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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Primeiro Natal celebrado em Londres

OK, eu sei que o título deste post é um pouco enganador porque também celebrei o Natal em Londres em 2020 quando estivemos em lockdown, mas não sei bem se consigo contar com esse ano por ter sido tão diferente da experiência de um Natal num ano normal. Portanto, em condições normais, posso contar com este como o primeiro que celebrei em Londres. 

 

Era a vez de irmos passar com os meus pais. Vamos alternando os anos, entre visitar os meus pais ou os pais do meu Inglês. Para os pais dele já lhes custa muito viajar, mas os meus pais ainda estão felizmente bem o suficiente para viajar por isso, quando lhes propusemos virem passar a nossa casa este ano, após pensaram um pouco no assunto, decidiram aceitar. Adorei a ideia de poder passar as celebrações cá por casa e ser eu a receber e preparar as decorações, a comida, etc. 

 

Eles chegaram na quinta-feira à noite por isso, na sexta ainda tivemos oportunidade de ir passear ao centro - ver uma exposição, passear pela Southbank e terminámos o dia a ver o Show Musical 'Tina' que retrata a vida da Tina Turner. Sendo um musical, e como os meus pais já conheciam a história dela, apesar de não saberem falar Inglês, conseguiram perceber tudo o que estava a acontecer e gostaram muito do espectáculo. Musicais, de forma geral, costumam ser uma boa opção de shows a ver quando há uma barreira de língua, mas é sem dúvida melhor, quando conseguem seguir a acção por já conhecer a história que está a ser contada em palco. 

 

Os dias de Sábado e Domingo foram passados em casa ou na nossa zona local, entre preparativos para o Natal e colocar a conversa em dia. 

 

No dia 24 quisemos celebrar a Consoada como fazemos em Portugal, por isso os meus pais trouxeram bacalhau para podermos comer nessa noite. Mas decidi que gostava de lhes apresentar o Natal Britânico por isso, tudo o resto foi passado mais à tradição local - abrimos os presentes na manhã de Natal e fizemos o assado tradicional. A minha sogra também tinha feito o bolo de Natal tradicional de frutas que nos ofereceu, por isso também chegaram a experimentar essa sobremesa.

 

Foi um Natal bem passado e adorei celebrá-lo em Londres, em casa, com calma, sem os stresses e a perca de tempo com as viagens. Não sei se vamos voltar a passar outro por cá nos próximos anos por isso foi bom ter podido experimentar este ano. 

 

Tirei também esta semana entre o Natal e o Ano Novo de férias. Muitas pessoas preferem trabalhar esta semana e guardar as férias para outras alturas em que possam viajar. Eu percebo perfeitamente isso mas sinceramente, esta é talvez a única semana do ano em que posso tirar férias em que posso mesmo desconectar do trabalho. Em qualquer outra altura do ano, quando vou de férias, tenho sempre que estar a olhar para os emails e para as mensagens de Slack, que há sempre algo urgente; há sempre alguma questão que está há minha espera e eu não quero atrasar os projectos por estar de férias. Mas agora, há calma... E adoro esta calma. Esta manhã acordei mais tarde, fui correr, e na volta parei num café local para ler as notícias e ver a manhã passar. Agora estou a aproveitar para, finalmente, fazer um update no blog e de seguida tenho mais algumas actividades que quero fazer no computador que nunca tenho a oportunidade de fazer hoje em dia. Ando sempre a 1,000! Sempre a correr. Nunca tenho tempo para os meus projectos porque passo a maior parte a trabalhar e, quando paro, não quero olhar mais para o computador, por isso todos os meus projectos pessoais, acabo por atrasar, ou simplesmente não fazer.

 

Por isso, sim, sem dúvida que quis tirar esta semana de férias e ficar por casa estes dias, em que, dedico os meus dias aos meus projectos pessoais e, algumas noites posso encontrar-me com amigos que tenham também ficado por cá.  É uma semana calma, mas útil, e também relaxante e divertida em iguais quantidades. Adoro!

 

Espero que passem esta altura do ano da melhor forma para vocês, e desejos de um ano de 2024 com tudo o que mais desejarem!

 

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Festas de rua Inglesas - Uma tradição que quis abraçar

As festas de rua são altamente populares durante o verão um pouco por todo o país. Frequentemente são associadas a celebrações reais tais como a coroação do rei Charles que decorreu em Maio, ou a um casamento real etc., mas não é só para acompanhar esses eventos que se fazem festas de rua. Cada vez mais, com a divisão de opiniões no país relativamente à existência de uma família real, até se considera melhor fazer estas festas em alturas diferentes das festividades reais. Afinal, o objectivo principal é mesmo para que as comunidades locais se possam conhecer e fazer novas amizades entre vizinhos.

 

As ruas onde mais facilmente se fazem festas são aquelas que já tenham pouco trânsito e que não oferecem problemas para fechar durante uma tarde. Apesar de já ter vivido em ruas com essas características antes, talvez por serem ruas onde maioritariamente viviam pessoas em casas partilhadas, nunca ninguém iniciou as tais festas de rua e eu também nunca tinha pensado nisso, até me mudar para a rua onde resido actualmente. 

 

Quando me mudei para a zona e comecei a conhecer alguns dos vizinhos, disseram-me que antes da pandemia costumavam fazer festas aqui na rua. Eram festas simples - alguns dos vizinhos decidiam uma data, colocavam cartas nos correios para informar os outros e, no dia, as pessoas saíam à rua, colocavam algumas cadeiras e mesas em frente das suas casas, cada um trazia uns comes e bebes e entretinham-se a comer e beber na rua enquanto conversavam com os vizinhos. Perguntei se existia algum grupo de residentes ou no WhatsApp ou no Facebook para poder conversar com os outros vizinhos sobre a possível ideia de se reavivar a tal festa de rua, mas tal grupo nunca existiu. Achei que era pena porque, estar em contacto com os vizinhos tem muitas outras vantagens, tais como haver uma maior noção de comunidade e possibilidade de nos ajudar-mos uns aos outros, quer em caso de perigo ou para partilhar informações úteis tais como recomendações locais, electricistas, carpinteiros, poder oferecer produtos que uma pessoa não precise mas que seja útil para outra, etc. Então rapidamente cheguei à conclusão de, que se queria ter esses benefícios de fazer parte de uma comunidade local, teria que começar por criar um grupo para conversa entre vizinhos. 

 

E assim fiz. Escrevi uma nota a apresentar-me e a sugerir a criação de um grupo de WhatsApp. Coloquei as notas em envelopes e fui distribuí-las na caixa de correio de todas as casas. Devo confessar que nessa manhã em que decidi distribuir as notas fiquei um pouco na dúvida se devia ou não fazê-lo. Afinal, os vizinhos podiam preferir não conhecer os outros vizinhos e manter-se mais privados. Mas no fim, cheguei à conclusão de que quem não quisesse juntar-se ao grupo simplesmente podia ignorar a minha nota, mas ao menos, para os interessados, podíamos começar a comunicar. E sinceramente, não queria ficar com aquela dúvida do resultado que a minha nota ía receber, por isso já não podia voltar atrás e lá fui porta-a-porta entregá-las. 

 

Dentro da primeira meia-hora de ter colocado as notas nas casas comecei a receber as primeiras mensagens a demonstrar interesse em juntarem-se ao grupo. Duas pessoas, com idade mais avançada, telefonaram-me nesse dia com o interesse de conversar e contar-me um pouco sobre a história da rua. Pelo fim do dia cerca de 7-8 pessoas tinham respondido à nota. E na semana seguinte fui recebendo mais mensagens cada dia. Uma semana depois, no início de Abril, criei o grupo, e neste momento já temos 52 pessoas no grupo. 

 

Começamos a conversar sobre a festa de rua, e a maioria votou para um Sábado em Junho. Pedi por voluntários para ajudarem na organização, e ao fim de uma reunião, muitas mensagens e alguns telefonemas, estava tudo pronto para o dia da festa. Até a Junta de Freguesia tinha-nos deixado uns sinais de trânsito a postos para fecharmos a rua nesse dia e podermos colocar as mesas e cadeiras na rua, fazer um BBQ, e partilhar comidas e bebidas enquanto nos conhecíamos. 

 

Um vizinho organizou uma corrida de bicicleta lenta em que, o último ciclista a chegar ao final da rua sem colocar os pés no chão ganhava. As crianças da rua também organizaram umas rifas; e um dos pais tinha uma máquina de fazer bolas de sabão para entretenimento das crianças. Houve actividades o dia todo e como estava uma noite tão boa, os últimos a terminarem a festa ficaram na conversa até depois do bater da meia-noite. 

 

Adorei a minha primeira experiência de organização da festa de rua e foi óptimo poder ter conhecido muitos dos vizinhos. Agora quando ando pela rua já reconheço muitos dos vizinhos e tenho dito muitos mais 'olás' durante esta última. Sempre valeu a pena ter colocado as tais notas nas caixas de correio dos vizinhos.

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As renovações da casa - Parte I

Entre as renovações da casa, o trabalho, e tentar aproveitar o bom tempo o melhor possível, mal tenho visto o verão passar e já estamos quase no final de Julho! Os updates aqui no blog também têm sofrido com a vida em rebuliço dos últimos tempos por isso aqui venho fazer uns updates. E vão estar relacionados com a nova casa que isso é o que me está a ocupar o pensamento na maioria do tempo. 

 

Como indiquei no último post, a casa necessita de uma redecoração total! A última dona vivia lá há 18 anos e nunca fez nada à casa, nem obras, nem remodelações, nem pinturas, nada. E, segundo os vizinhos que já conhecemos, o dono anterior também tinha feito muito pouco. Resultado, tinhamos comprado uma casa coberta de papel de parede antiquado por quase todas as paredes, incluíndo o tecto em alguns dos quartos, e, segundo o construtor que contratamos para nos ajudar com o projecto de remodelação, era possível que o papel estivesse a agarrar muita parede podre e que, no momento em que o tirássemos, a parede podia cair.  E caíu! 

 

Nem todas as paredes estavam podres, felizmente, mas caíu uma parte do tecto no corredor, caíu um bocado de uma parede no quarto, e caíu uma parede da casa-de-banho que, sendo uma parede de partição, já tinha a madeira quase toda podre por dentro.  Essa parte inícial em que os construtores estavam a retirar todo o papel de parede talvez tenha sido das mais assustadoras porque tinhamos receio do quanto mal estivessem as paredes por baixo e dos custos associados para as arranjar. Mas essa fase passou, pelo que espero que as coisas tenham menos surpresas a partir de agora.

 

Também estamos a colocar uma nova casa-de-banho, que só temos uma, por isso queriamos já aproveitar esta fase inicial em que ainda não estamos a viver lá, para fazer as alterações. A casa-de-banho sem dúvida que tem causado um pouco mais de ansiedade. Devido ao tempo que as coisas demoram para entrega e termos que fazer tudo o mais rapidamente possível, acabei por encomendar certos materiais que não eram exactamente o que queríamos mas eram mais rápidos para entrega. Então estou com receio de como ficar o resultado final. Na semana passada já tinham colocado os azulejos, e parece que não ficam mal, mas os azulejos não foram a única encomenda que fiz como não queria por isso a ver vamos como ficará no final. 

 

A parte da casa que vai ficar menos finalizada vai ser a cozinha. Não podemos fazer tudo para já, portanto, vamos simplesmente pintar os armários da cozinha que já lá estão, esperamos que o fogão ainda funcione para não termos que comprar um novo, e vamos pintar o chão da cozinha que actualmente tem aquele material tipo plástico. Se tirarmos o plástico vai ser muito caro de recuperar o chão de madeira por baixo. Portanto vamos ficar com o mesmo chão para já e só pintamos por cima. É altamente provável que a tinta por cima de um chão plástico se vá quebrar mais cedo ou mais tarde, mas esperemos que quando quebrar já tenhamos poupado o sudiciente para poder remodelar a cozinha como precisa. Até lá, vai ter que ficar assim. 

 

Entretanto já comecei a procurar um inquilino para tomar conta do nosso contrato do apartamento que estamos a arrendar de momento em London Bridge e esperamos poder mudar-nos daqui a cerca de mais ou menos um mês. 

 

Remodelações têm muita parte entusiasmante e stressante em igual medida mas, quanto mais progresso vimos na casa, mais ansiosos ficamos para podermos fazer a mudança. Ficam algumas fotos do progresso da casa-de-banho.

 

Antes das obras

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Depois

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Encontrámos a história da casa-de-banho em papel de parede

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Estado actual

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Camden High Line - Novo parque no horizonte

Já há planos bem avançados para Londres poder iniciar a construção de um novo parque que utiliza o percurso de uma linha de comboios abandonada, entre Kings Cross e Camden à semelhança do conceito da high line de Nova York - seria a nova Camden High Line.

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As vantagens da construção deste parque são variadas - não só surge como um novo espaço público verde para todos poderem apreciar, como vai ser uma boa alternativa de percurso a ser percorrido entre estas duas localidades para ajudar a reduzir o número de pessoas que chega a Camden Town através da estação de metro que está demasiado cheia no dia-a-dia normal (quando não estamos em modo de pandemia). Ajudaria também a reduzir o número de pessoas que, actualmente fazem o mesmo percurso, ao longo do canal. Além do mais, com a construção desse parque no ar, iria fomentar mais trabalho para a zona e, uma vez que o parque fosse concluído, também ía levar à criação de novos negócios e emprego para a zona com os cafés e outros estabelecimentos que serão criados junto à High Line. 

Podem ler mais sobre o projecto aqui, e se quizerem ajudar a que este projecto se torne uma realidade podem fazer donações ou subscreverem à sua mailing list para receberem mais updates sobre o progresso a partir daqui

Eu pessoalmente acho que é uma óptima ideia e adorava ver esse novo espaço construído entre as duas localidades. 

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2020 em revista

Bem sabemos como este ano foi tão diferente para todos, mas o fim do ano é uma boa altura para olhar para trás, e reflectir em tudo o que aconteceu ao longo do ano - e no meio de tanta coisa má, com certeza vão encontrar momentos bons também que vos vão fazer aperceber que o ano não foi totalmente para esquecer, se bem que esquecer-nos deste ano será difícil de qualquer forma. 

 

Aqui fica a reflexão de como vi este ano passar:

Comecei o ano no desemprego, ao ser informada dos cortes que iam fazer na empresa.  São coisas que acontecem, mas logo comecei a aproveitar o tempo livre para fazer o CV e começar a enviar currículos. Ao fim das primeiras semanas, já tinha as primeiras entrevistas marcadas para quando viesse da minha lua-de-mel. Lua-de-mel essa que nunca chegou a acontecer. Ao voltar de alguns dias de descanso alternativos em Littlehampton, começou o lockdown, e foram eliminadas todas as entrevistas que tinha alinhadas. 

 

Durante os meses seguintes, foi o que se sabe - entrevistas eram mentira, por isso aprendi a fazer pão, e os seguidores do @tugaemlondres no Instagram ainda se puderam entreter a ver muitas das minhas criações na altura; comecei a fazer ponto-cruz (ainda não terminei o projecto que comecei no lockdown 1); dei imensos passeios a pé e de bicicleta; dediquei-me a um grande novo projecto que sempre quis fazer, mas que não consegui terminar antes de começar o novo emprego pelo que ainda se encontra na lista de coisas a fazer quando voltar a ter tempo; dediquei-me à jardinagem; e fiz imensas vídeo-conferências com amigos, que até este ano, praticamente só fazia com o trabalho ou com a família. 

 

Durante aquela fase pior do lockdown 1 onde tudo estava parado, houve muita conversa de angústia e sensação de solidão, mas quando se anunciou que o lockdown estava prestes a terminar ao fim das 6-7 semanas, as pessoas já se tinham habituado tanto a essa nova forma de vida que, de repente, identificou-se que muitas não queriam sair do lockdown e notou-se uma nova onda de angústia e depressão devido à incerteza do que estava para acontecer. 

 

Entretanto com a morte de George Floyd surgiu um novo movimento das Black Lives Matter que criou um surgimento de manifestações ao longo do mundo contra todas as regras do Covid pelas pessoas se aperceberem que era urgente actuarem. Houveram muitos problemas associados com essas manifestações, a população ficou muito dividida entre o estar certo ou errado fazer estas manifestações no meio de uma pandemia, queimar-se estátuas e afins de personalidades históricas que contribuiram para o tráfego de escravos e afins. Muitos disseram que se estava a mutilar importantes momentos da história. Sinceramente, na minha opinião, esse movimento fez história e já se vêm muitas repercusões positivas desde que este movimento surgiu. 

 

Quando o lockdown terminou estávamos a entrar no verão, e as actividades sociais com outras pessoas começaram a ser permitidas novamente, primeiro com encontros no parque permitidos, e a partir de meados de Julho, os restaurantes e pubs voltaram também a abrir. Também comecei a ter mais respostas às minhas candidaturas a emprego a partir de inícios do verão, o que eventualmente deu em resultado positivo.

 

Ao fim dos primeiros 100 dias desde que o lockdown começou fiz um post com fotos em revista que foi uma boa representação de como passei esse tempo. Os casos do coronavirus estavam a diminuir significativamente e havia um certo optimismo pelo ar.

 

Comecei o meu novo emprego em meados de Julho, e ao fim de 5 meses de lá estar, ainda só conheci fisicamente 5 colegas. Tem sido sem dúvida estranho estar num emprego que faço praticamente todo online, sem conhecer os meus colegas em pessoa, mas fico a aguardar o momento em que eventualmente vou poder conhecê-los, espero que seja algures em 2021. 

 

Entre um emprego novo e uma pandemia, acabei por não viajar para lado nenhum este ano, aparte de uns poucos fins-de-semana prolongados passados na zona do campo de Inglaterra. Foram bem passados mas devo dizer que estou ansiosa para poder fazer uma viagem mais prolongada e mais distante algures em 2021 (talvez? se for possível?).

 

Como tomamos a decisão de comprar casa nova, essa decisão também pode influenciar a nossa possibilidade de virmos a tirar férias. Afinal, precisamos de juntar o máximo de dinheiro que conseguirmos para comprar uma propriedade que gostarmos, e gastar dinheiro em férias parece uma frivolidade nesta altura. Custa-me pensar que talvez ainda não seja para 2021 que vamos ter a oportunidade de fazer a nossa lua-de-mel, mas, vai depender do valor da casa que encontrarmos, da pandemia, de muitas coisas. Não quero desistir da ideia de ter uma lua-de-mel, mas quando a vamos poder fazer é outra história.

 

Durante todo o ano, o único local onde parecia que não havia lockdown era Broadway Market, em Hackney. Muitas pessoas, inclusive eu, estavam chocadas ao início ao ver o número de pessoas que se encontravam naquela rua durante todos os dias, mas sinceramente, ao fim de tanto tempo e de tanto lockdown, sabia-me bem passar por lá e ver o rebuliço nas ruas, e ter uma sensação de normalidade ao passar por lá. Como os muitos bares, cafés e restaurantes têm estado abertos para takeaway durante quase todo o ano, as pessoas gostam de passar por lá, para ir comprar o café durante a manhã, o Aperol Spritz durante o verão ou o Mulled Wine nas noites frias de inverno e ficar em pé no meio da rua a conversar com os amigos. E não foi por isso que a zona de Hackney tenha estado mais infectada que outras, porque não o esteve de todo. Em certa altura no verão, Hackney era até uma das zonas com menos infectados de Londres, o que reflecte como a socialização em espaços abertos é bem menos contagiosa do que em espaços fechados. Foi quando soube desses números que me comecei a sentir mais confortável de passar por lá para aproveitar aquela sensação de normalidade. 

 

Relativamente às regras que se têm estabelecido ao longo do ano, estas têm criado muita controvérsia entre amigos - há aqueles que respeitam as regras ao extremo, os outros que não querem saber, e aqueles que tomam decisões mais moderadas entre aquilo que acham que podem ou não fazer. Todas as pessoas são diferentes e todas têm razões para pensar de uma forma ou outra, mas o importante é que respeitem as decisões uns dos outros. 

 

Já passamos o lockdown 2 em Novembro, e duas semanas depois fomos colocados no Tier 4 que, basicamente, equivalente ao lockdown 3 (ou será que nunca chegamos a sair do lockdown 2 e aquelas duas semanas foram todas uma mentira para nos dar um bocadinho de energia apenas para continuarmos em lockdown durante mais uns meses?) 

 

Com o anúncio das novas vacinas, primeiro pela Pfizer e agora também pela Astrazeneca, há mais esperança de que o fim esteja próximo. Ainda não vai ser para já, e apesar de hoje terminar o ano de 2020 oficialmente, acho que a sensação que temos tido este ano ainda se vai prolongar pelos primeiros meses do ano. Tenho esperança que o próximo verão seja diferente do verão de 2020 e que sejam permitidas mais actividades sociais, que o teatro e os concertos voltem a ser permitidos,... eu tenho esperança nisso e quero pensar positivamente que tal vai acontecer. Até lá, é mais um esforço. Continuar a respeitar ao máximo possível as regras que temos, para que a sensação de liberdade social posso voltar o mais cedo possível. 

 

Feliz Ano Novo e que volte a haver liberdade social em 2021 são os meus desejos para o mundo. 

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Natal em Londres

Sendo dia de véspera de Natal, só quiz passar para desejar ao leitores do blog umas festas muito felizes. 

 

Penso que seremos muitos a ter um Natal diferente este ano, mas diferente não é necessariamente negativo. Nos últimos dias por Londres, apesar de muitas actividades Natalícias serem inexistentes, mesmo assim vêm-se decorações de Natal pelos ruas, e alguns mercados de Natal ainda se mantiveram em funcionamento. Por isso, mesmo só sair para fazer passeios, e passar pelos mercados existentes ou pelas ruas decoradas, traz um pouco do ambiente Natalício de que gostamos.

 

 

Gostei também do processo de fazer compras para as refeições de Natal, pensar em tudo o que queria servir, sem ter que deixar essa decisão para outros familiares. O plano cá por casa é que eu faço a refeição da consoada, e o meu Inglês faz a refeição de Natal. Quiz fazer a Consoada tradicional Portuguesa com o Bacalhau com Todos. Não consegui encontrar couve Portuguesa, mas encontrei o Bacalhau e mais alguns produtos deliciosos no Madeira Deli em Vauxhall. A entrada vai incluir camarões grelhados como a minha mãe sempre fez, e para sobremesa vai ser leite-creme e um cheesecake tdo País Basco. O cheesecake não tem nada de tradição Portuguesa, mas não sou grande fã de Bolo Rei, pelo que fica uma alternativa boa. 

 

Amanhã teremos frango no forno com todos os acompanhamentos essenciais de uma refeição de Natal Inglesa. Aparte da comida, pretendemos entreter-nos com filmes e jogos e conversa e Zooms, porque afinal, este é o ano do zoom e das vídeo conferências, portanto, nada como terminarmos o ano com a mesma tendência, para ao menos poder ter algum contacto com a família. 

 

E depois do Natal, bem, continuaremos à espera para receber algumas novidades positivas das negociações entre o Reino Unido e a União Europeia, para podermos chegar a algum tipo de acordo. Será possível? Isso é que ainda ninguém sabe, mas infelizmente com tão poucos dias até ao final do ano, a esperança não é muita. 

 

Que venham melhores dias para o futuro do Reino Unido, da União Europeia e do mundo, mas entretanto, que aproveitem os próximos dias para esquecerem dos problemas e aproveitarem a época de festas da melhor forma possível. Feliz Natal!

 

 

 

As novas restrições Covid até às 22h

A partir do dia 24 de Setembro que o Governo Britânico lançou novas regras aplicáveis a todos os restaurantes, bares e pubs - têm que encerrar às 10h da noite. A razão? O número de casos Covid tem aumentado exponencialmente e com esta nova regra estão a tentar reduzir o número de horas de actividades sociais e reduzir o tempo em que as pessoas passam a consumir alcóol, porque quando o alcóol está presente, esquecem-se as regras de distanciamento mais facilmente. 

 

O resultado? As ruas e os transportes públicos estão cheios ao bater das 22h, principalmente às sextas e sábados à noite. Não sei o quanto é que ajuda a redução das horas de operação dos estabelecimentos em comparação com um metro ou autocarro cheio de gente à mesma hora. Ao menos podiam ter separado um pouco os horários, e por exemplo fechar os pubs pelas 22h, mas os restaurantes só fechavam pelas 22:30h, para distribuir as pessoas um pouco mais e escolher o estabelecimento em que se come como o último a fechar. Mas não, fecha tudo ao mesmo horário, logo vai tudo para casa ao mesmo tempo que é para se misturar tudo muito bem nos ambientes fechados dos transportes públicos. Que bela ideia Senhor Boris  

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Fonte: AFP via Getty Images

Agora a última regra foi lançada ontem - que permite definir diferentes zonas do país pelo seu estado de gravidade de casos como zonas de perigo médio, elevado ou muito elevado. As zonas de perigo médio representam a maioria do país, e as regras aí mantêm-se com o facto destes estabelecimentos mencionados fecharem às 22h e poder haver um máximo de 6 pessoas num grupo. 

 

Para zonas de perigo elevado, vão também deixar de permitir haver encontros de pessoas de casas diferentes em locais fechados mas continuam a ser permitidos encontros de 6 pessoas em jardins privados. 

 

Para zonas de perigo muito elevado, os grupos de 6 pessoas apenas vão ser permitidos em lugares exteriores públicos como parques, os pubs e bares são obrigados a fechar a não ser que sirvam refeições, mas nesse caso, só será permitido o consumo de alcóol com as refeições. 

 

Ao menos as nova regras sempre ajudam um pouco a manter a actividade nas zonas menos afectadas, enquanto que aquelas com maior perigo tentam tomar medidas mais restritas para tentar evitar a transmissão. Mas essas regras são suficientes? Deviamos todos ter que andar com máscara na rua? Deviamos todos entrar já em lockdown novamente? Não me parece que essas duas últimas medidas sejam efectivas o suficiente, baseada no que se viu noutros países que foram super restritos com exigência de máscara em todo o lado, e mesmo assim os casos também lá estão a aumentar significativamente como é o caso de Espanha.  Quanto a um lockdown? Isso afecta tantas mas tantas pessoas de tão variadas formas quer a nível profissional, económico ou de saúde mental, que também não me parece que seja a solução ideal. 

 

O melhor para já, quaisquer que sejam as regras, talvez seja mesmo tentarmos todos evitar esse contacto social próximo ao máximo possível para conseguirmos manter a sociedade que temos no momento e continuar a viver com este virus até se encontrar uma vacina ou uma forma de teste regular, eficiente e rápida para todos. Quanto tempo vai demorar ninguém sabe ao certo mas só espero que a situação não continue a piorar como se prevê. 

 

Primeiras visitas aos retalhistas após o lockdown

Para os leitores que seguem o Tuga em Londres à algum tempo, concerteza que não se vão admirar de eu ser das primeiras pessoas a fazer visitas aos retalhistas após o lockdown. Mal podia esperar! Fico também muito grata por todas as pessoas que não pensam como eu, porque isso faz com que os retalhistas, neste momento estejam confortáveis e com muito espaço para se poder fazer o distanciamento social que se pretende. Não sei se a mesma coisa se vai verificar quando o bom tempo voltar a Londres, mas pelo menos, para já, tenho gostado das minhas experiências nos retalhistas. 

 

Não fui logo no sábado, quando as restrições foram levantadas, mas no Domingo, quando estava a voltar a casa de uma passeio de bicicleta, enviei uma mensagem ao meu Inglês, se queria voltar ao nosso pub local. Fazia parte da nossa rotina de Domingo, quando não tínhamos planos com outras pessoas, de passar uma ou duas horas no final do dia no pub local à conversa. O dia até que não estava muito frio, por isso lá fomos. No caso deste pub, ainda se mantém aberto apenas na zona exterior. Eles mantêm uma mesa à entrada do pub, que não permite a entrada de clientes, a não ser que queiram ir à casa-de-banho. Pedimos e pagámos as nossas bebidas e voltámos para o terraço. Quando chegámos, havia uma mesa vazia, e devo confessar que, se não houvesse nenhuma, nem sequer iria pedir a ninguém para partilhar mesa, apesar de serem mesas longas. Prefiro manter a tal distância e também não quero fazer ninguém desconfortável ao pedir para partilhar mesa. Mas lá ficámos durante um pouco de tempo a apreciar o momento em que podemos voltar ao nosso pub local depois de todos estes meses. Não me senti nada desconfortável porque até estava a mais de 2 metros da qualquer outra pessoa. 

 

No dia seguinte, no entanto, voltei a ir a outro pub com uns amigos e a experiência já foi mais próxima daquilo que se pode esperar de um pub durante os próximos tempos - tinham um sistema de um sentido para entrada e saída no pub, não era permitido estar parado em pé no meio do pub, e todos tinham que estar nas suas respectivas mesas, sentados a pelo menos 1 metro de distância das pessoas com quem estavam na mesa com quem não vivessem, e as mesas estavam todas espaçadas a mais de dois metros de cada uma. Isto também foi possível porque o pub em questão era bastante grande, com um grande terraço, onde estávamos. Não sei se funcionará tão bem em pubs mais pequenos. Outras coisas que notei diferentes, foi o facto de disponibilizarem gel para desinfetar as mãos, só poderem entrar duas pessoas de cada vez na casa-de-banho, e a colocação de setas e gráficos no chão para indicar o caminho a percorrer e a avisar do distanciamento de 1 metro necessário entre pessoas. novamente a experiência foi boa e senti-me perfeitamente segura em termos da distância necessária das outras pessoas.

 

Hoje, tive a minha primeira experiência de passar a tarde num café. Escolhi o Mare Street Market em Hackney porque tem um espaço enorme, e ainda não me sinto confortável para me sentar num café pequeno. Adoro estar a fazer os meus projectos no computador enquanto estou num ambiente de café, e sinceramente já estava mais que farta de estar a olhar para o mesmo local em casa, todos os dias, durante todos estes meses. Mais um bocado e dava em doida! Aqui foi o primeiro estabelecimento em que efectivamente fiquei lá dentro, por isso optei por me sentar numa mesa alta virada para a janela porque ali sabia que ninguém se iria sentar ao meu lado, e também não estava a ocupar uma mesa grande. A gerência também tinha tudo muito bem organizado - as pessoas têm que esperar para ser sentadas pelo staff, o que certifica que ninguém se vá sentar a menos de um metro de mais ninguém. Lá dentro também há um sistema de um sentido orientado por setas no chão, existe um limite de 6 pessoas por casa-de-banho (por existirem 6 cubículos), e na zona do Deli, todas as sandes e saladas estavam cobertas por um plástico, havia um painel de vidro entre os clientes e os empregados de forma a distanciar-nos e também ofereciam desinfectante para as mãos à entrada. Durante o tempo que lá estive, também me senti super confortável sem qualquer problema em que as pessoas conseguiam manter a distância e algumas mesas, até estavam vazias. 

 

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Saída de lá, fui para o cabeleireiro. OK, isto a escrever assim tudo, até parece que não tenho feito mais nada do que ir a retalhistas, mas calhou serem visitas próximas e, enfim, tinha saudades de me sentar num café e num pub. Só não tinha saudades do cabeleireiro mas esse foi mesmo por necessidade. No caso da experiência no cabeleireiro, esta foi um pouco diferente porque é mais difícil manter o distanciamento. Os trabalhadores estavam todos de máscara, mantinham a porta aberta para entrar o ar, e também tinham gel desinfectante disponível, mas por exemplo, quando lavei a cabeça, tive que tirar a minha máscara durante a lavagem para que fosse possível tirarem a tinta, e claro que, todo o tempo, alguém estava junto de mim para me tratar do cabelo. Houve um pouco menos conversa do que o normal porque, não só a máscara é inconveniente para se ter uma conversa, mas também existe mais perigo de transmissão quando se está a falar, por isso a conversa falhou. E também não houve a oferta do café ou chá habitual, nem haviam as revistas de fofoca do costume para ler, tudo com o seu intuito de evitar que várias pessoas toquem no mesmo material. Mas gostei de ver que, quando a cliente anterior a mim saiu, desinfectaram a cadeira e a prateleira em frente com um spray e outro produto. Mesmo assim, com todos os cuidados, se tivesse que escolher a experiência retalhista que achei menos segura, teria mesmo que dizer que as condições no cabeleireito foram as que me trouxeram menos segurança, mas acho que isso tem mesmo a haver com a natureza de proximidade que é inevitável nesta situação. 

 

Gostei de ver como os diferentes retalhistas estão a adaptar-se às mudanças e estão a tentar proporcionar as melhores condições possíveis para a segurança de todos nós. 

 

O Covid tem distanciado as pessoas, não só em metros

Uma das coisas boas relacionadas com o Covid-19 de que se tem ouvido muito falar tem sido a entreajuda entre pessoas, com os vários grupos de voluntários entre vizinhos e outras comunidades a surgirem para apoiar as pessoas que mais necessitam de que já falei aqui e também aproximou pessoas que já se conheciam mas que se mantiveram mais em contacto durante o lockdown, sobre o que falei aqui. Por outro lado, apercebi-me no outro dia que, ao longo deste tempo, também tenho presenciado exactamente o oposto. E sinto isso mais ainda, agora que começamos a sair do lockdown. Sinto que as pessoas tanto têm estado unidas quanto têm estado mais sensíveis e críticas às atitudes dos outros, chegando até a ser abusivas umas com as outras. 

 

Comecei então a pensar nos vários eventos em que encontrei esse tipo de abuso:

  • #StayTheFuckHome foi uma campanha lançada durante o lockdown e que foi utilizada não só em países de língua inglesa, mas como outros, inclusive em Portugal. O objectivo - incentivar as pessoas a ficarem em casa, e consequentemente ajudar a não espalhar o virús. Tudo perfeito quanto ao objectivo. Mas reparem na escolha de palavras - Stay THE FUCK home. Porque é que teve que ser adicionado o 'the fuck'? O governo e o NHS tinham lançado já a campanha #StayAtHome que transmite exactamente a mesma mensagem. O facto de se adicionar o 'the fuck' transmite logo um factor negativo e rude à campanha. E consequentemente, sendo que as pessoas viram tanto essa campanha, é normal que sentirem que fazer essa exigência é perfeitamente aceitável, e que é perfeitamente aceitável de certa forma 'maltratar' os outros ao utilizar palavras tão fortes (pode não ser um maltrato físico, mas não deixa de poder ter consequências negativas para quem o recebe). E agora algum de vocês perguntam - "mas o que é que tens contra isso? Não achas que foi correcto as pessoas ficarem em casa?" - Claro que sim. Concordo plenamente que isso tenha sido uma medida necessária. Mas para algumas pessoas ficar em casa o tempo todo não é uma hipótese tão fácil como para outras - possivelmente para as pessoas que vivem sozinhas ou que vivem com pessoas com quem não se dão bem tenha sido mais difícil passar o lockdown, do que pessoas que vivem com parceiros e em famílias felizes. Pessoas que vivem em más condições, em quartos pequenos, com famílias abusivas, todas elas terão achado mais difícil passar todo o tempo em casa do que os outros que vivem em casas grandes, com espaço, jardim privado e afins. E agora imaginem serem uma dessas pessoas que precisavam mesmo de sair um pouco mais que a maioria para o bem da sua saúde mental, e ser bombardeados com a mensagem 'stay the fuck home'. 

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  • Envergonhar pessoas nas redes sociais por terem ido a zonas de afluência de pessoas durante o lockdown - quase todos os fins-de-semana via-se imagens a percorrer as redes sociais dos parques de Londres cheios de pessoa, o que levava a um total choque por parte de todas as outras pessoas que viam essas imagens e que começavam a escrever todo o tipo de mensagens abusivas nas redes sociais. E tenho que confessar que eu própria partilhei uma imagem de um parque cheio na altura do lockdown que também achei péssimo (mas não fiz comentários abusivos). Mas agora olhando para trás e pensando melhor sobre o assunto - se as pessoas não fossem a esses parques será que conseguiam andar até outro local que lhes trouxesse a mesma sensação de calma que um parque? É normal que as pessoas escolham o seu local de passeio como o local próximo que seja mais bonito, mais calmo, e geralmente, na maioria dos conselhos de Londres, esse local será o parque. E também, as pessoas não sabem se o parque vai estar cheio antes de lá chegarem, e mesmo que cheguem e vejam que estejam lá muitas pessoas, desde que sintam que estão com mais de 2 metros de qualquer outra pessoa, sentem-se seguros e continuam o seu passeio. E a outra situação é que as próprias pessoas que partilhavam fotos dos parques cheios, também tinham estado no parque, portanto estavam a contribuir para o parque cheio. 
  • Protestos - uma morte injusta de um cidadão dos EUA levou a que milhares de pessoas pelo mundo despertassem a anos de injustiça e viessem para as ruas em protesto para exigir mais igualdade e justiça. O que recebem? Abuso.
  • Festas clandestinas - agora que começaram a haver reduções de restrições começaram também a haver pessoas a fazer festas. Congregam-sem em casas, em parques e afins. As pessoas que foram até podem ter pensado que seriam festas pequenas, com distancia social, mas depois chegaram lá e tal, e se calhar a festa estava boa, e já há tanto tempo que não podiam ir a uma festa, e tinham saudades que deixaram-se estar. Receberam também abuso por ter ido às festas. 
  • Abriram as lojas - E ao abrirem as lojas parece que as pessoas não têm podido comprar tudo aquilo que queriam online durante este tempo todo, que de repente as filas e encontrões para as pessoas visitarem centros comerciais, a Primark, a loja da Nike e tudo mais, foi uma loucura. O motivo das pessoas que foram? Talvez gostem muito da experiência de compras numa loja, talvez não gostem de comprar online. Mas o que receberam? Abuso!

 

Porque é que eu estou a escrever este post a defender esta gente toda que não cumpriu com as regras? Não estou. Não é esse o meu objectivo. O meu objectivo é alertar para o inúmero abuso que tem havido ao longo dos últimos meses. As pessoas são todas diferentes e todas têm os seus motivos para tomar certas atitudes com as quais, nem todos concordamos. Mas o nível de abuso de tem resultado não faz bem a ninguém - nem a quem o recebe, nem a quem o dá. As opiniões podem ser dadas. Críticas construtivas e discussões de pontos de vista devem continuar sempre a ser debatidos, mas não é preciso ser com abuso. E com a variedade de exemplos que dei deve dar para perceber que não são sempre as mesmas pessoas a quebrar todas as regras mencionadas. Aqueles que foram agora à Primark, talvez tenham estado a comentar abusos para os outros que estavam no parque durante o lockdown, e os que foram às festas possivelmente andavam a partilhar #staythefuckhome durante o mês de Abril. Basicamente, com este post apenas quero alertar para que pensem na melhor forma como dar a vossa opinião sem ser preciso utilizarem formas e palavras abusivas e confrontais negativas. Afinal, quem não desrespeitou uma única regra do governo durante esta pandemia até agora, que atire a primeira pedra. 

 

 

Passeios de bicicleta em Londres

Hoje é o World Cycling Day, e como promotido no último post, eu venho desta vez escrever sobre recomendações de rotas que vos vão ajudar a descobrir Londres de bicicleta. Eu pedi-vos para darem também as vossas sugestões de rotas de bicicleta, por isso, este post vai combinar algumas das minhas e das vossas rotas de bicicleta favoritas.

 

Como alguns sabem, o meu amor de andar de bicicleta em Londres começou em 2013 por opção pessoal, mas agora, em que estamos a aprender a viver com o Covid-19, é aconselhado a que mais pessoas utilizem a bicicleta como modo de transporte principal, para poderem evitar os transportes públicos que são mais aptos à transmissão do virús. No último post, falei sobre as medidas que o Presidente da Câmara está a fazer para tornar as ruas mais seguras para ciclistas. Neste post, pretendo oferecer-vos algumas ideias de passeios de bicicleta em Londres que sejam bonitos e calmos e sugerir alguns websites que podem utilizar para planear as vossas próprias rotas.

 

Para criarem as vossas rotas:

  • RidewithGPS.com - permite utilizar pins para ajustarem a vossa rota de bicicleta por onde quizerem. Podem gravar a rota e fazer o download para o móvel com uma conta.
  • CityMapper - apenas vos permite planear uma rota do local A ao local B, mas podem escolher entre ruas calmas ou percurso mais rápido. 

Se preferirem passear apenas por ciclovias que foram específicamente criadas para bikes, podem encontrar o mapa de rotas de bicicleta oficiais no site do Transport for London.

E quanto às recomendações de percursos de bicicleta em Londres, aqui ficam elas por zonas:

 

Rotas de bicicleta no Norte de Londres

1. Crouch End - Hampstead - Camden Town

  • Distância: 15km
  • Grau de dificuldade: Média (146m elevação)
  • Descrição: Percorrem ruas lindíssimas de ruas residenciais de vários estilos arquitectónicos, passam por Hampstead Garden Suburb que é uma zona onde o planeamento foi feito com ruas largas e terrenos grandes para cada casa. Nessa mesma zona encontram a Bishop's Avenue que é a segunda rua mais cara para se viver em Londres. Depois passam por Hampstead Heat até ao centro de Hampstead e continuam pelas ruas bonitas dessa zona e de Belsize Park até chegarem a Camden Town. 
  • Ideal para: Apreciadores de arquitectura

crouchend-camden.png

Podem fazer o download do percurso aqui

 

2. Finsbury Park - Parkland Walk - Alexandra Palace

  • Distância: 6.5km
  • Dificuldade: Média (110m de elevação)
  • Descrição: Comecando em Finsbury Park, vão apanhar o percurso do Parkland Walk, que é um parque na zona onde esteve em tempos uma linha de comboio, e terminam em Alexandra Palace onde podem ter uma vista espectacular de Londres.
  • Ideal para: Apreciadores de parques e natureza

finsburypark-parkland-allypally.png

Podem fazer o download do percurso aqui

 

Rotas de bicicleta no Sul de Londres

3. Blackheat - Shooters Hill - Eltham - Chilehurst

  • Distância: 15km
  • Dificuldade: Elevada (183m de elevação)
  • Descrição: Passeio entre parques bonitos, e com uma vista excelente de Shooters Hill. Passam depois pelo Palácio de Eltham e terminam nas caves de Chislehurst.
  • Ideal para: Apreciadores de vistas em altitude, palácios e natureza.

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Passeio recomendado pela Patita.Rocha. Podem fazer o download aqui

 

4. Wandle Trail: Wandsworth - Croydon

  • Distância: 18.3km
  • Dificuldade: Fácil (99m de elevação)
  • Descrição: O Wandle Trail é um conhecido percurso de bicicleta por passar quase toda a rota entre parques (10 parques para ser precisa) e junto a canais. É muito bonito e fácil com pouca elevação.
  • Ideal para: Apreciadores de parques e natureza

Wandle-trail.png

Pode aceder e fazer download do mapa criado por Rozzas aqui 

 

Rotas de bicicleta no Este de Londres

5. Victoria Park - Hackney Wick - Hackney Marshes - Walthamstow Marshes - Tottenham Marshes - Epping Forest

  • Distância: 26.3km
  • Dificuldade: Médio (141m de elevação)
  • Descrição: Passeio muito agradável por entre um parque real, vários parques mais selvagens, várias barragens e uma floresta. 
  • Ideal para: Apreciadores de natureza mais selvagem 

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Passeio combinado entre as recomendações da Rita Lopes e do João Fernandes via Facebook. Para um percurso menor e com pouca elevação, terminem em Tottenham. Para um percurso mais longo e difícil continuem até Epping Forest. Podem fazer o download do percurso aqui

 

6. Mile End - Stratford - Three Mills Island - Limehouse - Tower Bridge

  • Distância: 12.8km
  • Dificuldade: Fácil (50m elevação)
  • Descrição: Começando a partir do Mile End Park, e em direcção a Stratford, apanhando aí o canal até Three Mills Island e, depois continuando ao longo do canal até Limehouse, quando se juntam ao lado norte do Tamisa, percorrendo o percurso pela zona das Docklands junto ao rio até Tower Bridge.
  • Ideal para: apreciadores de canais

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Podem fazer o download do percurso a partir daqui

 

Rotas de bicicleta no Oeste de Londres

7. Battersea - Putney - Barnes - Kew - Richmond

  • Distância: 23.4km
  • Dificuldade: Média (120m de elevação)
  • Descrição: Passeio na margem sul ao longo do Tamisa com vistas impressionantes para a margem norte da cidade e percurso com muito pouco trânsito.
  • Ideal para: Apreciadores das margens do Tamisa

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Passeio recomendado pela Maria Santos via Facebook e podem fazer o download da rota aqui. Notem que o Diogo Domingues via Instagram aconselha que a continuação desse passeio de Richmond até Kingston também vale muito a pena

 

8. Primrose Hill - Little Venice - Hyde Park

  • Distância: 9.5km
  • Dificuldade: Fácil (34m de elevação)
  • Descrição: Bonita rota pela zona central-oeste de Londres, começando por ver a vista do centro de Londres a partir de Primrose Hill, passando depois ao longo do canal até Little Venice, e passando por Paddington até Hyde Park. 

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Passeio recomendado por Nora e acessível aqui

 

Espero que gostem dos passeios de bicicleta recomendados, e se tiverem outras sugestões agradáveis, por favor indiquem nos comentários.