A Tate faz 10!
10 anos faz o museu Tate Modern este ano, a serem celebrados neste fim-de-semana. São 10 anos de arte moderna do mais original ao mais realista. São 10 anos de exibições temporárias no Turbine Hall da Tate Modern. O Turbine Hall, basicamente é um espaço muito alto e amplo localizado dentro do edifício que, tem alojado ao longo destes 10 anos, as chamadas comissões anuais de arte da Unilever Series. Cada ano viu uma exibição principal diferente que durou vários meses do ano. Entre uma e outra exposição da Unilever Series têm havido outras exposições permanentes mais curtas, mas também interessantes. Na minha opinião, muitas vezes, essas outras exposições curtas até mereciam mais ter feito parte da Unilever Series do que algumas das oficiais. Lembro-me particularmente de uma delas, por altura do verão de 2007 que retratava as cidades mais populosas do mundo. Muuuito interessante! Pena ter ficado tão pouco tempo pela Turbine Hall.
Mas falando da Unilever Series, já que faz os seus 10 anos de existência, fica aqui apresentada cada uma das suas instalações:
Ano 2000
Ao colocar figuras e objectos num tecto falso do Turbine Hall, o artista pretendia de alguma forma transmitir a ideia de solidão e ilusão. Não posso comentar sobre esta instalação que não a cheguei a ver.
Ano 2002
Marsyas de Anish Kapoor
Quase grande demais para o espaço da Turbine Hall, este trompete criou tanto interesse que foi re-instalado noutros museus reconhecidos em outras partes do mundo. Não posso comentar por não ter visto.
Ano 2003/2004
The Weather Project de Olafur Eliasson
A Turbine Hall completamente vazia à parte da metade de baixo de um grande sol, que reflectia no espelho colocado no tecto a todo o comprimento da Turbine Hall. Agora imaginem a reacção das pessoas do chão a olharem para a sua reflexão no tecto. Foi a primeira instalação que vi da Unilever Series e sem dúvida alguma, a melhor que vi até hoje. A interação das pessoas com a instalação foi fenomenal. Adorava que esta voltasse à Tate.
Ano 2004
Um pouco com a intenção de criar a ideia de se estar entre icebergues, foi uma das ideias da artista e, a imaginação dos visitantes até foi mais longe visto que lhe deram várias associações. Cheguei a ver a instalação. Interessante mas não me fez querer lá ficar durante muito tempo nem de revê-la.
Ano 2006
Test Site de Carsten Holler
Vários escorregas em metal entrelaçaram-se pelo espaço da Turbine Hall durante esta instalação. Ainda não posso acreditar que deixei passar esta sem de facto ter experimentado andar nos escorregas. Fui lá algumas vezes durante o período da instalação mas, ou porque a fila estava grande ou porque preferia deixar para a próxima, acabei por não o fazer. Talvez volte um dia.
Ano 2007
Shiboleth de Doris Salcedo
Ora esta é uma instalação fácil de descrever - era uma racha no chão. Só e simplesmente uma racha no chão. Interessante para alguns. Para mim, foi uma perca de uma boa oportunidade de ter visto algo realmente com interesse, caso a Unilever Series tivesse escolhido outro artista.
Ano 2008
Dezenas de beliches espalhados pela Turbine Hall com livros em cima. Ao fundo, um ecrã que mostrava imagens de cenas de filmes de ficção científica e como som o barulho da chuva a cair. A ideia é avançar vários anos no futuro e imaginar uma chuva infindável sobre Londres. Para se protegerem, os habitantes têm que se refugiar na Turbine Hall, daí a grande quantidade de camas providenciados. A ideia e o espaço estavam bons. Apetecia ficar lá algum tempo e dedicar a devida atenção à montagem do filme no ecrã e ao conteúdo dos livros providenciados sobre cada leito.
Ano 2009/2010
A mais recente instalação da Tate Modern é uma grande caixa de aço completamente às escuras no seu interior. Ao entrar, eu ía um pouco a medo, pé ante pé, sem conseguir ver um palmo à frente do nariz e, sempre a pensar no que será com que me iria deparar. A parede final foi o que encontrei. A caixa estava completamente vazia. Mas ao encostar-me na parede ao fundo e olhar para a zona da entrada apercebi-me do verdadeiro propósito desta instalação - a reacção das pessoas ao entrar na caixa e a sua interacção com o escuro e com o espaço vazio. Muito interessante. Apetecia-me ter continuado ali encostada à parede e a observar durante muito mais tempo do que o que fiquei. Valeu a pena.
A próxima instalação será só a partir de Outubro. A ver vamos o que vai sair da 11ª instalação. Mas até lá há que celebrar, 10 já foram.
Parabéns Tate Modern!