Ontem celebrei mais dois aniversários de 40 anos numa festa conjunta. Com estes, já vão ser quatro pessoas próximas que, neste ano, celebram o início desta nova década das suas vidas. E ainda estamos no início do ano! Este também vai ser o meu ano de entrada da nova década, e talvez por isso, conheça tantas pessoas que também nasceram em 1983. Sempre fui uma das mais novas nos grupos em que me encontrava, mas agora,... agora já não sou.
Esta ideia de idade e envelhecer é um pouco estranha porque, com o número associado à idade, existem também certas expectativas associadas às pessoas com essa idade - o que devem ou não devem fazer; como se devem comportar; aquilo que já deviam ter atingido e feito ao chegar a esta fase da vida. E a entrada nos 40 tem um peso talvez mais especial do que qualquer outra década porque esta é a década de entrada na meia-idade. É aquela idade em que a maioria das pessoas pára para reflectir a sua vida, o que fez e deixou de fazer. Até agora, houve sempre a ideia de termos todo o tempo no futuro - tempo para estudar mais; tempo de se decidir o que se quer fazer da vida; tempo para encontrar amor; tempo para estabelecer família; tempo para nos divertirmos mais; tempo para fazer todas aquelas viagens que se pretende; tempo para subir na carreira; tempo para estar com a família mais idosa.... mas agora... agora o tempo começa a contar mais porque já não se tem a vida toda pela frente. Tem-se a outra metade da vida pela frente (ou pelo menos esperemos que assim seja). As boas notícias é que ainda temos tempo para todas as coisas mencionadas em cima. Só temos é menos tempo do que tínhamos antes para fazer erros e tomar más decisões. Mas também não me parece que só porque chegamos aos 40 vamos ter de repente tudo resolvido e super claro na nossa mente sobre o que queremos ou deixamos de querer na vida. Mas uma coisa é certa, com a idade também temos experiência de vida, e talvez por isso os erros que fazemos nesta fase não sejam tão frequentes quanto os que fazíamos à uns anos atrás porque simplesmente já aprendemos com os erros anteriores.
No outro dia estive a falar com uma amiga que também vai entrar nos 40 este ano sobre esta fase. Ela não parecia muito positiva com o final da década dos 30, o que percebo perfeitamente, mas ao mesmo tempo eu fiz-lhe a questão - "Se pudesses hoje voltar a ter 30 anos, tendo em conta que tudo o que aconteceu nos teus últimos 10 anos teria que desaparecer, voltavas atrás?" A resposta foi que não. E a minha resposta a essa questão é exactamente a mesma. Claro que em teoria, a ideia de se ter 30 anos novamente é boa, porque é aquele início da vida adulta mais séria mas quando ainda se é novo suficiente para ter toda a energia e muitos objectivos por alcançar. No entanto a ideia de que simplesmente os últimos 10 anos desaparecessem é péssima! Tudo aquilo porque passámos, as pessoas que conhecemos, as experiências que vivemos, tudo ia desaparecer. Teríamos que começar de novo, com novas pessoas, ter as mesmas dúvidas que já tínhamos ultrapassado e tudo mais... Oh não! Não quero isso!
A vida não volta atrás para ninguém pelo que é justo que todos tenhamos que passar pelas diferentes fases da vida. E em vez de ficarmos descontentes com o avançar da idade, há que celebrar esse avanço, e ter uma mente aberta e positiva para o que está à nossa frente. Todas as décadas podem-nos trazer coisas boas e diferentes e sinceramente, quer reste muito ou pouco tempo até ao final da nossa vida, a única coisa que nos impede de fazer aquilo que queremos fazer e que ainda não alcançamos, é simplesmente a nossa mente. Chegar à década dos 40 é chegar o início de uma nova década que pode estar cheia de oportunidades se assim o quisermos que seja!
Entre os leitores do blog há por aqui mais alguns bebés de 1983? Como é que estão a lidar com a entrada em 2023? Ou como é que outros que já entraram nos 40 lidaram com a mudança de década? Adorava ler sobre os vossos testemunhos e opiniões nos comentários se quiserem partilhar.
Entretanto ficam as memórias das celebrações de ontem para mais tarde recordar:
Passado umas horas depois de ter escrito o meu primeiro post do ano no dia 1, recebi as notícias que andava já há alguns dias a temer. A minha avó tinha falecido. Aos 94 anos, ela foi a última dos meus avós a falecer. E a última sobrevivente de doze filhos que os meus bisavós tiveram.
A minha avó teve uma presença muito significante na minha vida porque ajudou os meus pais a criarem-me. Enquanto eles trabalhavam eu ficava com a minha avó. Ela brincava comigo; íamos passear muitas vezes; ela ensinou-me a fazer renda e bordados; rimo-nos muito, éramos muito amigas, e mesmo quando cresci sempre mantemos uma relação muito próxima.
Aprendi muito com a minha avó, mas inevitavelmente cresci numa pessoa muito diferente dadas as gerações. Mas talvez a diferença mais significativa que identifiquei entre nós tenham sido mesmo os nossos hábitos. A minha avó sempre gostou dos seus hábitos constantes, das coisas a que estava habituada e da certeza de ambientes conhecidos, enquanto que eu sempre gostei de descobrir coisas diferentes e diversidade. Todas as manhãs e todas as noites bebia um copo de água quente com açúcar. Vestia-se de preto (por luto do meu avô) ou cinzento nos anos mais recentes, e com uma bata por cima da roupa. Passava horas e horas a fazer renda com o objectivo de terminar as decorações arrendadas de muitas toalhas e lençóis para o enxoval dos netos todos (somos cinco entre os seus três filhos). As refeições que fazia eram também regulares e nunca me lembro de ter cozinhado algo que eu não tivesse experimentado antes. Quanto a doces - ou fazia o 'Bolo d'Avó' ou fazia Arroz Doce em dias de festa. Ahhhh, o bolo d'avó!! Agora que penso nele vem-me o sabor à boca e sinto aquela consistência esponjosa e fofa que ele tinha. Podia ser sempre o mesmo bolo, e era muito simples - ovos, farinha açúcar e fermento, com uma espremidela de laranja por cima depois de estar cozido - mas era absolutamente delicioso e eu adorava sempre que ela nos fazia o bolo d'avó'.
Vêm-me as lágrimas aos olhos ao pensar que nunca mais o vou poder comer.
Este post está a custar-me mais a escrever do que pensei por isso vai terminar por aqui. Ficam algumas memórias.
Gosto sempre de aproveitar esta altura do ano para reflectir sobre tudo o que aconteceu ao longo do ano, o que alcancei e o que deixei de fazer mas queria ter feito.
Quando se faz a revisão do ano, as actividades que ocuparam a maior parte do nosso tempo e da mente são as que se salientam mais, inevitavelmente, mas o ano é feito também de muitos outros pequenos momentos que dão uma perspectiva diferente ao ano e ajudam a definirmos aquilo de que gostaríamos de fazer mais ou evitar voltar a fazer.
Ao pensar nisto, conseguimos ter também uma melhor ideia daquilo que nos faltou para conseguirmos ter um ano ainda melhor e podermos entrar no ano seguinte com uma boa perspectiva do que queremos que esse ano seja para nós. Devia tentar fazer este tipo de reflexão até mais frequentemente, mas ao menos nesta altura calma do ano em que todo o mundo parecer abrandar um bocadinho, ajuda para termos este espaço de reflexão.
A minha conclusão do meu ano é que muito do meu tempo foi dedicado à nova casa e ao trabalho. A casa em si teve os seus momentos stressantes mas agora nesta fase em que já cá moro, é mais divertida com a evolvente da decoração etc. Quanto ao trabalho, gosto do que faço mas as horas que lhe dedico são demasiadas. Quantos almoços passei a 'enchuvanhar' uma comida rápida pela boca abaixo em menos de 10 minutos por esse ser o único tempo que tinha entre reuniões. Ando sempre a correr, tenho que estar super alerta, disposta a ter reuniões com os EUA pela minha noite dentro enquanto me mantenho motivada e energética para motivar outros, bem-disposta, e sinceramente, este tipo de dia-a-dia é exaustante. A qualidade vida-trabalho sem dúvida que beneficiava com algumas alterações.
Quando comecei a olhar para os outros aspectos do meu ano encontrei muitas falhas em termos de actividades que gostaria de ter feito e não fiz, mas também houve alguns momentos salientados pela positiva principalmente os momentos passados com amigos que são momentos que valorizo bastante. E também fiz uma nova amizade este ano. Não sei com que frequência a maior parte das pessoas consegue fazer novas amizades quando se está na idade adulta mas eu não faço muitas hoje em dia. Conheço muitas pessoas todos os anos, amigos de amigos, colegas de trabalho e afins, mas fazer amizades a sério, que posso considerar como novos amigos, não é frequente. Por isso, esse foi um dos momentos a salientar do ano também.
Tenho algumas boas ideias da direcção em que quero levar o meu ano de 2023. Tenho é que continuar com a consciência daquilo que pretendo alcançar porque se deixar o ano arrastar é demasiado fácil que os dias e meses passem com a rotina habitual sem sentir diferenças positivas. Mas este ano não vou deixar que seja assim.
Não me tinha apercebido de há quanto tempo não vinha aqui escrever mas já passaram 7 semanas! Sei que de forma normal, já não consigo vir escrever tão frequentemente como o fazia há alguns anos atrás, mas 7 semanas?! É o que faz fazer uma mudança de casa tão significativa que me consome todo o tempo em que não estou a trabalhar.
Fizemos a mudança a 27 de Agosto. Apesar dos construtores terem prometido que tudo estaria completo em termos das remodelações que tinham para fazer, quando nos mudámos ainda não tinham terminado. Algumas coisas essenciais como pintar escadas, chão da cozinha e algumas paredes ainda estavam por fazer. Então durante as primeiras duas semanas ainda tivemos pessoas a trabalhar na casa diariamente. Isso atrasou a possibilidade de arrumarmos as coisas e tivemos que viver a tentar descobrir em que caixa é que estava aquilo que queríamos.
Quando eventualmente o trabalho principal terminou, depois ainda haviam os vários acabamentos finais que, sendo trabalhos pequenos, eles demoraram a voltar para os acabar, e finalmente terminaram na semana passada ao mudarem a caixa do autoclismo que eu tinha mencionado no post anterior que estava extremamente descontente com ela. Mas ao menos entre as últimas semanas já deu para ir arrumando as coisas, comprar os electrodomésticos essenciais etc.
No primeiro fim-de-semana de Outubro íamos receber as primeiras pessoas em casa para a minha festa de aniversário, combinada com a nossa 'housewarming' portanto tínhamos essa data como um marco para nos incentivar a ter a casa o mais organizada possível, e conseguimos livrar-nos das caixas todas que ainda estavam no meio de um quarto a tempo. OK, sinceramente algumas dessas caixas simplesmente foram colocadas na arrecadação que ainda não temos mobília suficiente para colocar tudo organizado nos respectivos locais, mas ao menos, os quartos estavam todos com ar organizado. Altamente minimalistas com quase nenhuma mobília, mas ao menos não tinham caixas no meio. E a partir dessa data finalmente comecei a sentir-me mais confortável em casa.
Também sabe bem poder passar algum tempo fora do trabalho em que não estou a pesquisar por mobília online. Ainda falta muita coisa mas já nada é super urgente por isso torna o processo mais descansado agora.
Algo que ainda queria resolver o mais rapidamente possível são os roupeiros que, neste momento, ainda temos a roupa pendurada naqueles charriots do IKEA e não consigo encontrar ninguém que me construa os roupeiros. O espaço para roupeiros é pequeno pelo que queremos construí-los à medida para aproveitar o espaço ao máximo. Idealmente queria contactar um carpinteiro local por serem mais baratos, e talvez mais prestativos que uma grande empresa, mas estes carpinteiros locais estão com trabalho marcado com meses de avanço e demoram um tempão para responder, e alguns nem nunca responderam. Comecei então também a pesquisar por empresas que fazem esse tipo da carpintaria, mas são caríssimas! Então não sei muito bem o que fazer. Tenho que continuar a contactar mais carpintarias e ver o que se consegue, mas para já ainda não tenho isso marcado, e a partir da data de marcação ainda vão ser pelo menos mais 1-2 meses até poderem vir construí-los.
Aparte desta coisa entre organizações e mobílias, estou a gostar de descobrir mais o novo bairro que é bem calmo e quase parece que não estamos na cidade por ser tão residencial. Adoro também o nosso rio e parques locais e estou ansiosa para poder ter mais fins-de-semana livres para poder começar a aproveitar melhor a zona local.
Quando fomos ver o progresso da casa na semana passada quase que me ia dando uma coisinha má quando entrei na casa-de-banho. Tinham-nos instalado uma sanita com um botão de descarregar água gigantesco. Nunca tinha pedido para que tal fosse instalado, e é simplesmente horrível! Mas agora já estava. Encontramos-nos a dias da mudança para a nova casa e estamos agora com uma sanita instalada que me vai fazer confusão todas as vezes que entrar naquela casa-de-banho. Não pode ser!
O fornecedor da casa-de-banho estava de férias, logo que não podia fazer nada nessa altura. Falei com ele ontem. Aparentemente o botão gigante é necessário porque é através do botão que se consegue aceder ao sistema de descarga para arranjar se for necessário. E eu tinha pedido um sistema que fosse acessível pela parte de cima! Enfim, enviaram esse porque era o que estava em stock sem perguntarem se o queria ou se não. Resultado, não foi o que encomendei e não gostamos portanto vai ter que ser trocado, mas vamos ter que trocar já depois de estarmos a viver na casa que claro que isto vai adiar toda a finalização da casa-de-banho.
Mas essa não foi a única coisa com que não fiquei satisfeita com a casa-de-banho. Outros detalhes também não são como queria e, sinceramente, algumas das falhas são culpa minha, mas muito está relacionado com o factor de pressa que houve para que tudo fosse fornecido o mais rapidamente possível e houve certas coisas que tive que aceitar porque era o que havia em stock. Olhando agora para trás, teria feito as coisas de forma diferente desde o início. Devia ter ido visitar mais showrooms e escolher uma casa-de-banho que tivesse visto ao vivo em vez de me basear em desenhos de computador e fotos. A cor dos móveis ao vivo é diferente do que queria/imaginava, houve um erro no desenho em termos do alinhamento do aquecedor, e devia ter comprado os azulejos que queria, que eram mais caros, mas muito mais bonitos! Os azulejos vão ficar colocados na parede durante anos! Essa poupança foi uma ideia parva que não devia ter feito. Devia ter comprado os azulejos que gostava mais independentemente do preço e, se tivesse que demorar mais para comprar outras coisas mais tarde, demorava, mas esse investimento teria valido a pena.
Aparte da casa-de-banho, o resto da casa já estava na sua fase final mas ainda não tinham tocado na cozinha quando lá fui na quinta-feira passada e partes do chão pela casa também faltavam finalizar. Sendo que nos vamos mudar já neste sábado ainda estou para saber o que vai estar finalizado e o que não vai estar mas possivelmente ainda vamos ter que viver lá enquanto algumas obras forem finalizadas.
E estamos a esperar mudar-nos para poder mobilar a casa. Já encomendamos o sofá que só vai ser entregue em Outubro. Temos encomendada uma mesa e cadeiras de jardim e uma cama e é só. Não queríamos estar a entregar muitas coisas na casa enquanto ainda não estivermos lá a viver e também será mais fácil perceber bem o que vai ser necessário, o espaço que temos disponível, o estilo que vamos querer ter, etc. quando estivermos lá a viver. Com a mobília vou tentar não fazer o mesmo erro que com a casa-de-banho em que foi tudo comprado à pressa e sem pensar bem no assunto.
Planeamos fazer a visita típica de nova mudança de casa ao IKEA para comprar algumas das coisas básicas iniciais e o resto, depois virá com o tempo. Até lá, vou continuando a fazer os meus 'moodboards' de inspiração no Pinterest que ajudam a ter uma ideia do estilo pretendido para cada parte da casa.
Esta coisa de renovar e decorar uma casa é agradável e interessante, mas quando se toma as decisões erradas também pode ser muito enervante e stressante. Vou tentar tomar decisões mais ponderadas a partir de agora.
Entre as renovações da casa, o trabalho, e tentar aproveitar o bom tempo o melhor possível, mal tenho visto o verão passar e já estamos quase no final de Julho! Os updates aqui no blog também têm sofrido com a vida em rebuliço dos últimos tempos por isso aqui venho fazer uns updates. E vão estar relacionados com a nova casa que isso é o que me está a ocupar o pensamento na maioria do tempo.
Como indiquei no último post, a casa necessita de uma redecoração total! A última dona vivia lá há 18 anos e nunca fez nada à casa, nem obras, nem remodelações, nem pinturas, nada. E, segundo os vizinhos que já conhecemos, o dono anterior também tinha feito muito pouco. Resultado, tinhamos comprado uma casa coberta de papel de parede antiquado por quase todas as paredes, incluíndo o tecto em alguns dos quartos, e, segundo o construtor que contratamos para nos ajudar com o projecto de remodelação, era possível que o papel estivesse a agarrar muita parede podre e que, no momento em que o tirássemos, a parede podia cair. E caíu!
Nem todas as paredes estavam podres, felizmente, mas caíu uma parte do tecto no corredor, caíu um bocado de uma parede no quarto, e caíu uma parede da casa-de-banho que, sendo uma parede de partição, já tinha a madeira quase toda podre por dentro. Essa parte inícial em que os construtores estavam a retirar todo o papel de parede talvez tenha sido das mais assustadoras porque tinhamos receio do quanto mal estivessem as paredes por baixo e dos custos associados para as arranjar. Mas essa fase passou, pelo que espero que as coisas tenham menos surpresas a partir de agora.
Também estamos a colocar uma nova casa-de-banho, que só temos uma, por isso queriamos já aproveitar esta fase inicial em que ainda não estamos a viver lá, para fazer as alterações. A casa-de-banho sem dúvida que tem causado um pouco mais de ansiedade. Devido ao tempo que as coisas demoram para entrega e termos que fazer tudo o mais rapidamente possível, acabei por encomendar certos materiais que não eram exactamente o que queríamos mas eram mais rápidos para entrega. Então estou com receio de como ficar o resultado final. Na semana passada já tinham colocado os azulejos, e parece que não ficam mal, mas os azulejos não foram a única encomenda que fiz como não queria por isso a ver vamos como ficará no final.
A parte da casa que vai ficar menos finalizada vai ser a cozinha. Não podemos fazer tudo para já, portanto, vamos simplesmente pintar os armários da cozinha que já lá estão, esperamos que o fogão ainda funcione para não termos que comprar um novo, e vamos pintar o chão da cozinha que actualmente tem aquele material tipo plástico. Se tirarmos o plástico vai ser muito caro de recuperar o chão de madeira por baixo. Portanto vamos ficar com o mesmo chão para já e só pintamos por cima. É altamente provável que a tinta por cima de um chão plástico se vá quebrar mais cedo ou mais tarde, mas esperemos que quando quebrar já tenhamos poupado o sudiciente para poder remodelar a cozinha como precisa. Até lá, vai ter que ficar assim.
Entretanto já comecei a procurar um inquilino para tomar conta do nosso contrato do apartamento que estamos a arrendar de momento em London Bridge e esperamos poder mudar-nos daqui a cerca de mais ou menos um mês.
Remodelações têm muita parte entusiasmante e stressante em igual medida mas, quanto mais progresso vimos na casa, mais ansiosos ficamos para podermos fazer a mudança. Ficam algumas fotos do progresso da casa-de-banho.
Antes das obras
Depois
Encontrámos a história da casa-de-banho em papel de parede
Lembram-se dos meus primeiros posts quando falei sobre a iniciação do processo de comprar casa em Londres a partir de finais de 2020? Podem lê-los aqui:
No total, o processo de compra de casa foi longo! Começamos entusiasmados e vimos 63 casas desde o início do processo a 17 de Outubro de 2020 até meados de Abril de 2021, quando verificámos, que vender o meu apartamento não ia ser tão fácil quanto esperava, como indiquei no post Parte V. Nessa altura, parámos a nossa procura de casa e parámos também a tentativa de vender o apartamento até que as coisas com as medidas que tinham que ser feitas no apartamento avançassem.
Voltei a colocar o apartamento à venda em Setembro de 2021 quando já tinha a situação mais resolvida, e recebi uma oferta da primeira pessoa que o visitou nessa altura, que felizmente avançou para a frente e entreguei as chaves do meu apartamento à nova dona a 25 de Março de 2022.
Quando recebemos a oferta no apartamento recomeçamos a procura de casa, mas desta vez já sabíamos melhor o que queríamos na próxima casa, por isso só visitamos aquelas que tinham mesmo potencial, e desde essa altura até ao dia 5 de Fevereiro de 2022 vimos mais 16 casas. Desta segunda ronda de visitas a casas também verificámos que os preços das casas tinham subido cerca de 10% do valor que tinham no ano anterior quando iniciámos a procura! Os preços começaram a ficar ridículos e estávamos a ver que se não conseguíssemos encontrar nada rapidamente, iríamos que ter que começar a procura noutras zonas de Londres. O problema que parece haver de momento é que, talvez um efeito da pandemia, há de momento muitas mais pessoas a querer comprar casas com mais espaço, mas as pessoas que vivem em casas grandes, mesmo quando já não precisam delas, não querem vender para evitar os grandes custos com mudança tais como o imposto do Stamp Duty. Não existe qualquer incentivo financeiro para que pessoas mudem para propriedades mais pequenas por isso elas não o fazem. Resultado - a oferta de casas é pequena, e a procura é muito elevada, logo os preços sobrem a níveis disparatados.
Fizemos outra oferta na casa #79. Sete outras pessoas fizeram uma oferta para a mesma casa, mas a vendedora queria vender apenas a compradores que estivessem 'chain free', o que reduziu a sua escolha a dois compradores - nós (a tal venda do apartamento foi sem dúvida importante) e um outro casal que podia pagar em dinheiro. Apesar de termos feito uma oferta superior, como a vendedora queria fazer uma venda o mais rapidamente possível, escolheu os outros que podiam pagar a dinheiro e que, portanto, ofereciam menos risco do que nós que ainda tínhamos que ter o empréstimo bancário resolvido. Lá perdemos essa casa, e voltámos a continuar a pesquisa. Duas semanas depois, e passada a visita a mais 6 casas, recebi uma chamada do agente da tal casa #79 a dizer que os outros compradores decidiram voltar atrás com a compra porque outra casa que eles queriam mais tinha voltado ao mercado, e como tal, a casa era nossa se quiséssemos!
Começou então finalmente a burocracia de compra com todas as papeladas e afins que se tem que resolver. Encontrávamo-nos na base de uma cadeia entre 5 compradores e vendedores, ou seja, estávamos numa grande 'chain', em que todos tinham que acordar a fazer a finalização da venda no mesmo dia para que todos pudessem mudar de casa nessa altura. Ora essa era portanto, a razão pela qual a nossa vendedora queria mesmo vender a alguém que não estivesse numa 'chain' porque não a queria aumentar ainda mais. E com 5 pessoas na 'chain' já havia uma grande probabilidade para que alguma coisa corresse mal no processo, e bastava uma pessoa no meio mudar de ideias ou não poder efectuar a compra para a cadeia toda cair e ter-se que começar de início novamente.
E como não podia deixar de ser, claro que houveram problemas! Uma das pessoas não estava a conseguir ter a aprovação do banco para o empréstimo da casa, o que começou a adiar o processo. Enquanto todos não estivéssemos alinhados e com os fundos organizados, a troca de contratos não seria possível e, enquanto não houvesse troca de contratos, tudo podia cair e ficávamos sem a casa. Essa é uma das grandes diferenças entre o processo de compra e venda do Reino Unido e o processo de Portugal ou da maioria dos outros países, é que por cá, o processo de compra pode cair passados meses de se estar no processo, quando se estiver quase no final da troca de contratos. Até à troca de contratos, que geralmente não se faz antes de 3 meses da data da oferta ter sido feito, ninguém tem que colocar depósito nenhum e portanto, podem decidir voltar atrás se assim o entenderem. Isso claro que torna tudo mais complicado, mas passado os problemas e atrasos que tivemos na nossa cadeia, na segunda semana de Junho conseguimos fazer a troca de contratos e, nesta passada quinta-feira recebemos as chaves da nossa nova casa!
Foram 21 meses, 85 casas no total visitadas, e stress e dores de cabeça pelo meio, mas finalmente o processo está finalizado! E vamos voltar a viver em Hackney como queríamos.
Acabámos por comprar uma casa que precisa de uma redecoração total, por isso ainda não nos podemos mudar para já, mas vai começar esta semana a experiência do processo de modernização da casa.
A minha vez ainda não é este ano mas, principalmente durante os últimos dois anos, os meus amigos começaram com as suas grandes festas de aniversário para celebrar a entrada na sua nova década de vida, e quantos mais aniversários celebro mais me faz lembrar que a minha vez se aproxima também!
40! Ou 'the big Four Oh'!
What!? Como?! 'As pessoas velhas é que têm 40 anos' sempre pensei eu. E eu não sou velha, portanto como é que eu estou a preparar-me para entrar nessa década. Meia-idade, oquê?! FU*K!!!!
A idade mais nova que eu me lembro da minha mãe ter é 41 porque lembro-me de me terem perguntado na escola primária a idade dela e saber responder. E agora,... daqui a poucos anos estou lá eu (bem espero que esteja, porque é um bom sinal se estiver).
Este conceito de entrar numa nova década das nossas vidas tem imenso peso na sociedade, e porquê? É só um número associado ao tempo que estamos neste mundo, e estar mais tempo é sem dúvida positivo, mas existe aquela noção de que ao atingires certa idade tens que te comportar de uma certa forma, e tens que deixar de fazer certas coisas e começar a fazer outras - "tens que deixar de festas e saídas à noite, ficar mais em casa a tratar do jardim e dos filhos, ter atingido uma boa posição na carreira e sem dúvida tens que ter tudo bem definido sobre o que queres atingir a nível do trabalho, ou simplesmente deixares o trabalho e dedicares-te às crianças porque elas têm prioridade. Deves começar a fazer bolinhos para levar para a festa da escola local e deixares-te de noitadas e festas com os teus amigos solteiros porque eles não te percebem e não têm as responsabilidades que tu tens. Nada como ir deitar cedo para fazer bem à pele porque estás a ficar velho e bem que precisas de cuidar da pele que essas rugas já estão visíveis,..."
E se não fizeres tudo como é suposto e aceite pela sociedade és um falhado, estranho, louco, e sabe-se lá mais o quê. E sabem o que digo à sociedade que pensa assim? FU*K O*F!!
Eu tenho todos os planos de continuar a viver de forma semelhante ao que tenho feito durante a década dos 30, não planeio nem quero ter filhos, e definitivamente ainda não tenho alcançado tudo o que queria alcançar a nível profissional e ainda quero experimentar novas coisas que nunca fiz a esse nível. Sinceramente, em termos de um local que aceite bem pessoas que não se querem deixar cair na norma da sociedade, esse local é Londres, por isso não podia estar num melhor local para entrar na nova década.
Mas então, se vivo num local que não segue necessariamente as regras da sociedade e que aceita bem as diferenças, e se não quero saber do que as outras pessoas pensam sobre o que eu faço ou deixo de fazer com as decisões da minha vida, porque é que estou chocada/ansiosa da aproximação a esta nova década? Não sei.
Adorava ter a razão bem identificada, mas não tenho essa resposta. Sem dúvida não está relacionado com opiniões ou expectativas do que deveria ter atingido ou deixado de atingir. Todos nós entramos nessa década mais cedo ou mais tarde, faz parte da vida e quero vivê-la ao máximo e passar por todas as fases que ela pode trazer. Mas quanto mais penso nisso, a única razão que encontro é essa imagem que eu própria tenho do que os 40 representam. Não é a sociedade que tenho que culpar, sou eu! Sempre vi os 40 como uma idade em que se leva as coisas a sério, é definitivamente uma idade adulta, e é essa associação que me faz ficar a pensar na importância da entrada nessa nova década. Mas eu sei que tenho que aceitar e abrir os braços para essa nova fase em vez de rejeitar essa ideia. É algo inevitável portanto será bem melhor se, na altura em que lá chegar, eu já estiver totalmente mentalizada e preparada para receber esta nova década de vida. Por isso também quis escrever este post sobre o assunto. Faz bem colocar as nossas ideas em escrita porque ajuda a ter uma nova perspectiva e organizar a confusão que por vezes temos em mente. Também adorava saber como outros possam ter recebido a entrada nos 40 ou como é a sua percepção para a futura entrada caso também se estejam a aproximar da data.
Entretanto eu vou também querer começar a pensar em como vou celebrar esse aniversário. Para já alguns amigos já fizeram celebrações em grande, desde alugar um cocktail bar só para a festa deles, ou organizar um fim-de-semana fora com amigos. Ainda não sei como vou querer celebrar o meu, mas sei que quero que seja uma festa em grande, ou, melhor ainda, uma sucessão de várias festas
Como trabalho numa empresa muito internacional, havia muitos colegas que ainda nunca tinha conhecido pessoalmente. Adicionando a situação da pandemia e a impossibilidade de viajar durante a maior parte do tempo que tenho estado a trabalhar para esta empresa (comecei por cá em Julho de 2020) isso tornou as coisas ainda mais difíceis. Tenho também o problema que trabalho muito com pessoas da costa Oeste dos Estados Unidos. Ou seja, as nossas 17h são as 9h da manhã deles, o que significa que tanto eu tenho que trabalhar bem depois das 18h quase todos os dias, quanto os meus colegas têm que começar a trabalhar bem cedo antes das 8h da manhã muitas vezes. Então os meus fins de tarde são sempre cheios de reuniões atrás de reuniões, e como todas têm na maioria 30minutos, para tratar de certos assuntos em que são necessárias várias pessoas, assim que começamos a estar mais dentro do assunto e a conversa começa a ser mais útil, já está o tempo da reunião a acabar. Logo, temos que continuar numa próxima reunião que não será até mais uns dias porque entretanto os calendários estão cheios, e as decisões acabam por demorar muito mais tempo a ser tomadas por causa desta situação. A tecnologia claro que ajuda muito a fazer o trabalho mais colaborativo entre o sistema de mensagem interna com o Slack, as videoconferências com o Zoom ou tecnologia de projectos como Asana, MAS... e isto é um grande MAS,... nenhuma delas consegue perfeitamente substituir a iteração em pessoa e a facilidade como se consegue chegar a decisões quando todas as pessoas que precisam de estar envolvidas se encontram num mesmo espaço.
Então finalmente tive a oportunidade de me encontrar com alguns dos meus colegas com quem trabalho mais frequentemente na semana passada. Encontrámo-nos em Santa Barbara, na Califórnia, onde temos um dos nossos escritórios. E foi tão útil!! Adorei poder finalmente conhecer pessoalmente pessoas com quem tenho andado a trabalhar virtualmente durante mais de um ano e alguns dos executivos com quem ainda não tinha interagido muito. Do grupo que lá esteve, ainda só tinha conhecido duas pessoas pessoalmente.
É sempre uma situação muito interessante aquele primeiro momento em que nos encontramos pessoalmente com alguém com quem falamos quase todos os dias e que temos visto no pequeno ecrã do computador durante tanto tempo. Há sempre aquela parte de surpresa relativamente à altura de uma pessoa (geralmente são eles surpresos com a minha altura que não esperam uma Portuguesa ser tão alta quanto eu); depois há aquela oportunidade para ter conversas fora do trabalho para efectivamente permitir conhecer melhor um indivíduo, principalmente depois de uns dois copos de vinho ao jantar, que ajudam sempre as pessoas a ficarem um pouco mais abertas. E principalmente aquela oportunidade para estarmos várias horas juntos a discutir assuntos que geralmente demoram semanas a acordarmos, e que, de repente, em duas ou três horas, e depois de um quadro branco cheios de gráficos e palavras, conseguimos chegar a conclusões, ideias, efectivamente fazemos progresso!
Esta viagem fez-me relembrar o quanto eu gosto de trabalhar num escritório e o quanto eu gosto da iteração com uma equipa que, sinceramente, tem sido muito pequena nesta empresa. Fazemos tudo online. Não ajuda que eu seja a única pessoa da equipa de marketing que tem a base em Londres, mas até com os meus outros colegas de outros departamentos que também têm como base o escritório de Londres, ninguém quer vir para o escritório. E desde que eu mudei de casa até que estou a minutos a pé de caminho até ao nosso escritório, mas para já, ainda só lá fui duas vezes desde que me mudei para este novo apartamento. Simplesmente os meus colegas estão demasiado confortáveis em casa e não querem vir para o escritório. Aparentemente, a situação era diferente antes da pandemia. Já havia a cultura de se trabalhar de casa mas, na maioria dos dias, as pessoas vinham para o escritório. Mas desde que se habituaram a ter um espaço mais permanente em casa, são poucos os que estão interessados em vir trabalhar a partir do escritório. Não ajuda o facto de que muitos vivem fora de Londres, e outros tantos tiveram bebés recentemente, logo todos parecem ter uma boa desculpa para não virem frequentemente. Muitas vezes, tenho sido eu sozinha no escritório, ou só com mais uma ou duas pessoas. É apenas nos dias em que há um evento oficial, ou que algum executivo vem a Londres, que as pessoas fazem o esforço de ir trabalhar a partir do escritório. Por um lado, eu até preferia que terminassem o nosso contrato com o escritório actual e que nos colocassem num escritório de co-working, porque ao menos, para aqueles que gostam de ir ao escritório, como eu, teríamos uma base, onde haveriam outras pessoas com quem interagir. Mas assim sendo, mantemo-nos com um espaço grande e vazio.
Imagino que ainda há muitos de vocês que estejam em situações semelhantes? A vossa vida de trabalho continua virtual desde a pandemia? Para mim, pelo menos, não acho ideal, mas ao menos, se poder começar a viajar um pouco mais frequentemente, ao menos já valerá mais a pena. Fica uma foto da margem da praia de Santa Barbara onde fui quase todas as manhãs antes do trabalho na semana passada, que é uma zona simplesmente linda com o mar dum lado, a pequena cidade e as montanhas do outro. A temperatura também estava de verão. Adorei lá passar uns dias.
E está feito - na semana passada saí do meu apartamento. O meu primeiro apartamento que tanto prazer me deu a decorar e onde adorei viver durante os últimos 5 anos e meio. Sem dúvida que sair de lá foi um pouco emocional. Mas com o passar do tempo mudam-se as necessidades e o meu apartamento já não satisfazia o espaço onde queria estar a viver por isso a mudança era importante.
Para já mudei-me para o lado sul do rio. Adorei este apartamento com o seu carácter industrial, e nada como experimentar viver numa zona diferente durante uns tempos até, espero eu, conseguir encontrar um casa mais permanente na zona de Hackney. Quero voltar porque é nessa zona onde estão a maioria dos meus amigos e onde gosto bastante do ambiente, da abertura das pessoas, da diversidade de culturas, do seu carácter artístico e inovador, e dos seus parques, canais e animação. Mas para já vou tentar aproveitar a nova zona o mais possível.
O meu novo senhorio deixou a casa toda mobilada (talvez até mobilada de mais para ser sincera) que tivemos que colocar imensas coisas numa arrecadação que não nos cabe no apartamento, mas ao menos, também significa que houve menos arrumação para fazer, e uma semana depois de nos termos mudado para cá, já está tudo tratado e o apartamento arranjado.
Como estou perto de London Bridge, é um pouco estranho estar numa zona tão central, por haver tantas pessoas por todo o lado. Então o meu passeio matinal não tem sido necessariamente tão calmo como aquele que fazia ao longo do canal em Hackney mas imagino que a localização central também venha a ter outras tantas vantagens. De qualquer forma, estou a adorar a experiência de viver numa zona cheia de armazéns antigos, na sua maioria hoje em dia convertidos em apartamentos ou escritórios, e descobrir as novas ruas cheias de carácter por onde ainda nunca tinha passado.
Ficam algumas fotos dos meus primeiros passeios matinais na zona: