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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

Uma surpresa à porta de casa

Esta semana tivemos uma surpresa à porta de casa quando chegámos. Quer dizer, eu não tive supresa nenhuma porque já estava à espera que mais cedo ou mais tarde aparecesse, visto que eu já tinha lido o papel de aviso que nos foi enviado pela junta de freguesia à duas semanas atrás. Para o meu flatmate e para o meu vizinho de baixo é que foi surpresa porque, obviamente, nunca lêm os papéis que não sejam cartas directamente direccionadas para eles. Se bem que, para dizer a verdade, acho que também não dei grande oportunidade ao meu vizinho de baixo para ler o aviso. É que nós temos umas prateleiras no hall de entrada da casa onde se coloca tanto a correspondência para o meu apartamento como para o apartamento do vizinho e eu, lá de vez em quando, tenho que dar uma limpeza à coisa e trazer toda a enorme quantidade de publicidade dos restaurantes de take-away e das lojas de caridade que nos enchem de papelada todos os dias, deitar fora já que nem o meu flatmate nem o vizinho se dão alguma vez ao trabalho de o fazer. Tenho que ser eu que lá de vez em quando faço uma colecta de papelada para reciclar. Ora e foi numa dessas colectas que encontrei o tal aviso. Por engano trouxe também para casa o aviso destinado ao meu vizinho, mas depois também já não me fui dar ao trabalho de ir lá abaixo repôr o papel porque eu já sabia que ele não ía ler de qualquer maneira, por isso não valia a pena.

Ahh e com esta explicação toda ainda não disse acerca do que era o aviso (também não é assim nada de extraordinário). Basicamente a nossa Junta de Freguesia decidiu, por um período experimental, distribuir para todas as casas, um caixote do lixo destinado à recolha de lixo alimentar para reciclagem. Pretendem assim que as pessoas diminuam a quantidade de lixo orgânico que vai para as lixeiras através de, mais este método de reciclagem. E foi portanto, essa mesma, a "surpresa" que tinhamos à porta de casa um dia desta semana - 3 caixotes plásticos do lixo (2 mais pequenos para cada um dos nossos apartamentos e o terceiro, maior, comum, para colocar na parte de forma da casa para que este seja recolhido pelo caixão da reciclagem separadamente da restante reciclagem), 2 rolos de sacos do lixo para estes caixotes e 2 folhetos informativos sobre o assunto.

O interessante é que, apesar de à hora que eu cheguei a casa, já tanto o meu flatmate como o meu vizinho estarem em casa, mesmo assim ninguém foi capaz de pegar nos caixotes e levá-los para dentro. Depois quando eu cheguei com o caixote em casa, o meu flatmate vira-se para mim - "ah é para isso que eles são. Eu bem os vi ali à entrada mas como não sabia para o que eram achei melhor deixar ficar e perguntar-te". Então e que tal leres o folheto informativo que estava lá mesmo espetado em cima dos caixotes, não? E pelos vistos o meu vizinho também deve ter pensado algo de semelhante. Lá viu o caixote, mas... hamm, alguém deve tratar do assunto. É o que dá, só ter homens aqui no edifício. Não se pode contar com eles para muito. Se bem que para agarrarem-me nas coisas pesadas até que dão muito jeito. Hehe!

Bem, mas esta conversa toda só porque achei interessante falar sobre o sistema de reciclagem que por aqui se usa. Enquanto que em Portugal (pela menos na zona onde eu vivia), tinhamos que separar 4 tipos de lixo diferentes - cartão, plástico, vidro e indiferenciado - e colocá-los nos contentores públicos, por cá (pelo menos na zona onde moro) a coisa funciona um bocadinho diferente. Os materiais reciclavéis (cartão, plástico, vidro e latão) são todos colocados num mesmo saco de plástico que é providenciado pela Junta de Freguesia e no dia da recolha de lixo (e apenas nesse dia ou na noite anterior), que ocorre uma vez por semana, devemos colocar o saco de reciclagem à frente da porta de casa para que, o camião da recolha venha buscá-lo.

Nesse mesmo dia também devemos colocar o lixo indiferenciado nos caixotes de lixo respectivos a cada casa, mas que também são providenciados pela Junta de Freguesia e, um diferente camião vem fazer nesse dia a recolha.

Agora, com este terceiro caixote para os restos de comida, acho que ainda não coloquei absolutamente nada no caixote de lixo dos indiferenciados. Ainda não encontrei nada que agora não possa reciclar. Parece que tudo ou é feito de um dos quatro materiais recicláveis ou então é comida. Só sei que sem dúvida, pelo menos aqui em casa, este teste experimental está mais que passado.

A parte chata é que agora tenho que ter 3 caixotes de lixo cá em casa em vez de ter só 2, mas o mais estranho é que agora o maior caixote que cá tenho é exactamente aquele para o qual tenho menos coisas para colocar lá dentro. Bem, mas é claro que gosto da ideia. Assim os restos de comida são processados e transformados em adubo para as terras agricúlas. Acho que agora devem é estender esta práctica para todas as outras freguesias que ainda não tenham aderido a este tipo de reciclagem.  

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