Entre as renovações da casa, o trabalho, e tentar aproveitar o bom tempo o melhor possível, mal tenho visto o verão passar e já estamos quase no final de Julho! Os updates aqui no blog também têm sofrido com a vida em rebuliço dos últimos tempos por isso aqui venho fazer uns updates. E vão estar relacionados com a nova casa que isso é o que me está a ocupar o pensamento na maioria do tempo.
Como indiquei no último post, a casa necessita de uma redecoração total! A última dona vivia lá há 18 anos e nunca fez nada à casa, nem obras, nem remodelações, nem pinturas, nada. E, segundo os vizinhos que já conhecemos, o dono anterior também tinha feito muito pouco. Resultado, tinhamos comprado uma casa coberta de papel de parede antiquado por quase todas as paredes, incluíndo o tecto em alguns dos quartos, e, segundo o construtor que contratamos para nos ajudar com o projecto de remodelação, era possível que o papel estivesse a agarrar muita parede podre e que, no momento em que o tirássemos, a parede podia cair. E caíu!
Nem todas as paredes estavam podres, felizmente, mas caíu uma parte do tecto no corredor, caíu um bocado de uma parede no quarto, e caíu uma parede da casa-de-banho que, sendo uma parede de partição, já tinha a madeira quase toda podre por dentro. Essa parte inícial em que os construtores estavam a retirar todo o papel de parede talvez tenha sido das mais assustadoras porque tinhamos receio do quanto mal estivessem as paredes por baixo e dos custos associados para as arranjar. Mas essa fase passou, pelo que espero que as coisas tenham menos surpresas a partir de agora.
Também estamos a colocar uma nova casa-de-banho, que só temos uma, por isso queriamos já aproveitar esta fase inicial em que ainda não estamos a viver lá, para fazer as alterações. A casa-de-banho sem dúvida que tem causado um pouco mais de ansiedade. Devido ao tempo que as coisas demoram para entrega e termos que fazer tudo o mais rapidamente possível, acabei por encomendar certos materiais que não eram exactamente o que queríamos mas eram mais rápidos para entrega. Então estou com receio de como ficar o resultado final. Na semana passada já tinham colocado os azulejos, e parece que não ficam mal, mas os azulejos não foram a única encomenda que fiz como não queria por isso a ver vamos como ficará no final.
A parte da casa que vai ficar menos finalizada vai ser a cozinha. Não podemos fazer tudo para já, portanto, vamos simplesmente pintar os armários da cozinha que já lá estão, esperamos que o fogão ainda funcione para não termos que comprar um novo, e vamos pintar o chão da cozinha que actualmente tem aquele material tipo plástico. Se tirarmos o plástico vai ser muito caro de recuperar o chão de madeira por baixo. Portanto vamos ficar com o mesmo chão para já e só pintamos por cima. É altamente provável que a tinta por cima de um chão plástico se vá quebrar mais cedo ou mais tarde, mas esperemos que quando quebrar já tenhamos poupado o sudiciente para poder remodelar a cozinha como precisa. Até lá, vai ter que ficar assim.
Entretanto já comecei a procurar um inquilino para tomar conta do nosso contrato do apartamento que estamos a arrendar de momento em London Bridge e esperamos poder mudar-nos daqui a cerca de mais ou menos um mês.
Remodelações têm muita parte entusiasmante e stressante em igual medida mas, quanto mais progresso vimos na casa, mais ansiosos ficamos para podermos fazer a mudança. Ficam algumas fotos do progresso da casa-de-banho.
Antes das obras
Depois
Encontrámos a história da casa-de-banho em papel de parede
Lembram-se dos meus primeiros posts quando falei sobre a iniciação do processo de comprar casa em Londres a partir de finais de 2020? Podem lê-los aqui:
No total, o processo de compra de casa foi longo! Começamos entusiasmados e vimos 63 casas desde o início do processo a 17 de Outubro de 2020 até meados de Abril de 2021, quando verificámos, que vender o meu apartamento não ia ser tão fácil quanto esperava, como indiquei no post Parte V. Nessa altura, parámos a nossa procura de casa e parámos também a tentativa de vender o apartamento até que as coisas com as medidas que tinham que ser feitas no apartamento avançassem.
Voltei a colocar o apartamento à venda em Setembro de 2021 quando já tinha a situação mais resolvida, e recebi uma oferta da primeira pessoa que o visitou nessa altura, que felizmente avançou para a frente e entreguei as chaves do meu apartamento à nova dona a 25 de Março de 2022.
Quando recebemos a oferta no apartamento recomeçamos a procura de casa, mas desta vez já sabíamos melhor o que queríamos na próxima casa, por isso só visitamos aquelas que tinham mesmo potencial, e desde essa altura até ao dia 5 de Fevereiro de 2022 vimos mais 16 casas. Desta segunda ronda de visitas a casas também verificámos que os preços das casas tinham subido cerca de 10% do valor que tinham no ano anterior quando iniciámos a procura! Os preços começaram a ficar ridículos e estávamos a ver que se não conseguíssemos encontrar nada rapidamente, iríamos que ter que começar a procura noutras zonas de Londres. O problema que parece haver de momento é que, talvez um efeito da pandemia, há de momento muitas mais pessoas a querer comprar casas com mais espaço, mas as pessoas que vivem em casas grandes, mesmo quando já não precisam delas, não querem vender para evitar os grandes custos com mudança tais como o imposto do Stamp Duty. Não existe qualquer incentivo financeiro para que pessoas mudem para propriedades mais pequenas por isso elas não o fazem. Resultado - a oferta de casas é pequena, e a procura é muito elevada, logo os preços sobrem a níveis disparatados.
Fizemos outra oferta na casa #79. Sete outras pessoas fizeram uma oferta para a mesma casa, mas a vendedora queria vender apenas a compradores que estivessem 'chain free', o que reduziu a sua escolha a dois compradores - nós (a tal venda do apartamento foi sem dúvida importante) e um outro casal que podia pagar em dinheiro. Apesar de termos feito uma oferta superior, como a vendedora queria fazer uma venda o mais rapidamente possível, escolheu os outros que podiam pagar a dinheiro e que, portanto, ofereciam menos risco do que nós que ainda tínhamos que ter o empréstimo bancário resolvido. Lá perdemos essa casa, e voltámos a continuar a pesquisa. Duas semanas depois, e passada a visita a mais 6 casas, recebi uma chamada do agente da tal casa #79 a dizer que os outros compradores decidiram voltar atrás com a compra porque outra casa que eles queriam mais tinha voltado ao mercado, e como tal, a casa era nossa se quiséssemos!
Começou então finalmente a burocracia de compra com todas as papeladas e afins que se tem que resolver. Encontrávamo-nos na base de uma cadeia entre 5 compradores e vendedores, ou seja, estávamos numa grande 'chain', em que todos tinham que acordar a fazer a finalização da venda no mesmo dia para que todos pudessem mudar de casa nessa altura. Ora essa era portanto, a razão pela qual a nossa vendedora queria mesmo vender a alguém que não estivesse numa 'chain' porque não a queria aumentar ainda mais. E com 5 pessoas na 'chain' já havia uma grande probabilidade para que alguma coisa corresse mal no processo, e bastava uma pessoa no meio mudar de ideias ou não poder efectuar a compra para a cadeia toda cair e ter-se que começar de início novamente.
E como não podia deixar de ser, claro que houveram problemas! Uma das pessoas não estava a conseguir ter a aprovação do banco para o empréstimo da casa, o que começou a adiar o processo. Enquanto todos não estivéssemos alinhados e com os fundos organizados, a troca de contratos não seria possível e, enquanto não houvesse troca de contratos, tudo podia cair e ficávamos sem a casa. Essa é uma das grandes diferenças entre o processo de compra e venda do Reino Unido e o processo de Portugal ou da maioria dos outros países, é que por cá, o processo de compra pode cair passados meses de se estar no processo, quando se estiver quase no final da troca de contratos. Até à troca de contratos, que geralmente não se faz antes de 3 meses da data da oferta ter sido feito, ninguém tem que colocar depósito nenhum e portanto, podem decidir voltar atrás se assim o entenderem. Isso claro que torna tudo mais complicado, mas passado os problemas e atrasos que tivemos na nossa cadeia, na segunda semana de Junho conseguimos fazer a troca de contratos e, nesta passada quinta-feira recebemos as chaves da nossa nova casa!
Foram 21 meses, 85 casas no total visitadas, e stress e dores de cabeça pelo meio, mas finalmente o processo está finalizado! E vamos voltar a viver em Hackney como queríamos.
Acabámos por comprar uma casa que precisa de uma redecoração total, por isso ainda não nos podemos mudar para já, mas vai começar esta semana a experiência do processo de modernização da casa.
A minha vez ainda não é este ano mas, principalmente durante os últimos dois anos, os meus amigos começaram com as suas grandes festas de aniversário para celebrar a entrada na sua nova década de vida, e quantos mais aniversários celebro mais me faz lembrar que a minha vez se aproxima também!
40! Ou 'the big Four Oh'!
What!? Como?! 'As pessoas velhas é que têm 40 anos' sempre pensei eu. E eu não sou velha, portanto como é que eu estou a preparar-me para entrar nessa década. Meia-idade, oquê?! FU*K!!!!
A idade mais nova que eu me lembro da minha mãe ter é 41 porque lembro-me de me terem perguntado na escola primária a idade dela e saber responder. E agora,... daqui a poucos anos estou lá eu (bem espero que esteja, porque é um bom sinal se estiver).
Este conceito de entrar numa nova década das nossas vidas tem imenso peso na sociedade, e porquê? É só um número associado ao tempo que estamos neste mundo, e estar mais tempo é sem dúvida positivo, mas existe aquela noção de que ao atingires certa idade tens que te comportar de uma certa forma, e tens que deixar de fazer certas coisas e começar a fazer outras - "tens que deixar de festas e saídas à noite, ficar mais em casa a tratar do jardim e dos filhos, ter atingido uma boa posição na carreira e sem dúvida tens que ter tudo bem definido sobre o que queres atingir a nível do trabalho, ou simplesmente deixares o trabalho e dedicares-te às crianças porque elas têm prioridade. Deves começar a fazer bolinhos para levar para a festa da escola local e deixares-te de noitadas e festas com os teus amigos solteiros porque eles não te percebem e não têm as responsabilidades que tu tens. Nada como ir deitar cedo para fazer bem à pele porque estás a ficar velho e bem que precisas de cuidar da pele que essas rugas já estão visíveis,..."
E se não fizeres tudo como é suposto e aceite pela sociedade és um falhado, estranho, louco, e sabe-se lá mais o quê. E sabem o que digo à sociedade que pensa assim? FU*K O*F!!
Eu tenho todos os planos de continuar a viver de forma semelhante ao que tenho feito durante a década dos 30, não planeio nem quero ter filhos, e definitivamente ainda não tenho alcançado tudo o que queria alcançar a nível profissional e ainda quero experimentar novas coisas que nunca fiz a esse nível. Sinceramente, em termos de um local que aceite bem pessoas que não se querem deixar cair na norma da sociedade, esse local é Londres, por isso não podia estar num melhor local para entrar na nova década.
Mas então, se vivo num local que não segue necessariamente as regras da sociedade e que aceita bem as diferenças, e se não quero saber do que as outras pessoas pensam sobre o que eu faço ou deixo de fazer com as decisões da minha vida, porque é que estou chocada/ansiosa da aproximação a esta nova década? Não sei.
Adorava ter a razão bem identificada, mas não tenho essa resposta. Sem dúvida não está relacionado com opiniões ou expectativas do que deveria ter atingido ou deixado de atingir. Todos nós entramos nessa década mais cedo ou mais tarde, faz parte da vida e quero vivê-la ao máximo e passar por todas as fases que ela pode trazer. Mas quanto mais penso nisso, a única razão que encontro é essa imagem que eu própria tenho do que os 40 representam. Não é a sociedade que tenho que culpar, sou eu! Sempre vi os 40 como uma idade em que se leva as coisas a sério, é definitivamente uma idade adulta, e é essa associação que me faz ficar a pensar na importância da entrada nessa nova década. Mas eu sei que tenho que aceitar e abrir os braços para essa nova fase em vez de rejeitar essa ideia. É algo inevitável portanto será bem melhor se, na altura em que lá chegar, eu já estiver totalmente mentalizada e preparada para receber esta nova década de vida. Por isso também quis escrever este post sobre o assunto. Faz bem colocar as nossas ideas em escrita porque ajuda a ter uma nova perspectiva e organizar a confusão que por vezes temos em mente. Também adorava saber como outros possam ter recebido a entrada nos 40 ou como é a sua percepção para a futura entrada caso também se estejam a aproximar da data.
Entretanto eu vou também querer começar a pensar em como vou celebrar esse aniversário. Para já alguns amigos já fizeram celebrações em grande, desde alugar um cocktail bar só para a festa deles, ou organizar um fim-de-semana fora com amigos. Ainda não sei como vou querer celebrar o meu, mas sei que quero que seja uma festa em grande, ou, melhor ainda, uma sucessão de várias festas
Como trabalho numa empresa muito internacional, havia muitos colegas que ainda nunca tinha conhecido pessoalmente. Adicionando a situação da pandemia e a impossibilidade de viajar durante a maior parte do tempo que tenho estado a trabalhar para esta empresa (comecei por cá em Julho de 2020) isso tornou as coisas ainda mais difíceis. Tenho também o problema que trabalho muito com pessoas da costa Oeste dos Estados Unidos. Ou seja, as nossas 17h são as 9h da manhã deles, o que significa que tanto eu tenho que trabalhar bem depois das 18h quase todos os dias, quanto os meus colegas têm que começar a trabalhar bem cedo antes das 8h da manhã muitas vezes. Então os meus fins de tarde são sempre cheios de reuniões atrás de reuniões, e como todas têm na maioria 30minutos, para tratar de certos assuntos em que são necessárias várias pessoas, assim que começamos a estar mais dentro do assunto e a conversa começa a ser mais útil, já está o tempo da reunião a acabar. Logo, temos que continuar numa próxima reunião que não será até mais uns dias porque entretanto os calendários estão cheios, e as decisões acabam por demorar muito mais tempo a ser tomadas por causa desta situação. A tecnologia claro que ajuda muito a fazer o trabalho mais colaborativo entre o sistema de mensagem interna com o Slack, as videoconferências com o Zoom ou tecnologia de projectos como Asana, MAS... e isto é um grande MAS,... nenhuma delas consegue perfeitamente substituir a iteração em pessoa e a facilidade como se consegue chegar a decisões quando todas as pessoas que precisam de estar envolvidas se encontram num mesmo espaço.
Então finalmente tive a oportunidade de me encontrar com alguns dos meus colegas com quem trabalho mais frequentemente na semana passada. Encontrámo-nos em Santa Barbara, na Califórnia, onde temos um dos nossos escritórios. E foi tão útil!! Adorei poder finalmente conhecer pessoalmente pessoas com quem tenho andado a trabalhar virtualmente durante mais de um ano e alguns dos executivos com quem ainda não tinha interagido muito. Do grupo que lá esteve, ainda só tinha conhecido duas pessoas pessoalmente.
É sempre uma situação muito interessante aquele primeiro momento em que nos encontramos pessoalmente com alguém com quem falamos quase todos os dias e que temos visto no pequeno ecrã do computador durante tanto tempo. Há sempre aquela parte de surpresa relativamente à altura de uma pessoa (geralmente são eles surpresos com a minha altura que não esperam uma Portuguesa ser tão alta quanto eu); depois há aquela oportunidade para ter conversas fora do trabalho para efectivamente permitir conhecer melhor um indivíduo, principalmente depois de uns dois copos de vinho ao jantar, que ajudam sempre as pessoas a ficarem um pouco mais abertas. E principalmente aquela oportunidade para estarmos várias horas juntos a discutir assuntos que geralmente demoram semanas a acordarmos, e que, de repente, em duas ou três horas, e depois de um quadro branco cheios de gráficos e palavras, conseguimos chegar a conclusões, ideias, efectivamente fazemos progresso!
Esta viagem fez-me relembrar o quanto eu gosto de trabalhar num escritório e o quanto eu gosto da iteração com uma equipa que, sinceramente, tem sido muito pequena nesta empresa. Fazemos tudo online. Não ajuda que eu seja a única pessoa da equipa de marketing que tem a base em Londres, mas até com os meus outros colegas de outros departamentos que também têm como base o escritório de Londres, ninguém quer vir para o escritório. E desde que eu mudei de casa até que estou a minutos a pé de caminho até ao nosso escritório, mas para já, ainda só lá fui duas vezes desde que me mudei para este novo apartamento. Simplesmente os meus colegas estão demasiado confortáveis em casa e não querem vir para o escritório. Aparentemente, a situação era diferente antes da pandemia. Já havia a cultura de se trabalhar de casa mas, na maioria dos dias, as pessoas vinham para o escritório. Mas desde que se habituaram a ter um espaço mais permanente em casa, são poucos os que estão interessados em vir trabalhar a partir do escritório. Não ajuda o facto de que muitos vivem fora de Londres, e outros tantos tiveram bebés recentemente, logo todos parecem ter uma boa desculpa para não virem frequentemente. Muitas vezes, tenho sido eu sozinha no escritório, ou só com mais uma ou duas pessoas. É apenas nos dias em que há um evento oficial, ou que algum executivo vem a Londres, que as pessoas fazem o esforço de ir trabalhar a partir do escritório. Por um lado, eu até preferia que terminassem o nosso contrato com o escritório actual e que nos colocassem num escritório de co-working, porque ao menos, para aqueles que gostam de ir ao escritório, como eu, teríamos uma base, onde haveriam outras pessoas com quem interagir. Mas assim sendo, mantemo-nos com um espaço grande e vazio.
Imagino que ainda há muitos de vocês que estejam em situações semelhantes? A vossa vida de trabalho continua virtual desde a pandemia? Para mim, pelo menos, não acho ideal, mas ao menos, se poder começar a viajar um pouco mais frequentemente, ao menos já valerá mais a pena. Fica uma foto da margem da praia de Santa Barbara onde fui quase todas as manhãs antes do trabalho na semana passada, que é uma zona simplesmente linda com o mar dum lado, a pequena cidade e as montanhas do outro. A temperatura também estava de verão. Adorei lá passar uns dias.
E está feito - na semana passada saí do meu apartamento. O meu primeiro apartamento que tanto prazer me deu a decorar e onde adorei viver durante os últimos 5 anos e meio. Sem dúvida que sair de lá foi um pouco emocional. Mas com o passar do tempo mudam-se as necessidades e o meu apartamento já não satisfazia o espaço onde queria estar a viver por isso a mudança era importante.
Para já mudei-me para o lado sul do rio. Adorei este apartamento com o seu carácter industrial, e nada como experimentar viver numa zona diferente durante uns tempos até, espero eu, conseguir encontrar um casa mais permanente na zona de Hackney. Quero voltar porque é nessa zona onde estão a maioria dos meus amigos e onde gosto bastante do ambiente, da abertura das pessoas, da diversidade de culturas, do seu carácter artístico e inovador, e dos seus parques, canais e animação. Mas para já vou tentar aproveitar a nova zona o mais possível.
O meu novo senhorio deixou a casa toda mobilada (talvez até mobilada de mais para ser sincera) que tivemos que colocar imensas coisas numa arrecadação que não nos cabe no apartamento, mas ao menos, também significa que houve menos arrumação para fazer, e uma semana depois de nos termos mudado para cá, já está tudo tratado e o apartamento arranjado.
Como estou perto de London Bridge, é um pouco estranho estar numa zona tão central, por haver tantas pessoas por todo o lado. Então o meu passeio matinal não tem sido necessariamente tão calmo como aquele que fazia ao longo do canal em Hackney mas imagino que a localização central também venha a ter outras tantas vantagens. De qualquer forma, estou a adorar a experiência de viver numa zona cheia de armazéns antigos, na sua maioria hoje em dia convertidos em apartamentos ou escritórios, e descobrir as novas ruas cheias de carácter por onde ainda nunca tinha passado.
Ficam algumas fotos dos meus primeiros passeios matinais na zona:
Talvez se lembrem de que já danço Lindy Hop há vários anos. E quem diz danço, quer dizer, dançava... antes da pandemia, mais ou menos regularmente. Sendo totalmente sincera, nos últimos 2 ou 3 anos antes da pandemia também já só ia dançar ocasionalmente. Deixei de ir todas as semanas como fazia durante um certo período da minha vida quando estava completamente obcecada por aquele hobby que adorava. Ainda adoro, mas ao fim de vários anos, as pessoas que conheci na dança e com quem ia dançar regularmente, começaram a ter bebés, e tornou-se muito mais difícil de nos encontrarmos regularmente. Como também conheci o meu Inglês por essas alturas e ele não era de muitas danças, acabei inevitavelmente por também ir menos frequentemente. Mas no outro dia, voltei a ir dançar.
Foi uma ida espontânea porque estava a combinar com uma amiga (das que conheci há anos através da dança) ir tomar uma bebida ao pub nessa noite. Entretanto vi um convite para um evento no Facebook pelo mesmo músico que organizava a noite que frequentávamos regularmente. A noite com o mesmo tema, mas num novo estabelecimento, estava planeada para essa mesma noite. Perguntei-lhe se queria ir lá em vez de irmos ao pub. E fomos.
Quando a banda começou a tocar e as pessoas começaram a levantar-se para dançar pensei se ia ser impossível ter a mesma espontaneidade de dança que tínhamos antes da pandemia. Afinal, dançar a pares é talvez das actividades menos seguras em termos da probabilidade de se apanhar Covid que há por aí. Imaginei que os dançarinos presentes podiam preferir manter-se a dançar com os amigos com quem vieram por questões de segurança por isso também não queria ir pedir por danças para evitar fazer alguém sentir-se desconfortável. Não me importava muito. Eu consigo mais ou menos liderar a dança por isso podia dançar um pouco com a minha amiga, e o resto do tempo podíamos passar na conversa e a apreciar a banda e ver as pessoas dançar que era bem agradável. Mas estava enganada. Não demorou muito para que o primeiro viesse pedir para dançar e rapidamente apercebi-me de que todas as pessoas estavam a dançar com outros desconhecidos. Desconhecidos, como quem diz, porque, até que reconheci muitas pessoas que lá estavam desde há anos atrás. A comunidade de Lindy Hop não é assim tão grande, e como não deve ter havido muitas pessoas a aprender a dançar nos últimos dois anos, então continuasse a reconhecer as mesmas caras.
Dancei uma, duas, três, e acabei por continuar a noite a dançar. Devo admitir que a minha capacidade de recuperação entre cada dança já não é tão eficaz como era há uns anos atrás e queria descansar entre cada uma, mas de forma geral, a sensação de euforia e felicidade foi idêntica há que tinha há 11 anos atrás quando comecei a dançar swing. Adorei! Tinha saudades.
Ao voltar para casa nessa noite de bicicleta senti-me bem e cheia de energia. É interessante como dançar pode-nos fazer sentir assim tão bem e também é interessante como dançar é como andar de bicicleta. Não se esquece. Parecia que não tinha passado assim tanto tempo quanto passou desde a última vez que estive numa noite daquelas. Agora quero mais!
Hoje foi um dia importante para mim. Foi o dia em que os meus advogados trocaram contratos com os advogados da compradora do meu apartamento. Para quem se lembra, eu tentei colocar o apartamento a vender no final de Janeiro do ano passado. Ficou dois meses no mercado à venda em Shared Ownership mas só recebeu visita de duas pessoas interessadas. Coloquei-o depois à venda com um agente ao valor total de mercado mas tive que retirar do mercado logo no dia seguinte de ter sido anunciado porque entretanto recebi a notícia de que o meu edifício também ia sofrer com esta situação que quase todos os apartamentos estão a sofrer recentemente devido à sua construção não estar aprovada pelas novas regulamentações de construção de edifícios para prever fogos. No nosso caso não era tão mau como muitos edifícios que têm que alterar completamente a fachada. Simplesmente temos que alterar o chão das varandas por ser de um material combustível, mas mesmo assim, o facto significava que o edifício não ia alcançar um valor satisfatório no certificado da 'EWS1 form' e, como tal, os bancos não vão emprestar dinheiro a um comprador que pretenda ficar com o apartamento. Assim sendo, decidi retirar de imediato o apartamento do mercado porque achei que não valia a pena o stress de tentar vender nesta altura e decidi esperar para ver o progresso da remediação do problema.
Um ano depois, ainda tenho o edifício cheio de andaimes preparado para a tal mudança de chão das varandas que ainda não foi mudado. E já estou mais que farta de viver demaixo de andaimes! Mas, apesar do assunto ainda não estar resolvido, pelo verão do ano passado, como forma de tentar resolver o assunto que estava a afectar tantas pessoas, o governo concordou com alguns bancos que não teriam que pedir a EWS1 form para edifícios mais baixos que 18m de altura (que é o nosso caso). Não ficou tudo bem oficial mas foi o suficiente para me dar força para voltar a colocar o apartamento no mercado com o mesmo agente, e a primeira pessoa que viu o apartamento, adorou-o, fez uma oferta no mesmo dia, e é a quem o estou a vender agora. Com a troca dos contratos entre os advogados hoje, a mudança é oficial e já nenhuma de nós pode voltar para trás com a nossa decisão.
Entretanto, temos andado numa procura frenética para conseguir encontrar um novo apartamento para alugar temporariamente e isso não foi nada fácil que, até em aluguer, imensas pessoas fazem ofertas e colocam acima do preço pedido para conseguirem ficar com o apartamento. Enfim, nós perdemos dois apartamentos com essa história mas, eventualmente lá conseguimos um de que gostámos, mas vamos ter que sair de Hackney. Por um lado tenho imensa pena de sair desta zona que adoro, mas por outro lado, também gosto da ideia de experimentar viver numa zona diferente onde ainda nunca vivi. A mudança desta nova fase está marcada para fins de Março.
No outro dia houve uma discussão num dos meus grupos de amigas no WhatsApp. Duas das minhas amigas têm opiniões divergentes sobre a vacinação contra o Covid e, quando uma menciona sobre a temática relativamente aos efeitos negativos da vacina, a outra manteve-se sempre calada sobre o assunto apesar de não se sentir confortável com o tema. Mas no outro dia, depois de mais um comentário negativo, a outra amiga rebentou e enviou uma longa mensagem para o grupo sobre como não concordava com a opinião da primeira dando-lhe quase uma lição de moral sobre o assunto e a pedir para não falarmos de assuntos contraditórios no grupo. Resultado, a recipiente da mensagem saiu imediatamente do grupo por se sentir ofendida e sem perceber como é que os seus comentários podem ter chateado tanto a outra. Um dos problemas nesta situação refere-se à falta de comunicação porque, se a segunda amiga tivesse pedido para evitarmos falar sobre o assunto, a outra provavelmente nunca teria continuado a enviar mensagens sobre o mesmo e, como tal, não íamos chegar ao ponto em que chegámos.
Claro que a situação foi um choque para o grupo e alterou um pouco as nossas conversas habituais porque tínhamos menos um membro no grupo e não sabíamos bem como rectificar a situação ou se alguma vez se vai conseguir rectificar.
Assuntos relacionados com o Covid, Brexit e política, têm sido provavelmente dos mais contraditórios dos últimos anos e o facto é que, apesar de assumirmos que a maioria das pessoas que consideramos nossas amigas têm opiniões semelhantes às nossas, isso nem sempre é verdade. E o que temos que perceber é que não há certo ou errado. OK, algumas pessoas podem estar melhor informadas do que outras, mas cada pessoa é diferente, tem um ponto de vista diferente, e como tal as opiniões têm que ser respeitadas. Mas é também importante aperceber-nos da sensibilidade de cada um para certos assuntos e por vezes é preciso colocar um filtro naquilo que dizemos para não magoar outras pessoas.
Acho importante discutir assuntos importantes como esses mencionados com amigos e ouvir a lógica que cada um tem acerca das suas opiniões mas quando noto que as nossas opiniões divergem bastante prefiro parar a conversa e concordarmos em discordarmos. Afinal, amizades são formadas por variadas razões e haver desacordo num específico tema nem sempre significa que já não existe base para uma amizade.
É triste termos chegado a esta situação, mas experiência ensina que nada como ser cuidadoso com temáticas contraditórias.
Ainda parece que foi ontem que ía para o ginásio às 7h da manhã nas manhãs frias e escuras de Janeiro, mas dei comigo que já passaram dois anos!! Dois anos sem ir ao ginásio que era algo que já tinha totalmente inserido na minha rotina e que nem sequer questionava. Tinha terminado a minha inscrição no final de Janeiro de 2020 quando terminei o contrato com a minha empresa por estar associado à empresa, e decidi não me ir inscrever noutro até encontrar novo trabalho. Dois meses depois estávamos em lockdown, e continuei sem emprego durante 6 meses.
Comecei a fazer exercício em casa através dos vídeos do YouTube e não senti falta do ginásio por isso mesmo. Continuava ativa, e comecei até a fazer exercícios que normalmente não faria no ginásio tais como Yoga ou HIIT. Então quando eventualmente os ginásios voltaram a abrir eu nem sequer pensei em voltar para lá, aliado talvez à desculpa de ter maior probabilidade de apanhar COVID por lá. É que mesmo que só passe 20 ou 30minutos nas máquinas aeróbicas, todo o processo de me preparar para o ginásio, chegar até lá, tomar banho etc, tudo isso demora pelo menos 1h-1.5h, enquanto que em casa, são 20 a 30minutos de exercício e está feito. E sim, eu só faço uns 20 a 30minutos e chega bem. Há todas as teorias de que 1 hora de exercício é ideal, mas eu cá acredito, e noto por experiência própria, que mais vale fazer um pouco de exercício mais frequentemente do que fazer uma sessão longa de vez em quando. Faz parte daquela necessidade de acordar o corpo e fazer o sangue correr nas veias e o coração palpitar mais forte. Faz-nos sentir bem e com mais energia para o resto do dia, razão pela qual também prefiro fazer exercício logo de manhã do que ao final do dia. E também fico logo despachada e não preciso pensar mais no assunto o que também é bom.
Mas ao final de dois anos a exercitar no pequeno espaço entre o sofá e a parede comecei a sentir falta de estar num ambiente com mais pessoas, e com mais espaço, e com mais aparelhos ou acessórios para fazer exercícios diferentes, mas ao mesmo tempo não há nenhum ginásio perto de casa onde gostasse de me inscrever. Por isso decidi dar uma tentativa ao ClassPass. Para quem não conhece, permite irem a centenas de aulas diferentes ou acesso a ginásio numa variedade de espaços diferentes. Marcam-se as aulas em avanço através dum app, e cada aula custa um certo número de créditos, portanto só se paga pelas aulas a que se vai, mas de forma geral, se forem a duas aulas por semana, o preço fica semelhante a uma inscrição num ginásio. Para já fui a 6 aulas diferentes em 6 ginásios e estúdios diferentes e ainda tenho muitas para experimentar. Eventualmente vou acabar por visitar todos os locais mais próximos, mas até lá vou descobrindo os que gosto mais para voltar. Um deles vai ser o FLY LDN em Liverpool Street por ter ecrãns tipo cinema e passam filmes de paisagens bonitas em cada aula que até é um conceito bem interessante.
Comecei o ClassPass com um mês gratuito mas já me inscrevi na mensalidade para poder continuar. Se estiverem também interessados em experimentar, podem começar com um mês gratuito de ClassPass a partir daqui. Fez parte dos meus objectivos para o ano de experimentar novas formas de exercício portanto ao menos este começou bem. Noutros já estou um bocadinho atrasada
Se tiverem recomendações de ginásios ou estúdios a experimentar na zona de Hackney ou perto, adorava saber delas.
E já cá estamos do outro lado do ano, e do outro lado das férias que, sinceramente, estava com receio de que não acontecessem/alguma coisa corresse mal, até à última da hora. Mas felizmente, não só conseguimos ir passar o Natal a Portugal, como também conseguimos finalmente tirar a nossa tão atrasada lua-de-mel!
Mas por causa do Covid não conseguimos voltar a marcar a lua-de-mel novamente durante os últimos dois anos. Houveram algumas temporadas em que as viagens estavam acessíveis, mas a altura não era ideal para viajar por causa do trabalho por isso fomos adiando e adiando. E este Novembro passado, quando estávamos a pensar sobre os planos para o Natal e Passagem de Ano Novo, pensamos em marcar a tal lua-de-mel atrasada por altura do Ano Novo. A altura era ideal por ser tudo calmo no trabalho nesta temporada pelo que podíamos ir e realmente relaxar do dia-a-dia.
A Malásia desta vez não era uma boa opção. Não só pelas restrições Covid, como também envolvia 3 diferentes voos, e uma quantidade de testes Covid e burocracias que queríamos evitar ao máximo. Neste momento existem alguns, poucos destinos que têm regras de entrada relativamente simples e sabíamos que queríamos ir a um destino quente por isso foi fácil decidir-nos pelas Ilhas Maldivas. Muitos dos resorts já não tinham qualquer disponibilidade e já estava a começar a desistir da procura, mas eventualmente um novo agente conseguiu encontrar-nos uma vila na ilha de Kuredu que tinha as características que queríamos por isso fizemos a marcação. Depois foi esperar e tentar evitar apanhar Covid que parecia que Londres inteira estava a apanhar antes do Natal. Por isso também decidimos voltar para Londres de Portugal, no mesmo dia em que apanhamos o voo para as Maldivas. Dessa forma evitámos entrar no Reino Unido, e fazer mais testes, e assim o teste PCR que fizemos em Portugal serviu para entrar no Reino Unido e nas Maldivas.
Finalmente lá chegamos e devo dizer que já percebo bem porque é que as Maldivas são um destino tão popular de lua-de-mel. As ilhas são paradisíacas com um mar azul marinho muito vibrante e a areia branquinha, a vegetação muito verdejante e imensa. Qualquer lado em que olhávamos era lindo, lindo, lindo! Kuredu é também a segunda maior ilha-resort das Maldivas, o que significa que tem mais que explorar do que outras ilhas mais pequenas. Sempre ouvi as pessoas queixarem-se de que achavam que as Maldivas podiam ser aborrecidas por serem tão pequenas, mas eu não estive nada aborrecida de lá estar. Para além de relaxar à beira da piscina com um cocktail numa mão e um livro na outra (que devo concordar que até passei bastante tempo dedicada a isso), a ilha tinha muito mais para oferecer tal como vários desportos aquáticos, golfe, ginásio, passeios de barco, e passeios a fazer na ilha. Entre as várias actividades o que gostei mais foi mesmo de snorkelling e passeio imenso tempo a nadar com os peixinhos entre os corais e até tive também a oportunidade de nadar mesmo junto de um tubarão (os tubarões das Maldivas são vegetarianos e amigáveis). Demorou a tirarmos estas férias de lua-de-mel mas foram muito bem passadas.
Aproveitei também enquanto lá estava para escrever os meus objectivos para este ano. Gosto de utilizar esta altura do ano para refocar aquilo que é importante para mim e delinear objectivos alcançáveis e possíveis de medir ao longo do ano para verificar onde estou ao alcança-los. Estabeleci objectivos ao nível de trabalho, a nível pessoais, relacionados com aprendizagem e cultura, relacionados com saúde e exercício. Esqueci-me de definir alguns a nível financeiro mas ainda os vou definir que todas estas áreas são importantes. E ainda vou dedicar algum tempo hoje a começar a preparar a realização de alguns deles por isso termino este post por aqui mas ficam algumas memórias das Maldivas.