A minha cerimónia de naturalização Britânica decorreu na semana passada. Partilhei um bocadinho da experiência nas Instagram Stories, mas aqui fica um pouco mais sobre a cerimónia em si:
Decorreu no edifício da Junta de Freguesia onde vivo e contou com cerca de 30 pessoas a fazer a sua naturalização em simultâneo.
Primeiro pediram-nos para fazermos a jura, dizendo cada um dos nossos nomes individualmente, e depois dizendo em conjunto cada uma das frases relacionadas com a nossa promessa a ser fiéis à monarquia Britânica, e à justiça do Reino Unido.
O grupo de pessoas que fez o juramento religioso, começou, e depois foram os restantes.
Ao terminarmos o juramento em conjunto, a representante de Estado que nos estava a guiar a cerimónia declarou-nos oficialmente Britânicos.
Depois disso cantámos o Hino Nacional Britânico em conjunto, e terminámos a cerimónia ao irmos cada um ao centro para receber o nosso certificado de naturalização e tirar uma fotografia com as bandeiras da nossa freguesia, do Reino Unido e da União Europeia (é uma tristeza que a bandeira da UE não vá manter-se em cerimónias de Naturalização de muitas mais pessoas).
Ao contrário do que estava à espera, a maioria das pessoas que ali estavam não eram já Europeias, mas mesmo assim, uma grande parte delas eram. Talvez 30-40% das pessoas fossem de origem Europeia. Mas foi interessante, que apesar de estarmos ali 30 pessoas, 29 delas eram de países diferentes, e pareceu-me que eu era a única Portuguesa.
De forma geral foi uma experiência interessante e gostei de ver a emoção que muitas pessoas claramente tinham ao receber aquele certificado. Principalmente para pessoas que estejam cá com Visas e que tenham receio de voltar para o país de origem, deve ser uma sensação muito boa de saberem que podem continuar com as suas vidas cá com segurança.
Isto demorou-me cerca de um ano a tratar, mas finalmente está resolvido! - Quando voltei a casa das férias do Natal em Portugal, deparei-me com a carta que confirmava que tinha efectuado a minha aplicação para a cidadania Britânica, com sucesso!
E pronto, em finais de Janeiro lá irei fazer o juramento de que aceito ser fiel à rainha de Inglaterra e aos seus subdítos para poder receber o meu comprovativo de cidadania.
De facto, eu demorei um ano a preparar a papelada porque também fui um bocado preguiçosa e não fiz tudo de seguida. Um amigo meu, vai ter a cerimónia no mesmo dia que eu e ele só começou a tratar da aplicação por volta de Outubro.
Como a papelada era um bocado confusa, eu fui tomando nota dos passos que tinha a tomar, caso possa ajudar alguém que ainda esteja a tentar efectuar a aplicação para ser cidadão Britânico antes do Brexit (ainda o devem poder fazer depois, mas talvez os requesitos alterem).
É necessário tirarem o documento da permanencia de residência (se ainda não fizeram isto, talvez seja melhor esperar para o Brexit entrar em vigor em Março porque, aparentemente, os requesitos para efectuarem o novo 'Settled Status' vai ser simplificado). Se quiserem ler sobre a chatisse que foi tirar este documento, podem ler sobre isso aqui, aqui e aqui.
Passado um ano de terem tirado esse documento, ou imediatamente, caso tenham provado que vivem no Reino Unido há mais de 5 anos, é que começam o processo de aplicação para a cidadania Britânica. Eu comecei por fazer o teste Life in the UK. Podem ler sobre a minha experiência e testar os vossos conhecimentos aqui, aqui, aqui e aqui.
Depois fui fazer o teste de Inglês GESE Grade 5 no Trinity College que basicamente consistiu em 10 minutos de conversa básica com o examinador e sabe-se o resultado na hora.
Para efectuar a aplicação para um passaporte Britânico ao mesmo tempo que a aplicação para a cidadania é necessário ir pedir o respectivo formulário ao posto dos correios
Outras considerações necessárias para o preenchimento do formulário de aplicação:
Vão precisar de ter dois cidadãos Britânicos dispostos a servir como referências. Estes dois cidadaos têm que vos conhecer por pelo menos 3 anos e estar dispostos a ser contactados pelo Home office para responder a questões sobre o conhecimento que têm de vocês. Não podem ser familiares, parceiros ou pessoas que vos prestem um serviço, tal como o vosso advogado.
Vão ter que enviar os vossos dados biométricos, mas a informação e documentos para fazerem isso apenas vão aparecer depois de já terem submetido o formulário da aplicação. Isso será fácil porque basta irem aos correios fazer isso e levar a papelada que vos pedem.
Tenham em atenção que ao se aplicarem para o passaporte ao mesmo tempo que a cidadania, têm que enviar 4 fotos tipo passe no total e todas elas devem ser idênticas.
Durante a vossa aplicação também vos é providenciada uma check list com todos os documentos que devem apresentar ou enviar com a vossa aplicação.
Em resumo, isto tudo dá trabalho e é confuso, mas com paciência vai lá.
O teste 'Life in the UK' estava marcado para este sábado de manhã, por isso esta última semana foi a que me dediquei mais a estudar para a coisa. O app oficial é relativamente bom e, após fazer alguns testes, permite identificar o tipo de questões que falhava mais frequentemente (ou de história, ou de política e lei, etc.) e isso ajudou a fazer mais ênfase na revisão para o teste. Reparei que, nos testemunhos do app algumas pessoas se queixaram de que as perguntas do teste não eram iguais às do app, e de facto não são, nem esperava que fossem, mas são do mesmo género. E ao fazer vários testes com o apoio do app ajudou-me a sentir preparada para o teste.
Escolhi fazê-lo no centro de testes de Stratford, que fica localizado relativamente perto da estação. O edifício e a sala em si pareciam saídos dos anos 90, com aspecto um bocado antiquado e pesado. A sala de exame devia ter cerca de 20 computadores PC e, cada secretária estáva separada com divisões para não ser possível ver o ecrã do vizinho. Gostei de ter sido uma das últimas a entrar para a sala de exames porque, assim que cada um entra, começa logo o seu teste, ou seja, quem começa primeiro acaba por ser um bocado incomodado pelas pessoas que vão continuando a entrar na sala uma a uma. Portanto fica a dica para quem fizer o exame, para deixar os outros entrarem primeiro.
Quanto ao teste em si, houve umas quantas questões que fiquei ali na dúvida e que me deixaram um pouco nervosa, mas no final, o resultado foi positivo e passei! Agora o próximo passo é marcar um teste de Inglês.
É um dos meus objectivos para 2018 - tirar o passaporte Britânico. Comecei a pensar nisso assim que houve o voto para o Brexit. Em Julho de 2016 já tinha o livro em casa para começar a estudar para o teste da 'Life in the UK' que é necessário confirmar que tenha passado, ao enviar a minha candidatura para o passaporte.
Ao começar a ouvir as notícias iniciais de que os cidadãos da União Europeia que já estão cá a viver iam ficar com direito para continuar no país, deixei o tempo ir passando e não cheguei a ler o livro. Entretanto, com a mudança do ano (e já se sabe os efeitos que a mudança de ano tem em nós relativamente a pensarmos na vida, no que queremos fazer, no que deixámos para trás, etc.) lá me decidi a tirar o passaporte. Mas afinal descobri que ainda tinha que tirar o comprovativo de residência permanente no Reino Unido antes de poder tirar o passaporte. Ora então lá tratei disso, recebi o meu certificado passado cerca de 1 mês, e ao tê-lo, não pensei mais no passaporte porque já tinha ali a minha garantia de que podia ficar a viver permanentemente no Reino Unido. Entretanto, lá as notícias continuam a estipular o que vai acontecer com os cidadãos Europeus após Brexit e, a certo ponto falou-se de que os cidadãos Europeus que cá vivem iam ter que efectuar uma aplicação para provar que cá têm estado a viver e trabalhar à certo tempo, mesmo que já tenham o certificado de permanência de residência. Claro que isto ainda é tudo especulação, e de facto há muitas opiniões e incertezas, mas o que é certo é que vão haver quaisquer burocracias relativas a legalizar os Europeus que se encontram cá a viver actualmente, após o Brexit entrar em vigor.
Ora para evitar mais incertezas, burocracias, para poder ganhar direito de voto e, porque me é permitido ter dupla nacionalidade, nem é tarde, nem é cedo - iniciei o meu estudo para o teste da Vida no Reino Unido hoje mesmo.
Antes disso verifiquei o resto dos requerimentos para ter a certeza de que não havia nada necessário que não me seria impossível de apresentar, e não é que descobri que vou ter que fazer um teste de Inglês!! Eu já fiz um First Certificate in English, um Certificate in Advanced English e dois TOEFL por razões diferentes e porque o certificado de Inglês geralmente tem uma validade até quando ser aceite por entidades oficiais. E agora vou ter que fazer outro mesmo que já esteja aqui a trabalhar e viver à 12 anos e meio?!? O que vale é que para o passaporte um dos certificados permitidos é bastante básico porque é apenas um teste de conversação de 10 minutos intitulado GESE Grade 5. Mas o facto é que mesmo sendo um exame básico, o problema é que custa £150 que ainda é significativo.
Depois quanto ao resto da papelada vai ser muito semelhante ao que tive que enviar para provar a minha residência em Londres por isso espero que aí não hajam complicações.
Ben, por agora vou concentrar-me no teste do 'Live in the UK' e depois o resto logo trato.
Não fazia ideia do que me esperava para ir buscar aos correios, e mal seria o meu espanto quando vi que era um envelope do Home Office. Tinha enviado a minha aplicação para residência permanente apenas à um mês atrás e sabia que iria demorar cerca de 3-4 meses até receber uma resposta por isso fiquei um pouco nervosa quando vi um envelope deles. Será que já tinham encontrado quaisquer impedimentos para a minha aplicação? Mas não - lá dentro encontrei todos os documentos que tinha enviado, acompanhados de um cartão que certifica o meu direito a residência permanente no país. Fiquei contente e aliviada de imediato. Não sei se foi tão rápido porque efectivamente alocaram mais pessoal para tratar da quantidade elevada de aplicações ou se simplesmente ajudou no processo o facto de ter enviado tudo muito organizado na minha aplicação, mas o que importa é que já está.
De qualquer forma, para quem tenha interesse em também submeter a sua aplicação para residência permanente aconselho o seguinte:
Enviar documentos que provem que vivem cá durante 6 anos (se fôr o caso) em vez do mínimo requerido de 5 anos, porque ao provarem os 6 anos, estão automaticamente aprovados para pedirem a cidadania, só pelo sim, pelo não.
Se tiverem quaisquer condições especiais que precisem de explicar, adicionem uma carta que coloquem no topo dos documentos da aplicação, que explique de imediato a vossa situação especial, e relacionando essa situação a quaiquer número de secções do formulário que sejam relevantes para o que precisam de explicar.
Adicionem um post-it ou uma página em branco entre cada papelada que está anexada para compravar diferentes secções do formulário, escrevendo nesse papel separador ao que é que os próximos documentos correspondem (por exemplo, documentos comprovativos de residência ou comprovativos de emprego).
Sempre que tiverem que continuar a preencher uma tabela numa folha aparte, criem essa folha numa página de Word para que tudo se apresente bem formatado e com uma apresentação semelhante à tabela respectiva do formulário.
Simplesmente achei que quanto mais fácil eu tornasse a revisão dos documentos que estava a enviar, maior probabilidade teria de que não encontrassem empedimentos para me darem o cartão. Não sei se isso efectivamente ajudou na decisão e rapidez para o meu caso, mas o importante é que o cartão já cá canta.
Em Julho já tinha indicado que pretendia efectuar a minha aplicação para o passaporte Britânico face aos resultados do referendo em que a população votou na saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). Depois de ter publicado esse post vocês informaram-me que antes de poder pedir o passaporte, tinha que efectuar uma aplicação ao cartão de residência permanente no Reino Unido. Quando comecei a informar-me sobre o assunto verifiquei que um dos requerimentos dessa aplicação era que tinha que enviar o meu passaporte ou Cartão do Cidadão com a minha aplicação, que só me seria devolvido entre 4 a 6 meses, que é o tempo que o processo demora. Ao menos é uma da vantagem de em Portugal termos os dois documentos porque assim poderia enviar o meu Cartão de Cidadão e ficar à mesma com o meu Passaporte para viagens. No entanto, nessa mesma altura estava o meu cartão a expirar, logo tinha que o renovar antes. Lá de vez em quando eu ía tentando marcar a renovação do meu Cartão de Cidadão no Consulado que tem que ser efectuado através da página online de agendamento de atos consulares, mas a porcaria do site deles nunca tinha vagas nenhumas disponíveis, ou simplesmente não funcionava. Ao fim de várias tentativas sem sucesso, enviei-lhes um email a reclamar ao que, passado mais de uma semana responderam a dizer que todos os dias às 16h abrem novas vagas para marcações, pelo que tinha que ir ao site a essa hora antes que as novas vagas esgotassem. Infelizmente parece que todos sabem do mesmo porque não conseguia que o site funcionasse por volta dessa hora, provavelmente devido à grande quantidade de pessoas a tentar ao mesmo tempo. Eventualmente em Outubro consegui apanhar o site com vagas disponíveis, mas o mais cedo para marcações seria em finais de Janeiro! Resultado, fui a Portugal no Natal e tirei lá o meu Cartão do Cidadão de um dia para o outro facilmente.
Resumindo, agora tenho o cartão do cidadão por isso finalmente posso fazer a minha aplicação para residência no Reino Unido. E, principalmente depois das notícias recentes de que uma cidadã Holandesa que vive no Reino Unido à 24 anos e tem marido e filhos Britânicos, foi recusada a sua aplicação de residência permanente e informada de que devia fazer preparações para sair do Reino Unido assim que o país deixar de ser membro da União Europeia, isso assustou-me.
Sinto necessidade de fazer esta aplicação para residência permanente o mais rapidamente possível, mas agora que acabei de ler a documentação necessária para providenciar juntamente com o preenchimento do formulário de aplicação de 85 páginas, até me fiquei a sentir mal. Eu já sabia que ía ter que procurar informação de todas as datas em que estive fora do Reino Unido durante os últimos 5 anos, mas existe tanta mas tanta mais informação necessária além disso - comprovativos de todos os empregos incluíndo cartas dessas empresas, recibos de salários, formas P60; comprovativos de qualquer tipo de self-assessment de impostos; comprovativos de todas as casas em que morei incluíndo uma variedade de diferentes provas de residência; comprovativos de quaisquer pedidos de ajuda financeira ao Estado e tudo e tudo e tudo. Pendem tantos detalhes e tantos comprovativos, todos eles originais, que até dói pensar nas horas e horas que vai demorar a conseguir descobrir os detalhes de toda a informação que pedem.
Para já comecei a pedir a ex-colegas que ainda trabalham nas minhas antigas empresas para me darem os contactos dos seus recursos humanos para ver se consigo ter as tais cartas requeridas.
Dá-me nauseas só de pensar no tempo que vou perder com isto, mas dá-me náuseas ainda maiores da possibilidade do Estado Britânico não conseguir fazer uma acordo favorável com a UE que permita aos actuais residentes Europeus no Reino Unido de permanecerem no país sem outras burocraciais que poderão ser ainda mais difíceis de ultrapassar.
É o livro oficial para estudar para o teste 'A Vida no Reino Unido' que é necessário passar para poder efetuar uma aplicação para obter o Passaporte Britânico.
Eu bem sei que ainda nada está decidido e que, mesmo quando fôr efectuada a saída da União Europeia pelo menos os atuais residentes provenientes da União Europeia no Reino unido vão ser permitidos ficar. Mas mesmo assim, eu prefiro tirar a cidadania e evitar quaisquer outras burocracias futuras.
Depois de já estar aqui a viver à 11 anos não me parece que fosse mesmo precisar de um livro que me ensinasse como é que é a Vida no Reino Unido, mas se vou fazer o teste, achei por bem comprar o livro nem que seja por curiosidade de ver o que têm lá escrito.
Só é permitido fazer este teste a quem já esteja a viver à pelo menos 5 anos no Reino Unido por isso achei que até fosse aprender qualquer coisa com este livro e que não deveria ser tão básico assim, mas ao dar uma breve vista de olhos pelo livro, isto é o que encontro:
"Os pubs são um elemento importante da vida social no Reino Unido..." A sério?! Ora que nunca tinha reparado nisso
"Muitas casas têm jardins e os Britânicos gosta de passar o seu tempo livre a cuidar dos jardins..." Bem, este livro está a demonstrar trazer um rio de conhecimento que nunca mais acaba!
Uff, quase que não dá para acreditar que efetivamente têm este tipo de artigos neste livro. Mas então. Já comecei a ler do início e contam um bocadinho da história do país também por isso, menos mal. Sempre traz algumas informações sobre as quais não conhecia antes.