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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

As diferenças que encontrei na Comporta

Passei duas semanas em Portugal agora em Julho. Soube-me muito bem, e não foi só pelo facto de ter tido lá aquele calorzinho bom que fez tanta falta no Reino Unido durante o mês de Julho (que aparentemente foi o mais frio dos últimos 8 anos). 

 

Queria passar um pouco mais tempo do que é habitual mas ia ser difícil tirar duas semanas seguidas de férias. Como tal, tirei a primeira semana de férias, e a segunda fiquei a trabalhar a partir da 'terra do meu pai' no Alentejo. 

 

Então, pensando que queríamos ficar a uma distância relativamente pequena da zona de Montemor-o-Novo, decidi marcar a nossa primeira semana na Comporta visto que já há muito que não ia lá e tem boa praia. Mas o que eu não estava era nada à espera do que por lá encontrei. 

 

Em vez da pequena aldeia Alentejana que tinha em mente, deparei-me com uma aldeia altamente gentrificada com imensos restaurantes de alta qualidade, bares giros que passavam música soft-jazz que nos embalou naquelas noites quentes, e um grande número de estrangeiros, não só turistas como também residentes. 

 

Rapidamente cheguei à conclusão de que a Comporta é uma das zonas da moda do momento. Se se é um estrangeiro com cultura o suficiente para conhecer este pedaço do Alentejo, vai estar lá; e se se é Português e vive em Cascais, também vai para lá. Isto para dizer que umas férias na Comporta, ao contrário do que esperava, não é propriamente barato. Só consegui encontrar dois restaurantes que tinham preços mais razoáveis relativamente ao que se espera de um restaurante numa aldeia da costa Alentejana. Tudo o resto tinha os preços bem elevados a cerca de £20-£30 por um prato principal de uma dose que efectivamente só dá para uma pessoa. 

 

E eu que dizia ao meu Inglês que ele podia esperar grandes doses de comida muito boa a uma pechincha. Nada disso! OK, a comida era boa, sim senhora, mas o preço é que não. 

 

Depois na praia, se queria almoçar, ou tinha que ir às 16h ou tinha que marcar mesa assim que chegasse à praia, e o melhor era marcar logo para vários dias seguidos se queríamos almoçar numa mesa lá fora. A alternativa seria ir comer ao segundo restaurante que lá está ao lado, mas esse parece ser ainda mais formal e não tem a decoração agradável que o Comporta Café tem, nem as mesas na areia, nem o DJ nem nada disso. Portanto, se querem ir almoçar ao sítio mais giro, há que fazer reserva. Nunca eu antes tive que fazer reserva para almoçar em nenhum bar de praia!

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Na primeira noite em que lá chegámos eu tinha pensado em reservar mesa para jantar por ser o nosso aniversário de casamento civil, logo queria ter garantido um restaurante que achasse que fosse bom. Tinha encontrado no Google o Sublime Beach Club que, ficava um pouco mais distante da aldeia da Comporta mas que parecia valer a pena o percurso de carro. E valeu! Foi perfeito para uma jantar especial a ver o pôr-do-sol. na praia e a ocasião assim o merecia. O que eu não esperava é que aquilo viessem a ser restaurantes especiais quase todas as noites porque são os únicos tipos de restaurantes que lá há. 

 

Mas entre os restaurantes e bares giros, e as lojas de decoração e design cheias de coisas bonitas que apetece levar tudo mas que na realidade não se sabe o que se vai fazer com aquilo que a sua funcionalidade é mais visual do que factual, ouve outro factor que me surpreendeu. - Os empregados dos variados locais falavam connosco imediatamente em Inglês sem verificar primeiro se éramos estrangeiros ou se não. E quando eu lhes falava primeiro em Português, muitas vezes respondiam-me em Inglês na mesma, ou respondiam em Português mas com um sotaque estrangeiro, porque efectivamente eram estrangeiros. Resultado, as minhas expectativas de colocar o meu Inglês (marido) a praticar o Português para sair destas duas semanas com um melhor vocabulário, foram altamente postas de lado ao verificar que metade da Comporta não falava Português. 

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Outra surpresa - com esta situação de encontrar uma aldeia tão atraente e com tanto potencial de investimento ficámos curiosos para ver o preço das casas que afinal, nada como encontrar uma aldeia Portuguesa com bom potencial de crescimento onde apostar numa casinha para alugar. Mas qual potencial?! Os preços das casas já estão mais que avançados que parece que todos já tinham chegada à conclusão de que esta aldeia era bom investimento à uns anos atrás e agora toca de lucrar com o assunto. Provavelmente há uns 5-10 anos atrás compraram uma casa pequena de três assoalhadas sem piscina por uns €200.000, e agora já estão a mais de €700.000. É ridículo! 

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Resultado, a minha estadia na Comporta foi uma caixinha de surpresas com todo este desenvolvimento inesperado. 

 

Se não gostei de lá estar? Gostei, sim senhora! OK, não gostei nada dos preços que já escrevi uma quantidade de parágrafos a desbaratar sobre os mesmos, mas adorei passar férias por lá. A aldeia está bonita, bem arranjada, é agradável de se estar em qualquer restaurante ou bar, o serviço foi impecável em todo o lado incluindo o hotel onde ficámos, o Alma Lusa, onde fomos recebidos com sorrisos simpáticos e até a gerente nos veio dar as boas-vindas à entrada. Depois temos a praia excelente ali ao lado, e muitas coisas para visitar na zona. Era difícil não gostar. É certo, a aldeia está gentrificada, e isso sempre vem com várias desvantagens principalmente aquelas associadas ao preço, mas o desenvolvimento da aldeia foi feito com o cuidado de preservar o seu aspecto original em vez de simplesmente construirem imensos edifícios altos como muitas vezes fazem para atrair o máximo de turismo mas sem nenhum respeito pela história da zona. Acho que esse desenvolvimento ao menos foi bem feito para já e proporcionou-nos uns dias calmos e super agradáveis na zona. 

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Finalmente houve Lua-de-mel ao fim de 2.5 anos

Feliz ano novo de 2022 aos leitores do blog!! 

 

E já cá estamos do outro lado do ano, e do outro lado das férias que, sinceramente, estava com receio de que não acontecessem/alguma coisa corresse mal, até à última da hora. Mas felizmente, não só conseguimos ir passar o Natal a Portugal, como também conseguimos finalmente tirar a nossa tão atrasada lua-de-mel!

 

Os leitores mais atentos talvez se lembrem de que me casei no verão de 2019. Tínhamos a nossa lua-de-mel planeada para a Malásia em inícios de Março de 2020, mas tal não aconteceu (e não foi por causa do Covid). 

 

Mas por causa do Covid não conseguimos voltar a marcar a lua-de-mel novamente durante os últimos dois anos. Houveram algumas temporadas em que as viagens estavam acessíveis, mas a altura não era ideal para viajar por causa do trabalho por isso fomos adiando e adiando. E este Novembro passado, quando estávamos a pensar sobre os planos para o Natal e Passagem de Ano Novo, pensamos em marcar a tal lua-de-mel atrasada por altura do Ano Novo. A altura era ideal por ser tudo calmo no trabalho nesta temporada pelo que podíamos ir e realmente relaxar do dia-a-dia. 

 

A Malásia desta vez não era uma boa opção. Não só pelas restrições Covid, como também envolvia 3 diferentes voos, e uma quantidade de testes Covid e burocracias que queríamos evitar ao máximo. Neste momento existem alguns, poucos destinos que têm regras de entrada relativamente simples e sabíamos que queríamos ir a um destino quente por isso foi fácil decidir-nos pelas Ilhas Maldivas. Muitos dos resorts já não tinham qualquer disponibilidade e já estava a começar a desistir da procura, mas eventualmente um novo agente conseguiu encontrar-nos uma vila na ilha de Kuredu que tinha as características que queríamos por isso fizemos a marcação. Depois foi esperar e tentar evitar apanhar Covid que parecia que Londres inteira estava a apanhar antes do Natal. Por isso também decidimos voltar para Londres de Portugal, no mesmo dia em que apanhamos o voo para as Maldivas. Dessa forma evitámos entrar no Reino Unido, e fazer mais testes, e assim o teste PCR que fizemos em Portugal serviu para entrar no Reino Unido e nas Maldivas. 

 

Finalmente lá chegamos e devo dizer que já percebo bem porque é que as Maldivas são um destino tão popular de lua-de-mel. As ilhas são paradisíacas com um mar azul marinho muito vibrante e a areia branquinha, a vegetação muito verdejante e imensa. Qualquer lado em que olhávamos era lindo, lindo, lindo! Kuredu é também a segunda maior ilha-resort das Maldivas, o que significa que tem mais que explorar do que outras ilhas mais pequenas. Sempre ouvi as pessoas queixarem-se de que achavam que as Maldivas podiam ser aborrecidas por serem tão pequenas, mas eu não estive nada aborrecida de lá estar. Para além de relaxar à beira da piscina com um cocktail numa mão e um livro na outra (que devo concordar que até passei bastante tempo dedicada a isso), a ilha tinha muito mais para oferecer tal como vários desportos aquáticos, golfe, ginásio, passeios de barco, e passeios a fazer na ilha. Entre as várias actividades o que gostei mais foi mesmo de snorkelling e passeio imenso tempo a nadar com os peixinhos entre os corais e até tive também a oportunidade de nadar mesmo junto de um tubarão (os tubarões das Maldivas são vegetarianos e amigáveis). Demorou a tirarmos estas férias de lua-de-mel mas foram muito bem passadas. 

 

Aproveitei também enquanto lá estava para escrever os meus objectivos para este ano. Gosto de utilizar esta altura do ano para refocar aquilo que é importante para mim e delinear objectivos alcançáveis e possíveis de medir ao longo do ano para verificar onde estou ao alcança-los. Estabeleci objectivos ao nível de trabalho, a nível pessoais, relacionados com aprendizagem e cultura, relacionados com saúde e exercício. Esqueci-me de definir alguns a nível financeiro mas ainda os vou definir que todas estas áreas são importantes. E ainda vou dedicar algum tempo hoje a começar a preparar a realização de alguns deles por isso termino este post por aqui mas ficam algumas memórias das Maldivas. 

 

 

 

 

Lidar com trabalho a mais

Faz um mês em que não vinha escrever aqui no blog. Antes disso, tinha passado outro mês desde a última vez que tinha escrito, e acho que desde que comecei o blog, nunca tinham passado dois meses em que tinha escrito apenas dois posts. Quando me perguntei a mim própria porquê, rapidamente cheguei à conclusão de que a minha energia para escrever no blog estava a ser ultrapassada pela minha exaustão com o trabalho. 

 

Eu gosto muito do que faço, mas nunca tive tanto trabalho como agora e ter mais trabalho não é algo positivo, porque sinto que se as coisas não melhorarem posso entrar em ponto em que deixo de gostar daquilo que faço e, posso pensar que a única solução será mudar de empresa. Mas estou neste emprego faz só um ano e acho que ainda tenho tanto para poder beneficiar e aprender com ele que não queria ter que mudar tão cedo. Mas o facto é que estou a trabalhar uma média de 11 horas por dia, e ao fim de cada dia, muitas vazes termino com a sensação de que não fiz tudo aquilo que pretendia. E isso é porque simplesmente tenho trabalho a mais. 

 

Tento sempre começar os meus dias, primeiro com algum tipo de exercício, seguido por um passeio para espairecer um pouco, ir tomar um café, e ouvir um podcast ou música para evitar começar o dia logo a trabalhar, e estou na minha secretárias às 9h (quando não tenho reuniões às 8:30h). Começo o dia de trabalho a responder às mensagens de colegas dos EUA que me deixaram durante a noite, seguindo de responder a emails, escrevo a minha lista do que tenho para fazer nesse dia, e vou actuando em cada uma delas ao longo do dia. Eu gosto do meu processo e acho que é uma forma muito eficiente de trabalhar e estar no topo de tudo o que tenho para fazer, só que, todos os dias tenho também várias reuniões, principalmente ao final do dia porque trabalho com a Costa Oeste dos EUA e só temos uma hora oficial de trabalho em comum. O que significa que eles acordam muitas vezes cedo para começar a ter reuniões comigo, e eu não tenho alternativa senão ter reuniões tardias também. 

 

O tempo em que estou em reuniões consome-me o tempo em que devia estar a fazer trabalho e acabo por ter que o continuar a fazer após as reuniões terminadas. O que significa que acabo de trabalhar já tarde quase todas as noites, e estou sempre tão cansada que a única coisa que consigo fazer depois de jantar (que felizmente o meu Inglês gosta de cozinhar e por isso não tem sido muito problemático o facto de ele ter que andar a cozinhar muito mais frequentemente por eu acabar sempre tão tarde), é sentar-me a ver televisão ou ler. Não tenho energia para voltar a ligar o computador e vir escrever no blog e, aos fins-de-semana só me sabe bem relaxar ou ir sair com amigos, porque tenho feito muito menos actividades sociais durante a semana porque simplesmente não tenho tempo para os amigos. 

 

E o que posso fazer para mudar as coisas? Preciso de ajuda. Preciso de pelo menos mais uma pessoa na equipa porque sem dúvida que estou a fazer trabalho de duas pessoas neste momento e isso, não só não é ideal para mim em termos de cansaço, mas também sei que por vezes não dedico tanto tempo quanto devia dedicar a certos projectos porque simplesmente não o tenho e isso também significa que as coisas não ficam tão bem feitas como deveria ficar. 

 

Falei com o meu chefe, esta semana mesma, expliquei-lhe a situação, e pedi-lhe especificamente por essa nova pessoa para a equipa. Ele bem sabe que eu era suposto já ter tido esse cargo contratado no início do ano mas que me cortaram essa vaga e até agora ainda não voltou a ser aprovada. E acho que para eles, simplesmente não querem aprovar o cargo porque pensam que como as coisas aparecem feitas de qualquer maneira, é porque não deve ser preciso. Por isso é da minha responsabilidade fazer bem visível essa necessidade de contratar mais uma pessoa. Espero que ele tenha percebido, mas para já ainda estou à espera da confirmação. 

 

Entretanto, vou finalmente de férias. Amanhã mesmo! E vou para Portugal! Pela primeira vez em 1 ano e 7 meses! Mal posso esperar. Finalmente vou voltar a ver a família, mas também vou poder descansar do dia-a-dia.

 

Tenho a papelada toda preparada para poder viajar - passaporte Covid, Certificado teste antigen (que agora já não é preciso, mas na semana passada quando vi as regras ainda era), e o formulário de localização preenchido, por isso espero que tenha tudo o necessário para ser uma viagem relativamente simples. 

 

Desta vez vou directa para o Algarve e encontro-me com a família por lá. Tenho saudades de Lisboa mas também vai saber muito bem poder ir passar uma férias logo na praia. Estarei por Vilamoura e já não vou lá há mesmo muitos anos. Pelo menos uns 15 ou 16 anos. Se tiverem algumas recomendações de restaurantes, cafés, bares, eventos etc que se passem por lá, por favor digam que imagino que esteja tudo muito diferente do que conhecia antes. 

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E bem, se eu voltar a demorar a escrever depois destas férias novamente, já sabem do que se trata. Entretanto vou partilhando alguns posts da minha estadia pelo Algarve no Instagram do @tugaemlondres

Escapadelas de Spa no Reino Unido

Depois do Primeiro-Ministro ter anunciado que planeava reduzir as restrições do Covid por meados de Julho comecei a fazer planos para o verão e, entre eles, combinei com algumas amigas irmos fazer um 'spa break' em Julho. 

Inglaterra e o Reino Unido de forma geral, estão cheios de spas muito bons, muitas vezes localizados em grandes casas no campo, e era mesmo para uma dessas onde queríamos ir. 

O nosso critério é que tinha que ser localizado entre Londres e a região de Somerset visto que uma amiga vinha de lá, e não queríamos que a estadia fosse muito cara. 

Como existem websites que permitem oferecer uma procura de spa breaks com pacotes que incluem acomodação e acesso ao spa, decidimos começar por procurar por esses mesmos, e não demorou muito para encontrarmos vários de que gostámos. Reparámos também, que se fossemos numa noite a meio da semana o preço era ainda melhor, e por isso mesmo optámos ir numa segunda-feira. Por uma noite, incluindo acesso ao spa, um tratamento, um jantar de 3 pratos e pequeno almoço ficou a £175 por pessoa num quarto a partilhar com outra amiga que achámos um óptimo preço. 

Aqui ficam os websites que utilizámos para a procura que tinham pacotes muito bons:

O hotel que escolhemos, Tilney Hall Hotel & Gardens em Hampshire era muito bom e bonito com grandes jardins para passear mas o spa em si era relativamente limitado, pelo que para quem estiver interessado em ir a um spa muito bom ficam antes estas recomendações onde algumas das minhas amigas já foram, e que ficaram na lista para experimentar:

Esta coisa de ir passar uma estadia num hotel spa é relativamente nova para mim, mas devo dizer que fiquei fã e já percebo porque é que as pessoas gostam tanto de escapadelas destas. 

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Até me esqueço que tinha férias para tirar

Esta coisa do lockdown e de ter quase tudo fechado durante meses a fio significa que as únicas férias que tirei até agora foram mesmo as do Natal e o meu dia de aniversário. Mesmo assim, tinha férias a mais e muito que fazer no trabalho, portanto acabei por decidir passar 4.5 dias de férias do ano passado para este ano, esperando que antes da sua data de prazo (dia 1 de Abril) eu poderia tirá-las para ir passar uma semana numa casa de campo algures pela Inglaterra, mas qual quê. Vamos entrar em Abril e ainda não há hipótese de se ir para lado nenhum. Esqueci-me completamente do prazo até meados da semana que passou. Já estávamos a meio de Março e estou com imenso trabalho por isso não me estava nada a ver a conseguir tirar os tais 4.5 dias a que tinha direito, mas também não os queria perder totalmente. Nesta empresa também não permitem pagar férias que não tenham sido utilizadas por isso estou mesmo numa daquelas situações de 'use it or lose it'. Decidi tirar dois dias e, como tal, vou ficar com um fim-de-semana prolongado na próxima semana e, novamente na semana seguinte, por ter os feriados da Páscoa. Como tal, esta semana que vem trabalho 4 dias e na seguinte trabalho só três. Acho que vai saber bem aproveitar pelo menos dois dos dias a que tinha direito, mas de facto o lockdown tira um pouco a satisfação de ter férias. 

 

Para já estou a planear fazer um passeio de bicicleta num dos dias, e no outro planeio dedicá-lo a um projecto que comecei no primeiro lockdown do ano passado. Como esse projecto envolve estar sentada ao computador como em qualquer outro dia de trabalho acho que não vai saber bem a férias, mas enfim. Numa situação normal, iria levar o portátil para um café, e trabalhava de lá que sempre tornava a experiência diferente do dia-a-dia, mas como ainda faltam dois meses para me poder voltar a sentar dentro de um café, vou mesmo ter que me sentar no meu local habitual. Ou quem sabe, talvez altere um pouco a posição da mesa só para me sentir num ambiente ligeiramente diferente do ambiente de trabalho  Aii, estou tão farta disto que nem os dias de férias são dos mais entusiasmantes, mas é um último esforço - mais dois meses para voltarmos a um situação um pouco mais próxima da normalidade 

 

Numa nota mais positiva, se houver algum leitor do blog que seja baseado no Este de Londres, descobri esta semana um novo serviço local de entrega de compras de supermercado que entregam em 10 minutos, inclusive produtos de lojas locais, e não utilizam plásticos para a entrega. Como são um serviço novo em Londres estão a fazer um desconto de £10 em qualquer ordem (sem ordem mínima). Achei bem bom (estas são o tipo de coisas que me deixam entusiasmada no lockdown - qual é o novo serviço de entrega ). Para os interessados este é o Gorillas App, e podem utilizar o código LDN10 para receberem o desconto.

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Viagem por Marrocos

Ainda não tinha deixado aqui a experiência da nossa viagem a Marrocos, após o susto do dentista, por isso aqui ficam as minhas impressões:

  • Foi extremamente interessante de, apenas a 3.5h de Londres me encontrar de repente num mundo tão diferente ao da Europa Ocidental. Desde a cultura, a arquitectura, a língua, os hábitos, a comida, a forma de lidar com turistas, as paisagens, tudo é tão diferente. E da minha experiência essa diferença tem partes tanto positivas como negativas.

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  • Ficámos muito contentes por não ter pernoitado dentro da Medina de Marrakech como tínhamos inicialmente pensado porque simplesmente aquela Medina era uma confusão grande demais  e acho que não ia apreciar estar ali no meio da Medina a noite toda. 

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  • Conduzem todos como loucos naquela cidade. Não há respeito pelos sinais vermelhos, andam de motorizada por todo o lado, passando à frente dos carros e das pessoas sem qualquer cuidado, e os tubos de escape deixam sair todo o fumo da combustão do petróleo, pelo que o cheiro na ar em Marrakech é de constante poluição.

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  • Parece existir este acordo entre os homens de Marrakech que devem direccionar os turistas para ir ver a zona onde a pele é tratada para ser depois transformada em malas, e outros artigos de pele. Isto porque vários nos fizeram parar no meio da Medina a dizer que tínhamos que lá ir ver o festival da pele que era tão bonito, e de tanto comentário que lá fomos, seguindo um deles. Resultado, acabámos por ter que pagar uma grande de uma gorjeta que não era negociável, num momento em que estávamos rodeados de locais, e sem muito oportunidade para sair dali calmamente sem lhes dar o dinheiro que pediam. Não foram agressivos, mas também não fos fizeram sentir confortáveis. Claro que pensávamos dar uma gorjeta, mas a gorjeta deveria ser o preço que nós decidimos, não o preço que eles decidem.

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  • Basicamente os locais de interesse turístico tais como a Medina, os palácios e os jardins Majorel eram bonitos e interessantes, mas chateou-me o facto de estar constantemente a ser chamada a parar para comprar qualquer coisa que alguém quer vender. Isso adicionado à confusão de pessoas e scooters e a poluição no ar, transforma o passeio um pouco exaustante. 

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  • As Montanhas Atlas valem a pena visitar - desde as paisagens à possibilidade de visitar algumas das aldeias berberes e ficar a conhecer um pouco mais sobre a cultura local. 

De forma geral gostei mas não fiquei com vontade de voltar em breve para ir conhecer as outras cidades. 

Costa del Margate

Foi assim que eu e os meus amigos decidimos chamar a Margate. Tal como houve a grande fase de turismo Britânico para passar férias à Costa del Sol, agora está a começar a fase de turismo em massa para Margate, portanto, que nome mais apropriado que 'Costa del Margate'? 

 

OK, o turismo em Margate ainda não chegou bem aos níveis do turismo de Espanha, mas vai a caminho (ou pelo menos assim o espera a minha amiga que comprou lá um apartamento como investimento). Com muito ou pouco turismo, o facto é que a tal amiga, bloqueou o fim-de-semana passado no Air-bnb para podermos ir lá usufruir do apartamento dela e aproveitar um pouco do que Margate tem para oferecer. E tem muito mais do que aquilo que pensei. 

 

Margate fica localizado no Nordeste de Kent junto à costa do Mar do Norte. Pela arquitectura dos edifícios nota-se que em tempos, Margate foi um destino relevante para os cidadãos Britânicos, ainda com o seu antigo Lido e teatro agora totalmente em ruínas ou a caminho. Desde há muito que Margate deixou de ser um destino para as férias dos Ingleses e, como tal, foi ficando mais desprezado. As famílias mais ricas e mais idosas vivem nas cidades vizinhas de Ramsgate e Broadstairs, mas em Margate é ainda onde vive a população mais pobre e menos educada, e isso nota-se mesmo ao andar nas ruas. No entanto, é interessante ver que no meio de uma rua meio desprezada, aparece uma loja de decoração ou restaurante muito giros. É um sinal de mudança. E sem dúvida que Margate já tem muitos sinais desses e, junto à praia, também existem muitos bares com bom ambiente, novos ou construídos num edifício aproveitado que à muito estava abandonado. Isso, juntamente com a Dreamland, um parque temático que tem um palco com espaço para concertos, estão a trazer novo sangue para Margate. Muitas das pessoas que se estão a mudar para lá são efectivamente Londrinos que, ou com o interesse de construir família e ter uma casa maior, ou com o interesse de criar um negócio que não poderiam pagar em Londres, decidiram mudar-se para Margate.  E afinal, apesar de ainda ser um bocado mal frequentada, esta cidade tem muitos dos ingredientes para se tornar popular novamente dentro dos próximos anos. 

 

Passámos o sábado a passear de um lado para o outro da cidade, a apreciar os bares e restaurantes locais que foram óptimos, e a fazer uma visita à Turner Gallery, que é um obra de design moderno fantástico. E ao chegar à noite, enquanto discutíamos no restaurante para que bar deveríamos ir, a empregada de mesa informo-nos de uma festa de praia que havia nas proximidades e, lá eventualmente fomos parar. 

 

Foi muito, muito giro. Adorei a experiência de passar o fim-de-semana em Margate. Pode não vir exactamente a ser a Costa del Margate, mas acho que tem muito potencial para ser novamente um destino favorito dos Britânicos para uma escapadela de fim-de-semana e para viver. 

 

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A semana do casamento

E está feito. Após tantos meses de organização e planeamento, o dia do casamento passou bem rápido e é agora uma boa lembrança na minha memória. 

 

Felizmente correu tudo bem sem grande stress, os convidados adoraram, os meus pais ficaram satisfeitos e aliviados, que bem deu para perceber que eles estavam mais nervosos do que eu. No dia seguinte ao casamento ainda fizemos um BBQ para os convidados que foi muito divertido, e no dia seguinte, fomos direitinhos para o Baixo Alentejo onde ficámos a descansar o resto dos dias que nos soube tão bem. Voltámos a Londres na sexta-feira à noite e ontem, Domingo, fomos ao casamento de outros amigos aqui em Inglaterra que também foi muito divertido. Hoje voltámos para casa, e devo dizer que mal entrei na porta de casa só me apeteceu chorar. Acho que foi aquele 'crash' de ter uma felicidade imensa durante vários dias, em que tínhamos constantemente algo novo com que nos entusiasmar e, ao chegar a casa hoje, ao pensar que já tudo tinha acabado e que a partir de amanhã voltava ao dia-a-dia normal, de repente senti uma tristeza tão grande que não me consegui controlar e tive que deixar as lágrimas rolar. 

 

Agora, mais composta, e pensando bem sobre tudo o que se passou, apercebo-me de que claro que é perfeitamente normal sentir uma quebra de emoções depois de ter tido uns dias tão bons. Imagino que não seja a primeira vez que esta 'montanha-russa' de emoções aconteça a uma noiva após o casamento, e possivelmente não será a última. Também não será só após um casamento que este tipo de emoções opostas se apresentem. - Isso quer dizer que as coisas que estão para vir são menos boas? - Não. Simplesmente são diferentes. Eu sei que é preciso olhar em frente, pensar no futuro e ficar com as boas memórias do passado, mas também sei que é OK, aceitar a tristeza quando ela vem, e deixar as emoções saírem até nos sentirmos mais calmos novamente. 

 

E sinceramente, faz-me bem escrever sobre isto mesmo. Passar o que estou a pensar para a escrita ajuda a deitar tudo para fora e sinto-me até mais contente por pensar nas memórias do casamento sem ficar triste. 

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Quanto ao casamento em si, foi muito giro. O local de escolha foi a Quinta do Pé da Serra, na zona de Colares em Sintra. A quinta é muito bonita, situada num sopé da Serra onde tinha uma boa vista para a Serra e para o mar (ou teria se não tivesse chegado uma grande neblina à hora do cocktail). Como já nos tínhamos casado oficialmente em Londres, a nossa cerimónia foi simbólica e fomos nós próprios, com ajuda do nosso Mestre de Cerimónias (um amigo nosso) e da Internet, que preparámos o texto para a cerimónia, escolhemos os votos que queríamos dizer, etc. A cerimónia foi super pessoal e bonita e decorreu nos jardins da quinta, para permitir facilmente que todos os eventos do dia decorressem no mesmo local. Como já tinha mencionado antes, nem sempre a comunicação com a quinta foi fácil, mas no dia e nos dias anteriores foram extremamente prestativos, simpáticos, atenciosos e já perdi a conta de quantas vezes os convidados nos disseram o quanto adoraram o serviço prestado pelo staff de catering. 

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Decidimos contratar uma banda de jazz para proporcionarem a música do casamento e, devo dizer, que eles foram espectaculares! Adorámos a banda e os convidados também os adoraram. Escolhemos Canon in D Major de Pachelbel tocada pelo piano para a entrada da cerimónia, depois o trio de jazz tocou durante o cocktail, e toda a banda com uma cantora na voz tocaram durante a festa uma mistura de canções conhecidas mas com aqueles tons de jazz. Chamam-se L.Bond, portanto fica a dica para os interessados. 

 

Na nossa opinião existem três elementos essenciais para uma boa festa de casamento - a música, a comida e a bebida, e para que tudo corra bem, devem haver pelo menos dois desses elementos em qualquer momento do dia para que a festa decorra bem. Não tínhamos photo booths nem jogos, nem outro tipo de entretenimento, e acho que nada desse tipo de entretenimento seria tão necessário como estes três elementos. 

 

Para os presentes dos convidados, oferecemos azulejos Portugueses com uma base de cortiça onde os nossos nomes e data do casamento estavam marcados, que servem como bases para copos. O fornecedor foi a Fábrica do Azulejo, e também foram muito simpáticos e prestativos. 

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Casamento terminado, e como muitos dos convidados viajaram propositadamente para o casamento, quisemos organizar também um BBQ no dia seguinte para os convidados que ainda estavam em Sintra nesse dia. O local escolhido foi a Casa do Valle, que tem um jardim enorme, tinha todo o equipamento para BBQ e foi o local onde muitos dos convidados ficaram acomodados. Para o BBQ tive a ajuda da família a organizar e também correu tudo muito bem, e com muitos dos convidados ainda ficámos por lá o dia todo para aproveitar a piscina. 

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Quanto à mini-moon, decorreu numa acomodação de nome, Paraíso Escondido, num monte Alentejano no Baixo Alentejo, próximo da Zambujeira do Mar. Só queríamos relaxar depois do casamento e aquele local foi perfeito para o efeito. Até tinha um Estúdio de Yoga com uma vista espectacular para os montes Alentejanos e que, pelo menos enquanto lá estivemos, pareceu só ser utilizada por mim durante as manhãs, o que adorei. 

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E foi assim, uma sequência de eventos que formou um dia e uma semana a não esquecer. 

Férias nas Maurícias

Este verão, eu e o Inglês decidimos ir passar as férias nas Maurícias. Ficámos lá uma semana mas até pareceu um pouco mais porque, quando se está a passear num ambiente tão diferente com tantas coisas para fazer e ver, parece que o tempo se estica e que ficámos lá muito mais tempo do que o que o tempo que realmente passou. O que foi particularmente interessante foram mesmo as cores de tudo o que nos rodeava. Todas as manhãs eu ficava mais que espantada a olhar para toda a beleza natural que tinha à minha volta. A zona de Balaclava e algumas outras zonas por onde passei eram mesmo muito bonitas. Vou deixar as fotos falarem por si:

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A ilha é muito verdejante

 

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Tem locais perfeitos para relaxar

 

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 Os mercados de produtos frescos são impressionantes

 

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Tem pôres-de-sol inesquecíveis

 

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A comida é deliciosa

 

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As paisagens são estupendas

 

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E as praias são magníficas

 

Resultado - adorei e aconselho vivamente para quem tiver o interesse de visitar um dia.

 

 

 

Mini férias em Maiorca

Devo dizer, que fiquei positivamente surpreendida pela ilha de Maiorca. Em finais de Setembro, a temperatura esteve excelente, o ambiente da cidade de Palma era tão animado como outros locais turísticos em pleno verão, mas sem sentir que houvessem demasiadas pessoas. 

 

Fiquei os primeiros dias no nordeste da ilha, perto de Alcúdia e Pollença. Ambas as localidades eram muito giras, cheias de carácter, com um centro de vila antigo e bem conservado. Sem dúvida não são a zona de festa de Maiorca, mas antes uma zona onde é muito agradável passear, aproveitar a praia e os bons restaurantes. 

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 Praia de Pollença

 

A estadia com as minhas amigas na vila que alugámos, foi fantástica - acordar, tomar um bom pequeno-almoço, passar algum tempo na espreguiçadeira a ler livros ou a conversar, e fazer o ocasional passeio ou visita à praia. Soube tão bem ter esse tempo de descanso! OK, pensando bem no assunto, passámos um dia e meio na piscina, um dia na praia e outro dia em passeio em Palma de Maiorca, e depois foi a viagem de volta. Foram poucos dias mas quando se está num ambiente diferente a fazer actividades completamente distintas das do meu dia-a-dia, até parece que passei lá mais tempo do que efectivamente passei. 

 

Depois a cidade de Palma de Maiorca, também achei muito mais interessante do que aquilo que imaginava. Estava a contar com uma cidade pequena, cheia de stands para turistas e bares à beira da praia e pouco mais. Mas não. A cidade tem imensa história, um centro da cidade antigo muito giro, cheio de ruazinhas por onde dá para nos perdermos um pouco. É uma cidade colorida e animada, e sem dúvida que fiquei com muita vontade de voltar com mais tempo para ver mais da cidade, visto que desta vez só lá tive uma tarde e poucas horas na última manhã. 

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Palma de Mallorca

 

O melhor ainda é que Palma de Maiorca fica a cerca de 2.5h de distância de Londres por isso também dá para ir facilmente para um fim-de-semana prolongado. 

 

Gostei e recomendo!