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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Olha desta não estávamos à espera, Theresa May

Hoje a Theresa May anunciou que vão haver eleições legislativas já no próximo dia 8 de Junho. Esta anúncio veiu para espanto de todos visto que, quando subio ao poder, ela tinha dito que não iria avançar com eleições antecipadas, iria levar com Brexit em diante, e que as próximas eleições só decorririam na data planeada em 2020. 

 

O facto é que actualmente, o partido trabalhista está mais fraco do que já esteve à bastante tempo com o líder Jeremy Corbyn à frente, que apela apenas aos trabalhistas com tendências mais viradas para a esquerda, e apela menos à maioria dos regulares apoiantes do partido. Ou seja, a Theresa May, viu isto como uma oportunidade de reforçar o número de lugares no parlamento representados por membros dos Conservadores para que as suas decisões tenham mais apoiantes. Ela sabe que em tão poucas semanas o Partido Trabalhista não vai encontrar um novo líder que ganhe a confiança da população. Também sabe que a maioria do país votou Brexit e, como tal, se estas pessoas quiserem que Brexit continue a ir em frente, agora que o lançar do Artigo 50 já foi anunciado, vão querer votar no partido que vai continuar com Brexit para a frente. 

 

Isto portanto significa que também existe uma oportunidade com estas eleições - que é a oportunidade das pessoas votarem contra os Conservadores para demonstrarem que afinal estão disatisfeitas com o resultado do referendo e que querem continuar na UE porque se aperceberam que tudo aquilo que lhes tinha sido prometido com a campanha do Brexit - mais dinheiro para o NHS, redução de imigração, etc - foi tudo uma farsa usada pela campanha, mas que na realidade já todos sabemos que esses 'problemas' de que tanto falaram, não vão ser resolvidos com o Brexit. 

 

O problema é que mesmo que as pessoas se tenham arrependido do seu voto, neste momento não têm boas alternativas onde votar e, ou continuam a votar Conservadores porque são pessoas que neste momento, se preocupam maioritariamente com aquilo que directamente lhes afecta a elas tais como redução nos impostos; ou votam Trabalhistas para apoiarem o partido da Concorrência e não dar tantos lugares no parlamento aos Conservadores; ou votam num dos partidos mais pequenos, o que vai dispersar os votos mas também não vai dar nenhuma oposição clara aos Conservadores. 

 

O horizonte não está azul neste momento, mas uma coisa é certa, se os Conservadores, por algum milagre perdessem estas eleições, o Parlamento iria olhar para Brexit com outros olhos e pensar duas vezes antes de avançar com as negociações. 

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Fonte: Imagem da capa do Jornal Metro retirada da BBC

Votar para Portugal em Inglaterra

Eu quero ir votar e estava convencida que podia ir votar por estar registada a viver em Londres desde à quase dois anos atrás quando renovei o meu passaporte por cá. No entanto agora lembrei-me de ir ao site do consulado só para verificar como é que efectivamente podia efectuar o voto, horários, etc., e afinal,... não posso. Como é que eu me posso ter esquecido disto, mas faltou-me recensear cá. Não basta ter a minha morada registada cá. Tenho que me voltar a recensear cá e eu pensei que isso fosse efectuado automaticamente assim que a minha residência é oficialmente alterada. Para verificar que efectivamente ainda não estou recenseada por cá fui ao site oficial do Recenseamento em Portugal que permite efectuar uma pesquisa automática relativa ao local onde estou recensada e ainda me deu como resultado a minha antiga freguesia em Portugal. E o problema é que agora já é tarde para me recensear já que devia tê-lo feito com 60 dias de antecedência antes das eleições, portanto já não vou nada a tempo visto as eleições legislativas serem já no próximo dia 5 de Junho.

 

Bem sei que muitas pessoas neste momento estão a pensar - "mas porque raio é que ela quer tanto votar. Cada partido é pior que o outro. Eu vou mostrar a minha indignação por não votar". Pois é, quando fui a Portugal na Páscoa era esta a maioria dos comentários que ouvia. E tudo bem que não concordem em completo com o que nenhum partido tem planeado para o futuro do país, mas se não votarem também não vai ser assim que algo vai mudar. Apenas estão a deixar os resultados nas mãos de quem realmente se interessa em apoiar um certo partido e, como tal, podem deixar isso nas mãos das pessoas erradas. Será um caso de qual é o partido com mais "amigos" ou com mais pessoas que se deixaram influenciar pelas suas campanhas publicitárias. No pior dos casos se não quizerem mesmo apoiar nenhum dos dois "grandes" partidos, votem nos Verdes ou num dos partidos mais pequenos com o qual concordem com pelo menos algumas das suas políticas. Votem em branco em último caso, mas por favor votem!

 

Tenho que confessar que não estou expert no que cada partido defende. Penso estar relativamente informada mas gostava de saber mais por isso estejam à vontade para corrigir ou adicionar algo que não tenha mencionado abaixo relativamente ao que cada programa eleitoral, dos dois principais partidos, defende. Acho interessante trocarem-se diferentes opiniões e acho que a opinião e conhecimentos de outras pessoas podem ser interessantes e úteis para ajudar outros que leiam este post a tomar uma decisão de voto mais informada caso estejam indecisos entre um deles. No entanto, por favor, quem não estiver de acordo com algo que não comece à batatada. É positivo trocar ideias, mas não gerar discussões, se fazem favor.

 

Comparação entre o que o PS e o PSD defendem para o futuro de Portugal:

 

PS:

  • Aumentar a taxa de escolarização e aplicar a escolaridade obrigatória de 12 anos.
  • Introduzir sistemas de redução da pobreza dos idosos - embora não expliquem como vão fazer isso.
  • Continuação da reforma dos cuidados de saúde primários para garantir médico de família a todos.
  • Prosseguir com a modernização das infrastruturas a nível dos transportes (imagino que estejam a incluir aí as obras para o TGV e o novo aeroporto)
  • Redução do défice orçamental mais pelo lado da despesa que da receita
  • Revisão do sistema de comparticipação dos medicamentos

 

 

PSD:

  • Terminar com o actual sistema de emprego em que uma vez que os empregados passam a efectivos, practicamente não podem mais ser despedidos enquanto que a maioria dos jovens mantêm-se durante anos a recibos verdes porque as empresas não querem arriscar passá-los a efectivos. (Reparem que acabar com esse sistem não é mau. Em Inglaterra passado os primeiros 3-6 meses numa empresa fica-se logo efectivo. Claro que também podem despedir o empregado se não gostarem do trabalho dele, mas isso apenas me parece justo. Se não trabalha vai embora e que se dê a oportunidade a outro melhor. O sistema funciona bem por cá portanto não existe razão para não funcionar bem em Portugal também.)
  • Privatização parcial da saúde e da Caixa Geral de Depósitos - para que recebam mais apoios dos privados que gerem riqueza e poder utilizar o valor dos impostos para outras coisas de grande necessidade como a qualidade dos estabelecimentos de ensino
  • Aumentar o IVA em produtos de menor necessidade como a cerveja.
  • Defende uma avaliação nacional no fim de cada ciclo de ensino e a revisão do modelo de financiamento dos contratos de associação.
  • Diminuição do número de escalões do IRS e redução do IRC para exportadoras
  • Diversificar fontes de financiamento das pensões e criar esquemas complementares ao nível das empresas
  • Suspensão das grandes obras (imagino que se estejam a referir a obras como o caminho para o TGV e o novo aeroporto) dando prioridade aos investimentos públicos.
  • Revisão do sistema de comparticipação dos medicamentos.