Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Qual é a melhor cidade para se viver no mundo em 2020

Está de volta! O questionário do TimeOut Index 2020 para identificar quais as melhores cidades em que se viver em 2020 em termos de inúmeros critérios - comida, bebida, cultura, música, vida nocturna, nível social, nível de felicidade, progresso, beleza e outras qualidades. Adoro sempre ler os resultados, por isso gosto de fazer o questionário, não só para contribuir com a minha opinião, mas também para saber melhor como as minhas respostas comparam com a maioria. 

 

No ano passado mais de 33,000 pessoas participaram, e esta foi a ordem de preferência apresentada baseada nas respostas dos leitores da TimeOut das muitas cidades ao longo do mundo. Nova York foi apresentada como a favorita, e Londres alcançou o quarto lugar. Lisboa ficou no 19º lugar e o Porto em 28º.

 

Em relação a estas três cidades, penso que este ano Londres vai perder uns lugares, principalmente por causa do Brexit e, acho que a decepção com o país possa afectar a opinião geral das pessoas que vivam nesta cidade. Quanto a Lisboa e Porto, imagino que ambas ganhem lugares este ano pelas melhorias a nível económico no país, e porque tenho ouvido pessoas falar positivamente sobre ambas as cidades. Imagino também que o lugar do Porto se venha a aproximar do lugar de Lisboa nos resultados deste ano. Se tivesse que dar o meu palpite nas posições em que cada uma destas cidades vai ficar este ano, diria:

  • Londres - 6º lugar
  • Lisboa - 15º lugar
  • Porto - 22º lugar

 

É um aumento ambicioso mas vamos ver qual a proximidade a que o meu palpite vai ficar. E vocês, qual é a vossa opinião? Deixem os vossos palpites sobre o lugar no ranking em que estas três cidades vão ter no ranking do TimeOut Index 2020 nos comentários deste post. Quando a TimeOut lançar os resultados, eu conto a diferença entre o número total do palpite de todos os que o deixarem, e o número total do ranking oficial para essas três cidades, e depois anuncio aqui no blog qual dos palpites ficou mais próximo do resultado final. Se mais que 10 leitores participarem com um comentário com o vosso palpite para o novo ranking das três cidades, eu até ofereço um presente/prémio ao vencedor - um livro sobre Londres, e o vencedor até pode escolher se quer um tema específico (passeios, restaurantes, etc) ou se quer um livro de carácter turístico geral.  Obviamente que não vou poder contar com comentários anónimos. 

 

E claro, não se esqueçam de preencher o próprio questionário da TimeOut se quizerem contribuir com a vossa opinião sobre a vossa cidade (deixei o link em cima). 

timeout index 2020.png

Foto retirada do website da TimeOut

Adorava ver os vossos palpites. Participem!

Nova ronda de cortes na empresa

Depois da empresa A em que trabalhava ter sido comprada pela empresa B, eu tive que cortar o emprego de duas pessoas na minha equipa. Entretanto, em finais do ano passado a empresa B foi comprada pela empresa C, e desta, foi a minha vez de ficar sem trabalho. 

 

A minha chefe informou-me da notícia em finais de Janeiro e o meu último dia oficial foi mesmo esta semana. Desde que fomos comprados, os auditores têm andado na empresa a ver onde podiam reduzir custos e 'optimizar eficiências' e decidiram centralizar a equipa de marketing para os Estados Unidos e, como tal, já não precisavam de uma Directora de Marketing na Europa, como tal, desapareceu o meu emprego. 

 

Esta é uma das grandes diferenças de como a lei do trabalho funciona no Reino Unido em comparação a Portugal. Em Portugal não seria permitido simplesmente fazer esta eliminação de cargos a empregados permanentes sem causa justa e com efeito quase imediato. No entanto, o facto de ser muito mais fácil de se recrutar e despedir pessoas e fazer reestruturações de departamento a toda a hora, também permite que existe muita maior flexibilidade para as pessoas mudarem de emprego, e não existe tanto aquele medo de não se conseguir outro trabalho permanente facilmente. Portanto, de forma geral, eu continuo a preferir a forma como a lei do trabalho mais flexível existe por cá, apesar de saber que isso me pode afectar de vez em quando. 

 

Quando recebi as notícias claro que não fiquei contente. Nunca sabe bem receber essas notícias. Mas surpreendentemente também não fiquei muito chateada e comecei antes a pensar nas oportunidades que a mudança de trabalho me podiam trazer. É daquelas situações em que não vale a pena chorar pelo leite derramado. Não há nada a fazer para trazer aquele emprego de volta, pelo que a melhor solução é mesmo ver as coisas pelo lado positivo:

  • a empresa está a pagar-me uma indemnização pela eliminação do cargo, pelo que efectivamente estão a pagar-me para procurar outro trabalho;
  • já lá estava à quase 5 anos pelo que era tempo de ter uma mudança para fazer novas coisas, aprender com novas pessoas e com uma indústria diferente, mas estava a precisar de um empurrão para sair da empresa;
  • com o tempo que tenho enquanto procuro novo emprego posso também aproveitar para dedicar a mim própria. Quantas vezes na vida temos uns meses de pausa? Não muito frequentemente. No meu caso, acho que tive no máximo 1 mês de pausa entre empregos desde que saí da faculdade. Por isso, desta vez não vou apressar-me. Quero encontrar algo que me deixe mesmo entusiasmada e quero também aproveitar para descansar e recarregar energias antes de começar algo novo.

 

Claro que não estou à espera que encontrar um novo emprego entusiasmante seja muito fácil, mas eu tenho um plano de acção:

  • Primeiro listei tudo aquilo que gostava e não gostava do meu emprego e empresa;
  • Depois listei o tipo de indústrias e empresas de que gosto muito; 
  • Comparei os resultados com as qualificações e experiência que tenho para conseguir identificar o tipo de empregos aos quais me quero candidatar e que tenho hipóteses de conseguir. O resultado foram empregos na área do marketing e parcerias para empresas de tecnologia ou agências/consultorias de marketing que ofereçam serviços a empresas de tecnologia ou empresas da área de design e arquitectura ou eventos ou empresas que façam apoio a startups de alguma forma. 
  • Uma vez identificadas essas áreas, refiz o meu CV focando os pontos mais importantes que achei que seria de relevância para o tipo de empresas e empregos a que me quero candidatar.
  • E depois foi começar a ir aos websites das empresas de que gosto, pesquisar na secção de carreiras se procuram pessoas com a minha experiência e cada vez que encontro algo que me interessa escrevo uma carta de apresentação totalmente personalizada para aquela empresa explicando as razões pelas quais eu sou a candidata ideal àquele trabalho em questão. 
  • Também tenho pesquisado através dos anúncios de emprego no LinkedIn e a próxima fase é colocar o meu CV nos vários sites de emprego que sejam relevantes às áreas que me interessam, para que as empresas certas possam encontrar o meu perfil. 
  • E tenho informado a todas as pessoas possível sobre a minha situação porque muitas empresas preferem recomendações internas, portanto faço questão de ir informando as pessoas que conheço, principalmente as que trabalham nas minhas áreas de interesse, porque não quero perder oportunidades apenas pela falta dos meus amigos e conhecidos não saberem que estou à procura de novo emprego. 

 

Claro que este processo de cuidado na selecção e aplicação a cada empresa também significa que cada uma demora imenso tempo a preparar, mas acho que vai valer a pena. Entretanto, tenho aproveitado o meu tempo para ir a todo o tipo de eventos e seminários a que nunca tenho tempo para ir e que me ajudam a conhecer algo novo. Desde que recebi a notícia do emprego já fui a 7 eventos sobre os mais variados temas, como por exemplo, fui a um de técnicas para fazer apresentações em público, outro sobre optimização de emails, outro sobre optimização de visualização de dados, etc etc. O que vale é que existem sempre inúmeros eventos sobre tudo e mais alguma coisa em Londres, e muitos deles são gratuitos portanto há que aproveitar. 

YlwRBKH8RAmv0URMOMT0mQ.jpg

Evento organizado pelo YCN e Founders Factory dedicado a startups

 

Depois vou dando notícias de como a pesquisa for correndo. 

A minha experiência do mês vegano, sem açúcar, café ou álcool

Uff, Janeiro foi um mês longo, mas já passou. OK, apesar de ser um mês restrito ao nível alimentar, devo confessar que não foi assim tão difícil quanto possa parecer. Estando em Londres, felizmente há imensas alternativas veganas em todo o lado, e hoje em dia também quase todos os bares e pubs servem cervejas ou cocktails sem álcool, pelo que nessa parte, até que não foi mau. O pior foi mesmo o fim-de-semana que passei em Lisboa e fui a um casamento. Estão bem a ver ir a um casamento com estas restrições todas? E depois, no dia a seguir ao casamento, fui passear por Lisboa e tive mesmo que me controlar para não me enfiar numa das inúmeras pastelarias com bolos de aspecto fenomenal!! É um crime ter tantas com tão bom aspecto! Ora é a Padaria Portuguesa ou a pastelaria Alcôa, ou a Pastelaria Aloma, e depois a Manteigaria,....  Esse passeio por Lisboa foi complicado!

 

Mas numa nota mais positiva, esta coisa de andar vegana durante um mês fez com que eu aprende-se imensas receitas novas e prova-se algumas comidas mesmo muito saborosas. Para os interessados, e para eu própria manter nota, aqui ficam as receitas que eu fiz durante este mês:

Thai Green Curry Vegetariano

fullsizeoutput_469d.jpeg

Sopa/estufado de lentilhas e cogumelos

DqnUO097Qt2KIWTGJlumtQ.jpg

Grãos com tofu e courgette

(Esta receita foi inventada mas basicamente cozi quinoa com arroz servida com tofu, courgette e couve salteados)

fullsizeoutput_4869.jpeg

Sopa de grão com couve-roxa 

(a receita pedia couve branca mas eu alterei para roxa)

fullsizeoutput_486b.jpeg

Dahl de lentilhas

(Esta foi feita pelo marido, que não posso ser só eu a cozinhar)

Z%TrO4Q8RduBQHS1+pPgCQ.jpg

Beringelas no forno com espargos e noodles

(fiz as beringelas sem o mel que indica na receita)

Pq6yF8naTCiRpUupzmU+Qw.jpg

Batata-doce no forno com curry de ervilhas

(Mais uma feita pelo marido. Não sei qual é a receita mas estava boa apesar de levar Marmite)

fullsizeoutput_486c.jpeg

Sopa miso com courgettes

(Esta inventei mas foi parecida com essa receita no link)

H0FFcBn%R5KrPevZyOwrew.jpg

Cogumelos recheados 

(Fiz esta receita sem os queijos e foi uma das minhas favoritas do mês. Servi com quinoa e edamame beans)

h4AZqlv5TfqaqBggpWflxg.jpg

E foi assim o meu mês em alimentação. Desde o início de Fevereiro que tenho reinserido produtos animais na alimentação aos poucos e poucos porque fiquei mal-disposta no primeiro dia. Nota-se mesmo como o nosso sistema ao habituar-se a certa alimentação, rejeita mudanças abruptas. 

 

Quanto ao café, este ano só foi pior nos primeiros dois dias que me deu dôr de cabeça, mas depois passei o mês a beber chá descafeinado e 'Turmeric Lattes' que são boas alternativas. O que não gostei foi, no dia que voltei ao café, e ter bebido dois cafés, não ter conseguido dormir a noite toda. 

 

Mas de forma geral, o resultado do mês foi evidente no sistema digestivo e na pele que estava mais lisinha. Gosto de fazer estas mudanças alimentares e espero conseguir manter-me com o hábito de cozinhar comida vegana mais frequentemente do que fazia dantes. 

 

E acabou a esperança - O Reino Unido está oficialmente fora da União Europeia

Ainda mal posso acreditar mas já está feito. Depois de todos os inúmeros acontecimentos dos últimos 3.5 anos de conflitos, discussões, manifestações, incluindo os mais recentes acontecimentos de 2019 de que relatei aqui, que demonstraram o quanto este país está dividido quanto ao Brexit, o momento que era, afinal, infelizmente inevitável, decorreu às 23h no dia 31 de Janeiro de 2020. 

 

O que ainda não está definido é o tal acordo com a União Europeia. Afinal há acordo ou não há acordo? Ao que parece, ainda agora vão decorrer mais negociações com a União Europeia para se conseguir chegar ao tal acordo que seja de benefício mútuo em termos da movimentação de pessoas, bens e trabalho, mas ainda nada está certo, e ainda mais, com o Boris Johnson como Primeiro Ministro, já não me admiro se não conseguirmos acordo nenhum. Agora entramos no período de transição, em que tudo se mantém igual quanto a esses três aspectos, mas serão esperadas novas regras a partir do final do período de transição a 1 de Janeiro de 2021.

 

As únicas coisas que até agora estão definidas que serão alteradas a partir 1 de Janeiro de 2021, são as seguintes:

  • Os cidadãos Europeus que pretendem continuar a viver no Reino Unido têm que se aplicar ao Settled Status ou outra documentação pode ser requerida dependendo da situação individual. Para idenficarem a vossa situação, o site do Governo Britânico oferece informações aqui.
  • Para movimentação de bens entre o Reino Unido e a União Europeia, as empresas terão que fazer declarações alfandegárias. Irão necessitar de ter um número EORI para fazer essas declarações.
  • Cidadãos com carta de condução da UE podem conduzir no Reino Unido com essa carta durante 12 meses se tiverem mais de 65 anos ou até 5 anos se tiverem menos de 65 anos, e após esse período devem trocá-la por uma carta do Reino Unido. Verifiquem o que é necessário na vossa situação específica a partir daqui e podem ler mais informações aqui que se aplicam para já mas ainda não temos certeza se se irão manter após o período de adaptação.
  • As condições dos cidadãos do Reino Unido a viver noutros países da União Europeia estão dependentes das regras do país onde vivem. É possível que tenham que se aplicar para ter permissão permanente para residir nesse país ou que tenham que pedir cidadania. Verifiquem directamente com as autoridades do país.

 

Para ficarem a par de todas as negociações acordadas para terem efeito a partir de dia 1 de Janeiro de 2021, podem subscrever à mailing list específica oferecida pelo Governo Britânico.

eu-star-chipped.jpeg

Foto do mural de Banksy em Dover