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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Ter "housemates" não é bem como se vê na série "Friends" - Parte 4

Acho que o título deste post se calhar até devia ser mais algo do género "Ter housemates é tal e qual como se estivesse em plena série Friends" ou numa série de comédia qualquer louca.

 

A sério, este sábado foi de loucos aqui em casa. Eu ainda parece que não acredito que aquilo realmente aconteceu, mas depois olho para a porta do quarto do Austriaco no.1 que me leva a crêr que, de facto, aquilo aconteceu mesmo.

 

Este sábado, tinha sido a final do Mundial de Rugby, e claro que cada um cá de casa foi ver o Rugby em algum pub da cidade, que isto de se ver rugby tem que ser mesmo com "pints" de cerveja uma atrás da outra, polozinho vestido donde, a partir do decote em "V" se vêm os pêlos dos peito e, lá de vez em quando dar uma coçadela nas nádegas, porque isto afinal é um jogo de Homens com H GRANDE.

 

Lá o Austriaco no.1 então, não podia faltar a este evento, não que ele seja um daqueles homenzarrões (nem sem se esta palavra existe mas percebe-se a ideia) que adora rugby, mas simplesmente porque é Austriaco e qualquer desculpa para se ir enfrascar de cerveja é boa. A namorada Americana, como é daquelas todas desportivas do tipo que odeia as "cheerleaders" e que anda com o grupo dos "dreads", é que é a fanática por rugby. Portanto lá foram os dois felizes e contentes ver o rugby, indo para o pub às 16h que é para começarem ali logo a matar a sede umas horas antes e terem o local bem escolhido em frente à TV gigante do pub para ver o jogo que só começava às 20h.

 

Depois da grande tristeza que lá foi no pub pela Inglaterra ter perdido e beberem mais umas quantas para afogarem as mágoas, lá voltaram para casa por volta das 24h cada um separadamente... Hum,... mau! Porque raio de razão vieram separados? Lá tiveram uma discussãozita qualquer, ou então a bebedeira é tanta que perderam-se pelo caminho.

 

Chega o ponto em que estão os dois em casa e começo a ouvir assim umas vozes mais altas, e começa a aumentar o som, e aumenta mais e mais,....pummm. O que foi isto? -penso eu. Vem o silêncio.......NO momento seguinte só me apercebo que a Americana está quase a gritar no corredor a pedir por favor para a deixar entrar.

 

Primeiro eu não estava a acreditar que o Austriaco no.1 tinha-se fechado no quarto e deixado-a cá fora no corredor, e segundo não estava a acreditar que ela estivesse ali a gritar a pedir por favor para entrar. Toda a gente podia ouvir, e sinceramente, discussões de casais é melhor serem tidas mais em privado. Mas não, a peixaria estava no ar e mal sabia eu o que ainda estava para chegar...

 

Ela pede porque pede para ele a deixar entrar mas a resposta dele é o silêncio. A certo momento ela vem para o quarto do Austriaco no.2 que, por sinal está na Austria no momento, e até penso que ela tinha desistido, ido dormir para aquele quarto e adiado a discussão para o dia seguinte quando as coisas tiverem mais calmas e a bebedeira tiver passado. Seria o mais sensato a fazer não? Bem, mas também já tinha ouvido dizer que os Americanos não são pessoas muito sensatas, então toca de sair do quarto do Austriaco no.2 e voltar a ir bater à porta do outro. Sem resultado...

 

Ela vai lá a baixo e apercebo-me de que tinha ido à cave buscar a caixa das ferramentas quando ouço o berbequim a funcionar junto à porta do Austriaco no.1!!! Sim, o berbequim! Eu não queria acreditar, mas ela estava mesmo tão decidida a entrar no quarto que faz-me um buraco na fechadura de todo o tamanho para tentar abrir a porta. Mas ele foi um espertalhão que colocou a cama ou alguma outra coisa pesada junto à porta para impedir que esta abra.

Aii credo, isto é de loucos!!! Sentia-me mesmo como se tivesse num desses episódios de uma série de televisão, já que só mesmo aí estas coisas parece que acontecem.  

 

Mas não acabou por aí, de chave de fendas na mão (vim a descobrir que foi com a chave de fendas mais tarde porque esta foi encontrada partida), começou a raspar a porta toda enquanto continuava a pedir para que ele lhe abrisse a porta. Em certos momentos eu estava com pena dela e não conseguia perceber porque raio de razão ele não queria abrir a porta, mas noutros momentos ela parecia tão agressiva que já nem sabia quem estava certo nem errado.

 

Tudo parecia demasiado estranho e, pelos vistos nem eu nem ninguém queria ir-se meter no meio da discussão, se bem que a um certo ponto aquilo já estava a decorrer a tempo a mais e como são os dois tão teimosos acho que iam continuar naquilo a noite toda se nós não tivessemos interferido.

 

Ela lá finalmente foi dormir para a sala e a casa acalmou, mas quando vi o estado daquela porta. Bem,...só num filme! O pior é que tanto ele como ela são os dois tão "pessoas de bem", sendo ele um arquitecto e ela a estudar medicina, um par tão bonito parecem uns anjos, e afinal,....loucura!

 

O mais engraçado de tudo é que no dia seguinte de manhã estava tudo maravilhoso com eles, pediram desculpas pelo barulho e culparam o efeito do alcool pelos acontecimentos tresloucados da noite anterior. Mais uma vez, eu não conseguia acreditar no que ouvia. Então na noite anterior até o berbequim se tinha posto no meio da discussão, literalmente, e de manhã já estava tudo que era um mar de rosas???

 

A minha conclusão é apenas uma: "Se são estrangeiros e não aguentam o efeito do alcool, não bebam!"

 

 

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