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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

A incompetência de não falar uma língua

Na semana passada fui a um evento em Paris organizado pela minha empresa. O evento foi totalmente em Françês e, apesar de eu ter tido 3 anos de Françês na escola, estou mais que enferrujada e consigo falar muito pouco. De forma geral, a maioria das pessoas fala Inglês, mas principalmente em França, há sempre alguém que não se sinta comfortável com o Inglês, e neste evento não foi excepção. 

 

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O resultado, é que a meio do evento me estáva a sentir mesmo muito ignorante. Isso porque o facto de não poder falar ou perceber comfortavelmente o que estava a acontecer no palco, fazia com que a minha mente estivesse em branco. Eu sabia que os profissionais de marketing e branding que estavam no palco de empresas como a L'Óreal, Air France, SNCF, entre outros, estavam a falar sobre assuntos que me interessavam, mas como não conseguia perceber o que diziam, não podia fazer perguntas, falar sobre o discutido em palco durante as pausas para networking, ou simplesmente pensar no assunto. Ou seja, senti-me como se tivesse voltado muitos anos atrás, antes da minha experiência profissional, antes do meu curso, voltando talvez, tão atrás, como se estivesse de volta no início da Escola preparatória quando ainda não tinha qualquer ideia do que eram marcas e marketing. É como se toda a minha educação desaparecesse, pelo simples facto de não conseguir falar a língua. 

 

Fez-me pensar de como difícil deve ser para emigrantes que decidem mudar-se para um país onde ainda não dominam a língua. Se já foi difícil para mim só um dia não conseguir falar sobre uma área com que estou normalmente comfortável, como deverá ser para pessoas que se sentem incapacitadas de trabalhar naquilo que são profissionais devido à falta do conhecimento da língua? 

 

A minha conclusão da experiência leva-me a sugerir a futuros emigrantes que se dediquem a aprender a língua antes de tomarem a decisão de emigrar.

A moda dos pratos pequenos nos restaurantes

Esta coisa dos restaurantes hipster que andam por aí agora stressa-me um bocado - porquê? Porque todos servem pratos pequenos! 

 

Empregado - "Bem-vindos! Já alguma vez vieram ao nosso restaurante?" 

Nós - "Não, é a primeira vez."

Empregado - "Então deixem-me explicar como funciona o menu no nosso restaurante - os pratos são pequenos, ideais para partilhar. Nós aconselhamos 5 pratos por cada 2 pessoas."

 

Pois amigo, está bem! Posso ainda não ter vindo a este restaurante, mas já fui a outros 50 restaurantes onde a lenga-lenga é sempre a mesma. Claro que são 5 pratos por cada 2 pessoas para se degustar bem a variedade da cozinha de excelência do chef! O problema, amigo, é que cada prato ronda as £8, ou seja, saio daqui a pagar £40 sem contar com bebida nenhuma. Depois, obviamente que os vinhos são do melhor vintage que há, ou um Argentino Malbec ou um Riesling da Áustria, porque obviamente quanto mais reconhecido em termos de qualidade ou menos comum for melhor, para se poder cobrar um preço exorbitante pela coisa.  

 

É que não há paciência! Sim, OK, eu posso tentar evitar estes restaurantes e ir aos restaurantes que têm uns pratos de um tamanho como deve de ser, mas sinceramente não são assim tantos. Ou se vai a uma pizzaria, ou hamburgueria onde se tem uma dose decente, ou então, são pratos pequenos para partilhar. Faz saudades daqueles restaurantes em Portugal onde se tem que pedir uma meia-dose porque a dose é grande demais. Isso por cá nunca acontece. Se fosse pedir a meia-dose de um prato por cá, em vez de receber um prato com 3 mexilhões, recebia um prato com mexilhão e meio 

 

Até os restaurantes Tugas mais recentes que há por cá são cheios de pieguices dos pratos pequenos - "- Já alguma vez vieram cá? Aqui servimos Petiscos à moda Portuguesa, que são pratos pequenos, perfeitos para partilharem. Aconselhamos 5 por cada duas pessoas..."

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Preparações para o casamento - Parte I

Como tinha indicado no meu post do ano 2018 em revista, este ano vou-me casar. O sortudo é um Inglês que era meu vizinho quando eu morava na casa anterior, mas que conheci através do Happn. Para quem não conhece, este é um desses dating apps que andam por aí, cuja diferença principal entre os outros é o facto de se basear em localização, ou seja, só aparecem pessoas no app com quem se cruzem na rua ou que vivem ou trabalham perto de vocês. Não só éramos vizinhos, mas íamos frequentemente ao mesmo pub, aos mesmos cafés, aos mesmos bares ali da zona, mas nunca antes o tinha visto. Uma das desvantagens de se viver numa cidade grande, portanto, muito obrigada Happn por nos teres juntado!

 

'Fast forward' 3 anos, e agora estamos a preparar o momento em que efectuamos o compromisso em frente de amigos e família próximos de que queremos ter um futuro juntos. Quando começámos a falar no assunto eu sugeri logo que deveríamos casar-nos em Portugal. Ele ainda hesitou um bocadinho pensando no facto de que teríamos mais pessoas vindas do Reino Unido do que de Portugal mas facilmente o convenci - a festa de casamento é muito mais barata em Portugal, a temperatura é muito melhor e a grande maioria dos nossos amigos e a família dele até que iam apreciar ir passar umas férias a Portugal. 

 

Os meus locais preferidos para o casamento eram Sintra ou Lisboa. Sintra porque eu vivi a minha infância no Concelho de Sintra e passei por lá muitos bons momentos. Ia para a Serra de Sintra com a família passear, ia para as praias de Sintra no verão, ia à vila comer travesseiros quentinhos no inverno, e quando os amigos começaram a ter carta de condução, era para Sintra que íamos à noite. Sintra, no entanto, tem a desvantagem de ter uma temperatura incerta e de estar complicada hoje em dia para se lá passar de carro com o seu novo sistema de trânsito apenas num sentido no centro da vila. Por isso, e pela facilidade de acesso achei que talvez Lisboa fosse a melhor opção, mas o facto é que é altamente complicado encontrar bons locais para fazer o casamento dentro da cidade. Não há quintas espaçosas para o efeito. Há jardins como a Estufa Fria, há grandes restaurantes e hotéis, mas acho que lhes falta carácter, ou então, sítios bonitos como a Estufa Fria são caríssimos. Em termos de espaços para casamento em Lisboa acabei por ponderar as Portas do Sol, o Espaço da Tapada e o Pateo Alfacinha, mas todos faltaram em alguns aspectos daquilo que pretendia. Pesquisei também pela linha do Estoril mas não encontrei nenhum local que achasse que valia a pena ir visitar. Sintra, para mim era mesmo o ideal, mas mesmo em Sintra estava a ser difícil. Havia sempre alguma coisa que estava errada com a quinta - ou estava perto de uma estrada barulhenta, ou a festa seria realizada numa marquee e eu preferia dentro de um edifício, ou a acessibilidade era muito má, etc., etc. Havia sempre alguma coisa. Eventualmente foi o meu noivo que acabou por escolher visto que eu não me conseguia decidir. E ele escolheu apenas através das fotografias porque ele não pôde ir a Portugal na altura que eu fui fazer as visitas. Mas por vezes é bom ter uma pessoa que tenha uma visão mais imparcial baseada nos factos, vantagens e desvantagens, e que consiga considerar as coisas mais importantes. E quando ele me ajudou a olhar para as opções dessa forma, concordei que essa seria sem dúvida a melhor escolha. A quinta escolhida fica numa das encostas da Serra de Sintra e só teremos que organizar um autocarro para levar os convidados à quinta. Organizei um desconto com duas pensões em Sintra para que a maioria dos convidados possa estar juntos e ser agradável de nos encontrarmos com eles se possível, no dia anterior e seguinte ao casamento. 

 

Entretanto quando fui a Lisboa no Natal também consegui encontrar o meu vestido de noiva na Princesa de Sonho que é uma loja em Lisboa, onde a fundadora já tem esta loja há mais de 30 anos e ela própria desenha alguns dos vestidos que vende na loja. Por acaso, nessa altura, já tinha desistido da hipótese de conseguir comprar um vestido desenhado por uma estilista Portuguesa, por ter encontrado tão poucos ou serem demasiado caros, por isso foi uma óptima surpresa quando descobri que aquele vestido que experimentei e adorei, era da linha desenhado pela senhora da casa. 

 

Portanto, já tenho quinta, já tenho vestido, espero já ter fotógrafos (falta finalizar detalhes), e agora uma parte importante que me falta ainda e que devia marcar o quanto antes é a música. E encontrar uma banda com as características que pretendo está a ser mais difícil do que aquilo que esperava, por isso queria perguntar se alguém tem recomendações de músicos - ou uma banda com instrumentos de jazz tipo trompete, bateria, guitarra que possibilitem tocar música animada e conhecida em Português e Inglês tipo Stevie wonder, Metro Station, Rolling Stones, Amy Winehouse, etc. ou um DJ que no seu repertório tenha alguns clássicos de casamento tipo Xutos e Pontapés, musica indie rock tipo The Killers, The Fratelis, música de festa mais moderna tipo Barbra Streisend, Uptown Funk e até um pouco de Electrónica. Eu sei que posso também fazer uma playlist e dar a indicação ao DJ do que quero, mas é preferível que esse fosse o tipo de música que o DJ normalmente toque porque as coisas nunca correm bem quando o som que o DJ passa não é ao seu estilo. 

 

Para já é assim que estou de organização, mas ainda falta muita coisa. Espero conseguir finalizar as coisas mais importantes para breve. 

O que fazer em Londres em Fevereiro 2019

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Quer estejam interessados em encontros românticos para o Dia dos Namorados ou saídas com os amigos, aqui ficam algumas ideias interessantes para o mês de Fevereiro. 

 

Festival das Órquidias de Kew - O que é? O Kew Gardens vai ter uma grande instalação de orquidias coloridas em honra da diversidade de flora da Colombia. Quando? De 9 de Fevereiro a 10 de Março. Quanto? £16.50 Onde? Kew Gardens.

 

Ano Novo Chinês O que é?  Parada de celebrações do Ano Novo Chinês na zona de China Town. Quando? De 10 de Fevereiro. Quanto? Gratuito. Onde? China Town. 

 

Hot Gin Roof O que é?  O moderno Ham Yard Hotel em Picadilly, em parceria com a destilaria Sipsmith, está a organizar um evento dedicado à prova de cocktails quentes originais à base de gin, localizados no ambiente do acolhedor terraço do hotel. Quando? Até 17 de Fevereiro. Onde? Ham Yard Hotel, Picadilly.

 

Craft Beer Rising O que é? 175 pequenas e médias cervejarias vão dar a conhecer os seus sabores neste festival de cerveja, street food e música. Quando?  De 21 a 23 de Fevereiro. Quanto? A partir de £16.80. Onde? Truman Brewery, Brick Lane.

 

Exposição de Jogos de Vídeo O que é? Os apreciadores de jogos de computador vão apreciar esta exibição que retrata alguns dos elementos mais importantes do design de alguns dos jogos mais icónicos criados até hoje. Os visitantes podem contar também com instalações interactivas. Quando? Até 24 de Fevereiro. Quanto? £18.  Onde? Victoria & Albert Museum.

 

Good Grief, Charlie Brown O que é?  Uma exposição que retrata o génio de Schultz, e o desenvolvimento de uma das bandas desenhadas mais reconhecidas do mundo - Charlie Brown.  Quando? Até 28 de Fevereiro. Quanto?  £14. Onde?  Somerset House.

 

Vault Festival O que é? Festival de teatro imersivo, cabaret, comédia, e festas debaixo das arcadas de London Bridge. Quando? Até 17 de Março. Quanto? Cerca de £13. Onde? Waterloo

Um mês em detox

Uff, Janeiro chegou ao fim, e com ele, o fim do meu detox anual. Já há vários anos que venho a fazer um mês de detox por ano. Ao início fiz pela altura da quaresma, durante quarenta dias, há dois anos atrás optei por fazer o mês de Fevereiro, e desde o ano passado mudei para Janeiro. Diferentes meses por diferentes razões mas a experiência e o resultado são os mesmos. 

 

De que consiste o detox que faço? Deixo de beber álcool, consumir lacticínios e derivados, deixo de comer carne, quaisquer alimentos com açúcar adicionado e deixo de beber café. 

 

Porquê? Basicamente faço-o como uma espécie de 'reset' aos meus hábitos de consumo menos saudáveis que me custam a deixar, mas ao fim das 4 semanas estou mais ou menos habituada e faz que, quando volte à minha alimentação normal, adicione esse tipo de alimentos lentamente e tenha mais atenção ao que como. 

 

E resulta? Resulta! Hoje foi o primeiro dia que voltei à minha alimentação 'normal', e sem pensar nisso o único alimento que introduzi hoje até agora (ainda não jantei) foi o café (aiii que saudades tinha do meu café matinal!!). 

 

É difícil? É um bocado ao início, mas rapidamente me habituo. O café custa-me bastante, e quando estive semi desesperada tomei café descafeinado. Ao início de deixar de tomar café fico com dôr de cabeça e sinto-me muito cansada, mas passado uns dois dias essa sensação passa. O álcool geralmente também custa, mas hoje em dia encontro cervejas sem álcool em quase todos os bares, por isso consigo ter o mesmo sabor a que estou habituada quando vou sair mas sem o álcool e sem as dores de cabeça, que é uma maravilha. O açúcar também me custa um bocado principalmente à noite porque gosto imenso de comer umas bolachinhas com o chá. Mas nozes e figos secos não são uma má alternativa como snack. Os lacticínios só são difíceis quando vou comer fora porque ainda há muitos locais que têm pouca oferta de escolha, e muitos pratos vegetarianos têm queijo. A carne é provavelmente o mais fácil de retirar da alimentação, até porque continuei a comer peixe, e existe sempre alguma alternativa de peixe, vegetariana ou vegana que corresponda aos meus requisitos complicados. 

 

Sinto-me diferente? Sim, sem dúvida. Como a alimentação consta maioritariamente de alimentos de fácil digestão como vegetais, fruta, peixe e nozes, o meu sistema digestivo fica regular que é uma maravilha e sinto-me leve e com energia. 

 

Se é assim tão bom, porque é que não continuo com essa alimentação? Ai não! Eu gosto, faz-me bem, leva a que eu faça receitas mais originais e a pensar duas vezes antes de comer certas coisas nos meses seguintes ao detox; mas de forma geral gosto muito de poder comer o que o meu corpo me pede sem restrições. 

 

Foi bom, mas também é bom que já acabou. 

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