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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Conhecer os colegas depois de meses virtuais

Como trabalho numa empresa muito internacional, havia muitos colegas que ainda nunca tinha conhecido pessoalmente. Adicionando a situação da pandemia e a impossibilidade de viajar durante a maior parte do tempo que tenho estado a trabalhar para esta empresa (comecei  por cá em Julho de 2020) isso tornou as coisas ainda mais difíceis. Tenho também o problema que trabalho muito com pessoas da costa Oeste dos Estados Unidos. Ou seja, as nossas 17h são as 9h da manhã deles, o que significa que tanto eu tenho que trabalhar bem depois das 18h quase todos os dias, quanto os meus colegas têm que começar a trabalhar bem cedo antes das 8h da manhã muitas vezes. Então os meus fins de tarde são sempre cheios de reuniões atrás de reuniões, e como todas têm na maioria 30minutos, para tratar de certos assuntos em que são necessárias várias pessoas, assim que começamos a estar mais dentro do assunto e a conversa começa a ser mais útil, já está o tempo da reunião a acabar. Logo, temos que continuar numa próxima reunião que não será até mais uns dias porque entretanto os calendários estão cheios, e as decisões acabam por demorar muito mais tempo a ser tomadas por causa desta situação. A tecnologia claro que ajuda muito a fazer o trabalho mais colaborativo entre o sistema de mensagem interna com o Slack, as videoconferências com o Zoom ou tecnologia de projectos como Asana, MAS... e isto é um grande MAS,... nenhuma delas consegue perfeitamente substituir a iteração em pessoa e a facilidade como se consegue chegar a decisões quando todas as pessoas que precisam de estar envolvidas se encontram num mesmo espaço. 

 

Então finalmente tive a oportunidade de me encontrar com alguns dos meus colegas com quem trabalho mais frequentemente na semana passada. Encontrámo-nos em Santa Barbara, na Califórnia, onde temos um dos nossos escritórios. E foi tão útil!! Adorei poder finalmente conhecer pessoalmente pessoas com quem tenho andado a trabalhar virtualmente durante mais de um ano e alguns dos executivos com quem ainda não tinha interagido muito. Do grupo que lá esteve, ainda só tinha conhecido duas pessoas pessoalmente.

 

É sempre uma situação muito interessante aquele primeiro momento em que nos encontramos pessoalmente com alguém com quem falamos quase todos os dias e que temos visto no pequeno ecrã do computador durante tanto tempo. Há sempre aquela parte de surpresa relativamente à altura de uma pessoa (geralmente são eles surpresos com a minha altura que não esperam uma Portuguesa ser tão alta quanto eu); depois há aquela oportunidade para ter conversas fora do trabalho para efectivamente permitir conhecer melhor um indivíduo, principalmente depois de uns dois copos de vinho ao jantar, que ajudam sempre as pessoas a ficarem um pouco mais abertas. E principalmente aquela oportunidade para estarmos várias horas juntos a discutir assuntos que geralmente demoram semanas a acordarmos, e que, de repente, em duas ou três horas, e depois de um quadro branco cheios de gráficos e palavras, conseguimos chegar a conclusões, ideias, efectivamente fazemos progresso! 

 

Esta viagem fez-me relembrar o quanto eu gosto de trabalhar num escritório e o quanto eu gosto da iteração com uma equipa que, sinceramente, tem sido muito pequena nesta empresa. Fazemos tudo online. Não ajuda que eu seja a única pessoa da equipa de marketing que tem a base em Londres, mas até com os meus outros colegas de outros departamentos que também têm como base o escritório de Londres, ninguém quer vir para o escritório. E desde que eu mudei de casa até que estou a minutos a pé de caminho até ao nosso escritório, mas para já, ainda só lá fui duas vezes desde que me mudei para este novo apartamento. Simplesmente os meus colegas estão demasiado confortáveis em casa e não querem vir para o escritório. Aparentemente, a situação era diferente antes da pandemia. Já havia a cultura de se trabalhar de casa mas, na maioria dos dias, as pessoas vinham para o escritório. Mas desde que se habituaram a ter um espaço mais permanente em casa, são poucos os que estão interessados em vir trabalhar a partir do escritório. Não ajuda o facto de que muitos vivem fora de Londres, e outros tantos tiveram bebés recentemente, logo todos parecem ter uma boa desculpa para não virem frequentemente. Muitas vezes, tenho sido eu sozinha no escritório, ou só com mais uma ou duas pessoas. É apenas nos dias em que há um evento oficial, ou que algum executivo vem a Londres, que as pessoas fazem o esforço de ir trabalhar a partir do escritório. Por um lado, eu até preferia que terminassem o nosso contrato com o escritório actual e que nos colocassem num escritório de co-working, porque ao menos, para aqueles que gostam de ir ao escritório, como eu, teríamos uma base, onde haveriam outras pessoas com quem interagir. Mas assim sendo, mantemo-nos com um espaço grande e vazio. 

 

Imagino que ainda há muitos de vocês que estejam em situações semelhantes? A vossa vida de trabalho continua virtual desde a pandemia? Para mim, pelo menos, não acho ideal, mas ao menos, se poder começar a viajar um pouco mais frequentemente, ao menos já valerá mais a pena. Fica uma foto da margem da praia de Santa Barbara onde fui quase todas as manhãs antes do trabalho na semana passada, que é uma zona simplesmente linda com o mar dum lado, a pequena cidade e as montanhas do outro. A temperatura também estava de verão. Adorei lá passar uns dias.

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Finalizar o ano com o pé direito

Desde que escrevi o último post que começaram a haver algumas mudanças positivas a nível de trabalho. O assunto ainda não está resolvido porque ainda somos muito poucos numa equipa da qual se espera muito, por isso as horas extras ainda são inevitáveis, mas algumas novidades fazem-me sentir mais positiva para os próximos meses. 

 

  • Tive a oportunidade de finalmente conhecer pessoalmente membros da minha equipa directa ao fim de quase 1.5 anos a trabalhar juntos diariamente e membros de outras equipas com quem trabalho frequentemente. E é impressionante a diferença que faz poder ter tempo com esses colegas num ambiente que vai para além dos 30 minutos fugidos numa chamada habitual de videoconferência. Digam o que disserem, videoconferências são uma boa alternativa quando a distância não permite uma iteração diária, mas não consegue estabelecer o mesmo nível de relação que uma conversa pessoal permite. Conhece-los e poder discutir e planear trabalho juntos trouxe-nos a todos uma energia renovada que acho que vai ser muito importante enquanto não conseguirmos re-estabelecer o número de pessoas na equipa que, neste momento temos a menos. 

 

  • A conversa com os colegas inspirou-me para poder escrever exactamente aquilo que acho que precisamos ter para conseguir alcançar os objectivos da empresa para a nossa equipa, e apresentei esse plano e proposta ao meu chefe que, pelo menos aparentemente, aceitou a proposta de forma positiva. 

 

  • Começámos a receber candidatos para um dos cargos necessários preencher na equipa e vou começar a entrevistar esta semana. 

 

Portanto, pelo menos para já, parecemos estar num caminho melhor do que estávamos há um mês atrás. Agora é ver como as coisas decorrem e quantas das mudanças discutidas efectivamente vão ser possíveis de ser implementadas. 

 

Pelo menos pela parte que me cabe, e agora que nos estamos a aproximar do final do ano, eu quero certificar-me de que termino os projectos planeados para este trimestre e que tenho um plano bem definido do que vai ser necessário fazer ao longo do próximo ano e, principalmente no primeiro trimestre do próximo ano. Há que aproveitar que o fim do ano geralmente permite-nos fazer um 'reset' à rotina do dia-a-dia, e repensar naquilo que queremos e como pretendemos levar o nosso caminho para a frente.

 

Entre o trabalho e a vida pessoal tenho muito que ajustar e planear para o próximo ano, por isso vou dedicar o meu Dezembro a essa fase de planeamento. E vou começar já hoje. Iniciei o dia por escrever a minha lista de projectos que queria completar hoje, vim para um café para não ter as distracções habituais que se tem sempre em casa, e vou dedicar as próximas horas a completar esses projectos pessoais o mais que possível. 

 

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Estou com ansiedade?

No último post que escrevi aqui no blog, já no início de Setembro, eu tinha falado sobre a minha situação actual no trabalho e como as consecutivas horas de trabalho excessivo me estavam a deixar constantemente cansada e sem tempo para fazer coisas de que gosto, mas que necessitam de tempo, tal como escrever aqui no blog. 

 

Quase dois meses depois a situação ainda não mudou. Até tem estado um pouco pior nas últimas duas semanas porque estava a trabalhar num projecto, cujo prazo terminou esta semana e, como tal, passei os últimos dias antes do prazo, ou sentada na secretária, ou a dormir, com as ocasionais visitas à casa-de-banho. 

 

E, apesar de ter estado a trabalhar consecutivamente para o tal projecto, continuavamos a ter as reuniões habituais sobre outros temas em que era esperado de mim que estivesse preparada para essas reuniões com updates o que, me era completamente impossível. Eu consigo trabalhar rapidamente e considero que faço o meu trabalho de forma eficiente, mas quando há tantos projectos e prioridades em simultâneo, simplesmente não é fisicamente possível fazer tudo num pequeno espaço de tempo.

 

Isso significa que, antes de ir para certas reuniões, eu comecei a sentir  uma sensação nervosa que me começa pelo topo da cabeça e que se expande por toda a parte de trás da cabeça; começo também a transpirar e ficar com receio da conversa que está para acontecer na reunião. Durante a noite, também adormeço a pensar no trabalho, sonho com o trabalho e acordo a pensar nele também. Percebo perfeitamente que esses são sinais de ansiedade. 

 

E ansiedade não é um problema que tenha tido antes. Ocasionalmente, antes de falar em público ou semelhante, tinha um pouco de nervosismo/ansiedade, que passa logo de seguida. Mas ultimamente tem sido uma sensação que tenho experienciado durante a maioria dos dias. Escusado será dizer que essa sensação não é positiva, e que, ao continuar a este ritmo, estou a caminho para um possível esgotamento mental. 

 

Na minha equipa de marketing, em que, actualmente já somos muito poucos, o que se reflecte no excesso de trabalho que todos temos tido, no último mês, tivemos três pessoas da equipa a enviar a sua carta de resignação. Portanto, para uma equipa que já era pequena, agora vai ficar ainda mais limitada. 

 

A adicionar ao facto da equipa estar a reduzir, temos um novo CMO que, até já, ainda não recebeu a opinião positiva da equipa. Tal como em qualquer caso quando um novo líder entra numa empresa, quer fazer várias mudanças, e, como em qualquer altura de mudança, há quem goste e quem não goste. Ainda não há estabilidade com  a nova liderança, e o facto de que estavamos todos a trabalhar neste projecto, fez com que também não houvesse muito tempo para envolver a equipa nas mudanças e explicar as intenções. Para já dou-lhe o benefício da dúvida porque sei que não houve tempo para se estabelecer e estabelecer a equipa. Mas agora que temos este projecto terminado, espero ver a diferença para breve. Eu sem dúvida que não quero continuar no mesmo ritmo e percebo os riscos associados relacionados com a minha saúde, portanto, vou dar mais algum tempo para ver como as coisas decorrem, e se não melhorarem, vai ser tempo de mudança para mim também. 

 

Para já, e enquanto as coisas não mudam, para controlar a ansiedade tenho andado a fazer o seguinte:

  • Acordo sempre cedo de manhã pelo menos 2h15min antes de ter que começar a trabalhar para poder fazer exercício e ir dar um passeio. Activar as endorfinas logo de manhã faz-me sentir bem e ajuda a deixar de lado pensar no trabalho durante esse período. E, o passeio matinal pelo parque e zonas bonitas locais também me faz ficar mais positiva. Ajuda-me a ajustar as ideias, redefinir as prioridades para o dia, e activar os meus níveis de energia
  • Ouço música de que gosto durante as horas do trabalho quando não estou em reuniões. De forma geral, a música tem a tendência para me distrair pelo que normalmente evito ter a música ligada, mas desde que a música seja calma, eu consigo trabalhar sem me distrair, e, ultimamente com a situação actual, tenho achado que os benefícios que ganho por estar a ouvir música se sobrepoem às desvantagens de me poder distrair um pouco. 
  • Quando estou prestes a entrar numa reunião que me está a deixar ansiosa, tento parar a acelaração dos pensamentos, respiro fundo, tento prever o que vai ser discutido e o que vou responder para me sentir um pouco mais preparada e evitar ser apanhada de surpresa com questões a que não posso responder. 

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Para já são esses os meus métodos para lidar com a situação para tentar controlar ao máximo como me tenho estado a sentir. Agora com o fim do tal projecto espero poder começar a ver a luz ao fim do túnel. A ver vamos... acho que o tempo que me demorar a voltar a escrever aqui também vai dar uma indicação de como as coisas estão a correr. 

 

Têm alguma experiência de como lidar com ansiedade e/ou esgotamento que possam partilhar? Acho importante falar do assunto porque, eu sei que situações como a minha, são comuns, e reconhecer quando estamos a passar por este tipo de situação, falar sobre o assunto, e receber dicas sobre como outros lidaram com isso, pode ajudar a definirmos o nosso próprio problema melhor, para podermos, eventualmente superá-lo. 

 

Lidar com trabalho a mais

Faz um mês em que não vinha escrever aqui no blog. Antes disso, tinha passado outro mês desde a última vez que tinha escrito, e acho que desde que comecei o blog, nunca tinham passado dois meses em que tinha escrito apenas dois posts. Quando me perguntei a mim própria porquê, rapidamente cheguei à conclusão de que a minha energia para escrever no blog estava a ser ultrapassada pela minha exaustão com o trabalho. 

 

Eu gosto muito do que faço, mas nunca tive tanto trabalho como agora e ter mais trabalho não é algo positivo, porque sinto que se as coisas não melhorarem posso entrar em ponto em que deixo de gostar daquilo que faço e, posso pensar que a única solução será mudar de empresa. Mas estou neste emprego faz só um ano e acho que ainda tenho tanto para poder beneficiar e aprender com ele que não queria ter que mudar tão cedo. Mas o facto é que estou a trabalhar uma média de 11 horas por dia, e ao fim de cada dia, muitas vazes termino com a sensação de que não fiz tudo aquilo que pretendia. E isso é porque simplesmente tenho trabalho a mais. 

 

Tento sempre começar os meus dias, primeiro com algum tipo de exercício, seguido por um passeio para espairecer um pouco, ir tomar um café, e ouvir um podcast ou música para evitar começar o dia logo a trabalhar, e estou na minha secretárias às 9h (quando não tenho reuniões às 8:30h). Começo o dia de trabalho a responder às mensagens de colegas dos EUA que me deixaram durante a noite, seguindo de responder a emails, escrevo a minha lista do que tenho para fazer nesse dia, e vou actuando em cada uma delas ao longo do dia. Eu gosto do meu processo e acho que é uma forma muito eficiente de trabalhar e estar no topo de tudo o que tenho para fazer, só que, todos os dias tenho também várias reuniões, principalmente ao final do dia porque trabalho com a Costa Oeste dos EUA e só temos uma hora oficial de trabalho em comum. O que significa que eles acordam muitas vezes cedo para começar a ter reuniões comigo, e eu não tenho alternativa senão ter reuniões tardias também. 

 

O tempo em que estou em reuniões consome-me o tempo em que devia estar a fazer trabalho e acabo por ter que o continuar a fazer após as reuniões terminadas. O que significa que acabo de trabalhar já tarde quase todas as noites, e estou sempre tão cansada que a única coisa que consigo fazer depois de jantar (que felizmente o meu Inglês gosta de cozinhar e por isso não tem sido muito problemático o facto de ele ter que andar a cozinhar muito mais frequentemente por eu acabar sempre tão tarde), é sentar-me a ver televisão ou ler. Não tenho energia para voltar a ligar o computador e vir escrever no blog e, aos fins-de-semana só me sabe bem relaxar ou ir sair com amigos, porque tenho feito muito menos actividades sociais durante a semana porque simplesmente não tenho tempo para os amigos. 

 

E o que posso fazer para mudar as coisas? Preciso de ajuda. Preciso de pelo menos mais uma pessoa na equipa porque sem dúvida que estou a fazer trabalho de duas pessoas neste momento e isso, não só não é ideal para mim em termos de cansaço, mas também sei que por vezes não dedico tanto tempo quanto devia dedicar a certos projectos porque simplesmente não o tenho e isso também significa que as coisas não ficam tão bem feitas como deveria ficar. 

 

Falei com o meu chefe, esta semana mesma, expliquei-lhe a situação, e pedi-lhe especificamente por essa nova pessoa para a equipa. Ele bem sabe que eu era suposto já ter tido esse cargo contratado no início do ano mas que me cortaram essa vaga e até agora ainda não voltou a ser aprovada. E acho que para eles, simplesmente não querem aprovar o cargo porque pensam que como as coisas aparecem feitas de qualquer maneira, é porque não deve ser preciso. Por isso é da minha responsabilidade fazer bem visível essa necessidade de contratar mais uma pessoa. Espero que ele tenha percebido, mas para já ainda estou à espera da confirmação. 

 

Entretanto, vou finalmente de férias. Amanhã mesmo! E vou para Portugal! Pela primeira vez em 1 ano e 7 meses! Mal posso esperar. Finalmente vou voltar a ver a família, mas também vou poder descansar do dia-a-dia.

 

Tenho a papelada toda preparada para poder viajar - passaporte Covid, Certificado teste antigen (que agora já não é preciso, mas na semana passada quando vi as regras ainda era), e o formulário de localização preenchido, por isso espero que tenha tudo o necessário para ser uma viagem relativamente simples. 

 

Desta vez vou directa para o Algarve e encontro-me com a família por lá. Tenho saudades de Lisboa mas também vai saber muito bem poder ir passar uma férias logo na praia. Estarei por Vilamoura e já não vou lá há mesmo muitos anos. Pelo menos uns 15 ou 16 anos. Se tiverem algumas recomendações de restaurantes, cafés, bares, eventos etc que se passem por lá, por favor digam que imagino que esteja tudo muito diferente do que conhecia antes. 

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E bem, se eu voltar a demorar a escrever depois destas férias novamente, já sabem do que se trata. Entretanto vou partilhando alguns posts da minha estadia pelo Algarve no Instagram do @tugaemlondres

A primeira semana no escritório

Nesta semana que passou, fui pela primeira vez ao escritório da nova empresa. Apenas eu e mais dois colegas temos a 'permissão' para trabalhar do escritório por termos pedido especificamente que queriamos trabalhar de lá. Eu, e mais outra colega que começou ainda à menos tempo que eu,  queriamos ter a oportunidade de conhecer colegas e ter um espaço de trabalho mais comfortável. No entanto, ainda não a cheguei a conhecer porque ela foi alertada no esquema de 'track & trace' de que frequentou o mesmo pub que uma pessoa que foi encontrada com Covid, e portanto, tem que se isolar durante duas semanas. 

 

Conheci, no entanto, o outro colega que também pediu para trabalhar do escritório, e ele falou-me um pouco mais do que tem acontecido na empresa nos últimos meses, falou-me dos hábitos que eles tinham, o que ajudou a perceber melhor um pouco da cultura de empresa, etc. 

 

Gostei bastante de poder conhecer o meu primeiro colega em pessoa, e gostei também de ficar a conhecer o escritório. Fica localizado no lado sul de Londres, pelo que sempre que vou para lá, vou ter que atravessar uma das pontes de bicicleta, e portanto apreciar aquela paisagem das margens do rio Tamisa, que nunca me canso de ver. Também ainda nunca tinha estado a trabalhar naquela zona, pelo que ainda tenho muito que conhecer por lá, e tenho aproveitado a hora de almoço para andar à descoberta. 

 

Não pretendo ir ao escritório todos os dias, até porque estar num escritório vazio também não é ideal, mas pretendo continuar a ir pelo menos dois dias por semana. Sabe bem ter mais espaço de mesa, o segundo ecrã, e o ar-condicionado, que o meu apartamento fica quente demais durante a tarde quando o sol bate na janela. E além do mais, simplesmente gosto da mudança de cenário. 

 

Para a maioria dos outros colegas, parece que o escritório só vai mesmo abrir a partir de Janeiro, e nessa altura é que vamos começar a fazer rotação entre todos para se conseguir manter algumas mesas vazias de forma a haver distanciamento entre colegas. Mas até lá, vamos ser só os três num escritório de 40 pessoas. É um pouco estranho, mas é a nova situação que temos, por isso há que adaptar. 

 

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P. S. - Ah e eu tinha prometido que diria aqui se a minha nova técnica para encontrar tempo foi sucedida, e de facto foi. Pelo menos por este primeira vez consegui dedicar o tempo que queria ao meu projecto de escrita, pelo que agora há que continuar e já tenho o próximo período de tempo marcado na agenda também. 

Começar um novo emprego durante a pandemia

Recebi um e-mail do meu novo chefe no dia anterior a começar o novo emprego com um documento onde descrevia o meu 'onboarding'. Ao ler ao longo do documento comecei a ficar entusiasmada com o que me esperava - as coisas novas que ia aprender, as novas pessoas que ia conhecer, e pôr o meu cérebro a funcionar em modo de trabalho novamente. Mas até aí, aquela sensação de entusiasmo que geralmente marca os dias anteriores a começar um novo trabalho, era quase inexistente. Afinal, ia começar a trabalhar de casa, num ambiente virtual, através de reuniões de Zoom, mas rodeada pelo espaço habitual no meu próprio quarto. Como foi a experiência de começar um novo trabalho a partir de casa? Foi melhor do que pensei, mas sem dúvida que teria preferido começar num escritório. Ficam as principais diferenças:

 

O vestuário

Foi a primeira vez em que comecei um novo emprego em que não me deu vontade para ir às compras para fazer um update do guarda-roupa. Afinal, para quê? Ninguém vê o que tenho vestido para baixo da zona dos ombros. Também não preciso de ter aquela sensação de estar 'power dressed' para entrar no escritório pela primeira vez e começar a conhecer os novos colegas. Isso não quer dizer que eu fosse escolher ficar de calções do pijama no meu primeiro dia de trabalho que, mesmo que os meus colegas não vissem isso, eu sabia o que tinha vestido, por isso quis usar roupa em que me senti-se profissional. Talvez se já lá estivesse a trabalhar há imenso tempo, a roupa que usasse não fizesse qualquer diferença. Imagino que as pessoas quando começaram a trabalhar em casa durante o lockdown em empresas onde já estivessem confortáveis, tenham colocado o seu guarda-roupa profissional de parte, ou pelo menos a parte debaixo. Mas esse não é o meu caso. Por isso quis vestir-me adequadamente como se fosse para o escritório, e usei maquilhagem para conseguir disfarçar aquele ar de quem acabou de sair da cama. Esta sexta-feira que passou fizeram 8 dias desde que comecei o novo emprego, e pelo menos para já, tenho continuado com o mesmo hábito de me vestir mais ou menos como se fosse para o escritório - menos os sapatos e o soutien, que depois desde meses todos de 'liberdade' acho que já não sou capaz de passar o dia todo apertada. 

 

O escritório

Eu sempre soube que o meu apartamento não era muito grande, mas desde o lockdown, parece mais pequeno do que sempre, por não ter o espaço suficiente para se criar uma zona de 'escritório' separada, sem ter que influenciar negativamente a decoração do espaço. O meu Inglês já tinha ocupado a mesa de jantar, que se encontra no nosso open plan entre a cozinha e a sala de estar, como a sua secretária. Substituiu uma das nossas cadeiras bonitas em volta da mesa, por uma cadeira de escritório, e tem um segundo ecrã que coloca em cima da mesa todas as manhãs e tira ao final do dia para podermos utilizar como mesa de jantar. 

Eu tive que encomendar uma mesa de secretária pequena para colocar num canto do quarto, que se dobra à noite para não ocupar espaço, e tenho também uma cadeira de escritório. Durante o lockdown sentava-me maioritariamente nas cadeiras da mesa da varanda ou no sofá, mas nenhum dos casos é confortável para estar horas a fio sentada no mesmo local. Portanto, tivemos mesmo que ter as cadeiras de escritório apesar de não terem qualquer lógica estética para estarem cá em casa. Com esta situação agora também não sei quando nos vamos poder livrar daquelas cadeiras porque mesmo quando se voltar ao escritório, não será todos os dias. Portanto, ou tem que haver uma vacina para o Covid, ou temos que mudar para uma casa maior. Até lá, vamos ter que continuar a viver num espaço pequeno com dois semi-escritórios totalmente fora do contexto, e para mim que adoro um design de interiores minimalista, não é nada ideal.

 

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Os colegas

Entre reuniões de Zoom e conversas no Slack, tenho vindo a conhecer os colegas aos poucos e poucos e para já tem sido uma experiência agradável. Na minha primeira semana organizaram um Zoom Happy hour para os novos colegas, que fui eu e outra rapariga que também começou na mesma semana que eu, mas não deixou de ser um Zoom um pouco estranho, porque de repente está-se numa chamada com imensas pessoas e onde cada uma tem que falar de cada vez. Quando ninguém fala há aquele silêncio desconfortável. E sendo que a maioria dos colegas se encontra no horário do Pacífico na costa oeste dos EUA, apesar de ser 'happy hour', ninguém está a beber álcool por ser de manhã para eles. Não é bem como os 'welcome drinks' no pub habituais que se costuma ter com os colegas na sua primeira semana num novo emprego. 

 

O trabalho em si

Começou em força. Talvez até demais porque ainda não consegui terminar às 18h que é o meu horário de saída. Numa situação ideal adorava ter mais tempo para fazer uma boa análise da situação actual da empresa, preparar a estratégia e o plano para o resto do ano e só depois começar nas actividades do dia-a-dia, mas claro que isso não é possível porque já existem imensas coisas planeadas para acontecer, e tenho que tratar delas enquanto defino os novos projectos também, portanto há imenso que fazer, mas de forma geral estou a gostar da experiência. 

Nova ronda de cortes na empresa

Depois da empresa A em que trabalhava ter sido comprada pela empresa B, eu tive que cortar o emprego de duas pessoas na minha equipa. Entretanto, em finais do ano passado a empresa B foi comprada pela empresa C, e desta, foi a minha vez de ficar sem trabalho. 

 

A minha chefe informou-me da notícia em finais de Janeiro e o meu último dia oficial foi mesmo esta semana. Desde que fomos comprados, os auditores têm andado na empresa a ver onde podiam reduzir custos e 'optimizar eficiências' e decidiram centralizar a equipa de marketing para os Estados Unidos e, como tal, já não precisavam de uma Directora de Marketing na Europa, como tal, desapareceu o meu emprego. 

 

Esta é uma das grandes diferenças de como a lei do trabalho funciona no Reino Unido em comparação a Portugal. Em Portugal não seria permitido simplesmente fazer esta eliminação de cargos a empregados permanentes sem causa justa e com efeito quase imediato. No entanto, o facto de ser muito mais fácil de se recrutar e despedir pessoas e fazer reestruturações de departamento a toda a hora, também permite que existe muita maior flexibilidade para as pessoas mudarem de emprego, e não existe tanto aquele medo de não se conseguir outro trabalho permanente facilmente. Portanto, de forma geral, eu continuo a preferir a forma como a lei do trabalho mais flexível existe por cá, apesar de saber que isso me pode afectar de vez em quando. 

 

Quando recebi as notícias claro que não fiquei contente. Nunca sabe bem receber essas notícias. Mas surpreendentemente também não fiquei muito chateada e comecei antes a pensar nas oportunidades que a mudança de trabalho me podiam trazer. É daquelas situações em que não vale a pena chorar pelo leite derramado. Não há nada a fazer para trazer aquele emprego de volta, pelo que a melhor solução é mesmo ver as coisas pelo lado positivo:

  • a empresa está a pagar-me uma indemnização pela eliminação do cargo, pelo que efectivamente estão a pagar-me para procurar outro trabalho;
  • já lá estava à quase 5 anos pelo que era tempo de ter uma mudança para fazer novas coisas, aprender com novas pessoas e com uma indústria diferente, mas estava a precisar de um empurrão para sair da empresa;
  • com o tempo que tenho enquanto procuro novo emprego posso também aproveitar para dedicar a mim própria. Quantas vezes na vida temos uns meses de pausa? Não muito frequentemente. No meu caso, acho que tive no máximo 1 mês de pausa entre empregos desde que saí da faculdade. Por isso, desta vez não vou apressar-me. Quero encontrar algo que me deixe mesmo entusiasmada e quero também aproveitar para descansar e recarregar energias antes de começar algo novo.

 

Claro que não estou à espera que encontrar um novo emprego entusiasmante seja muito fácil, mas eu tenho um plano de acção:

  • Primeiro listei tudo aquilo que gostava e não gostava do meu emprego e empresa;
  • Depois listei o tipo de indústrias e empresas de que gosto muito; 
  • Comparei os resultados com as qualificações e experiência que tenho para conseguir identificar o tipo de empregos aos quais me quero candidatar e que tenho hipóteses de conseguir. O resultado foram empregos na área do marketing e parcerias para empresas de tecnologia ou agências/consultorias de marketing que ofereçam serviços a empresas de tecnologia ou empresas da área de design e arquitectura ou eventos ou empresas que façam apoio a startups de alguma forma. 
  • Uma vez identificadas essas áreas, refiz o meu CV focando os pontos mais importantes que achei que seria de relevância para o tipo de empresas e empregos a que me quero candidatar.
  • E depois foi começar a ir aos websites das empresas de que gosto, pesquisar na secção de carreiras se procuram pessoas com a minha experiência e cada vez que encontro algo que me interessa escrevo uma carta de apresentação totalmente personalizada para aquela empresa explicando as razões pelas quais eu sou a candidata ideal àquele trabalho em questão. 
  • Também tenho pesquisado através dos anúncios de emprego no LinkedIn e a próxima fase é colocar o meu CV nos vários sites de emprego que sejam relevantes às áreas que me interessam, para que as empresas certas possam encontrar o meu perfil. 
  • E tenho informado a todas as pessoas possível sobre a minha situação porque muitas empresas preferem recomendações internas, portanto faço questão de ir informando as pessoas que conheço, principalmente as que trabalham nas minhas áreas de interesse, porque não quero perder oportunidades apenas pela falta dos meus amigos e conhecidos não saberem que estou à procura de novo emprego. 

 

Claro que este processo de cuidado na selecção e aplicação a cada empresa também significa que cada uma demora imenso tempo a preparar, mas acho que vai valer a pena. Entretanto, tenho aproveitado o meu tempo para ir a todo o tipo de eventos e seminários a que nunca tenho tempo para ir e que me ajudam a conhecer algo novo. Desde que recebi a notícia do emprego já fui a 7 eventos sobre os mais variados temas, como por exemplo, fui a um de técnicas para fazer apresentações em público, outro sobre optimização de emails, outro sobre optimização de visualização de dados, etc etc. O que vale é que existem sempre inúmeros eventos sobre tudo e mais alguma coisa em Londres, e muitos deles são gratuitos portanto há que aproveitar. 

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Evento organizado pelo YCN e Founders Factory dedicado a startups

 

Depois vou dando notícias de como a pesquisa for correndo. 

Uma semana de trabalho daquelas

Esta quinta-feira que passou tive um evento em que temos andado a trabalhar nos últimos 2.5 meses. Na empresa fazemos este evento em várias cidades, mas na Europa, os eventos são quase todos noutras línguas, pelo que, como este era em Londres, os meus colegas da sede em Boston quiseram 'todos' cá vir presenciar o evento 'para ver como fazemos os eventos na Europa'. Ou seja, queriam vir à Europa mas tinham que ter uma desculpa para a sua visita. O problema é que, os meus colegas que efectivamente trabalham no Reino Unido também queriam vir ao evento, e de repente tenho 50 pessoas da empresa marcadas para vir ao evento, e tive que dizer a vários colegas de cá que também queriam vir, que já não tinha lugar para eles, visto que o espaço em si apenas tinha capacidade para 160 pessoas sentadas! Claro que disse aos colegas todos que tinham que ficar em pé, que os clientes é que tinham prioridade para se sentar, mas tudo isto fez a semana um bocado stressante. Esta era a primeira vez que eu ia apresentar um evento com tantas pessoas na audiência, e depois ainda tinha o stress de ter a equipa de marketing quase toda no evento, e uma quantidade dos principais executivos da empresa. Eu claro que queria pensar positivo que as coisas iam correr bem, mas é quase inevitável pensar também em todas as coisas que podem correr mal e, não só tinha uma grande quantidade de clientes e potenciais clientes presentes, mas também tinha quase tudo o que é chefe na empresa a presenciar o facto. 

 

No dia em si, não posso esconder que estava um bocado nervosa, apesar de dizer a mim própria cinquenta vezes que não havia razão nenhuma para o nervosismo e que ia correr tudo bem, mas infelizmente há emoções difíceis de controlar. No momento que entrei no palco consegui estar OK, eu tinha preparado o que ia dizer várias vezes e sabia tudo de cor, no entanto, a primeira coisa que me esqueci foi de me apresentar a mim própria e comecei logo a falar do evento  Lá consegui enfiar a parte em que expliquei quem sou um pouco mais à frente no meu discurso. Depois cheguei à parte em que disse uma piada que eu achei que era hilariante para uma audiência de profissionais de marketing, mas ninguém se riu!! Mais tarde também me lembrei que a audiência tinha mais designers, criativos e profissionais de marca do que propriamente profissionais de marketing e por isso podem não ter apanhado a piada tão bem, mas o momento em que eles não se riram é que me deixou mesmo nervosa. Porque depois já não queria dizer as outras piadas que tinha planeado, e só queria acabar o meu discurso o mais depressa possível para poder sair daquele palco. Senti as pernas a agitarem e a voz também ficou tremida, e quando isso acontece, estava mais a pensar no facto de todas aquelas pessoas se estarem a aperceber do meu nervosismo, do que propriamente do que tinha que dizer, e acabei por não dizer umas quantas coisas que queria. 

 

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A partir daí, de cada vez que voltei ao palco, talvez por estar lá pouco tempo e por estar a interagir mais com os apresentadores e com o público, deixei de ficar nervosa e até acabei por receber umas quantas gargalhadas do público. Se bem que acho que costuma ser mesmo assim quando estou em palco. Ao início estou nervosa e depois, consigo ficar mais natural e até que gosto da interacção com o público. 

 

Resultado, tive ali pelo palco apresentadores espectaculares representantes de marcas como Alibaba, IKEA, AllSaints, Air France, BBC e outros quantos, o público gostou muito, e os meus colegas disseram-me que não notaram qualquer nervosismo em mim (não sei se disseram isso para me fazer sentir bem ou se estavam a ser sinceros), mas de forma geral correu bem, e está feito, e finalmente posso respirar fundo e aproveitar este fim-de-semana para descansar e estar com os amigos para distrair desta semana que passou. Ufff!! Já está! 

 

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A incompetência de não falar uma língua

Na semana passada fui a um evento em Paris organizado pela minha empresa. O evento foi totalmente em Françês e, apesar de eu ter tido 3 anos de Françês na escola, estou mais que enferrujada e consigo falar muito pouco. De forma geral, a maioria das pessoas fala Inglês, mas principalmente em França, há sempre alguém que não se sinta comfortável com o Inglês, e neste evento não foi excepção. 

 

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O resultado, é que a meio do evento me estáva a sentir mesmo muito ignorante. Isso porque o facto de não poder falar ou perceber comfortavelmente o que estava a acontecer no palco, fazia com que a minha mente estivesse em branco. Eu sabia que os profissionais de marketing e branding que estavam no palco de empresas como a L'Óreal, Air France, SNCF, entre outros, estavam a falar sobre assuntos que me interessavam, mas como não conseguia perceber o que diziam, não podia fazer perguntas, falar sobre o discutido em palco durante as pausas para networking, ou simplesmente pensar no assunto. Ou seja, senti-me como se tivesse voltado muitos anos atrás, antes da minha experiência profissional, antes do meu curso, voltando talvez, tão atrás, como se estivesse de volta no início da Escola preparatória quando ainda não tinha qualquer ideia do que eram marcas e marketing. É como se toda a minha educação desaparecesse, pelo simples facto de não conseguir falar a língua. 

 

Fez-me pensar de como difícil deve ser para emigrantes que decidem mudar-se para um país onde ainda não dominam a língua. Se já foi difícil para mim só um dia não conseguir falar sobre uma área com que estou normalmente comfortável, como deverá ser para pessoas que se sentem incapacitadas de trabalhar naquilo que são profissionais devido à falta do conhecimento da língua? 

 

A minha conclusão da experiência leva-me a sugerir a futuros emigrantes que se dediquem a aprender a língua antes de tomarem a decisão de emigrar.

Mais um ano em Londres em revista

Ao aproximar-nos do final do ano, é inevitável querer fazer um balanço do ano que passou, do que gostámos, do que não gostámos, do que nos marcou, do que queremos melhorar para o ano seguinte,... Este foi o meu:

 

Trabalho: Comecei o ano com uma promoção. Foi das promoções mais entusiasmantes e mais assustadoras que já recebi. Não veio sem os seus problemas - houve uma pessoa que não gostou nada e me fez a vida negra durante uns tempos; comecei a trabalhar com outras novas pessoas com quem aprendi mais; ao ter mais responsabilidade aprendi que quando há problemas a culpa deve ser assumida por mim, quando há prezas, devem ser passadas para a equipa; aprendi mais sobre psicologia e como lidar com pessoas diferentes; aprendi que há limites para energisar os outros quando eles não querem ser energisados; aprendi a importância de me reunir com diferentes pessoas mesmo que seja uma perca de tempo, para dar visibilidade do que fazemos a pessoas mais sénior que eu. Em 2019 já sei que vão haver mais mudanças e ainda não sei se vou gostar delas ou se não, mas o importante é que quero manter a minha energia, dedicação e paixão por aquilo que faço. Se isso deixar de se concretizar eu sei que será tempo de mudar.

 

Amizades: Fiz muito poucas amizades novas este ano. Consigo contar uma ou duas, o que é uma grande diferença do que eu costumava fazer em anos anteriores. Acho que estou na fase em que gosto mais de passar tempo de qualidade com os amigos que tenho do que estar sempre a tentar aumentar o meu grupo de amizades que já é relativamente estável. Digo relativamente porque de repente este ano muitos amigos saíram ou planearam sair de Londres, o que me deixou triste. A ver como a vida se vai desenvolver no ramo de amizades para o próximo ano.

 

 
 
 
 
 
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Adorei passear pelo #Porto hoje. Vista do terraço #portocruz em #vilanovadegaia #gaia #tugaemferias #tuganoporto #feriasporto

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Viagens: Fiz duas grandes viagens este ano - para o Oeste da Austrália para ir a um casamento no início do ano, e às Ilhas Maurícias mais para o fim do ano. Aproveitei também para visitar o Porto por alturas da Páscoa que já lá não ia há muito, e adorei a visita. Depois tive várias pequenas viagens com o trabalho, mas sem dúvida que as mais marcantes foram estas três. Ainda não tenho planos de viagens para 2019 para além de várias visitas a Portugal.

 

Verão: O verão em Londres este ano foi estupendo. Um dos melhores verões em termos de temperatura desde que vivo em Londres, e isso reflectiu-se na alegria das pessoas no dia-a-dia. Alguns momentos vão fazer-me lembrar deste verão, principalmente o Queen's Yard Summer Party em Hackney Wick que foi um dia excelente passado com amigos num ambiente de festa ao ar-livre; o ambiente durante o Mundial de futebol de que falei aqui e aqui; os passeios de bicicleta, e os festivais de verão onde fui.

 

Novos locais que descobri: Os leitores do blog habituais já sabem que adoro descobrir novos locais, e felizmente, em Londres, novos locais é coisa que nunca falta. Estes foram aqueles que visitei pela primeira vez este ano e que gostei para lá querer voltar - Peckham Levels (efectivamente fui a uma festa num escritório nos andares do Peckham Levels, portanto apenas passei pelos bares a caminho da festa, mas gostei do que vi); os Nomadic Community Gardens em Brick Lane que descobri um dia em que estava a passear pela zona; Grow, um bar e café nas margens do canal em Hackney Wick que conta com inúmeros eventos de música ao vivo, nomeadamente jazz, bossa nova, reggae e outros estilos, que decorrem ao longo de todo o ano;  Coal Drop Yard, a nova zona comercial junto a Granary Square que, para mim, fez com que Kings Cross se tenha transformado num novo destino para compras, o que prefiro muito mais do que ir ao Centro de Londres por ser mais calma e agradável. Este ano também fui a 4 restaurantes adicionais do nosso A-Z dos Restaurantes que já ando a fazer com o namorado à dois anos em que tentamos visitar um restaurante diferente para cada letra do alfabeto. Ainda só estamos na letra H, porque há sempre alguma letra que é complicada. Por exemplo, para a letra H, queríamos ir comer comida Húngara, mas neste momento só há um restaurante Húngaro em Londres que fica em New Cross e demorou uns tempos para lá ir. Este ano fomos a restaurantes do Equador, França, Grécia, e Hungria. Se continuarmos com esta média de 4 restaurantes por ano, ainda nos vai faltar uns anitos até conseguirmos chegar à letra Z da nossa #voltaaosrestaurantes.

 

Amor: Em termos de amor a coisa anda bem. Tão bem, que este ano, o Inglês fez-me um daqueles momentos à filme, durante um pôr-do-sol quando estávamos nas Ilhas Maurícias, para me pedir em casamento. Resultado, vamos ter casório para 2019 e desde então tenho andado de um lado para o outro a tentar perceber os vários detalhes de organizar um casamento que são mais que muitos. Desde a burocracia, à organização e aos convidados, isto de organizar casamento não é assim tão simples quanto pensava. Mas também ainda estou no início dos preparativos e acho que ainda vou ter muito que falar sobre este assunto em 2019. 

 

Desejos de uma entrada em grande e óptimo ano de 2019 para todos os leitores do Tuga em Londres!