar explorar os imigrantes que estão dispostos a trabalhar por salários mais baixos.

- Estabelecer 2 anos de espera antes que os imigrantes da UE possam pedir benefícios de desemprego

União Europeia

- Estabelecer um referendo acerca da presença do Reino Unido na União Europeia até 2017

- Proteger a Economia Britânica de se integrar ainda mais com a Eurozone.

- Eliminar o Acto dos Direitos Humanos e substituí-lo com um Acto de Direitos para os Britânicos

- Resistir aos interesses da União Europeia de restringir as actividades de serviços financeiros

 

- Estabelecer uma lei que garante a eliminação de transmissão de poderes do Reino Unido para a UE, sem ter que recorrer a um referendo

- Estabelecer o Reino Unido como um país com posição de liderança na UE

- Reformar a Lei de Agricultura Comum

- Assegurar reformas para leis da imigração e bem-estar

Fonte: BBC

Para quem pretende saber mais detalhes sobre os objectivos dos vários partidos, aconselho a utilizarem a página seguinte que permite fazer uma selecção dos tópicos que são mais importantes para vocês, de acordo com a vossa actual situação: Esquema de comparação dos partidos do Guardian.

 

 

 

'Better together' - Escócia vota Não!

Os resultados do referendo relativos à independência da Escócia indicaram uma significativa maioria a apoiar o Não. O Sim apenas saiu vitorioso em 4 districtos do país - Glasgow com 53%; West Dunbartonshire com 54%; Dundee com 57% e North Lanarkshire com 51%. No total, de acordo com o jornal Guardian esta manhã, 55% dos votos escolheram o Não contra 45% que escolheram o Sim, e como tal a Escócia irá continuar a fazer parte do Reino Unido. Apesar dos resultados, este referendo histórico não deixa de ser uma vitória para quem queria uma Escócia independente visto que, como parte da campanha para o Não, o Primeiro Ministro Britânico David Cameron tinha prometido que a Escócia iria passar a ter mais direitos a nível legal e político do que tinha anteriormente, se se mantivesse no Reino Unido.

 

Esta manhã, um amigo meu Escoçês que vive em Londres e, portanto não pôde votar, mas que tem feito campanha para o Sim nas suas redes sociais já desde o início do ano, colocou esta mensagem na sua página do Facebook:

 

Dear Scotland

I see you've decided that it's a NO Vote for you. Despite it not being my preferred vote, I'm glad it was an overwhelming majority for you because I want you all to stay together and work together as Scots. Whichever country or ethnicity your people historically came from, yer aw Scots and must work together and continue to feed an appetite to involve yourself in your country, its politics and feed that newfound appetite to change our country for the better.

I don't live there anymore. You are the guardians of that place all Scots call home.

Look after it well, back up your decision with action and good luck with the many challenges that come. Lang may yer lum reek.

 

 

Os resultados do referendo pela independência Escocesa

Malaysia Airlines MH17, uma tragédia imperdoável

Os primeiros corpos do voo MH17 regressaram para a Holanda ontem, dia em que o país declarou dia de luto nacional, o primeiro oficialmente declarado desde a morte da Rainha Wilhelmina em 1962.

 

Uma semana depois deste acidente trágico e ainda mal posso acreditar que tal aconteceu. Incrível como somos impotentes a evitar situações deste género pelas quais nāo temos qualquer controlo. Mas uma coisa é certa, após o desaparecimento do voo da Malaysia Airlines em Março deste ano; este terrível acidente que ocorreu pela Malaysia Airlines decidir tomar uma rota sobre a zona de conflito na Ucrânia, e o facto de no dia 20 de Julho, para evitarem voar sobre a Ucrânia, decidirem ter tomado uma rota sobre outra zona de conflito na Syria; deixa a concluir, que esta companhia aérea tem muita responsabilidade sobre estes acidentes e não me parece de forma alguma confiável tendo em conta o tipo de decisões que tem tomado. 

 

Tocou-me bastante quando vi a mensagem de Facebook que tinha sido postada por um dos passageiros Holandeses do voo MH17, antes de entrar para o avião, em referência ao vôo desaparecido de Março:

 


O texto em Holandês significa: "Se este desaparecer, ele era assim".

Margaret Thatcher continua a causar rebuliço

Já todos sabemos da morte de Margaret Thatcher, a ex Primeira-Ministra do Reino Unido (1979-1990), que aconteceu na passada segunda-feira. Também já todos sabemos que ela provocou mais amor e ódio como nenhum outro Primeiro-Ministro Britânico provocou até hoje. A sua forte convicção para transpor os ideais de um partido de direita, levou a alguns extremos que deixou a classe baixa em apuros e a classe alta consideravelmente melhor. 

 

Ela já saiu do poder há 23 anos, mas apesar disso, a sua morte não deixou de ser celebrada pelas pessoas que se sentiram influenciadas negativamente pelas suas políticas à vários anos atrás e pelos mais extremistas de esquerda, tal como se ela tivesse estado no poder hoje.

 

Celebrações surgiram logo no dia da sua morte, mas uma festa maior está planeada para este sábado em Trafalgar Square, onde muitas pessoas anti-Thatcherismo planeiam desde há 10 anos atrás, fazer a grande festa de celebração do fim da época de Margaret Thatcher.

 

Sinceramente parece-me extremo fazerem algo como a celebração da morte de uma pessoa sobre a qual discordam das suas políticas que foram tomadas à tantos anos atrás. Tudo bem que nem todas as políticas foram as melhores e sem dúvida que algumas afectaram muito negativamente uma grande parte da população - mas agora fazer uma festa em celebração da morte de uma pessoa? margaret Thatcher pode ter sido uma pessoa um bocado extrema nas suas convicções mas também não foi nenhum Hitler. 

 

De qualquer forma, para os interessados em ver o que se vai passar, é estarem na zona de Trafalgar Square no sábado à tarde.

O voto do Reino Unido para sair da União Europeia

Hoje o primeiro Ministro Britânico, David Cameron, anunciou que o Reino Unido vai fazer um referendo relativo à sua presença na União Europeia - sai ou fica? Nos últimos poucos anos, o governo tem sofrido pressão por parte de membros da população e do partido Conservador (liderado por David Cameron), para a existência de tal referendo, principalmente desde que países como a Grécia, Irlanda, itália, Espanha, e claro está, Portugal, têm estado a sofrer uma forte crise económica, a qual, o Reino Unido tem ajudado financeiramente a suportar. 

 

Este referendo só está marcado para, pelo menos, daqui a 4 anos (depois das próximas eleições), e, se efectivamente ocorrer, pode levar à saída completa do Reino Unido, ou o governo Britânico, poderá negociar que o país tenha influência apenas na Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) e/ou fazer parte da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (EEA). Este artigo do Economista dá uma boa ideia das consequências ao nível positivo e negativo de uma possível saída do Reino Unido para quem estiver interessado em saber um pouco mais sobre o assunto. 

 

Agora uma questão ocorreu-me assim que vi nas notícias esta situação do referendo - se o Reino Unido efectivamente sair da União Europeia, o que vai ser de todos os cidadãos Europeus que, no momento têm a possibilidade de entrar, viver, estudar e trabalhar livremente no país? Passam a ter que pedir Visas com direito a estadia de duração limitada?

 

Será que vai haver uma forte vaga de candidaturas à cidadania Britânica por parte de muitos Europeus que cá estejam a viver, com medo da potencial saída da União Europeia? Fiquei curiosa sobre o que é preciso para uma candidatura a cidadania. Vou investigar e depois indico aqui num próximo post. 

 

Uma coisa é verdade - é que se o referendo decorresse amanhã, muito provavelmente os cidadãos Britânicos íriam votar para a saída. 

Votar para Portugal em Inglaterra

Eu quero ir votar e estava convencida que podia ir votar por estar registada a viver em Londres desde à quase dois anos atrás quando renovei o meu passaporte por cá. No entanto agora lembrei-me de ir ao site do consulado só para verificar como é que efectivamente podia efectuar o voto, horários, etc., e afinal,... não posso. Como é que eu me posso ter esquecido disto, mas faltou-me recensear cá. Não basta ter a minha morada registada cá. Tenho que me voltar a recensear cá e eu pensei que isso fosse efectuado automaticamente assim que a minha residência é oficialmente alterada. Para verificar que efectivamente ainda não estou recenseada por cá fui ao site oficial do Recenseamento em Portugal que permite efectuar uma pesquisa automática relativa ao local onde estou recensada e ainda me deu como resultado a minha antiga freguesia em Portugal. E o problema é que agora já é tarde para me recensear já que devia tê-lo feito com 60 dias de antecedência antes das eleições, portanto já não vou nada a tempo visto as eleições legislativas serem já no próximo dia 5 de Junho.

 

Bem sei que muitas pessoas neste momento estão a pensar - "mas porque raio é que ela quer tanto votar. Cada partido é pior que o outro. Eu vou mostrar a minha indignação por não votar". Pois é, quando fui a Portugal na Páscoa era esta a maioria dos comentários que ouvia. E tudo bem que não concordem em completo com o que nenhum partido tem planeado para o futuro do país, mas se não votarem também não vai ser assim que algo vai mudar. Apenas estão a deixar os resultados nas mãos de quem realmente se interessa em apoiar um certo partido e, como tal, podem deixar isso nas mãos das pessoas erradas. Será um caso de qual é o partido com mais "amigos" ou com mais pessoas que se deixaram influenciar pelas suas campanhas publicitárias. No pior dos casos se não quizerem mesmo apoiar nenhum dos dois "grandes" partidos, votem nos Verdes ou num dos partidos mais pequenos com o qual concordem com pelo menos algumas das suas políticas. Votem em branco em último caso, mas por favor votem!

 

Tenho que confessar que não estou expert no que cada partido defende. Penso estar relativamente informada mas gostava de saber mais por isso estejam à vontade para corrigir ou adicionar algo que não tenha mencionado abaixo relativamente ao que cada programa eleitoral, dos dois principais partidos, defende. Acho interessante trocarem-se diferentes opiniões e acho que a opinião e conhecimentos de outras pessoas podem ser interessantes e úteis para ajudar outros que leiam este post a tomar uma decisão de voto mais informada caso estejam indecisos entre um deles. No entanto, por favor, quem não estiver de acordo com algo que não comece à batatada. É positivo trocar ideias, mas não gerar discussões, se fazem favor.

 

Comparação entre o que o PS e o PSD defendem para o futuro de Portugal:

 

PS:

  • Aumentar a taxa de escolarização e aplicar a escolaridade obrigatória de 12 anos.
  • Introduzir sistemas de redução da pobreza dos idosos - embora não expliquem como vão fazer isso.
  • Continuação da reforma dos cuidados de saúde primários para garantir médico de família a todos.
  • Prosseguir com a modernização das infrastruturas a nível dos transportes (imagino que estejam a incluir aí as obras para o TGV e o novo aeroporto)
  • Redução do défice orçamental mais pelo lado da despesa que da receita
  • Revisão do sistema de comparticipação dos medicamentos

 

 

PSD:

  • Terminar com o actual sistema de emprego em que uma vez que os empregados passam a efectivos, practicamente não podem mais ser despedidos enquanto que a maioria dos jovens mantêm-se durante anos a recibos verdes porque as empresas não querem arriscar passá-los a efectivos. (Reparem que acabar com esse sistem não é mau. Em Inglaterra passado os primeiros 3-6 meses numa empresa fica-se logo efectivo. Claro que também podem despedir o empregado se não gostarem do trabalho dele, mas isso apenas me parece justo. Se não trabalha vai embora e que se dê a oportunidade a outro melhor. O sistema funciona bem por cá portanto não existe razão para não funcionar bem em Portugal também.)
  • Privatização parcial da saúde e da Caixa Geral de Depósitos - para que recebam mais apoios dos privados que gerem riqueza e poder utilizar o valor dos impostos para outras coisas de grande necessidade como a qualidade dos estabelecimentos de ensino
  • Aumentar o IVA em produtos de menor necessidade como a cerveja.
  • Defende uma avaliação nacional no fim de cada ciclo de ensino e a revisão do modelo de financiamento dos contratos de associação.
  • Diminuição do número de escalões do IRS e redução do IRC para exportadoras
  • Diversificar fontes de financiamento das pensões e criar esquemas complementares ao nível das empresas
  • Suspensão das grandes obras (imagino que se estejam a referir a obras como o caminho para o TGV e o novo aeroporto) dando prioridade aos investimentos públicos.
  • Revisão do sistema de comparticipação dos medicamentos.