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Tuga em Londres

A vida de uma Lisboeta recentemente Londrina.

A gripe suína atinge o Reino Unido

Quando a minha mãe me perguntou se por cá também se falava na gripe suína neste passado domingo eu fiquei admirada pela existência de tal gripe. Dois dias depois, já não ouço falar de outra coisa. É em todas as "home pages" dos motores de busca, é nos jornais matinais, é nos jornais da tarde, é na televisão, é na rádio,... os media estão a usar e abusar desta notícia o mais que podem. Não sei é se o fazem porque realmente é necessário lançar o alerta ou apenas para causar sensacionalismo. A situação é que desta vez não é apenas uma notícia que desperta a curiosidade e interesse dos leitores tipo a vida de Jade Goody ou o desaparecimento de Madeleine McCain, mas é uma notícia que assusta milhares de pessoas à volta do mundo.

Para além das mais de 100 mortes causadas pela gripe no México e das várias mortes nos Estados Unidos, ontem já se tinham confirmado casos da gripe em Espanha, na Nova Zelândia e Israel e hoje já estavam confirmados também os primeiros dois casos no Reino Unido através de recém-casados que tinham ido passar a lua-de-mel ao México.

Dezenas de vôos a partir do Reino Unido para o México já foram cancelados durante os próximos dias e o governo apela a todos para não tentarem viajar para o México neste momento. Como se isso não fosse suficiente para lançar o pânico os media confirmaram que o NHS (organização de saúde pública no Reino Unido) apenas tem em stock os suficientes comprimidos de combate a esta doença para metade da população do país, o que fez com que as vendas dos já famosos comprimidos "Tamiflu" tenham disparado nas últimas horas já que todos querem ter uma caixa de Tamiflu em casa antes que esgote (a respectiva empresa farmacêutica é que deve estar a esfregar as mãos de contente neste momento).

Com os primeiros casos confirmados no Reino Unido, o Estado já avisou que espera que mais pessoas venham a ser infectadas no país e explica que a gripe passa facilmente de pessoa para pessoa através de um simples espirro, tosse ou apenas por conversar com alguém com essa doença. O que levou a darem já o alerta de que o metro de Londres será um dos lugares onde a doença se irá espalhar mais facilmente dado o largo número de pessoas que estão "coladas" umas às outras em hora de ponta nas carruagens practicamente fechadas do metro.

Tal é a comunicação que fazem sobre o assunto, com grandes títulos de jornais e longas reportagens, que quando entro hoje no metro ao voltar para casa, e alguém tosse ao pé de mim, a minha reacção imediata é tapar a boca e nariz e virar-me de lado.  Inevitável. Nem pensei ao fazê-lo, foi puro instinto. Acho que a pessoa que tossiu reparou nessa minha reacção, mas não dúvido que nos próximos tempos muitas outras pessoas vão ter reacções semelhantes. A população já está em estado de alerta e parece-me que se as coisas continuarem assim com cada dia a aparecerem novos casos só irá mesmo piorar o comportamento das pessoas.

Os hospitais também já se estão a preparar com salas específicas para portadores da doença e hoje por acaso eu tinha uma consulta marcada no médico e ao chegar à recepção, a primeira coisa que a recepcionista me pergunta depois de dar as boas tardes é se eu fiz alguma viagem ao México ou aos Estados Unidos nos últimos 7 dias. Pergunto-me o que é que ela teria feito se eu tivesse dito que sim. Isolava-me logo ali?