Eu posso estar sem trabalho e fechada em casa, mas aborrecida é uma coisa que não tenho estado. Lá tive um dia em baixo na semana passada, mas tal como costumo fazer noutra situação, começo a entreter-me com projectos diferentes e isso faz-me distrair e concentrar noutra coisas, e consequentemente, sentir-me melhor.
Tenho seguido algumas das ideais sobre as quais escrevi por aqui e uma delas é que, agora como tenho o 'fermento de sourdough' (se alguém souber o que se chama em Português a um Sourdough Starter agradecia. Será que 'fermento de sourdough' está correcto?), para manter a cultura viva tenho que activá-lo pelo menos uma vez por semana. Por isso estou-me a dedicar a fazer produtos de padaria com ele durante os próximos tempos.
No fim-de-semana passado, tinha feito pão e este fim-de-semana dediquei-me a fazer pão novamente e também aprendi a fazer brioche, que adoro! Ficaram todos bem e, o pão até ficou melhor desta segunda vez do que da primeira. Quanto mais se faz, mais se aprende como melhorar, claro está.
Mas devo dizer que esta coisa de estar a aprender estas receitas, também me fez aperceber que apesar de gostar muito de brioche, se calhar devia não gostar assim tanto porque aquilo leva carradas de manteiga que nunca mais acaba. Digamos que não é propriamente o alimento mais saudável OK, eu já sabia que esse tipo de pão doce leva muita manteiga, mas tem-se sempre uma perspectiva diferente entre comer algo que foi comprado já feito, e comer algo que fomos nós a fazer e sabemos exactamente os ingredientes que levou. É por essas e por outras que não se pode parar com o exercício durante estes dias que estamos de quarentena.
Mas manteigas à parte devo concordar que esta coisa de fazer pão até que é bastante agradável. É interessante seguir os passos e ver como a forma como se amassa afecta o sabor do pão. É também entusiasmante olhar para a massa depois de umas horas de levedura e verificar que realmente cresceu! Acho que como passo sempre a vida num corrupio nem nunca tinha pensado na possibilidade de fazer pão por o considerar uma perca de tempo. Porque é que haveria de fazer pão quando a 15 minutos a pé de casa tenho acesso a 6 padarias excelentes (e de certeza que me estou a esquecer de mais algumas)? Mas esta situação em que estamos faz-nos colocar tudo em perspectiva - desde a forma como passamos o nosso tempo como a possibilidade de apreciar outras coisas novas. Nada como tentar aproveitar para ver o lado positivo que esta situação também nos possa trazer nem que seja a oportunidade para descobrirmos novos hobbies.
Para a semana estou a ponderar entre utilizar o fermento de sourdough para fazer pizza ou para fazer Raviolis. Deixei agora na minha Story no Instagram a pergunta para lá poderem dar a opinião, mas se quiserem digam-me também nos comentários. Eu faço aquele que tiver mais votos e depois coloco os resultados no Instagram.
Entretanto fica aqui o resultado dos brioches e pão de hoje
Avisa-se a todos os passageiros que devido a congestionamento nos canos pelo uso de tanto papel de cozinha em alternativa ao papel higiénico, a passagem pela 'bathroom' está interditada de momento. Aconselha-se a todos os passageiros vindos do 'couch' que desejam viajar até à 'toilet' que continuem até à 'chair', em vez de trocarem na 'living room'. E já que vão por esse lado, dêm um jeitinho e verifiquem se há algo na 'mailbox' se fazem favor.
O Primeiro-Ministro Britânico acabou de anunciar que o Reino Unido vai entrar quase em situação de 'lockdown' a partir de amanhã (não foi anunciada a proibição da entrada no país a partir do estrangeiro)! Todas as lojas não essenciais vão ter que fechar, todos os eventos sociais tais como casamentos vão ter que ser cancelados (os únicos permitidos a continuar são os funerais), e as pessoas apenas vão poder viajar para chegar a trabalhos de carácter essencial. Todas as restantes pessoas têm que se manter em casa excepto nas seguintes condições:
ir às lojas (supermercados, farmácias) ocasionalmente comprar bens essenciais
fazer exercício ao ar-livre o máximo de uma vez por dia
por motivos de saúde (visitas médicas, cuidar de pessoas acamadas etc.)
viajar para trabalho em caso de trabalhos essenciais
E o Primeiro-Ministro também avisou que a polícia tem o direito de colocar multas a quem não cumprir com estas regras.
Parece-me que estas medidas tiveram que ser essenciais após a publicação de imensas fotos aparecerem nas redes sociais este fim-de-semana de agrupamentos de pessoas um pouco por todo o lado. As pessoas não estavam a cumprir com a distância social de 2 metros e isso fez com o governo tivesse que tomar também estas medidas mais extremas. Era o que estávamos a precisar, mas fico mesmo com uma sensaçāo de alívio pelo exercício ao ar-livre continuar a ser permitido. Espero que agora cumpram com as regras para o governo não nos tirar também esse benefício que para muitos de nós é tão essencial ao bem-estar. Mas os Britânicos, de forma geral, cumprem com as regras, por isso acho que vão cumprir com estas medidas a partir de agora.
Como tinha escrito aqui antes, tinha inicialmente planeado celebrar o aniversário atrasado do meu Inglês com uma festa surpresa num pub aqui da zona. Face aos últimos acontecimentos, tivemos que cancelar o pub, mas não queria deixar de celebrar com os amigos de alguma forma, por isso fizemos antes uma surpresa virtual.
Fiz um bolo de aniversário e, na hora combinada com os amigos mais próximos, eles ligaram-se a uma vídeo-conferência online (utilizamos o Zoom) e começaram todos a cantar os parabéns. Depois ainda oferecemos um cartão de aniversário em que eu tinha escrito as mensagens enviadas pelos vários amigos, e passámos o resto da noite em conversa virtual animada a jogar charadas e afins. Como música de background até tivemos DJs ao vivo a tocar quase toda a noite no YouTube através de um festival virtual lançado pelos Defected Records o que até ajudou a tornar o ambiente mais de festa. OK, claro que não é bem a mesma coisa, mas face às circunstâncias, não estivemos mesmo nada mal com esta festa alternativa.
O bolo de aniversário foi o Bolo Tiramisú e ficou delicioso! Fica a receita.
Ontem acordei chateada, triste, zangada com tudo e com todos:
estou sem emprego na pior fase para se ter perdido o emprego em que nenhuma empresa vai entrevistar/contratar ninguém nesta época de incerteza onde todos estão a trabalhar de casa
todos os eventos a que eu me tinha registado foram cancelados
não me posso encontrar com os amigos
os ginásios estão a fechar
Basicamente, tudo aquilo que me dava alegria todos os dias e me motivava durante esta fase de procura de novo emprego deixou de existir. E ao acordar ontem e de repente ter a realização de que era segunda-feira, e que esta era a minha realidade actual, bati no fundo desanimada com a situação. Ao menos estava um dia de sol e decidi sair à tarde para dar um passeio e arejar a cabeça.
Com a minha música nos ouvidos, o sol a bater na cara e as ruas semi-vazias de Londres como minhas companheiras (não se preocupem, mantive-me a mais de dois metros das pessoas por quem passava) comecei a pensar em como melhor passar por esta fase de forma a não entrar em constante negatividade e passo a partilhar.
Aceitar: Antes de poder colocar em práctica quaisquer actividades para passar o tempo nesta altura, há que aceitar a situação. Há que aceitar que não gostamos da situação, mas como não a podemos evitar, o melhor que temos a fazer para o nosso próprio bem e o bem dos outros é seguir as regras o mais possível e adaptar a nossa vida à actual situação.
Mantermo-nos activos: com isto refiro-me ao exercício. Só porque os ginásios estão fechados, não quer dizer que não podemos fazer exercício ao ar-livre ou em casa. Pelo menos, para já, nada nos impede de ir exercitar ao ar-livre, e num dia de sol, sabe super bem correr num parque ou andar de bicicleta. Com umas amigas decidimos a partir de ontem exercitar juntas virtualmente. Ou seja, começamos ao mesmo tempo nas nossas respectivas zonas, e enviamos fotos antes e depois do exercício. Ontem à noite foi com uma aula de Yoga com a Adriene, e hoje de manhã foi uma corrida ao ar-livre. Ainda vou instigar fazerem comigo os exercícios da Madfit que gosto muito dos exercícios moderados e intensos dela.
Aprender algo novo: para quem não está a trabalhar ou que tenha o horário de trabalho reduzido, nada como utilizar o novo tempo disponível para aprender algo novo. Hoje em dia existem muitos cursos online, quer sejam cursos de longa duração, cursos curtos prácticos e técnicos que sejam úteis para a vossa profissão ou novos hobbies que podem desenvolver - desde aprender programação, ou a usar Photoshop, estudar arte, aprender uma nova língua, etc. Eu já comecei uma lista das coisas que quero aprender. Vou ter que prioritarizar porque também convém focar numa coisa de cada vez se efectivamente quizermos ter sucesso na aprendizagem.
Ler novos livros: Uma livraria na zona de Hackney lançou uma ideia muito interessante que é também uma boa forma para podermos ajudar os pequenos comerciantes como esta livraria a sobreviver nesta fase - basta comunicar à livraria qual o último livro de que gostámos e eles enviam para casa um livro que acharem que vamos também gostar baseado nessa referência. Por favor tentem ajudar os vossos negócios locais nesta fase e comprem através deles em vez dos grandes retalhistas. Muitos dos pequenos negócios hoje em dia têm forma de comprar online.
Ouvir novos podcasts/ver novas TedTalks: quer estejamos com vontade de rir à gargalhada ou de ouvir opiniões sobre o que se está a passar no mundo, existe uma variedade enorme de podcasts e Ted Talks sobre todos e os mais diversos tópicos. Entre os meus podcasts favoritos gosto do Guardian 'Today in Focus' para assuntos actuais, gosto do podcast da 'Marketing Week' para estar a par do que se passa no mundo do marketing, e gosto do 'Guilty Feminist' para lazer/me fazer rir um pouco. Se alguém tiver recomendações de novos podcasts, adorava saber delas, principalmente de podcasts com sentido de humor que toquem em assuntos actuais aos quais nos podemos relacionar e que não sejam mais de 30minutos.
Aprender novos dotes de culinária: Já pedi a uma amiga para me dar o fermento que ajuda a iniciar a fazer pão Sourdough, para começar a fazer o meu próprio pão em casa também. Esse é apenas uma ideia, mas existem tantas receitas boas a que nos podemos dedicar a experimentar enquanto temos este tempo todo nas mãos fechados em casa. Este fim-de-semana passado, por exemplo, dedicamo-nos a fazer um Ramen e um bolo de amêndoa. Ficaram ambos deliciosos :-)
Escrever um diário: Pelo menos, para mim, ajuda-me imenso deitar para fora aquilo que tenho cá dentro, e ao escrever por exemplo este post, ajuda-me a organizar as minhas ideias sendo que estou a tentar partilhá-las convosco da forma mais simples possível. Espero que estas ideias venham a ajudar quem esteja a passar pela mesma fase de negatividade, e que me ajude a mim a ver o lado positivo desta situação. Nem todos têm interesse em escrever num blog, mas existem imensas razões pelas quais é beneficiante para as pessoas passarem para o papel aquilo que lhes vai na cabeça.
Organizar as gavetas: Afinal estamos a entrar na primavera, e com as temperaturas a subir, vamos começar a poder usar roupa mais fresca, portanto, a não ser que tenham muito espaço em casa para manter toda a roupa a jeito para o ano inteiro, esta é uma boa altura para organizarem as vossas gavetas, colocar as camisolas no baú, e tirar do baú as roupas mais frescas de meia estação. Ao fazerem isso, dêm-lhe uma de Marie Kondo, e livrem-se das roupas e acessórios que já não utilizam à muito tempo e que não vos trazem alegria. As lojas de caridade concerteza que vão apreciar receber as roupas que vocês já não usam mas que ainda estão boas.
Fazer administração da vida: Todos nós temos aquelas coisas para fazer que andamos a adiar à meses - organizar as fotografias em albúms no computador, procurar um novo fornecedor de energia que ofereça energias renovàveis, mudar para uma conta a prazo que vos ofereça melhor juros, etc. Se começarem a pensar no assunto, vão encontrar imensas coisas que devem tratar, e nada como umas horas em casa a pesquisar na net para encontrarem a melhor solução.
Socializar com os amigos virtualmente: OK, podemos não nos encontrarmos fisicamente, mas isso não é razão para não passarmos tempo com os amigos. Estou a combinar com umas amigas fazermos uma 'virtual wine night' - basicamente cada uma em casa com a sua garrafa de vinho ligadas a um Google hangout para nos vermos a todas e poder-mos conversar tal como se estivessemos no pub. Não sei bem como a coisa vai decorrer, mas nada como tentar.
Nada como uma corrida ao longo do Regent's Canal para acalmar a mente
Como estive uns diazinhos nesta coisa de vai-não-vai da lua-de-mel com escapadela no sul de Inglaterra, sinto que estive um pouco à parte dos desenvolvimentos do coronavirus durante esse período de tempo, e ao voltar a Londres, parece que tudo caiu em cima de repente, relativamente à preocupação e prevenção do coronavirus.
Chegámos a Londres através da estação de Victoria e apanhámos o metro para voltar para casa. Ali, comecei logo a sentir as primeiras diferenças, mas mais diferenças ainda presenciei eu ou contaram-me amigos, apenas nestes 3 dias que tenho estado de volta :
No metro: Não estava tão cheio como é habitual àquela hora quando as pessoas começam a sair do trabalho, e a maioria das pessoas que se encontrava em pé, estavam encostadas às paredes do metro, em vez de se agarrarem aos postes.
No museu: Entrou um pó qualquer para garganta duma amiga e ela tossiu. Uma senhora de mais idade olha para ela repentinamente, faz um som de desagrado e abana a cabeça com ar de desdenho, como se estivesse a dizer que ela não devia estar ali.
No táxi/Uber: Uma amiga deu um espirro e o condutor do Uber disse-lhe que tinha que sair do carro. Ela explicou que é do perfume que ela colocou naquele dia, que já há muito que não o utilizava e quando deu aquele espirro, lembrou-se o porquê. Ela estava a enviar-me a mensagem sobre o que estava a acontecer, no momento em que acontecia, e disse-me que tinha outra vez vontade de espirrar mas que se estava a esforçar para controlar porque já estava atrasada para uma reunião e não teria tempo para encontrar outro táxi se ele a tirasse do carro. - Mas espirrou. - Disse que o condutor fez uns sons de desagrado e deu-lhe um bocado no acelerador mas não a mandou para fora do carro. Felizmente ela conseguiu não voltar a espirrar. Mas entenda-se que espirrar nem sequer é um dos sintomas de quem tem o Covid-19.
Na padaria: Ontem fui correr de manhã para o parque, e finalizei a corrida numa padaria para comprar o pão para o pequeno-almoço. Como é habitual quando termino as minhas corridas ao ar-livre, principalmente quando está frio, tendo a tossir e espirrar. E foi exactamente quando cheguei à padaria que essa sensação começou. A padaria estava cheia de pessoas, inclusive com mães e bebés. Eu sabia perfeitamente que aquela vontade era resultado do final da corrida ao ar frio, mas as pessoas que ali estavam não sabem disso, e o facto é que com a actual sensação de medo do vírus, eu não queria tossir nem espirrar naquele ambiente social, em frente de todas aquelas pessoas. Felizmente consegui conter-me, mas isto só demonstra a situação em que nos encontramos.
No trabalho: Ontem, sexta-feira, foi o dia em que uma grande quantidade de amigos disseram que tinham ficado a trabalhar de casa e a maioria das empresas que conseguem ter os empregados a trabalhar de casa fizeram-no. O meu Inglês também ficou a trabalhar de casa o que é uma situação nunca antes vista na empresa dele por ter um standard de segurança tão forte que nunca antes tinham deixado os trabalhadores aceder à rede interna remotamente.
Na procura de trabalho: Ontem também fui informada que uma entrevista importante que tinha marcada para a semana foi adiada sem nova data prevista devido ao facto de todos dessa empresa também estarem a trabalhar a partir de casa até a situação se acalmar.
Nos eventos: Tinha 4 eventos relacionados com o meu desenvolvimento pessoal e profissional marcados para as próximas duas semanas e também todos eles foram cancelados.
Nos encontros sociais: Tenho a festa de aniversário surpresa do meu Inglês marcada para a próxima sexta-feira. Acho que o facto de ela poder continuar a ser realizada vai depender se o pub em questão estiver aberto, se a vontade dos amigos assim se mantiver, e se não estivermos todos em quarentena em casa.
De forma geral, já são muitos os governos de vários países da Europa que colocaram restrições relativas à quarentena dos indivíduos e negócios neste momento. O Reino Unido ainda não tomou tais restrições, mas o público já lançou uma petição para pedir ao governo para fazer essas restrições tal como nos outros países. Claro que não será bom para o país estar parado durante 1 semana ou mais, mas também pode ser pior se deixarmos que o vírus se espalhe e isto afecte muitos mais negócios, eventos e a vida de forma geral durante muito mais tempo.
Cuidem de vocês e dos vossos mas só peço que não me acabem com o papel higiénico nos supermercados que só tenho mais um rolo em casa e ontem não consegui encontrar em lado nenhum à venda. Vou ter que voltar 'à caça' hoje.
Já estamos de volta em Londres, e de facto ainda deveríamos estar na nossa lua-de-mel até este fim-de-semana. E não, não tivemos nenhum problema com o coronavirus. Percorremos as 12 horas de avião até Kuala Lumpur apenas para concluir que o passaporte do meu Inglês apenas tinha 4.5 meses de validade restantes e que são necessários 6 meses para poder entrar no país. Caiu-nos tudo!
Ao princípio ainda nos disseram que se conseguíssemos ter um cidadão da Malásia a vir servir de nosso credor, que nos deixavam entrar no país, mas depois de telefonar a todos os nossos possíveis contactos locais e eventualmente termos conseguido que alguém aceita-se, afinal disseram-nos que já não aceitavam o credor. Decidimos então que eu ia sair do aeroporto para poder ir à embaixada no dia seguinte tentar tratar do assunto com a produção de um documento de viagem de urgência.
Durante todo o tempo em que tivemos a tentar resolver o assunto entre os agentes da imigração e os telefonemas que fizemos, conseguimos manter a calma e o sangue frio, mas foi quando cheguei ao quarto do nosso hotel e vi lá uma fatia de bolo com 'happy honeymoon' escrito que deixei de me conseguir conter. Foi uma sensação de vazio, de perda e de aperto tão grande, que não consigo bem explicar. Estava ali, no destino escolhido, para a nossa viagem de lua-de-mel de que estávamos ansiosos à espera à tanto tempo, e estava sozinha.
Descobrimos no dia seguinte que o documento de urgência que a embaixada podia oferecer, também não ia permitir a entrada no país pela imigração da Malásia. Por isso não tivemos outra solução senão voltar para casa.
A British Airways sentiu-se responsável por nos ter deixado viajar sem a validade no passaporte necessária por isso trouxeram-nos de volta nessa mesma noite. Se eles tivessem mesmo não nos ter deixado viajar, ainda teríamos tido tempo para pedir um passaporte de urgência e viajar uns 3 ou 4 dias mais tarde para ainda conseguir aproveitar a maioria da viagem planeada. Mas tendo perdido o tempo na viagem já não nos pareceu dar o tempo suficiente/força de vontade para passar por todo aquele stress de forma a voltar o mais depressa possível.
OK, agora sabendo o que sabemos, claro que ficamos com aquela sensação de que deveríamos ter verificado tudo relativo ao passaporte antes, mas como não fazíamos ideia de que os 6 meses eram necessários, tal não nos passou pela cabeça. Tínhamos marcado a viagem através de uma agência que nos tinha pedido cópias dos passaportes para verificar (e foram palavras deles) que os passaportes estavam em ordem para podermos viajar, mas não nos disseram nada de que não estavam em ordem! E agora claro que estão a querer fugir à responsabilidade por trás de uns termos e condições legais para os quais tínhamos que clicar em 3 links antes de os poder ler, onde estava escrito que é da responsabilidade dos passageiros verificar a validade dos passaportes. Bem, nós verificamos. Estavam ambos válidos. Como é suposto sabermos a situação de que necessitam estar válidos por 6 meses se nunca ouvimos falar nisso antes?
Enfim, foi o que aconteceu. Fiquei ainda a aproveitar um dia em Kuala Lumpur, fiz uma excursão que já tínhamos planeada e aproveitei um pouco da piscina do hotel antes de voltar para Londres. Ao chegarmos, de estarmos tão chateados/tristes com a situação, fomos passar o fim-de-semana a um hotel no sul de Inglaterra, só para ainda aproveitarmos um bocadinho do que supostamente seriam uns dias deliciosos de lua-de-mel. Foi agradável, e demos uns passeios no campo bonitos apesar do frio da Inglaterra, mas claro que ainda nos custa toda esta situação. Ainda queremos fazer uma lua-de-mel, mesmo que seja de pequena duração, mas agora também com este surto do coronavirus torna-se mais complicado saber para onde poderemos marcar viagem, sem que venha a vir cancelada porque não se sabe como a situação se vai desenvolver nos próximos tempos.
Devo concordar que este início de 2020 não tem sido propriamente dos mais fáceis. Mas o que fazer? Não vale a pena chorar pelo leite derramado. Há que continuar em frente, tentar esquecer o que aconteceu, evitar pensar no que perdemos, e continuar com a vida em frente. Afinal, são apenas férias. Ninguém adoeceu, não houve problemas maiores e conseguimos estar uns dias juntos num hotel agradável de qualquer forma. OK, perder aqueles dias de lua-de-mel foi chato, sentimo-nos uns idiotas por não ter pensado no assunto, mas temos que engolir o sapo e continuar em frente.
Ficam umas fotos do meu 1 dia em Kuala Lumpur.
E do fim-de-semana pelo sul de Inglaterra, na zona de Littlehampton e Amberley que é cheia de casas rurais bonitas como as que estão em baixo.
Quase 7 meses depois do facto, finalmente vamos partir para a nossa lua-de-mel. OK, nós fizemos uma 'micro lua-de-mel' de fim-de-semana prolongado em Brugges após o nosso casamento oficial em Londres, e fizemos uma 'mini lua-de-mel' de 5 dias no Alentejo logo após o casamento simbólico/festa oficial em Sintra, mas ainda faltava termos uma lua-de-mel. Daquelas luas-de-mel com tudo a que os noivos têm direito com mais tempo para descobrir novos locais, passar muito tempo juntos e descansar também muito para sentirmos mesmo fora do nosso dia-a-dia e dedicarmos a nós próprios.
Só não estávamos a contar que durante a altura da nossa tão desejada viagem de lua-de-mel estivesse a haver um surto de coronavirus Covid-19 na Ásia. Tem-nos mantido mais calmos com a viagem o facto de na Malásia a situação ter estado relativamente controlada ao que parece. Até ao momento a Malásia tem 29 casos de pessoas identificadas com o vírus mas 22 dessas pessoas já recuperaram e não há casos de fatalidades. Na zona onde vamos passar a maior parte do tempo no Borneo, as autoridades não permitem a entrada de ninguém que tenha visitado a China recentemente e, nessa zona ainda não se verificaram quaisquer casos, por isso parece que a probabilidade de entrarmos em contacto com alguém que tenha o vírus seja pequena. De qualquer forma, levamos as máscaras para o avião, e vamos ter cuidado para usar desinfectantes etc.
Para além do Covid-19, para nos preparar-mos para a Malásia, compramos repelentes de insectos fortes para usarmos principalmente na zona florestal que vamos visitar, tomar algumas vacinas contra doenças que têm algum risco na Malásia e preparar certas roupas compridas mas frescas, devido aos insectos e também por respeito à cultura local que segue, maioritariamente a religião muçulmana.
Apesar de todos os preparativos e cuidados a ter, mal posso esperar pela nossa viagem. Já há muito que estamos ansiosos pela nossa pequena aventura pela Malásia e vai começar já amanhã! Como tal, o meu próximo post será apenas quando voltar, mas se tiverem interessados em ver algumas imagens da viagem, planeio partilhar locais interessantes que encontrar pelo caminho on Instagram.