Hoje houve uma reunião importante lá na empresa entre os gerentes de vendas e os directores de um evento que é um potencial cliente nosso. Esses directores são baseados em Espanha e, inicialmente era suposto virem para a reunião na quarta-feira. Na terça afinal avisaram que só vinham na sexta, ontem decidiram que vinham hoje à tarde, e entre ontem à noite e hoje de manhã conseguiram avisar que afinal planeavam vir hoje ao final da manhã. Ora esta mudança de planos tanta vez não é nada habitual aqui por terras de Sua Majestade. Então, da última vez que o gerente de vendas disse à equipa dele que afinal os clientes vinham mais cedo, eles não conseguiram evitar o comentário "pois, são Espanhóis, outra coisa não seria de esperar. Devem ter decidido vir mais cedo para depois ainda irem a tempo de dormir a sesta".
Quando os dois chegaram, ela não sabia falar nada de Inglês e o nível de Inglês dele também era um pouco reduzido. Foi chamado um colega meu Italiano que não se desenrasca muito mal no Espanhol para ir também à reunião para ajudar com a comunicação.
Quando finalmente a reunião acabou umas 5 horas depois, o gerente de vendas veiu completamente extenuado, a dizer que foi uma das reuniões mais cansativas que alguma vez teve. Isso claro que só levou a uns comentários menos simpáticos dos meus colegas a associar o ritmo lento de vida que se leva em Espanha ao facto da reunião ter durado tanto tempo. E criou-se ali uns 2 minutos de conversa à volta dos hábitos Espanhóis, obviamente com a sua conotação um tanto ou quanto negativa.
Enquanto ouvia a conversa isso só me fez pensar como, na opinião deles (entenda-se Ingleses) o que é para os Espanhóis, aplica-se aos Portugueses, já que para eles os hábitos dos povos de países do Sul da Europa são todos os mesmos. Nunca tinha ouvido os meus colegas fazerem comentários do género (ou pelo menos nada que fosse levado tanto pela negativa), e certamente numa se notou qualquer tipo de comentário negativo relativo ao facto de não ser Britânica para mim ou para nenhum outro colega estrangeiro, mas o facto é que as percepções dos diferentes povos e dos seus estereótipos não deixam de estar intrísecas.
Eu não comentei no assunto, mas não consegui deixar de pensar como estes mesmos estereóticos estão tão vincados que não dá para fugir deles. Ainda mais com estes clientes a fazerem aquela quantidade de trocas de horários e datas para a reunião claro que também não ajuda nada a retirar esse estereótipo. Afinal estes têm que ser baseados no seu quê de realidade, e o caso de hoje só demonstra que pelo menos alguns desses estereótipos lá têm o seu fundamento.
Não podia deixar de dedicar um post à Amy Winehouse. A sua vida era problemática, não há dúvida. Entre abuso de drogas e alcóol, uma vida jovem nas luzes da ribalta, casamento e divórcio relatado nas páginas dos jornais, problemas com a polícia, e uma voz que nos fazia e faz deslumbrar.
Tendo crescido envolta em vozes de Jazz, que eram muito apreciadas pela família, aos 16 anos conseguiu o seu primeiro contrato com a Island Records como vocalista de Jazz. Em 2003, a mesma agência lança o seu primeiro album "Frank" quando ela tinha apenas 20 anos.
Em 2006 ela já tinha vários problemas com o álcool, inclusívie não conseguindo fazer performances completas por estar demasiado embriagada. Nesse ano a agência que geria o seu contrato aconselhou-a a entrar em reabilitação. Em vez de ir para reabilitação, ela demitiu essa agência e lançou o single que a levou a sucesso mundial "Rehab", juntamente com o seu álbum "Back to Black". Com esse álbum foi nomeada para 6 Grammys e ganhou 5, o que fez com que fosse a primeira artista Britânica feminina a ganhar 5 Grammys. Ganhou um BRIT Award em 2007 como melhor artista feminina e ao longo da sua carreira ganhou 4 Ivor Novello Awards.
ontem, a 23 de Julho de 2011, a Amy Winehouse é encontrada morta no seu apartamento em Camden Square, no norte de Londres, possivelmente devido a uma overdose de Ecstasy (ainda por confirmar), juntando-se ao "clube dos 27", conhecidos como as estrelas do rock (apesar de ela não ter sido uma cantora rock) que morreram aos 27 anos de idade - Brian Jones (em 1969), Jimi Hendrix (em 1970), Janis Joplin (em 1970), Jim Morrison (em 1971) e Kurt Cobain (em 1994).
Como tributo à cantora fica aqui o seu primeiro single "Stronger than Me":
Esta semana teve início um novo projecto de arte parte da séries de projectos intitulados Art on the Underground que, como o nome indica, refere-se a projectos de arte presentes no metro de Londres. Este novo projecto por Michael Landy intitula-se "Acts of kindness" e tem como objectivo juntar testemunhos de pessoas que tenham feito ou presenciado actos de bondade entre pessoas durante a sua viagem no metro de Londres. Vao poder encontrar esta exposicao de testemunhos em várias estacoes de metro e comboios da Central Line (linha vermelha). Aqui ficam alguns exemplos dos testemunhos dados pelas pessoas que fazem parte deste projecto:
"In my local Tube station there was an LU worker standing at the barriers who used to say to me " you should leave the house a little bit earlier love" as every morning I would rush through - dropping my gloves, Oyster card, leaving my purse at home. One day I got a call on my mobile phone... we found your laptop in the lift... As I dash through I still look out for him - but he's no longer working there."
"I left my expensive new mobile on the seat at Kingsbury. When I got home I called it and a stranger picked up. He took a detour on his way home that night to meet me at the station and give me back my phone. Thank you!"
"My sister and I were coming home from a lovely evening out. The train wasn't very crowded, but someone spotted a bottle of bubbles that had been left behind on the seat by someone. To our amusement the guy started blowing bubbles in the carriage and then passed the bottle onto the woman next to him. We all took turns blowing bubbles in and carriage and giggling together. When it got to my turn, I took the stick and held it over the air conditioner, the bubbles that were formed floated down to the end of the carriage where more people laughed. The laughs we had that evening lasted all the way home."
"I fainted on a very hot, very busy tube. When I came round, a lady was supporting my head. I was upset and started crying. She got off the tube with me at the next stop and sat with me until I felt better. After I while I was ready to get back on the tube and go to work. The lady asked where I was going. She said that she wanted make sure I got to work ok so she got off at my stop with me at Holborn and walked me to work. So kind and totally selfless."
E há muitas mais histórias que podem ler no site da TFL, se nao as virem mesmo no metro. Se voces próprios tiverem histórias de bondade que queiram partilhar podem faze-lo através desse site.
Ao saber deste projecto isso fez-me pensar sobre que eventuais actos de bondade eu poderia falar. Para minha surpresa, e com um pouco de tristeza, verifiquei que nao me lembro de nenhum acto de bondade que eu própria tenha feito no metro, para além de dar o meu lugar a outras pessoas, o que nao conta por ser algo normal. Também nao me lembro de ter visto nenhum feito por outras pessoas. Consigo é lembrar-me de situacoes em que pessoas foram antipáticas umas para as outras. A última delas foi um tipo que nao gostou que o outro estivesse sentado muito próximo dele a ler o seu jornal sobre os ombros e até se demonstrou muito mal educado a pedir para o homem se afastar dele mais, quando estavamos num metro cheio em hora de ponta.
Em termos de actos de bondade lembro-me sim é de um que me fizeram a mim. Foi no dia em que eu me fui despedir da melhor amiga que eu tinha em Londres na altura, no dia em que ela decidiu voltar para Franca de vez (já lá vao uns 4 anos). Depois de a deixar para apanhar o comboio em Liverpool Street, fui para a fila para comprar o bilhete do metro e, estava tao triste que as lágrimas comecaram-me a escorrer pela cara. Na fila ao lado estava uma mae e a filha que devia ter os seus 7 ou 8 anos. A crianca tinha um chocolate na mao. Olha para mim, ve-me a chorar, e estica o braco para me dar o chocolate. Fiquei tao emocionada com a crianca que foi tao querida em dar-me o chocolate para eu me sentir melhor. Resultou. Eu parei de chorar e sorri. Acho que foi um dos actos mais queridos que já recebi.
Quando à duas semanas o meu colega me disse que o flatmate dele, que trabalha para a News International, lhe mandou uma mensagem a informar que o jornal News of the World teria a sua última edição no domingo seguinte, eu não queria acreditar. O News of the World que já existe desde 1843 era o jornal escrito em Inglês mais vendido do mundo. Sem dúvida que de qualidade muito duvidosa dado o seu carácter de notícias populares, escândalos, cusquisses sobre celebridades, assim com um nível um bocadinho mais abaixo do Correio da Manhã (para quem não conhece já fica com uma melhor ideia). Mas não deixava de ser um jornal muito vendido e lido por milhares de pessoas. Acabar assim sem mais nem menos?
Claro que agora já todos sabemos a razão de fecho do jornal dado que várias linhas telefónicas tinham sido postas em escuta secreta pelo jornal para que os jornalistas conseguissem saber sobre toda a privacidade de celebridades, vítimas de crimes, etc. que poderia gerar informação para bons títulos de jornal, atraentes para a sua venda lucrativa.
Parece inacreditável que um jornal tenha feito algo deste género, mas para que o podesse fazer também tinha que ter o poder para o fazer. E quem é que tem acesso a essas escutas? A polícia, os políticos,... Ainda não há efectivos culpados, mas o que é um facto é que para que tal tenha sido possível, muita gente tem que ter estado envolvida. O jornal foi fechado levando centenas de pessoas para o desemprego, a Chefe Executiva do grupo Rebecca Brooks demitiu-se, a chefe do grupo Dow Jones nos EUA membro também da News Corporation, também se demitiu, o ex. chefe de comunicação do Primeiro Ministro Britânico David Cameron, também já se tinha demitido mais cedo no ano quando as primeiras alegações de escutas telefónicas do News of the World o envolveram, o que levou a suspeitas de que o Primeiro Ministro podia estar ocorrente da situação. Entretanto representantes do grupo de segurança MI5 também já se dizem estar envolvidos no assunto, diz-se que o News of the World terá pago a esses representantes do MI5 e outros membros da polícia para permitirem o acesso às escutas telefónicas. Um dos primeiros ex-jornalistas do News of the World que denunciou as escutas do jornal entretanto foi encontrado ontem morto em casa. A Rebecca Brooks já confirmou hoje que sabia da existência de detectives privados para descobrirem certas notícias mas ainda afirma que não sabia das escutas secretas. O chefão da News Corporation entretanto foi hoje atacado com espuma de barbear enquanto se encontrava em interrogatório,...
Violação de privacidade, crime, vítimas, escândalo, polícia e media corruptos, poder, dinheiro, influência,... é uma história que parece ter sido tirada de um filme mas que retrata uma realidade dos dias de hoje.
Obviamente é o assunto do momento e fala-se de pouco mais do que sobre estes acontecimentos no Reino Unido e um pouco por todo o mundo, mas a única coisa que consigo ver como positiva no meio disto tudo, é que, apesar de talvez ter demorado um pouco de tempo a que isto, tudo fosse descoberto, o facto é que foi. Apesar de todo o poder que o Murdoch e a sua corporação de média gingatesca tenham, estão a ser questionados, membros de influência da polícia estão a ser questionados, até o Primeiro Ministro está a ser colocado em dúvida e a população Britânica agora não ficará satisfeita até que alguém seja tomado como responsável ou responsáveis pelos eventos ocorridos e que alguém pague por isso. Estou curiosa para ver o desenrolar dos acontecimentos, mas para já, penso que a justiça neste país irá efectivamente ser feita mais cedo ou mais tarde. E quando se vive num país onde há justiça aplicável até aos mais altos níveis de poder é sinal que se está num país com integridade.
Já voltei à carga no estudo para a segunda disciplina do meu curso com as habituais sessões diárias ao fim-de-semana na Biblioteca Nacional. Mas o que me ajuda mesmo a conseguir manter a concentração durante o dia e avançar com o trabalho que tenho que fazer, é saber que após a biblioteca fechar às 5h da tarde, vou-me distrair com outra coisa qualquer. Não posso deixar que este curso me consuma a vida social que senão não ando bem. Assim ajuda muito mais saber que posso não estar a socializar durante o dia, mas ao menos tenho a minha recompensa ao fim do dia. E hoje a recompensa foi com o Shoreditch Festival. Só no fim-de-semana passado soube que estava para acontecer, ao passear pelo Regent's Canal no meu caminho para casa, e vi lá os posters a anunciar o evento. Começou este fim-de-semana, irá prolongar-se com eventos de música durante a semana no Waterhouse Restaurant e continuará também no próximo fim-de-semana novamente ao longo do canal.
O festival concentrou-se nas zonas para a esquerda e direita da zona junto ao canal quando cruza com a Kingsland Road. Para um dos lados, em direcção ao Broadway Market, colocaram um palco onde bandas estiveram a actuar e havia alguns stands de comes e bebes. O festival continuava com outros eventos na direcção de Broadway Market mas após nos deliciarmos com alguns dos petiscos dessa zona nós decidimos voltar para o lado oposto de Kingsland Road onde, junto a um café/bar de que gosto bastante ali à beira do canal, tinham criado uma plataforma flutuante para bandas lá tocarem. Para lá fomos e acho que foi a melhor forma de apreciar o fim da tarde. Isto porque, após as bandas oficiais terminarem de tocar, houve um grupo de amigos que imagino que estejam mesmo formados como banda de folk Irlandês, que simplesmente trouxeram os seus instrumentos com eles e ficaram ali a tocar para quem quizesse ouvir mesmo junto de onde eu estava sentada. Tinham alguns instrumentos extra como pandeiretas e umas garrafas de água com um pouco de areia grossa lá dentro que destribuiram por algumas outras pessoas também ali sentadas à volta para que se envolvessem com a banda e fizeram ali o seu próprio show. Foi óptimo mesmo. Completamente aleatório, apenas um grupo de amigos, com os seus instrumentos que começam ali a tocar para a malta. E eram bastante bons também. Gostei imenso. É só mais uma das vantagens de viver numa cidade como esta.
Este quarta-feira após o trabalho dirigi-me a Trafalgar Square onde me ía encontrar com umas amigas para uma noite diferente do habitual. Primeiro passei pelo supermercado para comprar vinho e uns snacks, e ao entrar em Trafalgar Square já a praça estava cheia com pessoas sentadas no chão em cima de mantas de pic-nic com os seus respectivos comes e bebes. Estávamos ali todos para ver a transmissão ao vivo e em directo da Royal Opera House da ópera Cinderella, na sua versão original em Francês (sinceramente nem sabia que a Cinderella era uma história de origem Francesa mas estamos sempre a aprender).
Foram 3 as sessões gratuitas de transmissões de ópera em várias localidades do país patrocinadas pela BP, e esta foi a última delas. Fiquei com pena de não ter vindo a uma das outras mas não houve oportunidade. Gostei muito da sensação de estar ali no meio da praça, enrolada na manta junto com as amigas, com o meu copo de vinho na mão a ouvir uma bela sessão de ópera.
Mas devo dizer que fiquei um bocadinho decepcionada com algo na ópera. Tudo bem que percebo perfeitamente que o que é efectivamente importante em ópera é a voz, no entanto, com tantos cantores de ópera bons que existem, não percebo como é que não tenham encontrado um cantor/actor que fosse mais enquadrado para o papel de príncipe. É que o príncipe foi interpretado por uma mulher. E ao fim de contas, sim, é verdade que se vê uma ópera para apreciar a música, mas também a história e a representação tem o seu quê de importância, e estar ali a cinderella a dançar com um príncipe que é mais baixo que ela e tem uma voz e aparência feminina, simplesmente tira todo o romance da coisa. Mas àparte disso, gostei muito. Agora só para o ano é que há mais transmissões gratuitas destas.
Bem, assim de repente de um dia para o outro, toda a gente está na nova rede social do Google, o Google +. Só recebo convites a torto e a direito. Toda a gente quer ver se o Google + é assim tão especial quanto tinha anunciado. Já há algumas semanas que havia um grande "buzz" à volta do lançamento desta nova rede social mas ainda se mantinha em teste com um número exclusivo de pessoas. Agora parece já ter aberto para todos dado os números de convites que tenho recebido.
Ainda não tive muito tempo para "brincar" com aquilo mas basicamente para já, as vantagens que vejo é que está ligado com os meus álbuns de fotos do Picasa e parece que também será mais fácil de partilhar aquilo que se quer com as pessoas que colocamos em cada tipo de círculo de amigos. O Facebook também tem isso com os diferentes grupos para os quais se podem criar diferentes tipos de privacidade, mas para primeira vista parece ser mais óbvio a forma como os círculos de contactos do Google + estão identificados.
Aparte disso ainda não vi nenhuma outra vantagem em particular. Com certeza que devem haver mais. Se alguém já tiver andado à descoberta das vantagens desta rede social faça favor de partilhar.
Acho que ainda só mencionei aqui o assunto ligeiramente à algum tempo atrás, mas não posso deixar de comentar em como estou decepcionada com as recentes mudanças sofridas em Leicester Square.
Para quem visitou Londres até à cerca de 4 anos atrás ou mais lembra-se que às 12h da tarde era quando se devia estar em Leicester Square para ver os bonequinhos do grande relógio Suiço de um dos edifícios de Leicester Square, "dançar" ao som das doze badaladas. Para quem visitou Londres mais recentemente não viu lá relógio nenhum porque o edifício foi destruído, para no seu lugar dar espaço para o W London Hotel. Um edifício muito moderno espelhado que em nada tem a haver com a arquitectura do resto dos edifícios que circundam a praça. Só o facto de ver uma bola de disco gingatesca lá dentro dá logo para ver o estilo do sítio - cheesy!! E agora, o que descobri da última vez que passei por lá é que no andar de baixo do hotel existe uma loja dos M&M's gigantesca, tal como a que existe em Times Square, Nova York. Argh, estão a tentar transformar a Leicester Square em Times Square, só pode.
Desde o final do ano passado que o centro de Leicester Square tem estado em obras para renovar a praça para a altura dos Jogos Olímpicos de 2012. Em princípio essas mudanças já deverão ser para melhor. Efectivamente o centro da praça tinha alguns problemas a nível de arquitectura paisagista na minha opinião,por estar muito "desenhado" com canteiros e não ter um espaço aberto, convidativo para as pessoas passarem lá o tempo. A ver como será o resultado da renovação. Para já, podem dar uma espreitadela aos planos no documento oficial da City of Westminster
Consegui! Corri os 4.5km sem parar e até nem estava assim tão cansada durante a corrida. Pelos vistos aquela sensação de má forma conseguiu passar mesmo a tempo da corrida de hoje. Mas devo dizer que, ajudou imenso ter uma das minhas colegas a correr ao mesmo passo que eu o tempo todo (a tal que corre as ultra maratonas e afins) e termos tado a conversar durante a corrida. Ou melhor, eu deixei-a falar mais e eu ia dizendo pouco mais do que sim ou que não para não perder o fôlego. Como aquilo era mais um "passeio no parque" para ela, podia conversar mais que não lhe ía fazer diferença nenhuma na sua performance.
O pior mesmo foram as escadas do Hilton. Isso sim é que me tirou completamente o fôlego. ía a ubir agarrada ao corrimão que senão a coisa não ía lá facilmente. Mas mesmo assim não foi muito mau. Eu e essa minha colega fizemos o mesmo tempo de 32 minutos. Eramos 6 colegas no total a participar entre as cercas de 80 e tal pessoas que lá estavam. Um dos meus colegas que foi o primeiro de nós os 6 fez o percurso em 28 minutos, depois fomos nós as duas, depois vieram outros dois colegas aos 35 minutos e o último em 38 minutos. Portanto acabamos todos por fazer o percurso em tempos muito semelhantes, o que significa que pelas 8:45h já estavamos a brindar no topo do hotel com uma taça de champagne nas mãos (sim, porque um dos patrocinadores do evento era uma marca de champanhe, logo, após a garrafinha de água, foi essa a nossa forma de hidratação. O pequeno almoço em si não foi muito excitante afinal. Trouxeram-nos umas sandes e uns croissantes, mas nada de estraórdinário. De qualquer forma, com ou sem um bom pequeno almoço gostei muito de ter participado, gostei da sensação de chegar à meta e de estar ali num ponto estratégico no topo do edifício diante de uma vista maravilhosa sobre Londres.
No início da semana uma colega mandou um email a convidar todos para se juntarem para uma corrida organizada para angariar fundos para uma instituição de caridade ainda esta semana. Trata-se de uma corrida de 4.5 kilómetros no Hyde Park, seguida de uma corridinha pelas escadas do edifício do Hilton Park Lane acima (28 andares). Ao chegarmos ao topo seremos recebidos com um pequeno almoço bem recheado (espero) no conhecido bar no topo deste edifício, Galvin at Windows. Acho que foi a ideia do pequeno-almoço que me fez dizer logo que podia contar comigo, mas agora que vai ser já amanhã de manhã, estou a pensar duas vezes.
Quer dizer, claro que vou. Mas acho que tomei a decisão pensando no facto de que são apenas 4.5km, o que não é nada de especial, considerando que eu costumo correr 3 vezes por semana sem problemas. Mas não reparei no facto de que neste momento não estou na minha melhor forma. Só no dia seguinte a ter dito que sim é que voltei ao ginásio passado 2 semanas sem ter ido e com o festival de Glastonbury pelo meio, e digo-vos que a volta ao ginásio não foi nada agradável de se ver. Já estava cansada após os primeiros 5 minutos de corrida! O que raio se passa comigo? Isto não é normal. Hoje voltei a dar uma corridinha à volta do parque aqui ao pé de minha casa e novamente fiquei super cansada facilmente :-( Caraças pá, uma pessoa não pode passar uns dias de festa, fora da rotina normal e fica logo sem fôlego.
Hoje de manhã após ver que o meu corpo ainda não está a responder bem a correr sem parar pensei mesmo cancelar a minha participação, mas somos só 5 colegas a fazer a corrida. Era um bocado mau eu desistir agora. E depois uma colega minha, que é super motivada para correr, relembrou-me do facto que ela correu 70km num evento em França na semana passada e que para a semana vai correr noutro evento onde serão 200km (sim, 200km!!!! Eu sei, isto não é para todos) e ela também vai à corrida de amanhã. Então lá achei que se calhar estar-me a queixar de 4.5km mais as 475 escadas é um bocado mau. Afinal essas distâncias são perfeitamente possíveis de fazer e eu não me devia queixar.
Então lá estarei amanhã às 8h da matina na Mayfair Park and Tower Race. Tenho que me focar na ideia do pequeno-almoço maravilhoso que espera por mim ao subir aquela escadaria, para ver se me consigo aguentar bem. Desejem-me sorte, por favor! Gostava de fazer a corrida sem ter que parar a meio. A ver vamos...