Ora queria eu sol e calor? Queria eu daquelas noites quentes maravilhosas que só apetece estar na rua numa esplanada? Pois queria, mas não há. Chuva hoje, em pleno Agosto em Lisboa. Mal posso acreditar!
Até agora, e desde quinta, quando cheguei, só ainda consegui ter um dia e meio de praia. Já é qualquer coisa mas está longe das expectativas.
Sol àparte, tenho tentado aproveitar a minha estadia por cá ao máximo - jantas com amigos, festarola de Nafarros, noitada no Lux, outra no Bairro. De entre as saídas descobri que Alfama tem muito mais do que aquilo que pensava para uma noite bem passada ao som de um belo de um fado. É pena os restaurantes por ali serem um pouco mais para o carotes, mas desconhecia que havia tantos e tão giros por ali. Recomenda-se para quem também ainda não foi por lá muito.
Como já tinha dito vou fazer o Vintage Midnight Walk, para o qual vários de vocês já ajudaram com contribuições, o que tenho só a agradecer. É estranho mas a maioria das pessoas que realmente conheço e são minhas amigas, quase nenhuma me patrocinou, e têm sido os leitores do blog que contribuiram mais até agora. Muito, muito obrigada para todos os que contribuiram até já. A minha venda de bolos no escritório na semana passada afinal mostrou-se um sucesso. Fiz um bolo de tiramisu e uns biscoitos de canela que a minha avó me costumava fazer quando era pequena, e renderam bem ao final dos 3 dias em que estiveram à venda com £52 angariados. Fiquei impressionada visto que no primeiro dia pareceu que não havia grande aderência. Agora as minhas amigas que também se inscreveram comigo é que também têm que investir no tempo para angariarem os fundos necessários que senão a coisa vai estar muito áquem do target. A ver vamos...
Mas isto tudo para dizer que, quando vim de férias ainda não tinha a roupa para a minha participação no Vintage walk. Para a caminhada preciso estar vestida no tema vintage com roupa e acessórios que representem o que se usava entre os anos 20 e 40. Eu decidi que preferia ir vestida ao estilos anos 40, mas falta encontrar a roupa. Onde vivo há imensas lojas com roupa vintage mas na voltinha que dei por lá às lojas não consegui encontrar nada que me servisse. Então vim com esperanças de encontrar a roupa mesmo por cá. Quando cheguei rapidamente verifiquei que lojas vintage não são propriamente fáceis de encontrar e, por isso, as que existem, são caras. Descobri da existência de uma porque patrocina uma série Portuguesa que há para aí agora que é passada em Portugal nos anos 60/70. A tal loja chama-se A Outra Face da Lua e fica localizada numa transversal à Rua Augusta. Fui lá logo nos primeiros dias e ao falar com os empregados rapidamente descobri que a forma que têm de encontrar tanta roupa vintage é porque,… a mandam vir de Londres :-P E depois vendem cá um pouco mais caro, como é óbvio. Bem, mas eu não tinha grande escolha à minha disposição por isso toca de tentar encontrar algo por lá. Infelizmente não encontrei nada que se adapta-se aos anos 40 e anterior a essa década. Resultado, acabei por sair das lojas sem o vestido pretendido e com um bocadinho menos de paciência do que a que tinha quando entrei. Mas foi uma questão de dar umas voltas ao antigo roupeiro da minha mãe e lá encontei algo que consigo adaptar aos anos 40 por isso vou optar antes por esse mesmo.
Coisas que tenho encontrado diferente desta vez? A minha melhor amiga da época da primária já teve bébé (parece que ainda há tão pouco tempo estavamos a ir para a primária a falar sobre quanto tempo faltava para entrarmos na universidade, e agora já acabou a universidade à uns anos e ela já tem o seu bébé. Mas fiquei toda babada ao ver a pequenina. É a minha primeira "sobrinha" linda). Quanto a outras coisas, já encontrei uns novos bares ali para o Chiado; novas "celebridades" é que parece que não falta por aí, pelo menos foi com essa a ideia que fiquei quando li as revistas côr-de-rosa enquanto esperava para ser atendida no cabeleireiro. Já não conheço quase ninguém das caras do Jet 7 Português; há uns programas novos na TV;... mas aparte disso o resto das coisas parecem mais ou menos idênticas ao que estavam sem grandes mudanças, o que eu gosto.
Bem e agora vou de partida para o Alentejo. Tenho casório na família lá pra baixo este fim-de-semana. Peço desculpa quem me tem enviado emails e comentários aos quais eu ainda não tenho tido a oportunidade para responder mas assim que poder eu respondo.
Na semana passada inscrevi-me para participar num evento cujos proveitos irão para caridade. Tenho a ideia de que em Portugal não existe tanto este hábito de se participar em eventos com o intuito de angariar fundos para obras de caridade, mas aqui é algo normalíssimo. Lá de vez em quando recebo uma mensagem de alguém que vai participar num evento quer seja uma corrida, um passeio, vá fazer bungee jumping ou o que quer que seja e precisa de angariar fundos para oferecer à caridade relacionada com o evento. Basicamente como isto funciona, para quem não sabe, é que existe um preço por bilhete que para a maioria dos eventos será um valor relativamente baixo tipo £20 ou £30 mas depois é necessário atingir um valor mínimo em fundos para caridade. Esse valor geralmente varia entre £50 e £500 dependendo da caridade e do evento. Os participantes para conseguirem angariar os fundos necessários geralmente criam uma página online através de um dos websites que servem para isso mesmo, tal como o JustGiving.com ou o VirginMoneyGiving.com e depois enviam o link da página criada para todos os amigos e conhecidos para pedir ajuda na angariação de fundos. Ao criar uma página de angariação de fundos através de sites como estes todas as pessoas reconhecem os sites e sabem que não existe a mínima possibilidade de que o indivíduo que está a pedir ajuda fique o dinheiro porque para criar uma página dessas é preciso associá-la à caridade em questão de forma a que todos os fundos sejam direccionados para a conta dessa caridade. Se o participante ao final do tempo limite indicado pela organização do evento não tiver conseguido angariar o limite mínimo, terá que pagar o restante a partir do próprio bolso.
Introduções feitas a como funciona todo este processo, eu venho agora pedir que me patrocinem para eu conseguir atingir o meu target mínimo de £100 para o evento em que vou participar. Vai ser o Vintage Midnight Walk a decorrer no dia 10 de Setembro a partir da meia noite. O objectivo será percorrer 10 milhas (16km) pelas ruas do Borough de Hackney em vestuário vintage que poderá ser adequado à década dos anos 20, 30 ou 40.
Todos os proveitos serão repartidos 50-50 entre a Richard's House que é um hospital para crianças com doenças terminais e o St. Joseph's Hospice que é um lar para idosos. Mais informações sobre cada uma das causas aqui.
Criei a página com mais 3 amigas que também vão participar e, no total temos que angariar £400. Já criei um evento no facebook e enviei para quase todos os meus contactos, mas até agora só duas pessoas doaram, uma vinda do meu lado e outra vinda do lado de uma amiga. Ora portanto, está a ser mais difícil do que esperava conseguir angariar fundos, mas ainda estou esperançosa de que irei conseguir atingir as £100 a que me comprometi. No domingo passei 3 horas a fazer bolos e ontem levei-os para o escritório para vender aos colegas. Alguns foram generosos mas a maioria não comprou coisíssima nenhuma. Fiz um bolo de tiramisu que cobrei £2 por fatia e biscoitos de canela que cobrei £0.50 cada um, mas fiquei desapontada por não terem comprado logo todos no primeiro dia. Ainda sobraram 3 fatias de bolo e mais uma grande quantidade de biscoitos (e sim, estão bons.)
Para quem me quizer ajudar que tenha visto o meu pedido aqui no Tuga em Londres, agradecia que quando fizessem a doação colocassem o vosso nome e, na mensagem (existe um espaço para enviar uma curta mensagem quando efectuam uma doação) indiquem Tuga em Londres para eu saber que vieram através do blog e que não são conhecidos das minhas outras amigas também participantes. Como agradecimento, para todos aqueles que efectuarem doações (se alguém efectuar) eu enviarei um link para todas as fotos da noite (têm que depois me enviar os vossos emails) e dedico-vos o post onde irei relatar o evento.
Isto de se ser emigrante a viver num país como o Reino Unido significa que o bronze já não fica na pele, as noites são sempre dormidas sem desconforto do calor e não se consegue muito bem distinguir a diferença entre a Primavera, Verão e Outono. Significa também que são raras as noites passadas numa esplanada em manga curta, os dias de praia, o poder sair de casa sem ter que levar casaco atrás,... E tudo isto, meus amigos, faz-me falta!!! E principalmente agora que estou a contar os dias para ir passar férias à minha amada terra, ainda mais penso nisso. Estou ansiosa por poder voltar a mergulhar, a dar braçadas no mar, a sentir as noites quentes. Estou até ansiosa pelo calorzão das planícies Alentejanas onde vou passar uns dias. Preciso de sentir esse calor intenso para recarregar baterias e depois durante os próximos meses já não me voltar a queixar com falta de calor.
Uma combinação ideal para ter um pouco de tudo aquilo de que sinto falta é ir a uma festa na praia. Por isso pergunto se alguém conhece de uma festa na praia que esteja para acontecer neste próximo fim-de-semana ou na semana seguinte ali para os lados de Lisboa e arredores? Ou se não houver festas, alguém conhece algum barzinho giro ali na zona à beira-mar? Agradecia muito umas boas dicas que infelizmente já não estou a par dos locais bons onde sair à noite por aí.
Na passada quarta-feira houve lá na empresa o que chamámos de "O dia de desporto da empresa".
Acabámos o trabalho pelas 13h, tivemos almoço todos juntos no escritório e depois saímos para o Hyde Park fazer uns jogos típicos de escola primária. Sendo que íamos fazer jogos de escolinha, havia uma temática geral para a forma como deviamos estar vestidos que era de farda escolar. Tinhamo-nos dividido em equipas posteriormente e cada uma decidiu entre si que características a sua equipa iria ter que os diferencia-se dos restantes. Na minha equipa decidimos ir à estudantes "geeks" com óculos de fundo de garrafa. Houve outro grupo que decidiu ir vestido à estudantes numa aula de desporto e o terceiro grupo decidiu levar fitas vermelhas na cabeça.
Foi uma típica tarde de "team building" mas com um budget apertado, daí não termos ido fazer rafting, kyaking ou as típicas actividades campestres/de aventura que as empresas costumam fazer nos dias de "team building". Mas devo dizer que foi muito engraçado. Desde a corrida em sacos de batatas, a montar uma tenda em equipa e até o jogo em que se leva o ovo numa colher, foi uma tarde cheia de jogos que já nenhum de nós fazia à muitos anos. Mas digamos que apesar de sermos todos adultos, parecíamos mesmo uma crianças porque a batotísse foi coisa que não faltou. No meu grupo começamos por perder todos os primeiros jogos o que claro que é sempre chato. Eventualmente lá ganhámos um ou outro, e quando chegou a minha vez de jogar um e tinha que correr lado a lado com a pessoa da equipa oposta é que reparei na batotísse que para alí havia. Este era o jogo em que se vai a correr até um pau, agarramos no pau na vertical com a base no chão, colocamos a testa junto à ponta de cima do pau e giramos em torno do pau 10 vezes e corremos de volta para a nossa equipa. Ora eu pensei que este jogo era facílimo mas à 5ª volta estava tão tonta que já quase caía para o lado. No entanto reparei que o meu colga da equipa oposta deu 3 voltas no pau e voltou a correr para a equipa. Fiquei fula. Batotísse descarada. Mas tenho que confessar que no último jogo do ovo a minha equipa ganhou também pela mesma razão. Quando já todas as pessoas tinham corrido com o ovo estava um tête-à-tête entre um colega da minha equipa e um de uma das equipas opostas. Como estavam mesmo no final começaram a correr com o ovo na colher a ver quem chegava primeiro. Ao correrem claro que o da equipa oposta deixou o ovo cair, mas o colega da minha equipa conseguiu vir a correr em sprint e miraculosamente conseguiu não deixar cair o ovo. Milagre? Nahh!
Acabámos por volta das 16:00h e como não poderia deixar de ser, fomos recarregar energias para o pub. Após longas horas no pub e no bar seguinte, não foi de admirar que alguns tivessem que ficar a "trabalhar" a partir de casa no dia seguinte. E não, eu não tive que ficar em casa nesse dia. Mas lá está, uma vez não são vezes.
Durante esta semana que passou tive a minha primeira experiência profissional a lidar com clientes de Portugal e devo dizer que é um pouco diferente. Não houve uma interacção muito grande para além de um telefonema e umas trocas de e-mails, por isso não vou aqui fazer comparações aprofundadas já que não tenho experiência pra poder comentar sobre isso. A diferença que encontrei foi mesmo na forma como nos tratámos uns aos outros durante a comunicação.
Primeiro telefonei ao cliente e pedi para falar com o João (nome fictício). Fiquei na dúvida se deveria pedir para falar com o João ou com o Sr. João. Afinal ele é o patrão portanto não sabia bem como pedir para falar com ele. É que eu sei que em Portugal é normal ser-se mais formal em situações de trabalho do que por cá. Aqui trato toda a gente pelo primeiro nome quer sejam os Assistentes ou os Directores Gerais, quer tenham 25 anos ou 55. Mas a ideia que tenho é que em Portugal não é bem assim e pelo menos neste caso confirmou-se.
Como não sabia bem como me dirigir, simplesmente pedi para falar com o João, sem cá floreados.
Ficou acordado que a agência de design com que trabalha me ía enviar a newsletter sobre a qual falamos. Eventualmente, quando recebo o e-mail do designer ele começa o email por dizer
"Cara Ana,
A pedido do Dr. João Silva (nome fictício), venho por este meio enviar-lhe..."
Uuii, mas que formalidade. Afinal eu devia-o ter tratado era por Dr. João Silva. Mas será que ele é mesmo doutor de alguma coisa? Imagino que seja licenciado, e como tal lá leva o Dr. no título.
Bem, o que posso dizer é que eu cá não gosto de floreados nenhuns e não tenho paciência para estar a perder tempo a escrever palavras que não adicionam nada a mais áquilo que se quer comunicar, portanto de mim levou a resposta com um "Olá Pedro (nome fictício), Muito obrigada blá blá".
Mas isto é sempre tudo assim tão formal nas comunicações profissionais em Portugal ou é só no início dos primeiros contactos que usam todas estas formalidades e depois tornam as coisas mais informais? Ou será que nem é costume serem assim tão formais e apenas calhou que estes o fossem?
Estas diferenças não deixam de ser engraçadas porque se por um lado o povo Português é formal profissionalmente, em situações sociais é um povo super afectivo, todos se cumprimentam com dois beijos (excepto homens, claro), as pessoas abraçam-se sem problemas, etc. Já no Reino Unido são todos "ai não me toques" em questões sociais, dá-se um aperto de mão quando se conhecem pessoas, e são de forma geral mais distantes, mas quando estão em situações profissionais é tudo tu cá tu lá. É interessante esta disparidade.
Após os grandes confrontos, assaltos e destruição de segunda-feira fiquei muito satisfeita quando soube que Londres encheu-se de voluntários para ajudar a limpar as ruas desta nossa cidade em que vivemos. Em forte espírito comunitário, as pessoas sairam às ruas com as suas vassouras para conseguirem limpar rapidamente as ruas e voltar a dar um ambiente mais acolhedor à cidade. Foram tantas pessoas que se ofereceram para a operação limpeza que alguns voluntários chegaram a não ser necessários e foram direccionados para outras zonas de Londres onde mais ajuda era necessária. Ficam algumas images:
Hoje, apesar de ainda terem havido situações semelhantes às de ontem, apesar de ainda se ouvirem muitas sirenes na rua mesmo agora pela meia noite e meia, ao que parece o número de assaltos e pilhagens e de zonas afectadas diminuiu. Quando vim de trabalho ainda vi algumas lojas com vidros partidos, apesar de naquela zona não ter havido grupos de vandalismo, mas pelos vistos pelo menos algumas pessoas por lá passaram a partir montras. Não chegaram a destruir completamente os vidros, apenas os quebraram. Deviam talvez achar que mais um ou menos um não fazia diferença. Outras tantas lojas precaveram-se com umas protecções para os vidros das montras, tal como costumam colocar quando se realiza o carnaval de Notting Hill. E bem fazem eles, porque enquanto esta onda de crime não terminar, e com estes indivíduos a destruir o que têm a oportunidade de destruir, há que utilizar todas as precauções possíveis para não verem destruídos em minutos o que poderá ter sido o seu negócio de anos.
Reparei que o post anterior gerou muitos comentários, uns quantos confrontos de opiniões, alguns em tom de debate construtivo e outros tantos simplesmente a contrariar fortemente em tom negativo. É verdade que todos temos as nossas opiniões, mas sinceramente, não vale a pena começar em confrontos agressivos a comentários, que por vezes até podem simplesmente estar a ser mal interpretados. Comentários construtivos, discussão de ideias e opiniões, óptimo. Comentários agressivos, façam-nos noutro lado se fazem favor.
Relativamente a alguns dos assuntos comentados tenho que deixar também aqui a minha opinião. Discordo quando falam que estes confrontos de Londres tenham sido fomentados por imigrantes. Quem vive em Londres sabe perfeitamente que existe um rácio grande do número de imigrantes para com o número de nacionais, portanto, tem toda a lógica que quem quer que seja que tenha estado envolvido nestes assaltos seja ou tenha origens de pais imigrantes, porque afinal, apenas está em linha com as origens da população de Londres. No entanto, vendo os vídeos dos eventos em Manchester, por exemplo, já se notou um maior número de população nacional envolvida nas pilhagens. Lá está, Manchester também não é uma cidade tão multicultural quanto Londres.
Estas pessoas, este adolescentes foram mal criadas, deixadas sozinhas ou desamparadas pelos pais, criadas na rua, habituadas ao crime e à marginalidade, que sobrevivem em gangs muitas vezes e não se podem deixar ser "fracos" porque quem é fraco naquele meio, dá-se mal. São miúdos sem educação e sem respeito por nada ou por ninguém. A cor da pele não tem aqui nada a haver com a educação que tiveram porque tanto se encontra de uma cor de pele ou de outra. Eles são todos iguais na forma como falam e como agem. Também não tem a haver com religião porque estes miúdos não seguem religião nenhuma na sua larga maioria. Se seguissem teriam alguma noção de respeito ou de diferença entre o bem e o mal que geralmente é transmitido a quem é religioso. Claro que há os religiosos extremistas que pela religião matam outros e a si próprios, mas esses realmente pensam que estão a fazer o que é correcto pela religião deles e que estão a seguir os poderes divinos o que o que quer que seja que os faça tomar certas atitudes em nome da religião. Mas esse também não é o caso destes miúdos.
Um dos comentários deixados indica que estes adolescentes tomaram as atidudes que tomaram por estarem revoltados com a pobreza e com os impostos tal como indicado em vários jornais. Infelizmente só porque alguns jornais falam das razões que poderão ter levado algumas pessoas a decidir começar a roubar e partir tudo, isso não quer dizer que fosse o caso da maioria. Estes miúdos não estão a fazer contestação nenhuma desse género. Estes miúdos simplesmente se juntaram em grandes números para assaltar e roubar porque é "cool", e porque estavam aborrecidos, e porque os amigos vão por isso eles também não podem deixar de ir, e porque querem ser maus e querem enfrentar a polícia e gostam de causar medo. Vê-se que assim é pelos tweets e mensagens de facebook deixadas pelos que se decidiram a organisar os grupos que já foram publicadas, porque quando os jornalistas perguntaram a muitos dos envolvidos a razão porque estavam a fazer aquilo eles ou não sabiam dar resposta ou davam uma do género "é porque pagamos muitos impostos". Pelos impostos? Isto são miúdos de 15 anos a falar. Quais são os impostos que eles pagam. Obviamente muitos dos seus comentários e razões anunciadas não têm lógica ou razão de ser. Mas mesmo que efectivamente estes jovens tivessem uma razão a contestar quer seja ela a pobreza ou outra qualquer, mesmo assim isso não justificava o facto de estarem a partir e pilhar lojas ou incendiar edifícios ou habitações que nada têm a haver com a sua situação financeira.
A ver é se os miúdos se aborrecem e fartam da brincadeira para podermos voltar à normalidade que sinceramente o que se tem visto nos últimos dias têm sido demasiada pura selvajaria.
Hoje está a ser uma noite vergonhosa para Londres. Do Norte ao Sul de Londres só se houvem falar de pilhagens e incendios, e tudo feito por criancas e adolescentes que nao tem mais que fazer na vida e pensam que estao a ser muito "cool" e que tem todo o direito de fazer toda esta destruicao. "Estamos a recuperar os nossos impostos" disse uma adolescente ao jornalista, que por acaso até está a viver dos benefícios de Estado. Impressionante!
E a forma como se espalhou tao rapidamente é ainda mais increditável. Já é a terceira noite seguida que ocorrem estas pilhagens, mas hoje tem sido mesmo demasiado e por todo o lado. Parece um filme. Estou neste momento a ver imagens das ruas principais de Clapham Junction que geralmente sao tao limpas e calmas e agora só se ve montras partidas, lojas destruídas, lixo no chao. Estou mesmo abismada.
Pelas 19:30h, estava eu na minha aula de danca que decorre numa das ruas principais e fomos interropidos porque a polícia tinha mandado fechar todas as lojas e estabelecimentos da rua. Ao chegar a casa, ligo-me ao Facebook e é uma inundacao de comentários de toda a gente a dizer que as suas ruas locais também foram fechadas, outros tantos a dizer que estao a ouvir gritos e vidros partidos na rua onde estao. Isto, só visto. É mesmo irreal, irreal!!
Este mapa indica as zonas de pilhagens confirmadas que estao a ocorrer/já ocorreram em Londres entre os últimos 3 dias:
Estamos a contar com outro Agosto de verão muito irregular em que os dias de calor são intercalados por dias de chuva intensa. Vale-nos todos os eventos que a cidade tem para nos oferecer dentro ou fora de edifícios (consoante a preferência de cada um e, desde que o tempo o permita).
Abertura de verão do Buckingham PalaceO que é? A Rainha vai para a sua residência de verão no Palácio de Windsor e, como tal, o Buckingham Palace fica aberto à visita de quem quizer vê-lo por dentro. Quando? De 23 de Julho a 3 de Outubro. Quanto? Bilhete de adulto a £17.50. Onde? Palácio de Buckingham, Green Park. Estação? Green Park.
The Apple Cart FestivalO que é? O mais recente festival de Londres de música, comédia, arte, cabaret e magia. Quando? De 27 de Julho a 7 de Agosto. Quanto? £29.95 bilhete. Onde? Victoria Park. Estação? Mile End.
Camden FringeO que é? Festival de música, teatro e comédia em vários locais diferentes na área de Camden. Quando? 1 a 28 de Agosto. Quanto? Bilhetes a partir de £5. Onde? Vários locais em Camden. Estação? Camden Town, Chalk Farm, Euston Square.
Cinema ao ar-livre na Somerset HouseO que é? 12 noites de cinema ao ar-livre no pátio da Somerset House. Quando? Sábado 7 de Agosto. Quanto? £14.50. Onde? Somerset House. Estação? Charing Cross.
Empire Big ScreenO que é? Grande apresentação de filmes em ecrã gigante na O2 Arena. Inclui 10 ecrãns de cinema, apresentações prévias de filmes por produtores e/ou actores, incluí a Hollywood Boulevard com características de interesse para os amantes de cinema, entre outros eventos relacionados. Quando? 12 a 14 de Agosto. Quanto? Entre £10 e £175 dependendo do tipo de bilhete. Onde? O2 Arena. estação? North Greenwich.
Teatro ao ar-livre no London Scoop O que é? Várias performances gratuitas de peças de teatro. Quando? De 4 de Agosto a 4 de Setembro. Quanto? Gratuito. Onde? The Scoop, Junto à Câmara Municipal de Londres na margem sul junto a Tower Bridge. Estação? London Bridge.
Nothing Hill CarnivalO que é? O melhor em termos de animação e maior festival de música do verão Londrino. Conta com as normais paradas carnavalescas mas a melhor parte do festival encontra-se na zona de Westbourne Park onde ficam todos os Sound Systems ou stands com DJs. Quando? 28 e 29 de Agosto. Quanto? Gratuito. Onde? Nottingh Hill. Estação? Nothing Hill, Ladbroke Grove.
Este fim-de-semana abri uma excepção ao meu estudo normal para poder ir ao Vintage festival no Southbank Centre no domingo.
Pela primeira vez o Southbank Centre foi completamente fechado ao público, sendo que apenas era permitida a entrada a pessoas com bilhete. Apesar de falhar com as suas normas habituais, parece-me que o Southbank Centre fez uma boa escolha ao ter ocupado todo o seu espaço com este festival porque de facto fê-lo muito bem. Com várias pistas de dança, cada qual com música de uma década; uma pista principal onde decorreram as passagens de modelos de vestuário vintage; havia uma cave com decoração à armazém abandonado onde passava música rave dos anos 80 e uma varanda no topo do edifício com música techno também da década de 80; zonas para aprender a bordar e cozer; zonas onde maquiavam as pessoas com características de uma época à sua escolha; salão de jogos com máquinas de flippers, juke box e pacman, um museu; exposições, fotografia; concertos de reconhecidos cantores que tiveram os seus singles de sucesso nas décadas de 70, 80 e 90; com certeza não faltaram coisas para se fazer naquele festival. Mas uma das características mais interessantes foi mesmo o facto de que a larga maioria das pessoas estavam vestidas à ocasião com vestuário da sua década de escolha. Tinhamos desde saias pelo joelho rodadas dos anos 50 às meninas e meninos "groovy" da década de 70. Havia mesmo de tudo e sem dúvida que a larga maioria das pessoas fez um esforço para estar o melhor que podia com a sua vestimenta e acessórios.
Eu fui vestida à década de 70 com um vestido que efectivamente era dessa época (nada dessas imitações modernas que agora há por aí). Era um vestido que a minha mãe fez para ela própria quando tinha os seus 20 e poucos anos, e que agora é meu. Adoro-o. E provavelmente por ter sido feito pela minha mãe adoro-o ainda mais já que tem todo o valor acrescentado. Calcei os sapatos e coloquei os acessórios que tinha que ficavam melhor enquadrados na época, usei o meu baton vermelho carregado, e estava pronta para o Vintage Festival. Muito gira a experiência. Gostei mesmo.
Para quem não foi fica com um pouquinho de uma dança com que os swingers do festival se entreteram: